Um bom começo de ano.
February 23rd, 2010 | 11 Comments | Filed in Atlético-MG, Campeonato Mineiro 2010, Cruzeiro, Torcidas OrganizadasGalo e Cruzeiro fizeram um baita jogo, naquele que ficou famoso como Clássico das Flanelinhas. Dois bons técnicos no banco de reservas e times que estão ainda melhores que os do ano passado. Se em 2009 a equipe azul teve um bom ano com um vice-campeonato da Libertadores, o título mineiro e uma bela arrancada na fase final do Brasileiro, o Galo superou expectativas e, durante um bom tempo, foi apontado como um dos postulantes ao título. Perdeu a bola e o rumo após a derrota para o Flamengo, mas foi mais do que a própria torcida esperava.
O clássico desse último sábado se mostrava cheio de ingredientes para ser especial. Luxerlei Wandemburgo, técnico do Cruzeiro no ano mais áureo da história recente, comandava a equipe atleticana; possibilidade de Obina, um especialista em clássicos, jogar como titular; Roger fazendo sua estreia pelo Cruzeiro; Adílson tentando manter o bom restropecto.
Antes do jogo eu comentava com amigos que o embate dos treinadores seria o maior diferencial. E foi o que aconteceu: Luxeerlei entrou num 4-4-2 conservador, mas que foi muito bem com Tardelli e Muriqui (bom atacante, mas que precisa melhorar nas finalizações) e Renan Oliveira vindo do meio-de-campo. O Cruzeiro se defendia bem com atuações seguras de Fábio, Jonathan e, pricipalmente, Leonardo Silva. Enquanto isso, Marquinhos Paraná, Gilberto e Henrique não faziam grande partida, mas ainda dominavam o meio-de-campo. Elicarlos cumpria bem o papel de marcador e segurança para as subidas de Diego Renan pela esquerda do ataque azul. Já a ofensiva celeste era inoperante, muito em função da boa atuação de Werley e da monstruosidade que Jairo Campos jogou.
O Galo era mais agudo e quase marcou um golaço com Tardelli que, numa saída errada de Fábio, tocou por cima. Leonardo Silva operou um milagre e salvou o Cruzeiro em cima da linha. Enquanto isso, a Raposa tocava a bola e o Galo se defendia bem. Sem achar espaços, o Cruzeiro só conseguiu seu gol na bola parada aos 22 minutos do 1º tempo. Gilberto bateu escanteio, Gil se antecipou e tocou fraco pro gol. A bola, essa companheira certa da ironia, encostou em Leandro, ex-lateral celeste, e matou o goleiro Carini. Cruzeiro 1×0.
Oito minutos depois, falta para o Atlético. Coelho cobrou pra Jairo Campos completar. Fábio fez uma defesa de cair o queixo, mas na sobra o mesmo Jairo tocou no canto. 1×1 e clássico quente, como a tarde de BH.
O 1º tempo acabou, veio o 2º e o jogo não mudou em nada. Aliás, mudou. Adílson trocou Diego Renan por Pedro “Who”, que não entrou bem. Com o deslocamento de Elicarlos pra lateral-esquerda, o Cruzeiro perdeu força na marcação. O Galo veio ainda mais forte e logo aos 3 minutos marcou seu gol com Tardelli, que foi mal anulado pela arbitragem. Pra variar, ouve-se a história de que “aquele gol podia ter dado outra cara pro jogo”. Realmente. Num clássico, detalhes fazem diferença. Mas os gols perdidos por Tardelli, Obina e Muriqui também fizeram diferença. O Galo era mais organizado e aos 14 minutos, Muriqui perdeu um gol feito. Os alvinegros ainda tiveram bom domínio, mas por volta da metade do 2º tempo o Cruzeiro equilibrou.
Foi nesse momento que brilhou mais uma vez o professor Adílson. Luxerlei trocou Renan Oliveira por Obina, indo prum 4-3-3 com Correa, Jonílson e Ricardinho no meio. Enquanto isso, Adílson sacou Gilberto para a estreia de Roger. Aos 33 minutos, o maridão da Débora fez lindo lançamento para conclusão errada de T. Ribeiro, num lance que deixou Luxemburgo dando pulinhos de braveza. O Cruzeiro agora já era mais perigoso. E aos 37, o canhotinho bateu escanteio na cabeça de Leonardo Silva que nem subiu pra testar firme, sem chances para Carini. Cruzeiro 2×1. Festa azul e laranja e desespero de Luxa. O técnico sacou Jonílson para a entrada do eterno Marques. Mas foi Roger quem apareceu novamente. Aos 43 minutos, num contra-ataque rápido, o meia recebeu, puxou pra esquerda e colocou no ângulo oposto de fora da área. Golaço! Cruzeiro 3×1 e fim de papo.
Roger comemorou roubando a cabeça do Raposão e saindo pra torcida. Delírio e o início do pós-jogo. Kalil reclamou de assalto, Luxerlei Wandemburgo mandou banana pra torcida do Cruzeiro, Perrella provocou desnecessariamente. E briga na saída do estádio. Tudo normal. Toda babaquice que se espera de um superclássico e que acontece com a conivência das autoridades.
Por fim, foi um belo jogo que deixa esperançosas as duas torcidas. A do Cruzeiro com o fato de que o time, por ter um bom elenco, pode resolver um jogo complicado em questão de minutos. A do Galo, por saber que o time desse ano pode fazer papel mais bonito que o do ano passado. E pode ser mais confiável.
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Nessa quarta, o Cruzeiro joga contra o Colo-Colo pela Libertadores. O Galo vai ao Acre jogar contra o Juventus para não fazer o jogo de volta.
Adelante!