Tardiamente venho apresentar o relato sobre a ida à nova joia* futebolera de Belo Horizonte. Em razão do jogo Cruzeiro x Figueirense, com uma bela história de perrengues, compareci ao novo Independência e explano minhas primeiras impressões do estádio que tem capacidade para 23.018 almas.
Fui sem ingresso pro bairro do Horto e resolvi tentar presenciar in loco de última hora. Erro meu. Deveria ter mantido o meu Sócio Torcedor que desativei quando venceu meu segundo ano de contrato, em meados de 2011. Eu odiava ir pra Sete Lagoas e meu orçamento andava comprometido, acabou que perdi a boquinha. Agora é batalha pra conseguir ingresso toda semana e confesso que, se ganhei a primeira, mediante módicos R$ 70,00 pra área que valia R$ 30,00 (inteira), acho que vou perder a segunda.
Pois bem, fala-se muito da visibilidade. Engenheiros podem até me ajudar com opinião especializada quanto às cadeiras superiores. Assisti o jogo, como vocês podem ver pela foto, atrás do gol. Não tive maiores problemas, exceto quando os animais das torcidas organizadas tremulavam suas bandeiras no meio da peleja, por motivo nenhum. Bandeira grande tem que ser usada na entrada do time, no intervalo, no gol e após o jogo. Durante o jogo, é bonito? Sim, mas fode a visão de quem tá atrás.
Independência – Atrás do gol
Outra reclamação que tenho escutado bastante é que não se pode sentar. Ou você senta, ou você vê o jogo. Quanto a isso, eu sempre acompanhei em pé. É uma coisa minha, eu simplesmente não consigo assistir ao jogo como se estivesse em casa, meu estado de nervos não permite. Entendo quem goste de ver assim, mas acho complicado no Independência, por enquanto. Acredito que, com o tempo, cada torcedor saberá onde tem a melhor experiência. Por exemplo, pessoal que gosta de sentar, vai buscar os lugares mais caros e vai se juntar ali. Quem assiste em pé, vai buscar a região das organizadas que sempre foi assim.
Quanto a oferta de ingressos, acredito que o torcedor que não é sócio sofrerá bastante. O Cruzeiro, nos 3 últimos anos de Mineirão, tinha média de público superior a 20.000 pagantes. Anos de baixa, a média caía pra 15.000. A média geral gira em torno dos 19.000 pagantes. No Mineirão, é uma média tranquila, mas no Independência é casa cheia todo jogo. Com a carga posta nas bilheterias de 8.600, será uma eterna luta. Associe-se ou ficará de fora.
Minha experiência com o estádio, em si, foi ótima. Achei muito bonito, consegui ter uma boa visão do jogo, as cadeiras retráteis ajudam quem quer ficar em pé, dando-lhe espaço, além do cidadão não ter que ficar destruindo as mesmas. Fui de ônibus tranquilamente, o metrô te deixa na boca do estádio (mas nesse dia estava em greve), consegui entrar e sair do estádio sem maiores problemas. Não vi tropeiro, alguém me falou que não tinha, mas havia duas lanchonetes na área em que fiquei, atendendo bem a demanda. Não tive problemas com o banheiro também, coisa que muitos já reclamaram.
Lindo, por sinal
Quanto ao aspecto da segurança, a PM-MG adora procurar pelo em ovo e já não permite os torcedores permanecerem perto do vidro que separa a arquibancada do gramado. Seria um belo fator de pressão, mas como brasileiro tem um sério problema com limites, talvez seja melhor evitar eventuais problemas. A BWA já quer proibir bandeiras grandes e faixas. Sinalizador não pode há muito tempo.
Enfim, como estádio principal pra uma cidade com dois times de grande porte como Belo Horizonte, o Independência seria deficitário. Mas será uma bela alternativa quando o Gigante acordar novamente. Para jogos menores, sempre se terá a impressão de lotação máxima. Interessante. Não há chance de agradar a todos. Ainda mais aos filiados do PT. Mas eles podem preferir assistir em Sete Lagoas. Por mim, está muito bom.
*Tem gente que não gostou de NADA no Estádio. Pra mim, foi um belo presente dos belorizontinos para a cidade.