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Artigos sobre ‘Estrutura’

Abaixo Assinado: Mengão em Gramacho

July 24th, 2012 | 33 Comments | Filed in Estrutura, Flamengo

Todo mundo sabe que o Flamengo prejudica a Gávea, os constantes protestos engarrafam o trânsito, e pioram a qualidade de vida dos moradores.

Todo mundo também sabe que a Gávea prejudica o Flamengo, seus moradores não deixam o clube ter um estádio decente.

Com a desativação do aterro sanitário de Gramacho, o clube pode aproveitar o amplo espaço vago, e jogar ali, para um público praticamente ilimitado. Enquanto a sede da Gávea pode se transformar, por exemplo, em um amplo estacionamento, muito mais útil ao bairro.

Feitos um para o outro

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Procon Notifica Palmeiras

July 11th, 2012 | 15 Comments | Filed in Copa do Brasil 2012, Estrutura, Justiça, Palmeiras

Tudo neste país é feito para prejudicar os clubes de futebol.

Realmente, é uma prática totalmente abusiva o Palmeiras privilegiar quem o privilegia. O clube deveria ter separado os ingressos para os cambistas e causado tumulto em filas quilométricas e sem conforto.

Mas nunca, em hipótese alguma, poderia ter deixado que seus sócios, que geram receita todos os meses, mesmo que não compareçam aos jogos, comprassem todos os ingressos. Isso é um absurdo.

Esse país é uma vergonha.

A Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, notificou nesta quarta-feira (11/7) a Sociedade Esportiva Palmeiras a prestar esclarecimentos sobre a venda de ingressos para os dois jogos da fase final da Copa do Brasil.

O clube deverá apresentar documentos que comprovem a comercialização de ingressos para os torcedores, no geral, e não apenas aos participantes do programa de sócio torcedor, prática considerada abusiva pelo Procon-SP. A quota de entradas (para os dois jogos); endereços dos postos de venda (físicos e internet); o período de comercialização e as informações dos valores cobrados por setor, também deverão ser esclarecidos pelo Palmeiras.

O prazo para atender a notificação é de 48 horas. Caso seja constatada alguma irregularidade, o clube responderá a um processo administrativo, que poderá resultar em multa, que varia entre R$ 400 a R$ 6 milhões, aproximadamente.

“De acordo com o Estatuto do Torcedor, quem vai a um estádio assistir a um jogo também é um consumidor e os clubes e Federações são as empresas, que devem prestar um serviço de qualidade e dar plenas condições para que o público adquira os ingressos com informações claras e precisas”, analisa o diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.

As informações são do Procon-SP

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Independência, ainda que tardia

June 29th, 2012 | 42 Comments | Filed in América-MG, Atlético-MG, Cruzeiro, Estrutura, Futebol

Tardiamente venho apresentar o relato sobre a ida à nova joia* futebolera de Belo Horizonte. Em razão do jogo Cruzeiro x Figueirense, com uma bela história de perrengues, compareci ao novo Independência e explano minhas primeiras impressões do estádio que tem capacidade para 23.018 almas.

Fui sem ingresso pro bairro do Horto e resolvi tentar presenciar in loco de última hora. Erro meu. Deveria ter mantido o meu Sócio Torcedor que desativei quando venceu meu segundo ano de contrato, em meados de 2011. Eu odiava ir pra Sete Lagoas e meu orçamento andava comprometido, acabou que perdi a boquinha. Agora é batalha pra conseguir ingresso toda semana e confesso que, se ganhei a primeira, mediante módicos R$ 70,00 pra área que valia R$ 30,00 (inteira), acho que vou perder a segunda.

Pois bem, fala-se muito da visibilidade. Engenheiros podem até me ajudar com opinião especializada quanto às cadeiras superiores. Assisti o jogo, como vocês podem ver pela foto, atrás do gol. Não tive maiores problemas, exceto quando os animais das torcidas organizadas tremulavam suas bandeiras no meio da peleja, por motivo nenhum. Bandeira grande tem que ser usada na entrada do time, no intervalo, no gol e após o jogo. Durante o jogo, é bonito? Sim, mas fode a visão de quem tá atrás.

Independência – Atrás do gol

Outra reclamação que tenho escutado bastante é que não se pode sentar. Ou você senta, ou você vê o jogo. Quanto a isso, eu sempre acompanhei em pé. É uma coisa minha, eu simplesmente não consigo assistir ao jogo como se estivesse em casa,  meu estado de nervos não permite. Entendo quem goste de ver assim, mas acho complicado no Independência, por enquanto. Acredito que, com o tempo, cada torcedor saberá onde tem a melhor experiência. Por exemplo, pessoal que gosta de sentar, vai buscar os lugares mais caros e vai se juntar ali. Quem assiste em pé, vai buscar a região das organizadas que sempre foi assim.

Quanto a oferta de ingressos, acredito que o torcedor que não é sócio sofrerá bastante. O Cruzeiro, nos 3 últimos anos de Mineirão, tinha média de público superior a 20.000 pagantes. Anos de baixa, a média caía pra 15.000. A média geral gira em torno dos 19.000 pagantes. No Mineirão, é uma média tranquila, mas no Independência é casa cheia todo jogo. Com a carga posta nas bilheterias de 8.600, será uma eterna luta. Associe-se ou ficará de fora.

Minha experiência com o estádio, em si, foi ótima. Achei muito bonito, consegui ter uma boa visão do jogo, as cadeiras retráteis ajudam quem quer ficar em pé, dando-lhe espaço, além do cidadão não ter que ficar destruindo as mesmas. Fui de ônibus tranquilamente, o metrô te deixa na boca do estádio (mas nesse dia estava em greve), consegui entrar e sair do estádio sem maiores problemas. Não vi tropeiro, alguém me falou que não tinha, mas havia duas lanchonetes na área em que fiquei, atendendo bem a demanda. Não tive problemas com o banheiro também, coisa que muitos já reclamaram.

Lindo, por sinal

Lindo, por sinal

Quanto ao aspecto da segurança, a PM-MG adora procurar pelo em ovo e já não permite os torcedores permanecerem perto do vidro que separa a arquibancada do gramado. Seria um belo fator de pressão, mas como brasileiro tem um sério problema com limites, talvez seja melhor evitar eventuais problemas. A BWA já quer proibir bandeiras grandes e faixas. Sinalizador não pode há muito tempo.

Enfim, como estádio principal pra uma cidade com dois times de grande porte como Belo Horizonte, o Independência seria deficitário. Mas será uma bela alternativa quando o Gigante acordar novamente. Para jogos menores, sempre se terá a impressão de lotação máxima. Interessante. Não há chance de agradar a todos. Ainda mais aos filiados do PT. Mas eles podem preferir assistir em Sete Lagoas. Por mim, está muito bom.

*Tem gente que não gostou de NADA no Estádio. Pra mim, foi um belo presente dos belorizontinos para a cidade.

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Os potenciais de Engenhão, Laranjeiras e afins

June 22nd, 2012 | 60 Comments | Filed in Estrutura, Números

Por André Bona

O problema do Botafogo e sua lotação é matemático.

Cruzando dados com pesquisas (embora seja possível desconfiar dos dados), vi que a torcida do Botafogo no RJ anda, em todo o Estado do RJ, por volta de 800.000 pessoas. Dessa forma, mesmo que considerássemos que todos são da capital, uma presença de 40 mil pagantes requer 5% de toda a torcida. Impossível. 1% = 8.000. Ainda é um número elevado…

Basicamente cruzei alguns dados:

  • pesquisa de torcidas datafolha
  • pesquisa de preferencia no estado do RJ
  • pesquisa de preferencia no estado de SP
  • populaçao RJ
  • populaçao SP
  • PIB RJ
  • PIB SP
  • PIB Brasil

Consegui desses cruzamentos determinar o que seria o PIB de cada uma das 8 torcidas, que seria um indicador importante de potencial de mercado.

Exceção

Nesse cruzamento, a do Botafogo teria de 879 mil no RJ. Apesar de, segundo as pequisas, Bota e Flu possuírem 2.800.000 torcedores cada, a preferencia dentro do Estado é de 9,3% da população fluminense para o Fluminense e 5,50% da populaçao fluminense para o Botafogo. Dessa forma, como já disse, o Botafogo possuiria 879 mil torcedores no RJ e 1.920.000 fora do RJ. O Fluminense teria 1.487.000 no RJ e apenas 1.312.000 fora. Seria o único do RJ com mais torcida dentro do Estado.

Dessa forma, a conta para o Fluminese é quase o dobro da do Botafogo no que se refere a capacidade de levar gente ao estádio no RJ, o que deixa claro que o arrendamento do engenhão NUNCA se baseou na presença de publico apenas da torcida alvinegra. E que realmente, se não alugar o estádio, é prejú.

Fica claro também que se essas merdas modernizassem Laranjeiras, Gávea e General Severiano, os times poderiam mandar no brasileiro seus jogos em casa sem problemas.

O arrendamento do Engenhão em si foi bola dentro. No entanto, o que ressalto é que ele fatalmente não se baseou na presença de público do próprio clube. Mas trata-se de uma fonte geradora de receitas, se locado para outros clubes, shows e etc…

E dá pra vender o produto “Laranjeiras” com um puta conceito de status. Segmentar geral. se bobear, rola até reduzir ainda mais a capacidade e fazer um esquema ultra high society. Eu viraria sócio do Flu pra prospectar cliente de investimentos…

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Juca, sempre Juca, Romário, sempre Romário

May 22nd, 2012 | 18 Comments | Filed in Estrutura, TV

Romário, mais uma vez, mostrou porque é gênio. Se antes, da grande área, agora na arte de responder os questionamentos sempre, digamos, “tendenciosos” de Juca Kfouri.

Uma senhora entrevista!

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Quem topa discutir o futebol de Ricardo Teixeira?

May 18th, 2012 | 78 Comments | Filed in Estrutura

Imaginemos um pizzaiolo preparando uma pizza deliciosa, coisa de outro mundo. Adicionalmente, este pizzaiolo é um mafioso siciliano. Caso o crítico gastronômico seja perguntado sobre o sabor da pizza deverá dizer que esta é ruim e não presta pois quem preparou é criminoso?

Ricardo Teixeira é um mero dirigente de Federação. Se ele rouba ou não rouba, se ele estupra ou não estupra, se ele faz doações de caridade no Natal ou não faz doações de caridade no Natal, se leva o neto na natação ou não leva o neto na natação não me interessa, ou ao menos não entra no escopo do que pretendo discutir sobre futebol.

O que me interessa é como a gestão dele influencia na organização do futebol que acompanho, o resto fica para quem trabalha ou milita na área criminal e política.

Se alguém tem interesse a vasculhar os procedimentos do sujeito, que faça. É até bom que faça. Cada um com suas motivações. Somente observo com certa curiosidade, e aí volta a me interessar, que as discussões futeboleras focam demasiadamente nesse aspecto relegando a um plano irrelevante o que foi feito no período de mais de 20 anos.

Institucionalmente foi bom, foi ruim? Não se sabe. Como a palavra de ordem é defenestrar o ladrão, ninguém perdeu tempo em discutir o administrador, o que fez-se de bom ou ruim para o tal futebol brasileiro.

A renúncia de Ricardo Teixeira já saiu do olho do furacão. Seu jornalista predileto não precisa mais noticiar a queda de um presidente em si, o momento, atender a demanda que a pauta proporciona. Peça para ele agora, com calma, traçar uma retrospectiva do que fez o administrador, se é preciso mudar o panorama e em caso positivo, o que e como mudar. Não precisam nem perder muito tempo pesquisando, a TV Globo já fez o trabalho.

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O silencioso gol de Barcos

March 1st, 2012 | 46 Comments | Filed in Campeonato Paulista 2012, Estrutura, Futebol, Linense, Palmeiras

O belo gol de Barcos incensado na narração de Cleber Machado é uma obra prima para os adeptos da #AntiEugenia.

Corem-se os adeptos da #Eugenia que não aceitam (ou não fazem ideia) futebol em mais de meia dúzia de cidades.

Especialmente aquelas com uma das maiores torcidas do Brasil. Torcida que frequenta estádio em um tipo de campeonato que só estarão esvaziados de fato quando todos os brasileiros trocarem definitivamente o futebol por novela como é desejo de quem tem no ganha-pão 10 joguinhos por rodada em rede nacional, e olhe lá.

Fora do escopo Eugenista

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Pânico na RedeTV

February 29th, 2012 | 9 Comments | Filed in Estrutura, Futebol, TV

Vagner Love no Mengão com a grana da RedeTV

Há quase um ano atrás a RedeTV venceu a malfadada licitação do Clube dos 13 para a transmissão em TV aberta dos Campeonatos Brasileiros de 2012 a 2014 que de nada valeu pois os clubes fizeram valer suas vontades individuais, paradoxalmente, coletivizadas pelos mesmos interesses, necessidades e circunstâncias vendendo direitos de transmissão para a TV Globo cada um com seus valores e critérios próprios negociados.

Implosão do Clube dos 13 foi um termo bastante em voga tendo como artíficie eleito por 10 dentre 10 cornetas Ricardo Teixeira e CBF.

Tomando como válida a premissa da arte manipuladora de Ricardo Teixeira, seria justo portanto colocar em seu vasto currículo de realizações mais esse crédito por salvar o futebol brasileiro?

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Como fazer um Estadual que valha a pena: versão RS

January 21st, 2012 | 114 Comments | Filed in Estaduais, Estrutura, RS

Minha primeira participação oficial no Blá blá Gol, e já entro defendendo a causa que mais aprecio no futebol brasileiro: os Estaduais. E se vou tratar de Estaduais, falarei daquele mais próximo a mim: o do Rio Grande do Sul. Se é possível fazer algo que preste com o futebol gaúcho, não será problema fazer algo semelhante no resto do País. Este é o meu clássico de início de ano, e trata-se do desenvolvimento do que eu expusera antes do início do Gauchão do ano passado. Sempre pode-se melhorar alguma coisa.

Meu foco é demonstar ser possível colocar todos os clubes para jogar o ano inteiro torneios relevantes dentro da ATUAL estrutura. A idéia é fazer limonada com os limões que a CBF/Globo/cartolagem nos concedem. E é possível.

Eis como organizaria o futebol gaúcho, projetando uma elite de 44 clubes. Vejam bem, é uma elite de 44 clubes. Não são os únicos 44 clubes, a idéia é que a pirâmide se estenda até a várzea, mas os clubes que  pertenceriam a LIGA e que efetivamente disputariam o Campeonato Gaúcho durante o espaço previsto pára os Estaduais no calendário nacional.

Eu não vejo com maus olhos o fato de Noveletto, presidente da FGF, ter criado uma Terceira Divisão, mas desde que se faça o trabalho direito. Reduzir o número de times da Segunda Divisão para deixar os clubes morrerem é ludopedicídio, e isso é inadmissível. O foco tem que ser um calendário anual que abrace o futebol do estado na sua totalidade: da dupla Gre-Nal à várzea. As divisões abaixo da Liga têm que incluir as equipes amadoras e devem ser fortemente regionalizada para que sejam viáveis. E se são viáveis em PORTUGAL também podem ser no Rio Grande do Sul.

Os torneios abaixo da Liga seriam disputadas de abril a novembro (8 meses) e estariam dentro da pirâmide do futebol gaúcho. Assim, os piores times da Liga (a exceção dos clubes que disputam as Séries A, B e C nacionais que estariam protegidos) seriam rebaixados e os melhores da divisão máxima não-pertencente à Liga subiriam. Todo o futebol do Estado estaria devidamente integrado. Ver como isso ocorreria, é assunto para próximos textos. Por ora, fique-se com a Liga.

O calendário da Liga seria dividido em duas partes, e cada parte teria seus próprios torneios e organização. A primeira parte (“Divisão Especial”) corresponderia às datas prevista aos campeonatos estaduais no calendário nacional; já a segunda (“Campeonato Estadual”) seria concomitante aos campeonatos das séries A e B nacionais.

CAMPEONATO ESTADUAL (equivalente à atual “Copa FGF”)

Os clubes da Liga seriam divididos em duas divisões – “Estadual A” e “Estadual B”). As competições seriam disputadas concomitantemente ao Campeonato Brasileiro. Os times que estão nas séries A e B nacionais jogariam com seus times “B”; todos os demais, entram com os titulares.

O “Estadual A” teria 16 clubes (como a atual Primeira Divisão), e seria disputado em turno-e-returno (30 datas) por pontos corridos. Definiria representantes para a temporada seguinte na Copa do Brasil, os classificados para a “Taça de Ouro” do “Gauchão Divisão Especial”, os representantes do estado na “Série D” nacional e os rebaixados para o “Estadual B”.

O “Estadual B” seria composto por duas zonas regionalizadas de 14 clubes (28 clubes restantes). A primeira fase seria disputado em turno-e-returno (26 datas) por pontos corridos dentro das zonas. O título do campeonato seria decidido em série em ida-e-volta (2 datas) entre os dois campeões de zona -que teriam acesso garantido ao “Estadual A” da temporada seguinte. Os piores de cada zona seriam rebaixados, saindo da Liga.

As demais vagas do acesso seriam disputada em torneio mata-mata entre as equipes classificadas entre 2º e 5º de cada zona (4 datas) em cruzamento olímpico. As duas equipes vencedoras disputariam as vagas no “Estadual A” em séries de ida-e-volta (2 datas) contra as equipes colocadas em 13º e 14º lugares do “Estadual A”

Esses torneios por si já garantiriam o funcionamento dos clubes durante todo o calendário. Os clubes se sentiriam estimulados e apoiados para disputarem a Série D nacional. E o investimento não dependeria do resultado nessas competições, porque o calendário do segundo semestre estaria já assegurado. Isso permitiria um maior vínculo com e apoio das comunidades locais.

Isso já faria uma enorme diferença, mas ainda é possível melhorar os estaduais em si. Eis o que eu faria no Gauchão.

GAUCHÃO DIVISÃO ESPECIAL

O calendário estadual seria denominado as equipes da Liga seriam divididas em dois torneios. O principal se chamaria “Gauchão Coca-Cola Taça de Ouro” (se mantido o atual patrocinador); o outro, “Gauchão Taça de Prata” (na falta de patrocínio, mas grita um Banrisul ali, não?!).

O “Gauchão Taça de Ouro” teria uma fórmula simples: 12 clubes, pontos-corridos em turno único, mais uma rodada de clássicos (12 datas). Participariam os clubes gaúchos das séries A, B e C nacionais, mais os melhores classificados do Campeonato Estadual da temporada anterior. O campeão seria considerado “Campeão Gaúcho”.

O “Gauchão Taça de Prata” teria 32 clubes (todos os clubes remanescentes da Liga) divididos regionalmente em 4 grupos com 8 clubes cada. Jogariam em turno único dentro dos grupos mais três jogos contra um adversário de cada outro chave (10 datas). Os campeões de cada chave se classificam para as semifinais, em jogo único. A final -disputada em final-de-semana exclusivo, com transmissão em TV aberta- também seria em jogo único. Como na “Taça de Ouro”, há 12 datas.

Das 23 datas atuais, o Gauchão passaria a ter 12, com dois clássicos assegurados (hoje, só um). Perder qualquer ponto pode ser a diferença entre ser campeão ou vice. As equipes mais fortes disputariam o torneio mais importante; e as demais veriam fortalecidas as rivalidades regionais e disputariam a chance de decidir um campeonato em TV aberta. Valorização do produto!

Entretanto, ainda é possível fazer mais. E, assim, entra em cena a “Copa Rio Grande”.

COPA RIO GRANDE

Seria disputada durante o calendário estadual, e teria a participação dos 44 clubes da Liga. Torneio eliminatórias, com etapas disputadas em jogos únicos.

Primeira Fase: 24 clubes;
Segunda Fase: 12 classificados, mais os 20 restantes.

Depois, segue-se com oitavas, quartas, semis e final.

A final seria no último final-de-semana previsto para competições estaduais no calendário nacional. Também aqui, a chance de uma ou duas equipes menores de decidir um título em TV aberta. A TV também garantiria a transmissão de futebol nessas datas, algo que hoje não tem (como no Rio, se um mesmo time vence os dois turnos, se acabou).

No total, seriam utilizadas 6 datas. O campeão receberia uma vaga na Copa do Brasil.

Das 23 datas disponíveis, seriam utilizadas 19. Em 2012, há seis datas em meio-de-semana, sendo que duas não coincidem com Libertadores nem data-Fifa, as quais seriam utilizadas pela Copa Rio Grande. De resto, apenas partidas nos finais-de-semana (a não ser que haja interesse da TV em puxar UM jogo para a quarta à noite).

Futebol perto de casa, voltado para o público NO ESTÁDIO, mas sem esquecer da TV.

É difícil, porém possível.

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O futebol e o mercado

December 23rd, 2011 | 117 Comments | Filed in Estrutura, TV

Muito tem se falado que o futebol vem seguindo as regras de mercado, que clubes como Flamengo e Corinthians devem receber mais verba da TV do que os demais porque possuem mais consumidores, que o futebol é extremamente profissional, etc, etc, etc…

Bona entende mas não concorda dogmaticamente que a Lei da Selva seja a única e/ou ideal forma quem um Mercado se mova.

Por André Bona

As empresas

As S/A (sociedades anônimas) possuem uma legislação específica. Diversas obrigações na apuração de seus resultados, publicação de demonstrações contábeis e etc. As S/A podem ser de capital fechado ou de capital aberto. As S/A de capital aberto são as que possuem suas ações negociadas em bolsa de valores. Além de todas as regras que a lei das S/A lhes impõe, se sujeita adicionalmente, às regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da Bovespa. A PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DE BALANÇOS é uma delas. Qualquer investidor pode ter ações de uma empresa e por isso possui o direito integral de ter as informações necessárias para embasar sua decisão de continuar sendo sócio ou não de uma delas. No mercado, raramente uma empresa negociada em bolsa surpreende com um rombo. Se isso ocorre, traz prejuízos para diversos investidores e os responsáveis respondem por isso, podendo inclusive ir para a cadeia. Por isso as empresas S/A são obrigadas também a contratar empresas de auditoria independente, que verificarão as demonstrações contáveis e emitirão parecer sobre elas. Outra obrigação importante, diz respeito a divulgação dos chamados FATOS RELEVANTES. Fatos relevantes são todas as informações que as empresas possuem e que, se divulgados, poderiam afetar a decisão de investimento dos investidores. Eles são publicados aos montes diariamente. Portanto, se uma empresa de petróleo descobre algo em alguma bacia, DEVE DIVULGAR. Se uma empresa de petróleo verifica que naquele campo não há petróleo algum, DEVE DIVULGAR. Se uma empresa está em entendimento com outra sobre uma possível fusão, venda ou operação conjunta, DEVE DIVULGAR. Se um fato relevante não é divulgado e o mercado não recebe essa informação, a empresa poderá ser punida e perder o registro e a possibilidade de ter suas ações negociadas em bolsa.

Além dessas obrigações todas, as empresas são classificadas segundo a sua GOVERNANÇA CORPORATIVA. São 4 níveis básicos de governança: tradicional, nível 1, nível 2 e novo mercado. O tradicional é aquele que a empresa se submete as regras da CVM, Bovespa e lei das S/A. A empresa é classificada como nível 1 se ela VOLUNTARIAMENTE se obriga a cumprir um conjunto de REGRAS ADICIONAIS de transparência. É classificada no nível 2, se cumprir um conjunto de regrais ainda maiores de transparência. É classificada como empresa do Novo Mercado se ela VOLUNTARIAMENTE se obrigar a cumprir o maior número de regras de transparência exigidas pela Bovespa. Exemplos de empresa no Novo Mercado: OGX, Banco do Brasil, Lojas Renner. Exemplo de empresas no nível tradicional: Petrobras.

O objetivo e a confiabilidade da livre circulação das informações da forma mais transparente possível É CONDIÇÃO BÁSICA para a existência de um mercado de verdade.

E a informação privilegiada existe? Claro que sim! Mas, não se pode fazer uso dela. Se fizer, o infrator irá para a cadeia.

Conflitos de interesses

O conflito de interesse é rechaçado no mercado. Um corretor de valores (operador de bolsa) é remunerado pela corretagem e não pelo resultado dos investimentos dos investidores, pois as decisões recaem sob a responsabilidade exclusiva dos investidores. UM CORRETOR NÃO PODE TOMAR DECISÕES DE INVESTIMENTOS PARA CLIENTES. É PROIBIDO E TAL PRÁTICA É PUNIDA INAPELAVELMENTE COM EXCLUSÃO DO MERCADO. UM CORRETOR, POR ISSO, NÃO PODE COBRAR NADA DO CLIENTE, COMO SE FOSSE UM CONSULTOR. NÃO PODE. Um corretor recebe por ordem executada. Se ele tomasse decisões para o investidor, haveria um conflito de interesses: ele poderia fazer MAIS OPERAÇOES do que o necessário apenas para gerar receita para si próprio, em detrimento do investidor.

Um gestor de recursos é aquele profissional que RECEBE DO CLIENTE PARA ADMINISTRAR seus investimentos. NESSE CASO ELE NÃO PODE RECEBER CORRETAGEM. NÃO PODE RECEBER POR OPERAÇÃO EXECUTADA. Pois cairia no mesmo conflito de interesse. Então, o gestor não recebe NADA da corretora onde opera para seus clientes. NEM PODE. Ele por sua vez, recebe DO CLIENTE, normalmente uma TAXA DE ADMINISTRAÇÃO. Este sim, pode atribuir ganhos adicionais por performance na relação com seu cliente.

Um consultor de investimentos recebe DO CLIENTE para dar orientação. NÃO PODE RECEBER DA CORRETORA OU DO BANCO. Um Agente Autonomo de Investimentos NÃO PODE RECEBER DO CLIENTE NADA. Vai receber da corretora ou do banco/gestora pelo produto que vendeu. Um gestor não pode receber da corretora. Recebe uma taxa de administração.

Quando há uma oferta pública de ações, os corretores devem respeitar um período de silêncio e não falar nada sobre a empresa em questão. São obrigados a orientar os investidores a ler o prospecto da oferta. O período de silêncio permanece também algum tempo depois da oferta ser concretizada.

Eu trabalho num banco. Quando entramos no período de divulgação de resultado, SOMOS PROIBIDOS DE COMPRAR OU VENDER AÇÕES DO BANCO PARA NÓS MESMOS OU PARA NOSSOS PARENTES. Justamente porque PODEMOS TER INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA, e não devemos utilizá-la.

Minha irmã trabalha na administração de recursos de terceiros de outro banco. ELA NÃO PODE INVESTIR NOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS COM OS QUAIS TRABALHA. Por causa, também, da informação privilegiada.

Inclusive, os parentes de quem trabalha em instituições financeiras são consideradas PESSOAS VINCULADAS e também estão sujeitas a investigação.

Os fundos de investimentos devem também contratar empresas de auditoria independente e essas devem ser modificadas a cada 5 anos.

Existe no mercado uma coisa chamada segregação, denominada Chinese Wall. Quando há atividades conflitantes dentro de uma instituição financeiras, elas devem ser SEGREGADAS.

Outros aspectos durante negociações no pregão

Quando uma ação sofre uma alteração brusca no preço, a negociação daquela ação é congelada. A Bovespa pede explicações a empresa, uma vez que tal justificativa só pode ser de alguma informação privilegiada. E a negociação fica congelada. Dá-se um tempo para que todos saibam o que está ocorrendo, as ordens ficam paradas e inicia-se um período de leilão, onde o preço será definido por uma média ponderada dos preços e das quantidades de compradores e vendedores. Assim eliminam-se as distorções. Os leilões também ocorrem no início do pregão e no final do pregão para que o último preço não seja manipulado e apresente uma performance do ativo diferente do que ele realmente oscilou durante a negociação.

Quando a bolsa cai 10% num dia, o pregão também é interrompido, como todos devem se lembrar da crise de 2008.

Os investidores

Algumas práticas dos investidores também são monitoradas e isso pode fazer com que não se aceitem suas participações em algumas operações. E se algo suspeito ocorrer, a CVM pode, inclusive, cancelar o negócio já fechado. Estão igualmente sujeitos a regulamentação.

Em linhas MUITO RESUMIDAS, esse é o mercado. Com esse nível de transparência, de regulamentação e de prevenção de práticas lesivas ao pequeno investidor, regulando investidores, corretoras, bancos, empresas e etc.

E o futebol?

O objetivo de uma competição esportiva é a prática do esporte. Lógico que para isso é necessário que haja recursos para bancar os salários da turma que envolve o grupo de atletas. Porém, não se tem por objetivo, atualmente, a condição equânime da competição. Justamente nesse momento, a TV compra os direitos de transmissão PAGANDO DIRETAMENTE AOS CLUBES e em valores COMPLETAMENTE DIFERENTES. A justificativa? É o mercado!

Como mercado? Se a TV paga diferente, ela permite que os clubes se estruturem de forma diferente. E se ela paga mais pra um do que pra outro, ela entende que terá mais retorno com um do que com outro. Sendo assim, ela interfere na elaboração de tabelas e decide quem vai jogar domingo as 16 horas, domingo as 18 horas, sábado, quarta e quinta-feira. Decide também quem vai aparecer mais e quem vai aparecer menos. Isso influencia DIRETAMENTE na capacidade que os clubes possuem para captar mais patrocínios e, consequentemente, arrecadar mais dinheiro, além de formar mais torcida (que chamam de mercado).

Nesse cenário, há um conflito flagrante de interesse: a tv obviamente vai exibir MAIS aquele por quem ela pagou MAIS. Uma emissora de TV, nesse caso, está tendo influencia DIRETA nas possibilidades de sucesso do esporte. E está agindo conforme seus interesses. No mercado, de verdade, não o que somente serve de desculpa, vimos que o conflito de interesses deve ser eliminado. Já no futebol, o conflito de interesse é justificado como algo do “mercado”. O fato é que a emissora compra uma competição e não um clube. E dessa forma, para evitar esse conflito, não deveria interferir de forma alguma na tabela do campeonato. Chega ao cúmulo de, inclusive, ajudar na contratação de jogadores de um ou outro clube e participar ativamente dos projetos de marketing envolvidos.

A segregação de transmissão e de formação da tabela e dos jogos a serem exibidos É MAIS DO QUE NECESSÁRIA. É OBRIGATÓRIA. O produto é o campeonato, com uma tabela PREVIAMENTE DEFINIDA e com os jogos a serem exibidos previamente definidos. Isso que deve ser vendido. A negociação direta com os clubes é um acinte. É a formalização do conflito de interesses. Por tanto, atribuir diferença nas cotas de TV ao mercado é a coisa mais absurda que pode existir. Essa diferença não é fruto do mercado, mas sim da selvageria. Nunca ao mercado. Pois o mercado regulado não é assim.

A postura da emissora deveria primar pela ISENÇÃO e isso deveria ser contratual no caso de monopólio, sujeitando o infrator à possibilidade quebra de contrato. Inclusive seria muito interessante que a TV que transmitisse não pudesse sequer ter programas para comentar o campeonato. Essa atividade seria disponível para as outras emissoras, que não transmitem o campeonato. Se você transmite, não pode dar opinião. Ao contrário. Não se exige NENHUM compromisso da emissora com a seriedade. E a organização só é buscada se for conveniente. Qual seria a dificuldade de formação de uma tabela pré-definida? Não seria muito mais organizado do que ficar esperando resultados para ver quem vai ser transmitido e etc?

Os clubes não são empresas S/A. São entidades sem fins lucrativos. Como vamos falar de MERCADO nesse caso? A TV quer mercado. Mas o futebol, NÃO QUER MERCADO. QUER FUTEBOL. Ou então, é empresa. Se estamos falando de MERCADO, então que se criem os mecanismos de mercado.

Enfim, a reflexão está proposta.

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