Rodada 33 do Campeonato Brasileiro, com Bolão BBG a todo vapor (palpitem!), e o assunto já (e ainda) é a 34ª rodada, quando Vasco e Botafogo se enfrentam em local a ser definido hoje pela CBF.
Em condições normais, em um país normal, essa “polêmica” não teria sobrevida maior do que 30 segundos, uma vez que regulamentos são cumpridos. Mas como nossa realidade é outra, vamos a algumas considerações a respeito dos presidentes dos clubes, da CBF e do Campeonato Brasileiro.
Em primeiro lugar, o presidente do Vasco, Roberto Dinamite. Se fez qualquer tipo de acordo, assinado ou não, deveria se esforçar para cumpri-lo. Se o acordo foi jogar no Engenhão, jogue lá.
Assuma que prejudicou seu clube ao ceder seu mando de campo (coisa que o Vasco SEMPRE fez), e trabalhe para que se respeite o direito do clube nos próximos campeonatos. Aliás, antes dos outros, o próprio Vasco precisa respeitar seu patrimônio.
Presidente Maurício Assumpção, que merece elogios pela sua gestão. O Botafogo tem todo direito de lutar pelas questões que o envolvem. Porém, não pode se meter na contenda dos outros. Não cabe ao Botafogo opinar onde deve ser Vasco x Flamengo.
Se oferecerem isso para o Botafogo, obrigatoriamente o jogo com o Flamengo tem de ser lá também. Se não, é crise. Não há critério. Há a polêmica e é isso que eu peço. As pessoas têm de ser coerentes.
As pessoas têm de ser coerentes. Se obrigatoriamente o jogo com o Flamengo teria de ser também em São Januário, caso Vasco x Botafogo seja disputado no Engenhão, obrigatoriamente, Vasco x Flamengo teria que ser também no Engenhão. Se não, é crise. Ou não?
A CBF, por sua fez, não deve alterar o local do jogo, que agora tem que ser disputado no Engenhão.
A alteração do local da partida vai na contramão do artigo 14 do regulamento geral das competições
Ao contrário do que diz o Globo.com, não há uma brecha no parágrafo 2 do próprio artigo.
o prazo estabelecido não se aplica aos casos de modificações decorrentes de decisão judicial, ou de motivos de força maior quando óbvia e efetivamente reconhecidos como tal
Não há decisão judicial, nem motivos de força maior para que se altere a partida. Não há razão para se descumprir o regulamento.
O que a CBF deveria fazer, era demitir quem fez a tabela do Campeonato Brasileiro, que não levou aspectos óbvios de segurança em consideração. E que pode tornar, em outras situações, vários clássicos em meros amistosos, sem nenhuma motivação.
Por fim, o Campeonato Brasileiro. Se pretende ser mesmo por pontos corridos tem que cuidar para que times não vendam ou entreguem seus jogos. Deve-se criar mecanismos de prevenção e de punição.
Não é justo o Vasco disputar o título com o Corinthians, por exemplo, tendo 4 mandos de campo a menos que o clube o paulista. Esse tipo de escolha não pode estar ao alcance dos clubes.