Nada escrito sobre Fluminense 3×2 Santos por alguém que não se chamasse Douglas poderia aqui ser publicado. Aliás, em local futebolero algum que dê o devido respeito ao haterismo amador e autêntico, à despeito do profissional e pré-moldado haterismo iessipiênico de ocasião.
Por Douglas* (Bicuda FC)
O sujeito sai depois de afundar o time na competição mais importante do ano, não paga multa rescisória e, em retribuição, ajuda a avacalhar nacionalmente o nome da instituição. Tudo muito de acordo com a cartilha ética-futebolera propagada aos quatro cantos por Muricy Ramalho e ecoada com entusiasmo ímpar por seu seleto clube de puxa-sacos infiltrado na crônica esportiva.
Nem cabe aqui dar murro em ponta de faca e explicar o quanto a concepção de futebol muricyana é prejudicial ao jogo brasileiro.
Ou a falta de capacidade alheia para notar a sutil diferença entre retranquismo e defesa bem armada.
Ou como o fator sorte – esse tão desprestigiado atributo – é ignorado em certos currículos (“sem sorte, não se chupa nem um Chicabon” – como escreveu Nelson Rodrigues e confirmou Felipão).
Ou o relativismo canalha de quem tanto critica Dunga e Luxerley Wandeburgo, mas finge não ver a falta de educação e a arrogância escamoteada pelo novo midas do ludopédio tupiniquim.
Ou mesmo os momentos constrangedores de gente que solta pérolas do tipo “o treinador fulano DEU ao time um título“.
Márcio Rosário acaba com as pretensões de Muricy aos 50 do segundo tempo
Não, nada disso importa!
Afinal, não gostamos de futebol. Queremos é oba-oba e levantar caneco.
E foi a sensação de copear um mundial que invadiu a alma de cada tricolor após a cabeçada de Márcio Rosário estufar a rede santista, aos 50 minutos do segundo tempo.
Flu, líder isolado do segundo turno.
VTNC, Muricy!
Comemoremos, talvez seja o único título de 2011.
* Douglas é Muricy hater desde 2006.