Há quem esteja tratando a importante vitória do Botafogo sobre o Atlético-GO como uma exibição de gala do alvinegro, um verdadeiro baile.
Não sou um desses, apesar de reconhecer que o time jogou bem até a lesão do Somália. Depois que o Leão da defesa se machucou, o Dragão entrou como quis e como não quis na área botafoguense.
Joel resolveu surpreender todo mundo e entrou com Caio na lateral-direita, fazendo o que poderia pra não cair no mais-mais do Túlio Souza (que até entrou bem em outras oportunidades). Mas – frente à fragilidade do adversário – o Natalino preferiu escalar um time mais leve (dentro do limite que sua filosofia permite) chegando com mais eficiência na frente. O anteriormente conhecido CaiCaio surpreendeu: marcou muito bem no primeiro tempo e soube concluir em bela cabeçada o cruzamento do fundamental Marcelo Mattos ao final da etapa. O Botafogo precisa contratar esse cara em definitivo ao final do campeonato.
No segundo tempo, o Botafogo voltou realmente avassalador, com Jobson infernizando a defesa goiana (que bateu cabeça, é verdade) e ampliando logo no início. Para alegria dos 19.933 presentes (público pagante 17.118 / renda R$ 362.880,00), o ÍDOLO El Loco Abreu ainda guardou o seu, em cobrança de pênalti sofrido por Lúcio Flávio.
Tudo corria muito bem, até que num lance na entrada da área, o Usain Bolt levou a mão à coxa e caiu em campo. A partir daí, ACABOU a defesa alvinegra. Sem Somália, Caio voltou à direita porém desta vez não deu conta da dupla de atacantes ofensivos que Renê Simões muito inteligentemente colocou em campo. Sem o Chefe dos Pretinhos, Leandro Guerreiro não fazia mais a cobertura, partindo para o mano-a-mano sempre contra dois. Nessa hora o Dragão cresceu, enquanto a torcida não prestava muita atenção pois já/ainda comemorava o resultado.
Ou seja, tinha tudo pra dar galho…
Tá certo que o primeiro gol do time goiano foi uma tremenda sorte de quem chutou, pois desviou em Danny Morais e enganou Jefferson. Mas no segundo, não havia qualquer marcação para o chutaço do atacante atleticano bem como não havia mais qualquer tipo de marcação. O Dragão entrava como queria.
Se Renê tivesse mais 10 minutos de jogo, a coisa ia complicar.
Desta vez, no entanto, o relógio jogou a favor e impediu a máxima do ‘Tem coisas que só acontecem com o Botafogo‘ de se concretizar. Mas se eu fosse Joel, passava uma descompostura pela total desatenção que tomou conta da equipe após o terceiro gol. É o tipo da atitude que já nos custou muito caro em outras oportunidades. [Editado: Relaxamento e lesões chateiam Joel Santana em dia de vitória]
O Botafogo venceu, cumprindo sua OBRIGAÇÃO. É a #ArrancadaFinal, meu povo.
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Para alegria dos participantes do Bolão Blá Blá Gol e para apreensão do meu querido amigo Flávio, o Boca-de-Aratéia, informo a todos que me farei presente à Ressacada no domingo para o confronto contra o Avaí. O Orlando Scarpelli me credencia a tamanha ousadia.