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Futebol por torcedores sensatos (se é que isso existe)
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Victor Pimentel – Olhando a loja virtual do Fluminense, veja o que se encontra à venda: Kit Marcão.
Além do Marcão, outro jogador que aparece em produtos é Assis.
Faz sentido?
Victor Pimentel – Confirmado. Domingo em São Francisco, Niterói para ver Flamengo x Botafogo.
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Agora com imagem mais adequada
Rafael Bender – Ao final da 3ª rodada do estadual do RJ, temos um cenário interessante. O que aqui chamo de interessante, é a volta da normalidade. Ou seja, os 4 grandes fazendo o seu papel (com tropeços claro, se não, não seria futebol) e uma ou no máximo 2 surpresas. Dessa vez, essa surpresa é o América.
Chamo de normalidade pois o que aconteceu ano passado, foi fora de qualquer padrão no futebol carioca de uns 100 anos pra cá (100 mesmo, não estou usando a hipérbole como figura de linguagem). Já disse aqui mas vou repetir, das 8 vagas para as semi-finais dos turnos, apenas 1 (UMA!!!) foi conquistada por um grande clube em 2006. O que representa pouco mais de 10%. Completamente fora da realidade.
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Mas como só posso falar do que eu vi (Flamengo x Boa Vista e 2º tempo de Vasco x América), vamos aos fatos. O jogo de domingo não mostrou nada de diferente. O Flamengo foi amplamente superior ao Boa Vista (pra mim, não poderia ser diferente) e continua com a inoperância de sempre pra fazer gol. Por incrível que pareça Obina fez falta. Talvez o Souza ou Roni sejam melhores que ele, mas fora de forma (gordo) no futebol de hoje, nem Fenômeno.
Até agora tem dado certo. Mas se o Fla estivesse tropeçando, já viriam as críticas de que estão preocupados com a Libertadores. Particularmente, acho que o Fla só pegou baba até agora, e quando for jogar com time de verdade (e a 4 mil metros de altitude) vai sofrer. O próximo jogo contra o Botafogo será o primeiro teste de verdade.
O segundo tempo que vi ontem me surpreendeu. Se o América tivesse um pouco mais de qualidade o time do Ailton poderia aplicar uma goleada no Vasco. Foram muitos contra-ataques desperdiçados. O bom jogador Moraes levou um drible da vaca, deu fricote e logo depois foi expulso quando peitou o juiz. Romário (2º maior da história da pra mim) entrou e deixou o Vasco com menos 3 (2 expulsos e ele). Mesmo assim, o Vasco conseguiu diminuir.
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O Dunga levou a primeira chinelada. Felipão detona. Dunga tá na seleção pra promover a filha, que é estilista e faz ele usar aquelas coisas estranhas.
Victor Pimentel – Com as classificações de Santos e Paraná podemos considerar iniciada a temporada de futebol para o Brasil.
Apesar da mudança da regra, para evitar a final com dois times do mesmo país (pode ser que mesmo assim aconteça), os times brasileiros tem boas expectativas.
São Paulo e Inter tem a base muito forte do ano que passou. Estão sem dúvidas entre os favoritos.
O Santos tem o planejamento de Luxemburgo, inegavelmente um bom armador de times (embora nunca tenha tido sucesso em Libertadores).
Já o Grêmio, que reformulou com sucesso o time que subiu da Série B para a A, e agora reformulou para a Libertadores. Tudo sobre a tutela e planejamento do mesmo treinador.
Eu não acreditava, mas o Flamengo, com os pés no chão, usou o Brasileiro do ano passado para montar um time para a Libertadores desse ano, colocando fé em seu treinador. Inegavelmente o time entra bem mais preparado que na sua última Libertadores.
Ressalto que Santos, Grêmio e Flamengo começaram muito bem em seus estaduais. Parecem mesmo estar treinando com sparrings, e pegando ritmo, sem criar turbulências ou muitas dúvidas nos times. Conta a favor dos três.
Sobre o Paraná, eu não opino. Mas pelo segundo ano ele namorou com a Libertadores. E agora está nela. E se é o de menos camisa, ao menos não é time de Segunda Divisão, que já jogaram a Libertadores através do atalho que a enfraquecida Copa do Brasil permite (nada contra o Flamengo nela esse ano – mas Paulista e Santo André foram nessa onda).
6 times brasileiros na Primeira Divisão. Todos os 6 com boas perspectivas.
Tomara que isso eleve o nível das demais competições nacionais.
Victor Pimentel – Se ele ainda vai jogar bola, isso não dá para saber. Mas que ele vai vender, vai.
Ótimo negócio do Milan. Confiram no site
Rafael Bender – Perto aqui do trabalho, mais precisamente em baixo do Ed. Avenida Central situado no Largo da Carioca há uma loja “Fanáticos” que estava vendendo os ingressos para a primeira rodada do Estadual. Todos os dias e qualquer hora que eu passei por ali a fila quase dava a volta no prédio.
Não deu outra. 35 mil na rodada dupla e 30 mil pra ver Flamengo x Cabofriense. Não disse que só iria encher na semi-final ou final, eu disse que EU só iria em uma dessas ocasiões. Em tempo, a estréia que eu queria ir é a da Libertadores, mas essa será numa quarta-feira de cinzas, ou seja, improvável.
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Apesar de Flamengo e Vasco conseguirem os melhores resultados nas estréias, somente o Vasco e Fluminense tiveram o retorno dos reforços. O Tricolor como contratou melhor, se acertar com Carlos Alberto no meio e Alex Dias na frente, é sério candidato ao título.
No Vasco o grande reforço foi Josef Blatter. Graças a FIFA os vascaínos se livraram de Romário pelo menos até o meio do ano. E o time tem potencial, um meio de campo habilidoso com Moraes e Conga-la-conca, e bom ataque com o Leandro.
O Botafogo manteve os bons Zé Roberto e Lúcio Flávio, mas nunca vi uma dependência tão grande de um jogador. Se o Dodô fosse o Garrincha tudo bem, mas não é. De qualquer forma, os 2 botafoguenses que eu conheço estão esperançosos.
O Flamengo também se livrou bem de algumas malas, mas trouxe outras. Então os destaques da vitória de ontem foram os mesmos destaques do ano passado, como já previsto: Renato, “Áh Obina é melhor que o Nilmar”, Renato Augusto e os laterias.
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Toda essa empolgação continuará se os times responderem positivamente dentro de campo. Mas caso não ocorra, como no ano passado (pra quem não lembra, das 8 vagas nas semi-finais somando os 2 turnos, só 1 ficou com um dos 4 grandes), daqui a poucas rodadas podemos ter os jogos de grandes com seus 2 ou 3 mil pagantes.
Victor Pimentel – Platini acabou de ser eleito presidente da UEFA.
Por aqui ficam Ricardo Teixeira, Fabio Kopf, Eurico Miranda e cia.
Ao menos temos Bebeto de Freitas.
Victor Pimentel – O Estadual do Rio começou. Mesmo nos piores momentos, conseguiu atrair um bom público para seus jogos. Em regra, supera sempre o Campeonato Paulista.
O momento não é dos piores agora. E tem ainda um carro chefe. Flamengo na Libertadores.
Pois bem. O Flamengo estréia na quinta-feira. Na quarta-feira a fila para compra de ingressos no Centro da cidade era enorme.
Até onde sei, os ingressos terminaram (pelo menos os que poderiam ser comprados por vias normais, nas lojas autorizadas).
Isso tudo para ver o novo time do Flamengo, o time que vai jogar a Libertadores, estrear no Carioca contra a Cabofriense (é Bender, a torcida do Flamengo nem precisou esperar para ser semi-final para encher o Maracanã).
Acredito cada vez mais na estabilização do futebol no Brasil. Os times não perderão mais jogadores “insubstituíveis”.
Os grandes que forem bem administrados (é hora de começar a pensar profissionalmente) levarão vantagem.
São Paulo e Internacional estão alguns passos à frente dos demais. Mas nada muito distante, ainda mais levando em conta o potencial de um clube que vai lotar o Maracanã contra a Cabofriense para ver o time novo que disputará a Libertadores.
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Tuta marcou de novo pelo Grêmio.
Enquanto Tuta for artilheiro no Brasil, podemos ficar tranquilos. Os gringos não vão levar ningupem pra fora. Afinal, a lógica é simples. Se Tuta é artilheiro, os demais são piores que Tuta.
Victor Pimentel – Raramente usa-se CTRL-C CTRL-V no Blá blá Gol. Mas por se tratar de um assunto que está sendo discutido aqui, abrirei a exceção.
A “cópia” é feita do Blog de Juca Kfouri, que por sua vez copiou da “Folha de S. Paulo”, o que ele explicita em seu texto.
Mantenho a minha opinião que o Brasil não tem condições de sediar nenhum evento. Não há confiança na classe administradora do dinheiro público. Se não tem corrupção, tem incopetência, o que incapacita organização de eventos da mesma forma. (eu acredito no pior – têm os dois).
O texto CTRL-C CTRL-V segue abaixo, em negro.
Pan-2007: o escândalo anunciado
Não foi por falta de aviso, mas estamos de acordo que não há nada mais antipático do que o clássico “eu não falei?”.
Seja como for, o Pan-2007 já virou o escândalo que se previa.
E para não ser redundante nem chover no molhado, reproduzo, abaixo, o artigo de Mário Magalhães na quarta-feira passada na “Folha de S.Paulo” e o editorial do mesmo jornal, no último domingo, sobre o tema.
Aliás, tão estarrecedor quanto o tamanho do escândalo é o silêncio quase geral das TVs brasileiras sobre o assunto.
Ainda bem que, ao menos, a imprensa escrita em geral não adotou a mesma postura.
MÁRIO MAGALHÃES
Tape o nariz; o Pan vem aí
RIO DE JANEIRO – Os carnês do IPTU que começam a chegar aos lares cariocas exalam um odor que remete aos pedaços mais imundos da baía de Guanabara e às ondas prateadas de peixes mortos que encantam olhares e afugentam narizes da lagoa Rodrigo de Freitas.
Na capa do carnê, a Prefeitura do Rio escreve: “XV Jogos Pan-Americanos – Este investimento vale ouro para a cidade”. Na contracapa, promete: “Ganha a cidade, ganha o turismo, ganha você”.
Até agora, você perde.
E, é bom avisar logo, perdem não só os contribuintes locais mas também os do Estado e de todo o país. A conta os une em um imenso buraco cujo fundo se desconhece.
O comportamento dos governos coincide. Em 2003, o “Diário Oficial” do município anunciou que o estádio olímpico custaria R$ 60 milhões (30% a mais em valor atual) e ficaria pronto em 2004. Está em R$ 350 milhões e segue em obras.
A então governadora Rosinha Matheus cravou em 2005: a reforma do Maracanã para o Pan de julho de 2007 sairia por R$ 71 milhões. O orçamento deu um salto, triplo, para R$ 232 milhões.
Ainda no Ministério do Esporte, Agnello Queiroz apalavrou: o Complexo Esportivo de Deodoro exigiria R$ 45 milhões dos cofres federais. Já lhes subtrai R$ 94 milhões.
A gênese do rombo é um projeto que progrediu sem controle social.
Alardearam um legado de benefícios ao Rio; o legado pode ser a dívida. O único desagrado que se vê é o de quem não logra empurrar uma fatura para o colo -federal- alheio. O Ministério Público cala. E o jornalismo, em escala notável, se empenha em cobrar verbas quando os estouros configuram escândalos.
O Pan era uma grande idéia. Como às vezes nas belíssimas baía e lagoa, o que atrapalha é o mau cheiro.
EDITORIAL
Extorsão olímpica
NA PÁTRIA de chuteiras, sediar a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos é motivo de glória. À espera de um evento desse porte, o Brasil exercita-se nos Jogos Pan-Americanos. A justificativa para abrigar tais eventos costuma incluir, além dos brios nacionalistas, a noção de que revertem em investimentos duradouros para a cidade-sede e para o país.
Texto do repórter Mário Magalhães publicado na quarta-feira mostra que as coisas não são bem assim. Sucessivos estouros no orçamento do Pan, a realizar-se no Rio em julho, abalam a expectativa de que o cidadão será de algum modo recompensado.
Em 2003, a prefeitura anunciava a construção do estádio olímpico a ser usado na competição. Ele custaria R$ 60 milhões e ficaria pronto em 2004. Estamos em 2007 e ele segue em obras. Já consumiu R$ 350 milhões.
No âmbito estadual, a reforma do Maracanã, orçada em 2005 em R$ 71 milhões, já custou R$ 232 milhões. É dinheiro bastante para erguer estádios novos e moderníssimos. O de Leipzig, usado na Copa da Alemanha de 2006, saiu por R$ 244 milhões. O de Seogwipo (Coréia do Sul, 2002) ficou em R$ 203 milhões.
Em 2002, quando da candidatura do Rio, o Comitê Olímpico Brasileiro estimava o total de gastos em US$ 178 milhões (R$ 550 milhões à época), a maior parte bancados pela prefeitura. Cerca de 20% dos recursos viriam da iniciativa privada. Hoje é difícil precisar quanto o poder público -município, Estado e União- terá despendido ao final do evento. Os organizadores falam em R$ 3 bilhões: a metade vinda do governo federal (R$ 1,5 bilhão) e praticamente nada de empresas privadas.
Tais valores talvez se justificassem se, no cômputo geral, resultassem em ganhos consideráveis para a cidade. Não parece ser o caso. R$ 3 bilhões por um estádio, uma vila olímpica e mais algumas obras de menor impacto é um preço extorsivo pelo qual todos os brasileiros estão pagando.
A experiência do Rio recomenda às autoridades pensar várias vezes antes de seguir com a candidatura do Brasil para a Copa de 2014, cujas dimensões fariam a gastança com o Pan 2007 parecer um jogo de amadores.
Victor Pimentel – O valor dos ingressos dos jogos no Carioca já foi parar na justiça. Começaram a rolar liminares.
Qualquer que seja o valor final, dane-se. Fica claro que a bagunça impera.
Ir ao estádio, principalmente sendo ele o Maracanã, é i-n-s-u-b-s-t-i-t-u-í-v-e-l. Entretanto, começa a entrar para aqueles prazeres a serem apreciados com moderação.
O blogueiro que escreve, ir a um jogo quando estiver com saudades, e pronto. Está de bom tamanho.
Para os jogos usuais, acredite, terão uns 50 ao longo de 2007, o blogueiro recomenda o seguinte para quem não tem como ver o jogo na TV fechada em casa ou na casa de um camarada:
1) Jogos da TV aberta : ver em casa, custo – R$0,00 (alimentação e bebericação opcionais)
2) Jogo meio de semana à noite:
3) Sábado à tarde:
4) Domingo à tarde:
