Victor Pimentel – Mesmo que ruim tecnicamente, o campeonato consegue manter bons níveis de interesse para os times, incluindo os pequenos, devido a sua forma de disputa.

Emoção está intimamente associada com crueldade.

O Madureira, com a 2ª melhor campanha nos 2 turnos (perderia para o Botafogo apenas no saldo de gols) está fora do campeonato.

A final do 1º turno foi disputada por times do grupo A. O mesmo grupo teve melhor resultado na fase classificatória do 2º turno em pontos (59 x 47).

Mais uma crueldade com o Madureira. Caiu no grupo mais forte.

Mas nem tudo é desgraça para o time do artilheiro do campeonato Marcelo (13 gols). Essa posição deve garantir o time na Terceirona do Brasileiro e na Copa do Brasil 2008 (eu não li o regulamento, nem vou ler, mas acredito que seja assim).

E para um pouco mais de emoção para os pequenos, um deles decide a Taça Rio. Afinal, as semi-finais são Botafogo x Vasco e Volta Redonda x Cabofriense

Victor Pimentel – Há tempos o Estadual do Rio vem sendo chamado de “Me Engana Que Eu Gosto” (vale a ressalva que deveria ser usado ênclise).

Interessante, que passado o período de revolta pela crítica, dirigentes dos clubes do Rio de Janeiro passaram a incorporar a alcunha do Estadual em justificativas pelos erros de planejamento em início de temporada.

Justifica-se o melhor desempenho das equipes pequenas por uma falta de tempo de preparação das grandes (apesar de sempre fazerem umas duas pré-temporadas no início do ano) enquanto as equipes pequenas se preparam desde o ano anterior.

Equipes que por sinal, não conseguem fazer bonito nem na 3ª Divisão do Campeonato Brasileiro.

É curioso, que os mesmos dirigentes que fazem crer que o Estadual não é mais importante, demitem seus treinadores por maus resultados no mesmo Estadual.

Aceito que o Estadual de fato não é parâmetro para avaliar a alta qualidade do campeão. No entanto, avalia-se facilmente a falta de qualidade de um time grande, que jogando com equipes que deveriam estar abaixo da 3ª divisão nacional, é eliminada precocemente (embora eliminado “oficialmente” nesse domingo, o Flu já estava fora na prática desde a derrota do Madureira).

A anarquia impera no Fluminense.

Desde o início do ano, o Fluminense quer justificar o investimento em Carlos Alberto, jogador que saudades alguma deixou por onde passou (Porto e Corinthians), enquanto relega os dois jogadores que deveriam ter o maior crédito do clube: Cícero e Soares.

Cícero e Soares fizeram ótimo campeonato pelo Figueirense. São de fato bons jogadores.

O Cícero já jogou em tudo quanto é posição no Fluminense (hoje inclusive pegou de goleiro). Só joga na posição que se destacou no Figueirense quando Carlos Alberto não joga (curiosamente, quando aconteceram as vitórias do tricolor).

Cícero já jogou, pasmem, na posição de … Soares. Ora bolas. Se foram contratados como dupla, por terem se destacado como dupla, por que não jogam juntos no Fluminense?

Soares é constantemente questionado. É sempre sacado do time, e raramente joga com Cicero.

O caso Cicero/Soares exemplifica como as contratações do Fluminense foram feitas à bangu (nada à ver com o time de Moça Bonita).

Há quatro anos, por conta da Unimed, patrocinadora do clube, o Fluminense é o clube do Rio com maior poder de investimento. Esse momento não vem sendo aproveitado. Funcionou bem apenas em 2005 quando o clue foi bem.

Isso não vai acontecer, mas para quem já perdeu 3 temporadas inteiras trocando os pés pelas mãos, poderia perder um pouco mais de tempo e investir a médio prazo à partir do time que tem, visando a temporada seguinte. Experimentando quem realmente é aproveitável, discutindo quem deve ser trocado e trocando gradativamente.

Com trabalho bem feito, é possível que o resultado apareça antes até do planejado. Afinal, o time teria um rumo à seguir.

O exemplo a ser seguido é o São Paulo. O tricolor do Morumbi não ficou forte como está de um dia para o outro.

Foi um projeto de médio prazo. O São Paulo por volta de 2001 teve idéia fixa de retornar à Libertadores. Foi montando um time base e melhorando-o à medida das temporadas.

Em 2002 parecia pronto para tal objetivo, mas esbarrou no Santos iluminado de Diego e Robinho.

O Brasileiro de pontos corridos passou a ser o grande aliado de clubes que possuem planejamento de médios e longo prazos. Não há a oportunidade de um único acidente de percurso acabar com a temporada. Em 2003, o tricolor conseguiu sua vaga na Libertadores, entrando em outra fase de investimentos e planejamento. A nova meta era a conquista da Libertadores. Meta facilitada, por ser apenas um complemento da estrutura anterior.

Em todo caso, o São Paulo sabia que contava com capital próprio. Já o do Fluminense é um capital volúvel, sujeito às mudanças de humores do patrocinador. Mais um motivo para pôr a cabeça no lugar e parar de torrar sua oportunidade.

Algum arquiteto se habilita?

http://www.fcbstadium.com/esp/index.html

Victor Pimentel – Tem de ter algo a mais na cabeça que apenas futebol para fazer algo assim.

A Holanda de 74 não veio por acaso.

Precisava mesmo que Johan Cruijff fosse seu líder.

E há os que dizem que Zagallo foi um revolucionário, mudou as táticas do futebol, etc, etc e tal.

Quando alguém disser que Djalminha ou Marcelinho Carioca são marrentos cobrando penalty, mostre esse vídeo.

Victor Pimentel – Segue no blog a sugestão de leitura enviada por Fabinho: Heróis do Cimento de Hilton Matos.

Livro sobre torcedores no Maracanã (será que tem as emoções ou os maus bocados como levar 1 hora para sair do estádio no último Botafogo x Vasco?).

Contra-capa de Juca Kfouri.

Ela nunca tinha pisado no solo sagrado do Maracanã.

Estreou num dia de Fla-Flu.

Decisão do título carioca de 1995, aquele, do gol de Renato Gaúcho de barriga.

Ela nem viu, na verdade.

Porque o que acontecia no gramado não tinha a menor importância.

Ela estava extasiada com o espetáculo das arquibancadas.

Foi a primeira vez em que vi o que significava, literalmente, alguém ficar boquiaberto.

Ficou ao sair do elevador e entrar no corredor para a área das tribunas, ainda antes da borboleta.

Como eu sabia que alguma reação haveria, adiantei-me para poder voltar e vê-la de frente.

Boquiaberta.

Quando se deparou com a multidão, com as cores, com a cantoria, ficou paralisada.

E boquiaberta.

De queixo caído, vá lá.

Ela existe mesmo, se chama Leda e é minha mulher.

Poucas vezes antes eu a tinha visto daquele jeito, talvez diante da Guernica ou da Pietà.

E foi dessas reações absolutamente naturais que dão a dimensão do que é o torcedor, do que é um Fla-Flu, do que é o Maracanã lotado.

Interpretei, também, como uma homenagem ao meu ofício ou, ao menos, mais uma ficha que caía para compreender o tamanho da paixão.

Homenagem como esta, devida mesmo, que Hilton Mattos faz ao herói anônimo que é a razão de tudo e nem por isso recebe o tratamento que merece.

Mas Hilton tratou de lhe dar, com brilho, sua parte neste latifúndio.

O Flamengo venceu na Venezuela e se classificou.

Classificou-se como era esperado. Mas, e daí? Era esperado que os outros brasileiros se classificassem também e isso ainda não aconteceu.

É só ver que Grêmio e São Paulo estão em cima da risca.

Internacional nem se fala.

O Inter então, jogou fora hoje, dia de seu aniversário, a chance de ganhar tudo no ano. Já não vence mais o Gauchão. Perdeu para o Veranópolis.

Força total para não ser um campeão de Libertadores eliminado na 1ª fase.

Quem precisava fazer seu papel e cumpriu bem foi o São Paulo.

3×0 no Necaxa e volta da moral elevada no Morumbi.

Define a vaga no Morumbi e tem de lambuja um jogo em Lima contra o Alianza que não fez nenhum ponto sequer. O tricolor se classifica. Já o colorado…

O Fluminense bem que tentou, mas não conseguiu. Mesmo perdendo por 1×0 para o América de Natal no Maracanã, tomando pressão jogando com 11 contra 10, o time se classificou.

Enfrenta na próxima fase o Bahia. Resta saber o que os dois times vão aprontar na próxima fase, já que são os dois clubes grandes que passam por mais situações vexaminosas no Brasil nos últimos anos.

É impressionante como o Fluminense só perde e não consegue estar eliminado ainda de nenhuma competição.

Já o Vasco, segue sua cruzada de 1,5 milhões por mês abandonando a Copa do Brasil. O atalho para a Libertadores foi para o espaço em cobrança de falta aos 48 minutos do 2º tempo.

Cássio engoliu um frangaço aos 2 minutos de jogo para compensar o partidaço contra o Botafogo.

Gama classificado contra Figueirense.

Náutico, que ganhou a vice-liderança do Estadual de Pernambuco na Justiça pela “validação” do gol do Vera Cruz passou como quis pelo Papão da Curuzu. Payssandu foi para o saco.

O Timbu pega o Corinthians (a Copa do Brasil é uma mãe. Mais um time que passa vergonha classificado).

Atlético-MG devidamente recuperado passou pelo América do Rio (alguém mais acha estranho o América melhorar depois da morte do Caixa d’água?)

Outro confronto definido será Botafogo x Coritiba.

Victor Pimentel – O gol não marcado semana passada pelo Vera Cruz foi confirmado ontem pelo TJD-PE.

Alterou não só o resultado do jogo, como as posições na tabela.

Embora nada altere o título do Sport, tira o Central da 2ª posição.

Em Pernambuco, a 2ª posição leva à Copa do Brasil.

O Central vai recorrer ao STJD no Rio.

Foi para o espaço a autonomia do árbitro (por mais estúpida que seja). Teria sido aberto precedente para contestações de resultados no tribunal. O que a FIFA diz disso?

****

Hoje tem Vasco x Gama.

Até domingo, em Botafogo x Vasco, estava achando legal essa brincadeira de 1000 gols.

Mesmo sabendo que não eram 1000 gols à vera (são 9000, mas não 1000), valia ao menos por ver o empenho de Romário, que causava comoção na torcida do Vasco e em pequena parte de torcedores dos outros times.

Se a mídia e o Vasco exploravam o fato, Romário nada tinha com isso. Essas instituições estavam no papel delas. O Vasco como contratante de Romário, trata de promover o evento, vender camisas, procurar patrocínio, etc. Tudo como deve ser feito.

Só que para mim, a brincadeira acabou domingo, quando o time do vasco entrou com o patrocínio do BMG (banco do Valerioduto).

Não acabou pelo Vasco, ou até mesmo pelo patrocinador.

Terminou porque o Romário também entrou na brincadeira de tirar uma graninha com os tais “1000 gols”.

33% do patrocínio vai para o bolso do Baixinho, por ter ele arrumado o patrocínio, cujo mote é ser o “Banco dos Mil Gols”.

Bem que seu empenho pela “marca pessoal” gerou uma rendinha…

Victor Pimentel – O Corinthians é o Fluminense de São Paulo.

Já eliminado do Campeonato Paulista, o inevitável aconteceu. Caiu o arrogante Leão.

Junto com ele, deve ocorrer o desmanche da equipe (sic).

Pensando bem, a vida do Corinthians pode piorar. Ninguém sabe que time Renato Duprat (aquele da Unicór que quase quebrou o Santos) vai montar, e nem com que técnico.

Como o Flu é o Corinthians do Rio, a vida do tricolor também pode piorar. Pois além de perder os jogos, o Fluminense pode ter que engolir a empáfia do Leão, que negou negociação com o Fluminense, embora “conheça o patrocinador”.