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Artigos sobre ‘Libertadores 2011’

Fluminense 3×2 América-MEX: A física explica

March 24th, 2011 | 28 Comments | Filed in Fluminense, Libertadores 2011

Quando Deco transformava apatia em apreensão, Souza já vinha fazendo ótima partida perseguindo a bola para roubá-la e armando o Fluminense próximo a área mexicana como o time ficou antes e após o gol onde Berna aprendeu conceitos de conservação de energia de colisão elástica.

Salto de Berna – h = 2,0m

Mbola ~ 0,45kg

MTerra ~ 6 x 1023 kg

VTerra = 0 m/s

tempo de queda t ==> h = h0 + v0t + gt2/2  ===> t = (2(h-h0)/g)1/2 ===> t = 0,64m/s

Vbola = gt = 6,3m/s

Pela conservação de momento: MbolaVbola + MTerraVTerra = MbolaVFbola + MTerraVFTerra

Como as massas não se alteraram e VTerra = VFTerra, logo, Vbola = VFbola

Energia Cinética da bola na colisão = (1/2)MbolaVbola2 = (1/2) x 0,45kg x (6,3m/s)2 = 0,089J

Desta forma, a velocidade final da bola só poderia ir a zero caso a mão de Berna fosse segura o suficiente para absorver 0,089J, o que comprovamos empiricamente não aconteceu.

Como em uma Libertadores passada o Fluminense empatou logo em seguida com Gum marcando e vibrando como em uma Sulamericana passada.

O Fluminense com Emerson/He-Man, Fred, Diguinho, Deco, Conca e Souza atacava e jogava bem. Consideravelmente melhor que o América que parecia o Fluminense no México quando Ricardo Berna aprendeu o conceito de parábola. Era hora do silêncio e apatia na arquibancada do Engenhão. Souza, Conca e Deco armavam bem o time para ninguém já que Fred e Emerson não davam vazão.

Sem um lateral, sem dois. Enderson Moreira trocou um irritante Julio Cesar por Araujo buscando o ataque pela ponta esquerda tal qual Euller nos bons tempos do Palmeiras de Felipão. Próximo da área e recebendo bola de um exausto mas consciente Souza, Deco levava perigo e a bola na cabeça de Araujo trazendo esperança e apreensão pelo tempo útil para a virada, que acabou vindo no único momento em que o Tricolor se desesperou e foi na base do chutão. Por sorte o abafa casual resultou em gol, virando a maré de quem levou gols que somente a física e a matemática explicam.

Laboratório de colisões elásticas

A forma épica como o Fluminense, que jogou com técnica ainda que a emoção tenha prevalecido, conseguiu o resultado servirá para abafar os ecos da crise nas Laranjeiras. Se tiver alguém malandro nas Laranjeiras a equipe fica blindada até a partida contra o Nacional. Desmerecer o clássico contra o Vasco pode ser uma estratégia nesse fim.

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Sócio-Cambista Tricolor

March 23rd, 2011 | 6 Comments | Filed in Fluminense, Libertadores 2011

Fluminense encara o América mexicano hoje pela Libertadores sem maiores preocupações de sua diretoria que prefere aguardar 2 meses pelo técnico. Até lá, vai de interino mesmo.

Guerreiro Tricolor chamando amigo para ver o jogo

A diretoria do Fluminense deve entender que a classificação para as oitavas da Libertadores são favas contadas ou abandonou de vez a competição.

A realidade não é essa, e nem parece a percepção da diretoria que convoca a torcida para  a partida. Convoca e faz promoção com a grana de seus sócios-torcedores.

Na prática, o Fluminense desvalorizou meu ingresso garantido com bastante antecedência pela metade. Se fosse para levar alguém, eu poderia ir na bilheteria e comprar o ingresso. Dimensionaram mal os valores para uma desinteressante fase de grupos e agora correm atrás do prejuízo técnico que a ausência de torcida causa ao time (prejuízo fácil de ser previsto)

O Fluminense valorizou a competição ao elevar os preços dos ingressos. Não é intenção deste tópico discutir o acerto ou não da atitude e nem seus porquês, porém, cabe levantar que os preços mais elevados nas fases iniciais podem afastar a torcida do estádio.

O Fluminense para o América do México, transformou seu pacote de Guerreiros Tricolores em Cambistas Tricolores. Alguém topa me acompanhar no jogo (qualquer dois reau tá valendo).

Fui.

PS: Quem será que o 00001-1 irá levar de acompanhante?

PS2: O Ombudsman oficioso queria escrachar mais ainda colocando o ingresso na bilheteria por R$40,00.

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Gilson Kleina: um treinador em franca ascensão

March 21st, 2011 | 42 Comments | Filed in Campeonato Carioca 2011, Fluminense, Libertadores 2011

Dr. Bruno, tricolor, atualmente trabalhando com o Boavista já acompanhou de perto o trabalho de Gilson Kleina no Duque de Caxias em empreitadas bem sucedidas.

Boa noite Victor!

Me ligaram hoje informando que o Gilson era o novo treinador do Flu. Como já trabalhei com ele em 2009 e 2010, me perguntaram o que eu achava.
Acho excelente a contratação do Fluminense e tem tudo para dar certo.
Conheci o Gilson na segunda metade da Série B de 2009 e fez no Duque um trabalho muito bom.
Em 2010 quando o time chegou na lanterna ele foi chamado. Na “parada” da Copa ele veio e fez um trabalho novamente muito bom e por muitas rodadas estivemos com chances reais de ir para a série A do Brasileiro.
É um treinador competente, que trabalha duro e é corajoso. Além de estar em franca ascensão.
Que o Flu o valorize e forneça boas condições de trabalho.

Abç
Bruno

Com Fred na palma da mão

Os resultados recentes com o cumprimento das expectativas com louvor corroboram com o comentário do Dr. Bruno. De minha parte resta observar à partir de quarta-feira os passos do novo treinador do Fluminense, embora confesse com uma dose de preconceito, já influenciado pela recomendação acima transcrita.

Especula-se que Gilson tenha sido contratado como interino ao ligarem os pontos de que o Flu queria Abel, Abel tem contrato vigente e Gilson já fora preparador físico com Abel.

Prefiro especular no outro sentido ligando os pontos passados pelo Dr. Bruno: É um treinador competente, que trabalha duro e é corajoso. Além de estar em franca ascensão.

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Colo Colo 3×2 Santos: porrada e futebol

March 17th, 2011 | 47 Comments | Filed in Libertadores 2011, Santos

O que jogou de bola o Colo-Colo, bateu também.

Paulo Henrique Ganso - Colo Colo-CHI 3 X 2 Santos FC - Copa Libertadores da América

Mas nada de causar raiva uma vez que à medida que os chilenos batiam, os cartões iam sendo aplicados. A troca da marcação forte por cartões era justa e o jogo bom de se ver, afinal o ônus do risco corrido não era gratuito. Junto dos cartões com a rispidez da marcação, vinha a intimidação aos santistas e principalmente os contra-ataques de fato, velocíssimos como pode ser didaticamente observado no 2º gol chileno.

Paredes jogou muita bola e foi peça fundamental nessa arriscada jornada chilena ao municiar velozmente seu time no sentido do gol, e claro, com a consciência com que fez o primeiro gol.

O Santos se refez no 2º tempo sem que fosse suficiente para empatar. Observou-se que Neymar e Ganso não afinaram com a pressão do Colo-Colo, tanto que jogaram bem, especialmente Neymar fazendo que Castillo que poderia ser motivo da derrocada chilena se destacasse na partida. Todavia, aquém de Paredes que foi Ganso e Neymar na arriscada (e bem sucedida) estratégia do Colo-Colo.

 

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Classificação garantida ou seu dinheiro de volta

March 17th, 2011 | 72 Comments | Filed in Cruzeiro, Libertadores 2011

O Cruzeiro foi Cruzeiro. Mais uma vez, em casa, não deu margem pra dúvidas e cravou outra goleada pela Libertadores. Não que o Tolima fosse a última bolacha do pacote. Bom, pra alguns pode até ser, mas o Cruzeiro fez sua obrigação e agora vai firme em busca do primeiro lugar geral, o que pode ser um bom fator na hora do mata-mata.

O único problema da campanha azul é que são tantos gols que fico sem espaço pra mandar minhas piadinhas de caráter duvidoso.

O “Pode” tem sua razão de existir porque ser primeiro na classificação geral não é garantia de nada. Quando o Cruzeiro jogou o primeiro jogo em casa, passou, mas quando teve que decidir em casa, sofreu, como na final de 2009 e nas quartas-de-final de 2010.

Ainda assim, o Cruzeiro tem jogado o melhor futebol dessa Libertadores. Com 15 gols marcados em 4 jogos e apenas 1 sofrido, mantém um bom saldo e assusta os concorrentes. Ontem, contra o Tolima, o time começou marcando em cima da saída de bola e marcou seu gol logo aos 3 minutos com Montillo, sempre ele, soltando uma bomba de perna esquerda e guardando no ângulo do goleiro Tony Silva. Com o placar a seu favor, o Cruzeiro foi dominando a partida com toque de bola, esperando o Tolima errar e, por vezes, explorando o contra-ataque. Mas quem tem Dabliupê sofre, meus amigos. O camisa 9 azul se especializou em fazer faltas. Muitas delas. Eu já sou da opinião, tem algum tempo, de que o Parede jogaria bem de volante, mas do time adversário. Como centro-avante, não dá.

W. Parede, aliviando a zaga...deles.

W. Parede, aliviando a zaga...deles.

Em virtude da inoperância do 9, o Cruzeiro sofreu um pouco. Nada que um São Fábio não evitasse uma hora ou outra do jogo, mas sofrer com o Tolima é pra preocupar. Principalmente porque nessa temporada que começa, o grande problema Azul é a lateral-esquerda. A avenida Diego Renan tem sido um pesadelo, principalmente, porque sem 3 volantes, aquele setor fica mais fragilizado. É um dos custos de se manter Roger na meia-cancha. Roger, aliás, que ontem foi o melhor do jogo, em minha opinião, juntamente com Montillo, o que já não é novidade.

Logo quando o Cruzeiro mais precisava, o “Galera” deu belo passe em profundidade pra Wallyson, que conta com a falha de Marrugo, limpa o goleiro e toca pro gol. Cruzeiro 2×0 com o Wallyshow fazendo seu 5º gol em 4 jogos nessa edição da intercontinental. O Cruzeiro terminava o primeiro tempo na frente, com uma boa vantagem, mas o show viria no 2º tempo.

E voltou melhor, mais uma vez apertando a marcação e pressionando os colombianos. Dabliupê se doava (pelo menos, disposição ele tem), Wallyson corria como um louco, Montillo, Roger e Henrique dominavam o meio-campo. O “Maestro” Paraná, em noite pouco inspirada, apenas marcava e protegia o lado esquerdo. E aos 17′, os papéis do segundo gol inverteram-se. Linda jogada de Montillo que lançou Wallyson na ponta direita. O talismã levantou a cabeça, chamou alguém, rolou pra Roger que, com um drible de corpo, abriu espaço pra colocar a bola no canto com extrema categoria. 3×0, homenagem pra mãe e jogo definido. Ou não. Porque 5 minutos depois, numa infelicidade geral da zaga, o Tolima diminuiu com Marrugo. Gil errou, Victorino escorregou e São Fábio foi só um bom goleiro, no lance. Apreensão…

…que não durou 3 minutos, quando Wallyson sofreu pênalti que Roger cobrou com maestria. Começaram as substituições e T. Ribeiro e Gilberto mostraram a que vieram. Detalhe que, ao substituir W. Parede, até o time bateu palmas, coisa que raramente eu vi. Gilberto com belo gol, após troca de passe com Roger, em chute no canto direito e T. Ribeiro com outro belo gol, fecharam mais uma noite de belo futebol.

Coletivamente perfeito.

Coletivamente perfeito.

No tal Grupo da Morte, é o time Azul-Penta-Estrelado quem dá as cartas. E põe medo no resto. O que é importante, porque o Cruzeiro fecha a 2ª fase com dois jogos fora de casa e, com o saldo de gols, está praticamente classificado (sem ter que se preocupar em devolver o dinheiro), a não ser que ocorra uma catástrofe sem precedentes. Mentira, outras já ocorreram.

Pra quem gosta de futebol bem jogado, ver o Cruzeiro é um prazer. Pro torcedor, além de tudo, é um orgulho. E uma esperança. Eu diria que, com um camisa 9 de respeito, dá pra ser campeão de tudo. Tudo mesmo. Até da Champions League, se deixarem. Rá!*

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Ataquem até o fim

March 3rd, 2011 | 46 Comments | Filed in Fluminense, Libertadores 2011

Mesmo com a herança dos péssimos resultados em casa, Muricy optou pela arriscada estratégia de jogar por um empate e seu time foi bem, foi bem dentro do esquema adotado.

Ficou naquele chove não molha buscando contra-ataques sem atacantes e entregando a bola ao América que pressionava sem fustigar, mas atacava. Melhores chances dos mexicanos vinham de bizonhices de Leandro Euzébio marcando que só conseguiu ser melhor que Leandro Euzébio deixando de marcar.

Diguinho se equiparou ao zagueiro em ruindade, Conca não estreou e foi substituído escrotamente quando já não era mais para ter sido sacado. De resto, qualquer jogador que não atenda pela alcunha de Ricardo Berna jogou algo para ser destacado. Cada excelente partida que faz Berna, mantendo o padrão de 2010, é uma alfinetada no vudu de quem colocou Cavalieri para agarrar contra o Argentino Juniors.

Inspiração de toda uma geração

A sui generis condição do Fluminense acaba por ser confortável para o time. Não há mais desgaste em escolher a melhor estratégia, ponderar fator casa ou entender o adversário. Ao Tricolor resta brigar por 9 em 9 pontos (matematicamente classifica a equipe).

Não há como haver dissimulação. O Fluminense terá de jogar para ganhar, e terá de atacar não importa com que atacantes. Seja com os que andam roendo o osso dentro de campo, seja com as estrelas que não entram em campo ou seja com o inexplicável Araujo, jogador que foi um parto para contratar e é usado no alvorecer das partidas sempre sendo mais útil no pouco tempo em campo que os substituídos.

****

Fluminense chegará na próxima rodada com vida no Engenhão. Naturalmente o apelo para o jogo será a lembrança do quase rebaixamento de 2009. Todavia, torço desesperadamente que o Fluminense consiga convencer seus torcedores a apoiar a equipe, pagando os preços de bilheteria definidos antes da comercialização do pacote Guerreiro Tricolor que eu adquiri.

Eu não me sinto ofendido ou lesado pelo time ir mal ou eventualmente ser eliminado. É um risco inerente ao esporte e à fórmula de disputa do campeonato absolutamente calculável. Entretanto, espero não correr o risco de pagar mais caro por ter comprado antecipadamente os ingressos.

Não fodam com a vida de quem comprou esta merda

Há esperanças ao Fluminense na Libertadores?
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“Mexe nessa porra, Muricy!”

February 24th, 2011 | 54 Comments | Filed in Fluminense, Libertadores 2011

– Vambora, Ô viado!

Frase que foi gritada de um recôndito da arquibancada para Ricardo Berna mas poderia ter sido gritada para qualquer tricolor no primeiro tempo.

– Levanta logo, Diguinho filho da puta

Nada acontecia e o modorrento Fluminense com sua tática que transformaria um Celso Roth em Telê Santana irritava a torcida que ainda tem um pingo de decência na cara e xinga os jogadores de sanguesugagem.

– Chuta Marquinho. Chuta desgraçado!

Muricy surpreendeu o Nacional entrando com 49 zagueiros e um atacante para jogar contra uma equipe postada com 18 homens atrás da linha da bola. Marquinho sem traquejo algum ainda começou ao lado de Rafael Moura, mas logo abandonou o posto onde nunca se sentiu à vontade.

– Putaquiulpariuuuul Valência…

Surpreso deve ter continuado o treinador uruguaio ao ver Muricy voltar para o 2º tempo facilitando sua vida com a mesma porcaria de time e com um Carlinhos ainda mais dispersivo tirando do sério tanto a torcida que tem um pingo de decência na cara quanto a torcida neo-argentina que quer ficar cantando enquanto a bosta do time faz bostice em campo.

– Acorda Carlinhos! Corre safado!

Nesse mar de ruindade, Mariano tentava jogar bola e Digão salvava-se por não fazer cagada. Talvez por isso tenha sido premiado em ser substituído para que a dupra Gum e Leandro Euzébio ficasse em campo.

Marquem, seus merdas!

– Caralho, Gum!
– CA-RA-LHO, LEANDRO EUZÉBIO!

Ao sair Digão e outras duas nulidades atendendo pelos nomes de Marquinho e Valência, foi jogada na lata de lixo a chance de substituir Conca. Dario não tinha condições físicas e técnicas de permanecer em campo. Não participou do jogo e quando o fez, atrapalhou. Muricy expos o argentino ao ridículo por 90 minutos sem dó nem piedade.

– Muricy, pede pra sair!

Xingamentos ao técnico não chegaram a ecoar, talvez porque não tivesse havido tempo para a torcida ouvir a coletiva pelo rádio onde Muricy disse que o Fluminense já parecia um time.

Nesses 10 jogos não conseguir o resultado é o que me incomoda. O posicionamento já está melhor, estamos em cima dos adversários, mais organizados e com cara de time.

O time precisando da vitória dentro de casa fez o serviço para o adversário ao jogar com seus 49 zagueiros (e ainda assim fazerem cagada). A bola ficou todo o tempo com o Fluminense, contudo, poderia estar eu jogando no gol do Nacional que o resultado seria 0x0 tamanha volúpia ofensiva do Tricolor.

Pensa, Muricy, pensa.

Muricy entende que o time pode melhorar fora de casa. Eu também, porque piorar não dá. Entretanto, o técnico conta que a facilidade advém da necessidade do adversário ter de sair para o jogo.

Não contaria com isso. Ainda mais que os adversários serão sabedores que o Fluminense também precisará da vitória. Por que não esperar já que o Tricolor não sabe jogar contra times assim?

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As aparências enganam

February 23rd, 2011 | 23 Comments | Filed in Cruzeiro, Libertadores 2011

Os mais incautos pensariam: “pô, mas 4×0 no Guarani-PAR era de se esperar, não? Ainda mais depois de 5×0 no Estudiantes?”

Bom, apesar de eu achar que uma goleada como essa do Estudiantes na primeira rodada deixa uma certa pressãozinha em cima do time, quem conhece os meandros da Libertadores sabia que o jogo contra o Guarani não seria a coisa mais fácil do Mundo.

Primeiro porque, apesar de ter parecido na estreia, o Cruzeiro não é um time como o Barcelona que não tem problemas com times que o atacam nem com times que só se defendem (com exceção daqueles armados por José Mourinho).  E o Guarani veio com uma formação pesada de 8 jogadores sempre atrás da linha da bola, compactos e sem dar muito espaço nos arredores da área.

Junte-se a isso, o fato de que o Cruzeiro não fez um bom primeiro tempo. Sem conseguir fazer jogadas de ultrapassagem pelas laterais, já ia ficando difícil. Com Diego Renan não podendo subir muito para que não fosse explorado o contra-ataque pelo seu lado, complicou ainda mais. Tabelar pelo meio com W. Parede? A-hã, Claudia. E, por fim, Henrique numa noite da mais completa distância do jogo, errando passes bobos como se houvesse algum problema intestinal.

O Cruzeiro tocava a bola no meio-campo, tentava suas estocadas sem sucesso, tomou uma bola na trave num contra-ataque do Guarani e, quando parecia se complicar, brilhou a estrela de Wallyson. Bate-rebate na área, a bola sobra e, de primeira, o camisa 16 marca um belo gol pra dar aquela desafogada. Cruzeiro 1×0 e a esperança de um jogo mais aberto, que favoreceria o Cruzeiro, aumenta.

W. Parede, especialista em comemorar gols alheios.

W. Parede, especialista em comemorar gols alheios.

Mas não foi o que aconteceu. O Guarani tinha ido a Sete Lagoas pra perder de pouco e, se possível, conseguir um golzinho. Se fechou ainda mais. O segundo tempo começou e Fábio só foi aparecer por volta dos 40 minutos de jogo. Mas Wallyson mostrou a que veio muito antes. Aos 18 minutos, Montillo cobra escanteio, a bola rebate e sobra pro Ardilla dominar e dar um lindo passe diagonal para Wallyson marcar seu 5º gol em 6 jogos nessa temporada. Bons números que fazem T. Ribeiro e, principalmente, W. Parede, abrirem o olho. Nisso, o Cruzeiro matou o jogo.

Restou a Cuca, fazer modificações pra dar confiança pra alguns jogadores proteger outros. Entraram T. Ribeiro, “El Tecla” Farías e Dudu pra saídas de Roger, Parede e Wallyson. E o banco do Cruzeiro também mostrou que tava afim de jogo. Aos 41′, Montillo deu lindo passe de primeira e trivela para Dudu avançar pela direita, chutar meio-errado e  a bola sobrar para Farías fazer um gol de centro-avante (ABRE O OLHO, PAREDE!). Logo depois, aos 43′, T. Ribeiro, em sua especialidade, dominou a bola na ponta esquerda, levou pro centro e soltou um tijolo que morreu no fundo do gol Aurrecochea (ídolo e vocês já saberão porque). Pra quem não viu o jogo, o 4×0 parece ter sido tranquilo, mas os dois primeiros gols saíram em horas importantes e descomplicaram a vida do Azul.

Chinelinho's Master tem jogado muito bem.

Chinelinho's Master tem jogado muito bem.

Além disso, Cuca foi feliz, mais uma vez, na escalação e nas substituições. Roger esteve bem, Montillo foi o craque de sempre, Victorino fez outra partida soberba (e, nas palavras de Giselle – a Sempre Presente – impressiona como ele não dá chutão e esbanja tanta tranquilidade que transmite ATÉ pro Gil”), Dudu, Farías e T. Ribeiro apareceram bem.

Enfim, bom resultado que deixa o Cruzeiro na liderança do Grupo 7 com 6 pontos, com Tolima na vice com 3 e Estudiantes e Guarani sem nenhum. O Estudiantes pega hoje o Tolima (alô Coringão, aquele abraço!) e tem obrigação de vencer.

O Cruzeiro assiste de camarote, deve ter time mesclado pro Mineiro e mostra que está melhor do que parece pra Libertadores. Mas o jogo de ontem abriu alguns olhos o que, de certa forma, fez muito bem.

*****

Aos poucos a nova farda azul-penta-estrelada vai me conquistando. Agora eu já sei que, se não houvesse o patrocínio, eu a compraria.

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Uma pergunta que me faço: onde está Ortigoza? Dizem que o cara é bom, mas seria ideal que ele entrasse e começasse a ganhar ritmo.

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Alô, Perrella, não vai me soltar que o ataque do Cruzeiro é ótimo e que desistiu de contratar um camisa 9 de qualidade! Com Parede tá difícil.

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Walter Montillo Produções apresenta: Um show do melhor meio-campo do Brasil

February 18th, 2011 | 18 Comments | Filed in Cruzeiro, Libertadores 2011

Tarda, mas não falha. Depois de dois dias sem sossego no trabalho, acabei de comer um “sanduíche natural de fast food” e ganhei um tempo pra falar sobre uma Página Heróica Imortal.

Depois da tragédia de julho de 2009 (ou “O Dia em Que A Terra Parou”, estrelando Verón, Gatita Fernández e 65 mil almas perdidas), o Cruzeiro enfrentou seu algoz na estreia da Libertadores/2011. Clima de tensão no ar, também em virtude da derrota pro Galo no fim de semana, uma raiva incontida de um certo careca e a esperança de que, alguma coisa dessa vez, fosse diferente. Enfim, clima total de competição continental.

Mas, na Arena do Jacaré, dessa vez tudo foi diferente. Não é necessário nem marcar os jogadores que se destacaram. Poucas vezes vi uma atuação coletiva tão perfeita. Todos jogaram muito. Muito mesmo. O Cruzeiro inteiro foi AZUL! Desde o técnico Cuca até a torcida já que, em virtude de (mais uma) punição a duas das torcidas do Cruzeiro, praticamente não havia bateria nas arquibancadas. Só gogó. Fiquei junto à TFC (aquele abraço!!!) que aprontou um inferno atrás de Orión (“TU ÉS UN MARICÓN!”). E foi debaixo de uma vaia absurda que os “Pinchas” entraram em campo. Já quando apareceu o Azul, o Mundo (ainda que pequeno e espremido no pequeno estádio) veio abaixo. Escalação cantada pela torcida (com o Xerife Victorino na zaga, a surpresa de Gilberto na lateral-esquerda para Roger “Chinelinho” Flores ajudar no mezzo, além de Wallyson no ataque no lugar de T. Ribeiro, que vinha jogando abaixo da crítica), a calmaria que precede a tempestade e o apito do árbitro para o começo do jogo.

E, cinquenta segundos depois, um chute, uma bola desviada, mais um pouco de tensão e a explosão. Depois de boa jogada pela esquerda com Roger e W. Parede, Wallyson bateu, a bola pegou no calcanhar do zagueiro argentino e encobriu Orión (“TU ÉS UN MARICÓN!”) abrindo o placar pro Cruzeiro. Mas o time de La Plata é inteligente como seu astro-mór. Ainda conseguiu tocar bem a bola no campo de ataque do Cruzeiro, com calma, sem pressa, esperando pra dar o bote na hora certa. Aos 8 minutos, São Fábio saiu atabalhoadamente do gol, tirou a bola que sobrou pra “La Brujita” quase marcar um golaço, que foi aliviado pela zaga celeste.

A torcida não parava, apoiava desimboladamente e o melhor meio-campo do Brasil resolveu aparecer. Com a volta de “Maestro” Paraná (relembrando as atuações de 2009) pra dar proteção, Henrique jogando o fino da bola e Roger e Montillo esmirilhando, ficou muito fácil. O 2º gol nasceu num contra-ataque em que Montillo recebeu na lateral, deu um drible desmoralizante em outro argentino, lançou Roger que chamou a Bruxa pra dançar, levou pra direita e chutou no cantinho de  Orión (“TU ÉS UN MARICÓN!”), marcando um golaço, mandando beijinho pra Débora (ele não podia ter mexido com minhas gavetas, mas o gol merece) e saindo pro abraço.

O show não parava e em outra jogada que começou com lançamento primoroso de Victorino para um passe genial de Henrique, Roger avançou pela esquerda, centrou rasteiro e Montillo dominou driblando o goleiro e marcou o 3º. Craque absoluto. Quando sofre com a marcação de 8 jogadores, fica complicado, mas se tiver um pouco de espaço (no que Roger ajudou demais), apronta o que aprontou.

Antes do fim do 1º tempo, Roger ainda desmoralizou mais um zagueiro com um lindo chapéu. E deixou a torcida sabendo que aquele tinha sido um dos melhores 45 minutos dos últimos tempos.

Veio o segundo tempo, o Cruzeiro administrava, o Estudiantes tentava desesperadamente, tomava o contra-ataque e sofria um gol que merece placa. Montillo acerta um sem pulo de extrema felicidade, conta com a falha de Orión (“TU ÉS UN MARICÓN!”) e faz o quarto, lavando a alma azul.

Mais administração, mas sem sofrer perigo, algumas substituições (W. Parede deu lugar a T. Ribeiro, Gilberto saiu muito aplaudido pra entrada de D. Renan e Roger saiu ovacionado pra entrada de Dudu) e o 5º gol. Em contra-ataque puxado por Montillo, Dudu recebeu, lançou T. Ribeiro que cruzou pra bagunça, onde Wallyson completou de peito. Mão cheia (alô, Verón, aquele abraço) e a maldição da camisa do Galo pegou de vez.

Verón que sentiu a fúria da torcida azul. Era só ir bater um escanteio que tomava um banho de…bom, vocês podem imaginar do que.

Por mais que eu fale tudo isso, não tem como expressar a forma de jogo do Cruzeiro nesse jogo. Eu, apesar de achar que isso não vai acontecer, aconselho a assistir o jogo inteiro, pra quem ainda não viu.

De qualquer forma, os melhores momentos tão aí. Futebol bonito é bom de se ver, independente de quem apresentou. O Cruzeiro ganha moral pra disputa da Libertadores e eu senti pena do Verón. MENTIRA!

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O que tem o Grêmio para a Libertadores

February 16th, 2011 | 21 Comments | Filed in Grêmio, Libertadores 2011

Por Paulo Sanchotene, Mundo Esportivo – Clássicos – Gre-Nal

Por que ter esperanças?

Estádio Olímpico: O Olímpico, em si, como a grande maioria dos grandees estádios brasileiros, é absolutamente neutro. A diferença não é o efeito que causa no adversário, mas no próprio time do Grêmio. Os jogadores passam a achar que podem ganhar de qualquer um. E naquele típico “dilema Tostines”, fica difícil saber se é o time que levanta a torcida, ou se é a torcida que carrega o time. Mas os dois juntos vão no embalo, e é dificil segurar. Ademais, o estádio estará lotado.

O que pode impulsionar o Grêmio

Mentalidade: O grupo está embebido em Renato. Isso significa que “‘tá todo mundo se achando”! Esqueceram de avisar os jogadores do Grêmio que eles são ruins, que o elenco é limitado, que eles estão abaixo do nível dos times realmente favoritos para a Copa. Eles têm a mais absoluta certeza que nasceram para serem campeões da América, que são imortais e que a camisa do Grêmio é “feiticeira”. E farão de tudo para mostrar ao Mundo que certos estão eles.

Fase de Grupos: O sorteio foi muito favorável ao Grêmio. Não que os adversários sejam aquele “mamão-com-açucar”, será difícil jogar fora seja em Huánuco (o mais fraco dos oponentes), em Santa Cruz de la Sierra (caldeirão, torcida apaixonada) e em Barranquilla (longe, quente e úmido), mas poderia ter sido muito pior. Uma boa campanha nessa fase pode aumentar ainda mais o moral do grupo para o resto da Copa.

Gabriel: joga muito esse nosso lateral-direito. É o jogador mais constante do time, temn forte chegada à frente e não compromete defensivamente.

Victor: goleiro de Seleção brasileira. É frio, seguro, falha pouco e faz milagres de vez em quanto. Na meta, o Grêmio está muito bem servido.

As apostas

Ataque: Sem Jonas, a certeza de um setor ofensivo eficiente fica abalada. Não se sabe se Borges e André Lima podem jogar juntos, e os reservas andam abaixo do que jogaram em 2010. As chegadas de C. Alberto e D. Escudero de forma alguma trazem confiança imediata. Há chances de o setor ofensivo funcionar, mas não há nenhum sinal concreto de que isso ocorra.

Douglas: O Grêmio depende dele. Não há reserva à sua altura, e ele, apesar de ser muito bom jogador, é daqueles “craques” que desaparecem nos jogos ou durante a temporada. Numa competição em que uma partida pode decidir tudo, isso é muito pouco.

O que pode emperrar o Grêmio

Renato: Confesso que não vejo nele um treinador ainda pronto. Apesar de ex-jogador e rodado, ele ainda parece não ter todas as credenciais para ser um grande treinador. Fez um excelente e inacreditável trabalho quando chegou no Grêmio no ano passado, mas parece ter dificuldade em lidar com a diretoria e em arrumar a bola parada (tanto ofensiva quanto defensiva). Se mostrar crescimento profissional, aumentam as chances do Grêmio.

Setor Defensivo: Chegou Rodolfo, que parece ser melhor do que os jogadores que estão aí.  O problema é a dificuldade em encontrar-lhe um colega no miolo-de-zaga, já que nem Paulão, nem Vílson reproduzem o futebol do final do ano passado. Ademais, a marcação na meia-cancha ainda não se reencaixou, prejudicando a defesa. Se o Grêmio voltar a se defender como no segundo turno do Brasileiro, o time crescerá junto com a defesa.

Por que se desesperar?

Bagunça Administrativa: A atual direção para um pouco um tanto sem rumo. E quando não se encontra firmeza na diretoria, se algo sair dos trilhos é difícil evitar o descarrilamento. A direção de futebol pode levar o time ao abismo junto com ela, se as coisas não começarem a se acertar na parte de cima da hierarquia. A impressão é que o pior já passou, mas com as decisões da Taça Piratini a caminho, em que nenhum tropeço é admissível, o bolo pode desandar novamente. E agora pode ser de vez…

Lateral-Esquerda
: Na direita, está tudo certo. Já do outro lado… Não que se sinta saudades do Fábio Santos, porque não se sente, mas o fato é que dos quatro laterais-esquerdos da relação (Gílson, Collaço, Neuton e Lúcio) nenhum transparece ser a solução para o setor. Aliás, o fato de ter quatro jogadores listados na posição (se bem que Neuton e Lúcio são polivalentes) já demonstra o quanto há dúvida nessa questão.

Bola Aérea
: Sempre que cruzam alta a bola na área é um “deoznozakuda”; seja em bola parada ou lance construído de jogo. E não há sinais de que vá melhorar logo.

T.R.G.: A Torcida Raivosa Gremista (apelido carinhoso da Social) vem dando sinais de que o reinado da Geral está para acabar. Importaram um estoque considerável de vuvuzelas da África do Sul, e tocam a corneta sem menor pudor ou critério. Considerando que as forças do Grêmio são justamente a mentalidade e o “fator casa”, os corneteiros podem colocar o campeonato no lixo.

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