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Posts Tagged ‘Fórmula-1’

Nelson Piquet: o melhor piloto de todos os tempos!

May 12th, 2014 | 105 Comments | Filed in Fórmula-1

DBNP

Nasci em 1977 e não me lembro do dia em que comecei a assistir F1. Talvez tivesse um grande prêmio no primeiro final de semana de minha vida, e talvez eu estivesse próximo a tv ouvindo. Enfim, assisto desde sempre. Não houve um dia em que eu tenha “descoberto” o esporte. Na verdade talvez tenha existido o dia em que eu tenha descoberto e tido noção da minha própria existência. E nesse momento, certamente, a F1 já era uma rotina em minha vida.

Os anos 80 reservaram uma observação errônea na minha capacidade de analisar o esporte e isso contaminou minha visão até uns 10 anos atrás. Mas voltarei a falar mais adiante o porquê disso.

O fato é que a partir do início do século cheguei a seguinte conclusão: o campeonato da F1 não é um campeonato de pilotos. É um campeonato de equipes.

Hoje, é comum que ‘especialistas’ digam: “o trabalho do piloto hoje é sentar no carro e acelerar. A tecnologia é muito grande e os pilotos de outrora eram muito melhores.”

Ok. É uma afirmação repetida zentas vezes e faz algum sentido no discurso. Mas, e se abandonarmos a preguiça e pensarmos: “Peraí, mas então quando exatamente isso mudou? Qual foi o divisor de águas entre a disputa tecnológica e a disputa de pilotos?” Então precisamos percorrer a história pra encontrar o elo perdido.

Inicialmente, pego-me a imaginar como seriam os primórdios das competições de carros de f1. Certamente, com regulamentos menos complexos, fica fácil imaginar algo como uma aventura. E nesse exato momento, penso que os pilotos simplesmente não poderiam chegar na equipe e encontrar o carro pronto. Até porque o campeonato de pilotos na F1 começou em 1950 e apenas em 1958, começou também o campeonato de construtores. Imagino (imaginação mesmo) que pilotos tinham suas garagens e viviam mexendo em seus carros para prepara-los para as competições. Faz sentido? Acho que faz.

Teriam que experimentar invenções garagistas. Exatamente como nos rachas, quando alguém diz: “olha, coloquei um turbo no meu carro” ou “olha, coloquei um aerofólio”. Não seria exatamente da mesma forma? Não é exatamente assim que assistimos em filmes amadores de corredores de racha (que devem encontrar alguma inspiração na realidade)? Não é assim que os documentários que retratam histórias de Emerson e companhia em aventuras como essas nos mostram?

Ao alinhar todos no grid, fatalmente quem seria o favorito? Aquele que conseguisse o maior êxito no “envenenamento” da máquina. Ou seja: certamente o melhor CARRO carregaria o piloto vencedor. Basta ver as imagens antigas. Aquelas corridas totalmente desprovidas de segurança, carros que pareciam geringonças e até mesmo diferenças fisicamente visíveis entre eles.

Observe que o termo “envenenar o carro”, é romântico. Mas o avanço tecnológico que supostamente retira o impacto das habilidades do piloto não é o mesmo que o “envenenamento dos carros”? A essência me parece ser rigorosamente a mesma.

A conclusão a que chego: Sim, trata-se de uma competição de CONSTRUTORES. De CARROS, e não de pilotos.

Reparem que até o ano passado, o piloto imbatível, era Sebastian Vettel. Assim como a RBR era imbatível. Então a Mercedes torna-se imbatível. E os pilotos imbatíveis se transformam em Hamilton e Rosberg. Mais atrás, a Brawn GP foi imbatível e, consequentemente, Jason Button. E se formos olhando vários momentos na história, essa realidade se repete, RIGOROSAMENTE.

E aí resolvi então fazer o seguinte levantamento: Qual foi o melhor carro de cada ano? E aí saberemos quem foram os pilotos imbatíveis. Porque quem nos diz isso, não são os pilotos em si, mas sim SEUS CARROS. CAMPEONATO DE CARROS.

Senna, Alonso, Button, Mansel & CIA

Senna, Alonso, Mansel, Vettel, Jason Button & CIA em preparação intensiva.

Buscando de 1958 a 2013, temos uma amostragem de simplesmente 56 temporadas. E cruzando dados, vejo o seguinte dado estarrecedor e que só comprova as conclusões anteriores:

DAS 56 TEMPORADAS, APENAS EM 10, OU SEJA, 17,85% DAS VEZES, O PILOTO CAMPEÃO NÃO TEVE O CARRO CAMPEÃO DE CONSTRUTORES.

Isso mostra que, em toda a história da categoria, 82,15% do peso no título dos pilotos PODE SER ATRIBUIDO AO CARRO QUE PILOTAM!

E voltando aos anos 80, vejo que, em todas as décadas, foi ela que incluiu a maior incidência de campeonatos de pilotos sem o carro campeão de construtores: 4. Isso é a percepção errada a que eu me referi no início do texto.

Por isso, sem sombra de dúvidas, cabe fazer homenagem histórica aos GRANDES PILOTOS que obtiveram tal feito. Esses, sim, os maiores nomes entre os campeões mundiais. Uma lista seletíssima, pinçada somente entre campeões.

OS CAMPEÕES DOS CAMPEÕES:

PILOTO

ANO

Mike Hawthorn

1958

Jackie Stewart

1973

James Hunt

1976

Nelson Piquet

1981

Keke Rosberg

1982

Nelson Piquet

1983

Alain Prost

1986

Michael Schumacher

1994

Mika Häkkinen

1999

Lewis Hamilton

2008

Temos nessa seletíssima lista de lendas do esporte, um bicampeão no quesito.

Um único. Ele é brasileiro e seu nome é NELSON PIQUET.

Alguns mais céticos (ou mais programados) podem argumentar que o que permitiu tais títulos, foi o equilíbrio entre as equipes nos anos em questão. É. Pode ser verdade. Mas também deve admitir então, que essa lista contempla não somente os campeões com carros não-campeões, mas também uma lista com os campeões nas disputas mais equilibradas da história.

 

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Estudando

May 8th, 2012 | 11 Comments | Filed in Fórmula-1

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Domingo de Nelson Piquet! Domingo de Vasco!

November 27th, 2011 | 62 Comments | Filed in Fórmula-1 2011, Futebol

*Por André Bona

 Nelson e Vasco

Como fã de F1 que sou e fã incondicional da família Piquet, especialmente de Nelsão, esse domingo, na verdade, começou há várias semanas atrás.

Sei que o “editor-chefe” de F1 do BBG é o MR. Robinson. E o desafiei a postar um artigo sobre os 30 anos do primeiro título de Nelson Piquet na F1. Isso foi antes de Suzuka. Mr. Robinson é um editor-fera. Escreve muito bem e entende de F1. Espero sempre a cobertura que faz sobre as provas e nessa espera inquieta, me desespero e saio postando em Open-bar e onde der sobre o assunto. Preferencialmente cornetando o queridinho atual da platinada abobada. Não estou falando do urubu,  nem do gambá, mas sim do Bruno Lalil, conhecido como Bruno Senna.

Meu pai é músico no ES, tendo gravado vários discos no Estado, desde a década de 80. Quando eu era bem pequeno, pela influência, me arrisquei como “compositor”. Criança que gosta de carro aprende todos os nomes de carros. Naquela época existiam poucos: uns 4 ou 5 de cada montadora. Então era fácil. Por isso, sobrava espaço no HD para saber tudo de carros de F1 e conhecer o inacreditável Nelson Piquet.

E foi assim que na década de 80, próximo aos 6 anos de idade, rascunhei alguma coisa sobre F1 (na verdade EXCLUSIVAMENTE PARA NELSON PIQUET) e meu pai anos depois carinhosamente lapidou e transformou numa música. Obviamente quando isso foi feito, retirou o nome do piloto e deixou sem nome. Até porque o fenômeno de marketing também já estava nas pistas, então a música ficaria, digamos, mais “ecumênica”.

Resgatei essa música e fiz um vídeo homenageando Nelsão. Com fotos interessantes e vídeos de ultrapassagens incríveis dele, ao som do hit de André Bona e Carlos Bona – “Ele é o nosso piloto da F1”.

Enfim, e até 1991 foi acompanhar a carreira brilhante desse piloto inacreditável e ser humano. Nunca encarnou o “herói nacional”. O cara que falava que peidava, arrotava, tirava onda com todo mundo. Um marrento completo. Marrento, autêntico e vascaíno. Era (e ainda é!) o Eurico Miranda de capacete. Acompanhei a F1 durante sua ausência com o mesmo interesse, mas com muita nostalgia, até o dia em que seu filho, Nelsinho, chegou na GP2 e as provas (muito mais alucinantes do que na F1) passavam no Sportv. E assim ele chegou na F1, com uma carreira sólida. Mas o restante todos já sabem. Foi uma tristeza e, hoje, tento acompanhar o garoto na Nascar Truck e vibro com seus resultados. Esse é o lado 1 da história.

O lado 2 da história, paralelo ao lado 1, é o lado Vasco.  Esse aí nem precisa de maiores comentários. Sou Vasco mesmo e acho que o Vasco esbofeteia todo mundo. E tem que ser assim. Simplesmente porque é Vasco e pela sua história. A platinada, e todos os seus tentáculos, é vista como inimiga.

O Vasco vence a CB depois de longo jejum, engata na SULA e no Brasileiro e vem avançando, avançando e avançando.

Voltando ao lado 1, depois da platinada comemorar os 20 anos da conquista do tri de Senna e falar todo santo dia disso, tomo conhecimento que o GP Brasil fará homenagem a Nelson Piquet. Delirante! PORQUE NÃO FOSSE FEITO ISSO, SÓ OS 20 ANOS SERIAM COMEMORADOS!

Semanas de espera. Os abafas da platinada não fazem mais o mesmo efeito. As informações circulam na internet, o carro será o Brabham de 81. Uma beleza!!!

Acordei pela manhã preocupado, pois tinha que fazer uma prova e hoje teríamos a exibição de Nelsão. A prova estava marcada no horário de Brasilia e o asno aqui, recém-morador de um Estado onde não existe horário de verão, perdeu a prova. Por outro lado, melhor: ia dar pra acompanhar tudo.

Vai se aproximando o momento. Abro o twitter e vejo as fotos postadas por Nelsinho Piquet.  Nelsão se vestindo, ao lado do carro e nas voltas que deu mais cedo se preparando para a exibição. Maneiras. Emoção total… Televisão ligada e eu buscando informações na internet, com medo da GLOBO NÃO EXIBIR o fato histórico. E numa chamada no intervalo, ouço a besta-mor falando… corro pra TV e o que vejo??? A BRABHAM 81 RASGANDO NA RETA DOS BOXES, contornado o S do NelSon e vindo para a reta oposta… o carro vai perdendo velocidade… ele vem saudando o público… a câmera vai pra dentro do carro… e o cara aparece… lento, mexendo em alguma coisa: CARAMBA! A BANDEIRA DO VASCO!!!! E ele vai lá, desenrola a bandeira, o som do rádio abre e o cara começa a falar: “e aí Galvão (urubu-rei da platinada) olha a bandeira do Vascão… kkkkkk…” e vai continuando… rindo… zuando… rádio aberto… emoção pura! E o cara rindo… “ih!, kkkk, ihi!” o cara tava zoando geral!!!! Foi como a logo do SBT na camisa de 2000. E alguém pensa que ele e Galvão são amigos? Que nada! Na minha opinião foi mais uma resposta! Ele colocara Reginaldo dentro dessa Brabham minutos antes. Galvão se mordeu na transmissão: “vc entrou nesse carro aí, Reginaldo?” “sim, entrei sim!”…

Eu assisti, atônito, a história toda… esperei a entrevista para Mariana Becker que hesitou em falar o nome do Galvão que, supostamente, teria chorado. Que mentira. Mas tá bom! Tentei gravar na TV. Consegui uma parte, porque me enrolei todo. Ao rever, pus-me aos prantos. A emoção de ver a Brabham já seria suficiente. Nelsão sendo homenageado, uma vitória pessoal minha (por incrível que pareça – era eu quem estava naquele carro!). Mas o cara ainda me tira a bandeira do Vasco. Incrível. E pra finalizar mais do que com chave de ouro, TIRA ONDA COM GALVÃO!!! E SAI RINDO COMO UM MOLEQUE!!!! COM RADIO ABERTO!!! Caramba! Muita emoção. Coisa de Piquet. Coisa de Vasco. Esbofetando todo mundo. Em São Paulo, local do nosso TRI e parte de nosso TETRA e de nossa MERCOSUL.

Virei pro lado e disse para minha mulher: ganhei 10 anos de “esportes”. To amarradão…

E pra finalizar o dia, bem, mais do que cereja, mais do que qualquer coisa, a vitória sobre o Flu, da forma como foi, que com certeza será alvo de outro post por aqui.

Enfim, foi um domingo de Piquet (como nos anos 80) e de Vasco (como nos anos 90). Juntos. Num mesmo momento. Inacreditável! Histórico. Tipo, Copa Mercosul, Brasileiro, Libertadores, tudo junto. As duas maiores paixões de um torcedor juntas, num mesmo momento, num mesmo dia, entrelaçados, contra dois dos “meus” maiores inimigos: “Galvão, platinada e gambá”. Nem sobrou espaço pra mais nada. E assim foi o domingo Vascaíníssimo! Histórico. Mágico!!!

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Fernando, Fernando! Get out the way!

September 17th, 2010 | 5 Comments | Filed in Fórmula-1, Marketing

  • Vitor Cotovia: Lewis Hamilton jogando o novo jogo F1 2010, online contra seu irmão Nick.Vou comprar. Fataço.
  • Pablo Martinez: Caralho, muito engraçado o Hamilton.. Boa matéria. Pô, seria fodástico ter uma cabine daquelas, um cockpit maneiríssimo… Os caras jogando on-line, rindo para caralho, deu muita vontade de jogar…
  • Victor Pimentel: Meu xará comprará, eu filarei e Robinson será humilhado.


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Webber fatura o GP da Espanha

May 11th, 2010 | 12 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Webber pegou o touro manso para ele e deixou o brabo (manco) para Vettel

O australiano Mark Webber largou da pole e seu único trabalho foi o de bloquear seu companheiro de equipe na primeira curva. Depois disso, ele disparou e conquistou sua terceira vitória na carreira – a primeira em 2010 – com um pé nas costas. E apesar de também guiar o RB6, o melhor carro da temporada, Sebastian Vettel não tem tido muita sorte. Mais uma vez, o alemão encarou um grave problema de freios, e apesar dos apelos da equipe para que abandonasse, ele conduziu bravamente o seu touro manco até a bandeirada. Para quem ia zerar, os quinze pontos desse terceiro lugar caíram muito bem, e certamente significarão muito na decisão do campeonato.

O dono da casa, Fernando Alonso, pode não ter vencido, mas tem o que comemorar. Apesar do mico que a Ferrari o fez passar – os italianos inventaram um duto imitação da McLaren só que tabajara, no qual o piloto precisa tirar uma das mãos do volante nas retas, tipo a 300 km/h – foi bastante favorecido pela má sorte dos rivais. Além do problema de Vettel, o asturiano viu cair no colo ainda a segunda posição quando o showman 2010 Lewis Hamilton teve um pneu estourado na penúltima volta e ficou a pé. Melhor: agora a sua desvantagem para Jenson Button, líder da tabela, é de apenas três pontinhos.

O piloto do carro número 1 teve uma desagradável surpresa em Barcelona: ele testemunhou o despertar de um heptacampeão, quando Michael Scumacher cismou que não ia deixar ninguém passar por ele. Defendendo-se com maestria, ninguém passou por ele mesmo. A Button, restou o consolo de se manter na ponta da tabela. A Schumacher, o quarto lugar representou o fim do sorriso amarelo.

Felipe Massa foi um dos destaques negativos da corrida. Não apenas pela corrida, onde chegou em sexto sem qualquer brilho . Seus resultados medianos não disfarçam sua performance sofrível, sendo mais notado se comparado a Alonso. O piloto alega um problema de adaptação aos pneus, mas sua lentidão desperta cada vez mais boatos sobre a possível ida de Robert Kubica para Maranello. Na classificação do campeonato a coisa ainda dá para reverter, mas para isso, ele vai ter que ganhar corridas, e do jeito que está, sua concorrência parece em melhor forma. O pior: tudo isso suscita dúvidas quanto a sua confiança para guiar após o acidente de Budapeste.

Quem com mola feriu, com pedra quase foi ferido

Quem com mola feriu, com pedra quase foi ferido

Molas para lá, pedras para cá, pensa Rubens Barrichello. O brasileiro não teve um sábado dos melhores. Acabou fazendo companhia aos times novatos do fundo do grid ao ser eliminado no Q1 e chegou aos boxes com o capacete magoado por uma pedra lançada pelo carro de Hamilton após uma saída de pista. E reclamou de seu engenheiro porque o coitado tentou em vão avisor em meio a interferências do rádio que o piloto se aproximava de carros lentos, atrapalhando a volta do brasileiro. ELE desconcentra e a culpa é do engenheiro???? Para compensar a barriquelada, na corrida ele pôs novamente seu companheiro de Williams no bolso, e mesmo largando em 17º, já estava em décimo nas primeiras voltas, cruzando a linha final em nono. Só poderia ter dormido sem as besteiras do sábado.

No mais, destaque positivo para a boa fase da Force India. Seja com Vitantonio Liuzzi ou com Adrian Sutil, o time vem frequentando a zona de pontuação. Em Barcelona foi a vez de Sutil, em sétimo. Jaime Alguersuari superou um incidente com Karun Chandhok e marcou mais um pontinho.

Peter Sauber é quem tem eque dar explicações em casa. Sua equipe é a única das veteranas que ainda não pontuou. Na última corrida seus pilotos passariam completamente despercebidos, não fosse o módico décimo-segundo lugar de Kamui Kobayashi. Assim, as carenagens dos carros helvéticos irão até o fim do ano branquinhas, praticamente sem patrocinadores…

Na F1-B, tudo continua praticamente na mesma.

Bruno Senna até largou bem, mas passou reto em uma curva ainda na primeira volta. Por lá ficou. Sua equipe, a Hispania, convocou Cristian Klien, muito mais rodado do que Senna e Chandhok, para testar o carro nos treinos de sexta. Bastaram vinte voltas para jogor no ventilador – com palavras mais amenas, logicamente – que o projeto desenvolvido pela Dallara não passa de um GP2 metido a besta. E afinal, não seriam os dois calouros titulares que perceberiam os graves defeitos do chassi.

A Virgin foi autorizada a modificar seu chassi, uma vez que o tanque de gasolina não teria sequer capacidade para terminar as  corridas. Apenas Timo Glock recebeu o carro alterado e chegou na penúltima posição. Lucas di Grassi chegou em último, quatro voltas atrás, mas chegou.

Já na Lotus paraguaia malaia… com de hábito, um dos carros não conseguiu ao menos largar, e desta vez, foi Heikki Kovalainen. Para aumentar o ódio de quem guarda as boas lembranças da verdadeira Lotus, o chefe do bando asiático, Tony Fernandez, vetou um acordo para separar as sessões dos carros mais lentos nos treinos nas ruas de Mônaco. Segundo ele, os pilotos da categoria são bem pagos e bons o suficiente para superar os transtornos provocados pelas chicanes ambulantes da F1-B. Mesmo nas ruas estreitas do Principado.

Senhor Tony Fernandez: então é assim que o senhor quer que seus patrocinadores apareçam na TV, nos retardo-otários que atrapalham os líderes e as disputas, e ainda colocam o pescoço de pilotos, fiscais e até do público (sempre muito próximos da pista, nas sacadas dos hotéis, nas marinas e pelas ruas…) em risco? Aqueles guard-rails não perdoam. Segurança não é brincadeira não.

Aquilo não merecia se chamar Lotus. Colin Chapman dá cambalhotas no seu túmulo.

A partir de quinta-feira, vamos todos torcer para que nada de estranho aconteça. E as respostas chegam no domingo, no GP de Mônaco.

Holy crap, Colin!!!

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O show de Button no GP da China

April 21st, 2010 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Batam palmas para o campeão. Pragmático, Jenson Button apostou certo em não trocar seus pneus slick apesar da chuva que caía, parava e voltava a cair em Xangai. A maioria dos pilotos colocou intermediários só para os substituírem novamente voltas depois por outro jogo de slicks. Button conseguiu sua segunda vitória no ano e agora lidera o campeonato. Ao seu lado no pódio estava Lewis Hamilton, piloto que atualmente se especializa em corridas alucinantes e salpicadas de alguma polêmica, como o estranhamento com Sebastian Vettel na saída do pitlane. O certo é que ele ultrapassou Deus e o mundo e de tudo que foi jeito, incluindo o atordoado Michael Schumacher além de passar Vettel e Sutil em uma mesma manobra.

Essa é a McLaren. O desempenho dos dois pilotos, que foi  de altíssimo nível,  pôde ser confirmado ao fim da corrida quando a imagem da TV mostrou seus jogos de pneus intermediários com nada além de vestígios de sulcos,  a despeito da pista extremamente molhada naquele momento. Para aqueles que pensam que uma equipe deve ter um primeiro piloto e um bucha de canhão, está aí a melhor resposta. Button e Hamilton deram um show de pilotagem e fizeram valer a madrugada acordado. A dobradinha afirma o British Team como sério contestador da supremacia da Red Bull.

A equipe da latinha arrasou na classificação, porém na corrida, foi uma tragédia. Tanto o pole Vettel quanto Mark Webber que largou ao seu lado tiveram dificuldades para se encontrar na pista, e o resultado foi uma queda vertiginosa na tabela de classificação: o alemão agora é quinto e o australiano, oitavo.

Na equipe dos latinos, a controvérsia deu o tom em Xangai, em função de uma ultrapassagem de Fernando Alonso sobre Felipe Massa na entrada dos boxes, sobrando meia Ferrari do brasileiro passando pela grama na manobra. Pilotos e cartolas afirmam que não há nada de errado na relação interna, mas o problema é que quando se trata de Ferrari… não sei mesmo de onde a imprensa tira que se um piloto de vermelho ultrapassa o outro, há crise no ar. Não dá. Massa errou mesmo, Alonso se aproveitou e passou. O problema é que o brasileiro teve que esperar a troca de pneus do espanhol, que acabou fazendo uma corrida muito melhor que seu companheiro, mesmo tendo recebido uma punição por queimar a largada por um pentelhésimo de segundo. Paciência. Pior mesmo é que Alonso teve mais um problema de motor nos treinos e a BMW-Sauber estourou outro propulsor da Ferrari. Até onde eles vão durar, essa é a questão.

O time germânico está de cabeça para baixo. Melhor para Nico Rosberg. Ao invés de estar aprendendo lições com Schumacher, ele tem feito o companheiro comer poeira, principalmente depois de conseguir seu segundo pódio consecutivo e assumir (por enquanto…) a vice-liderança do campeonato. Enquanto isso, na sala de justiça, há um heptacampeão em apuros, sofrendo para chegar em décimo. Os resultados de Rosberg apontam uma melhora substancial no desempenho das flechas de prata, e de quebra, acendem as discussões sobre se o Schumacher não deveria ter continuado de pijamas. Se ele ainda não é o mesmo, pelo menos tem demonstrado a velha categoria na defesa de posições. Mas como ele acaba ultrapassado no final, a crítica é cada vez mais feroz.

Boas notícias vêm da Renault (a.k.a. Lada). Vitaly Petrov fez sua primeira aparição na zona de pontos com o sétimo lugar e Robert Kubica fez bonito novamente, chegando em quinto. A equipe deixa definitivamente a imagem de moribunda e se firma como a quinta força no campeonato, podendo ainda alçar voos mais altos.

McLaren x Mercedes GP

Daí para trás, quase nada é digno de nota. As mesmas dificuldades da Williams, que ficou no quase Q3 com Rubens Barrichello; da Toro Rosso, que nos primeiros treinos viu as duas rodas dianteiras do carro de Sébastien Buemi simplesmente ejetarem por conta da quebra de uma peça da suspensão dianteira; da BMW-Sauber, que continua desmontando os equipamentos antes do fim do GP por causa de seus pilotos que simplesmente não terminam uma corrida; das novatas, que continuam devagar e sempre – ou melhor, sempre devagar.

Depois de viajar pelo oriente, Fórmula 1 parte agora para a Europa. E quem imaginava uma disputa mais centrada em Ferrari e Red Bull, vê no momento a ascensão vertiginosa de McLaren e Mercedes. Em comum, os dois times usam o mesmo motor. Vamos lembrar que tanto Ferrari quanto Red Bull já sofreram com a confiabilidade de suas usinas. Se pensarmos em termos de Copa do Mundo, seria um autêntico Inglaterra x Alemanha, considerando a escalação dos pilotos e de boa parte da cúpula das equipes. Mais ainda: o duelo coloca em oposição duas ex-parceiras que ao terminarem a relação, ambas sustentam o discurso de “fui eu que terminei com ela”. Como o clássico Kramer vs Kramer, é o filho-motor que os mantém ligados. É o elemento que pode ser o trunfo contra os outros rivais.

Dia 09 de maio é o GP da Espanha, em Barcelona. Pista chata toda vida, mas quem sabe se chover…

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As expectativas da Fórmula-1 no início de temporada 2010

April 1st, 2010 | 2 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Em busca de um carro para fazer bonito (sic)

Há muito tempo não se via uma safra de pilotos tão interessante na Fórmula-1. Ainda coincindindo com o momento em que temos no mínimo três times claramente em condições de vencer corridas (Red Bull, Ferrari e McLaren) com duplas bastante boas, mais a atual campeã Mercedes ex-Brawn com ninguém menos que Schumacher em um dos cockpits. Ingredientes de sobra para um campeonato animado.

A dupla da Ferrari está realmente na ponta dos cascos. Mesmo não tendo o carro mais rápido do momento, eles estão se aproveitando muito bem dos problemas de confiabilidade da Red Bull. Será o melhor duelo, apesar de eu achar que o Alonso tem alguma vantagem.

A demonstração de espírito de equipe do Alonso ao escoltar e proteger Massa do ataque de Hamilton e Webber não será esquecido pela cúpula da equipe. Com certeza ele queria o pódio, mas ao não ir com tanta sede para cima do brasileiro ele agradou em cheio a cúpula de Maranello, com todos os objetivos alcançados. O time lidera com folga a tabela de construtores, e Alonso, a de pilotos.

A atuação do Hamilton no GP da Austrália foi de encher os olhos, apesar da eliminação no Q2. Para completar a dupla com o campeão de 2008, a McLaren trouxe o campeão de 2009, Jenson Button. Apesar da estreia apagada, Button entregou suas credenciais no English Team já na segunda prova. Para muitos, ele seria facilmente batido por Hamilton. Agora, a certeza não é tanta. O campeonato pode tomar uma interessante tendência de se diluírem vitórias e pontos entre os principais pilotos. Ou seja, para ser campeão, será necessário pontuar SEMPRE.

A Mercedes está em processo de adaptação após adquirir a equipe campeã do ano passado. O fato de terem tirado o Schumacher da aposentadoria é mostra de que não estão para brincadeira. Além dele, Nico Rosberg está sendo um bom motivo para que Schumacher volte à sua velha forma o quanto antes. O duelo é entre a experiência e de um e o ímpeto de outro. Estão sim um pouco atrás das outras três, mas não tenha dúvida de que qualquer molezinho delas… créu e hino da Alemanha. Sem ser para Vettel.

Falando de Sebastian Vettel, está aí o cara a ser observado de perto. Pelo menos no começo da temporada, ele tem o carro mais rápido. Apesar de ter sido infeliz nas duas primeiras corridas, quando tinha as vitórias praticamente no bolso, seu amadurecimento é notável. Ele lidera a Red Bull e elevou o nível do seu time, coisa que nem David Coulthard nem tampouco seu companheiro Mark Webber conseguiram depois de várias temporadas trabalhando com o mesmo Adrian Newey. Vettel era o talento que o projetista esperava para finalmente voltar às vitórias. Webber pode ter boas atuações sim, colaborando com a dispersão das vitórias e pontos entre os pilotos de ponta, mas a aposta dos energéticos para o título atende pelo simpático apelido de Tião. Candidatíssimo ao título.

Mas quando eu vejo uma corridaça do Kubica como a de domingo, eu lembro logo de Serginho… é uma pena que a tendência da Renault seja brigar no pelotão de trás. De todo o grid, esse era um dos pilotos que mais merecia um carro para brigar por campeonato. Os gauleses não dão a menor pinta de que farão esse carro.

Se o regulamento e as pistas não estragarem tudo, teremos um capeonato disputado como aqueles da década de 70 e 80 (antes do predomínio da McLaren).

São vários campeões com fome de mais, e outros pilotos em ponto de bala para serem campeões.

Infelizmente, faltou o Kimi nessa festa.

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Action!!!

March 30th, 2010 | 10 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Yessss!!!!!! Yesssssss!!!!! Ho ho ho!!!!!!!

Yessss!!!!!! Yesssssss!!!!! Ho ho ho!!!!!!!

O GP da Austrália de 2010 simplesmente entrou para a história. Foi uma das corridas mais frenéticas que pudemos ver nos últimos tempos. A chuvinha que molhou o traçado em Albert Park proporcionou tudo aquilo que o povo gosta: confusões na largada,variações de estratégia, acidentes (para os sádicos de plantão) e principalmente, ultrapassagens. Vários pilotos tiveram atuações daquelas para contar para os filhos.

Luscious Liz deixa Vettel na mão, de novo...

Luscious Liz deixa Vettel na mão, de novo...

Ainda não foi desta vez que que Sebastian Vettel venceu em 2010. Apesar da pole-position e da largada segura na ponta, sua corrida terminou muito cedo, quando os freios de “Luscious Liz” falharam e o alemão foi parar na brita. Segundo a Red Bull, nada alarmante, apesar de terem perdido duas vitórias certas. Tristeza de um, felicidade de outros. Robert Kubica e Felipe Massa também tiveram largadas brilhantes. O brasileiro pulou de quinto para segundo. O polonês saiu da nona colocação, evitou o enrosco na primeira curva e apareceu em quarto ao fim da primeira volta, vendo a bandeirada em segundo. Prêmio merecido ao belo bom piloto, que se depender exclusivamente de seu carro, não deve frequentar pódios esse ano.

Alonso vendo o mundo ao contrário... começou assim

Alonso vendo o mundo ao contrário... começou assim

O esparrame da largada envolveu Michael Schumacher, Fernando Alonso e Jenson Button. Alonso e Schumacher levaram a pior e ficaram nas últimas posições.  Também na primeira volta, o japonês Kamui Kobayashi perdeu a asa dianteira de seu BMW-Sauber (com motor Ferrari). Descontrolado, atingiu em cheio os carros de Nico Hülkenberg e Sebastian Buemi. Pregada feia, mas sem maiores consequências. O espanhol da Ferrari foi soberbo, ultrapassando a tudo e a todos até chegar na caixa de câmbio de Massa, fazendo aí direitinho o jogo da equipe: o brasileiro tinha problemas com os pneus, e provavelmente não poderia se defender do ataque de Hamilton e Webber, que vinham babando logo atrás – e graças às manobras defensivas de Alonso acabaram se encontrando a duas voltas do final. O toureiro lidera o campeonato (37 pontos), com Massa em segundo (33). Macarranada come solta na casa da nona.

Hamilton x Webber: um dos pontos altos da corrida

Webber x Hamilton: um dos pontos altos da corrida

Lewis Hamilton encarnou o demônio da Tasmânia. Desde que chegou à Austrália, diga-se de passagem. Na sexta, o piloto quase foi preso por estar exibindo sua “perícia” ao volante de uma Mercedes de rua na noite de Melbourne. Taxado merecidamente de “jovem imbecil” por um político local, Hamilton provou que não era bobo ultrapassando logo de cara o seu parceiro Button. E daí não parou mais. Travou grandes duelos contra Massa e principalmente Mark Webber, o trapalhão do dia, que  fez papelão em casa. Por pouco não ficou fora em virtude de uma derrapada, por pouco não tira Hamilton da prova no final. Nono lugar, mais a volta mais rápida como prêmio de consolação para ele. Mas ainda assim melhor o australiano abrir o olho, afinal qualquer hora Kimi Räikkönen cansa de capotar seu Citroën no Mundial de Rali – sob o patrocínio de uma certa marca de energéticos – e resolve voltar à F1. Quanto ao imbecil inglês reclamou por sua equipe tê-lo feito parar para duas trocas de pneus, e terminou em sexto.

Do outro lado da McLaren, Jenson Button fez apenas um pitstop, sendo o primeiro a colocar pneus lisos quando a pista ainda estava bem molhada. Foi a diferença. Após o abandono de Vettel seguiu firme para vencer pela primeira vez em seu novo time, e pela segunda vez seguida na terra dos ornitorrincos.

Rubens Barrichello foi bastante discreto, mas levou seu também discreto FW32 até o Q3 e pontuou novamente com o oitavo lugar. A ponto de Sam Michael, uma das cabeças pensantes da Williams, se indagar do por quê de Rubens nunca ter sido campeão, rasgando elogios ao brasileiro. Bom, no Brasil, há várias teses sobre o assunto. De qualquer forma, Barrichello é a aposta da equipe inglesa na interessante briga para ser a quinta força do campeonato, posto desejado também por Force India, Renault e mesmo pela BMW-Sauber (com motor Ferrari…), que já se desenhou nas duas primeiras etapas.

Nos idos lá de trás, as barangas da F1 continuam no calvário. Jarno Trulli nem conseguiu largar, coitado. Elas estão tão esquecidas que a TV simplesmente ignora solenemente Pelo menos, Karun Chandhok chegou ao fim da corrida (cinco voltas atrás) e Heikki Kovalainen cruzou a faixa com duas voltas de desvantagem. O finlandês, para resolver o problema da falta de exposição, sugeriu que se acabasse com a bandeira azul, e que os retardatários não fossem mais obrigados a abrir passagem aos líderes. Engraçadinho, ele. Queria ver se ele sugeriria tal atrocidade se ainda pilotasse pela McLaren. Parece que a sua capacidade de pilotar rápido e de fazer piadinhas está na sua melanina escandinava. Bruno Senna e Lucas di Grassi não deram nem tchauzinho para as câmeras.

Quem também não ficou tão bem na fita foi Michael Schumacher. O heptacampeão foi novamente batido por Nico Rosberg (5º) tendo passado umas trinta constrangedoras voltas atrás do espanhol mais ‘mudestinho’ Jaime Alguersuari. Conseguiu a ultrapassagem já nas últimas voltas, quando superou também Pedro de la Rosa para então marcar um único pontinho. Foi duramente criticado pela imprensa na Europa, mas mesmo assim, já vê avanço em seu desempenho após tanto tempo parado. Ele tem o apoio incondicional do time, e o melhor, está achando tudo muito divertido. Para ele, podemos citar para ele uma frase que ao mesmo tempo rende uma justa homenagem ao nosso saudosíssimo botafoguense Armando Nogueira, que se nos deixou sem a sua presença, certamente nos enriquecerá para sempre com suas perolas como esta:

“Heróis são reféns da glória. Vivem sufocados pela tirania da alta performance.”

O velho Schumacher vem aí, e nós não perdemos por esperar.

O GP da Malásia é no próximo domingo. Se as monções permitirem, é claro.

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“Nova” F1, velhos problemas

March 16th, 2010 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1 2010
O toureiro foi pra galera

O toureiro foi pra galera

O domingo foi dia de Fórmula 1, que com o GP do Bahrein, iniciou a temporada 2010. Pilotos novos, equipes novas, pilotos velhos e equipes velhas figuraram no grid de 24 carros, quatro a mais do que em 2009.

Hill pai, Lotus "british green". Porque a outra não merecia se chamar Lotus.

Hill pai, Lotus "british green". Porque a outra não merecia se chamar Lotus.

Estrearam a Virgin (nada de VR ou antiga Manor, como a “RG” se refere) e a Hispania (HRT, nem pensar), esta trazendo a os rookies  Bruno Senna e Karun Chandhok. Voltaram a Sauber (que continua com a referência à BMW no nome oficial, apesar de receber os motores da Ferrari) e a ressurreição da Lotus (reincarnada em uma versão paraguaia malaia, que se usa da poderosa combinação verde e amarelo do time de Colin Chapman no idos dos anos 60 e imortalizada com Jim Clark e Graham Hill ao volante, hoje alinhando com a dupla Trulli/Kovalainen). Mesmo querendo evitar um pré-julgamento, mais parece um pangaré com pele de lobo. Chapman dá cambalhotas de ódio em seu túmulo…

Sobre a corrida, não há muito a se falar. As alterações importantes no bloco dianteiro resumiram-se à primeira volta, quando Fernando Alonso superou Felipe Massa – mal sabendo o espanhol que ali ganharia a corrida. Claramente, Massa ficou incomodado por ter visto o asturiano rindo no final. Mas ao colocar na balança tudo que ele viveu após o fatídico treino classificatório em Budapeste, ele está no lucro. Foi apenas a primeira, e certamente, haverá tempo para ir à forra.

Depois disso, a monotonia  só foi quebrada quando o motor Renault do pole-position e favoritíssimo Sebastien Vettel fraquejou, permitindo que os pilotos da Ferrari e mais Lewis Hamilton deixassem o alemão da Red Bull fora do pódio.

Será que essa é a máquina por baixo da carenagem?

Será que essa é a máquina por baixo da carenagem?

Bravamente, Vettel ainda trouxe “Luscious Liz” (nome de batismo de seu RB6) até a linha de chegada, evitando um prejuízo ainda maior. Apesar do resultado, um carro com um nome desses merece ir longe, e surge aí um forte candidato a entrar para o clube dos campeões.

Michael Schumacher foi superado em todo fim de semana por seu companheiro Nico Rosberg, chegando sexto e quarto lugares respectivamente. Melhor o alemãozinho não se acostumar muito, porque o alemãozão está empolgado e logo logo vai voltar à velha forma.

Rubens Barrichello também vinha sendo batido pelo parceiro, o estreante Nico Hülkenberg, e é bom que mantenha os olhos abertos com o piloto que o “Hulk” parece ser. Na hora do vamuvê, a experiência contou mais. O brasileiro largou à frente e ainda lascou um pontinho com a décima posição. Tirando as quatro grandes, ele chegou em segundo lugar na F1″b”, atrás de um inspirado Vitantonio Liuzzi. O italiano largou muito bem e foi de décimo-segundo para nono, se aproveitando do motor Mercedes que empurra seu Force India.

Apagadão mesmo foi o número 1 Jenson Button. Lewis venceu fácil o primeiro round da batalha interna na McLaren.

Life: esse saudoso carrinho jamais passou da pré-qualificação

Life: esse saudoso carrinho jamais passou da pré-qualificação

As equipes estreantes foram um caso à parte. Se a diferença do primeiro para o segundo pelotão da categoria é bem visível, o gap entre os times intermediários e Virgin, Hispania e Lotus é maior ainda. Lembrando carrinhos de rolimã com aerofólio, esses caras andaram cerca de nove segundos mais lentos do que o tempo da pole position. Jarno Trulli chegou três voltas atrás de Alonso (tá bom, vá lá, mas chegou, ao contrário das outras duas que quebraram pelo caminho). A FIA já considera o resgate da regra dos 107%, ou seja, um piloto deve ter um tempo dentro de um limite mínimo em relação ao melhor tempo da sessão classificatória. Quem não atinge a meta, fatalmente fica de fora do grid. Isso evita o risco de um piloto rápido dar de cara na reta com a traseira de outro muito lento.

E se uma das estreantes se chama Virgin, quem correu com um carro realmente virgem foi o indiano Karun Chandhok. Seu Hispania não havia sequer tido o motor ligado, tendo ido à pista no treino classificatório absolutamente zero quilômetro. Agora, tanto carro como piloto têm uma impressionante quilometragem na categoria: cinco voltas.

Se o esperado com o fim do reabastecimento era uma quantidade maior de disputas, o que se viu no deserto do Bahrein foi um verdadeiro balde de água fria. Podemos levar em conta que o traçado – que por sinal foi esticado em mais de 800 metros após uma reforma – não colabora em nada com a competição, tanto lá como em outros “Tilkódromos” (pistas desenhadas pelo personal arquiteto do tio Bernie, Hermann Tilke) são corridas em que normalmente cochilamos no sofá, com justa exceção ao GP da Turquia. A solução não surtiu efeito, a priori. Continuamos com o velho problema: não há ultrapassagens. Nunca. Se dirigentes de equipe e pilotos criticaram, quem somos nós para não criticarmos também? Bernie e sua trupe provavelmente não assistiram à F-Indy na parte da tarde aqui do Brasil, mas se o tivessem feito, morreriam de inveja. Mesmo com toda aquela bagunça que marcou a corrida pelas ruas paulistanas.

Aguardemos. A segunda etapa é na madrigada do dia 28. Depois dos camelos,  do deserto, vamos aos coalas e cangurus (e aos meus favoritos: os ornitorrincos!!!!) no GP da Austrália.

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Dia Mundial Sem Carro

September 22nd, 2009 | 4 Comments | Filed in Fórmula-1
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