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Posts Tagged ‘Fórmula-1’

Poema enjoadinho

September 11th, 2009 | No Comments | Filed in Fórmula-1

Filhos… Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete…
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los…
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinícius de Morais

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Como comentar isso?

September 10th, 2009 | 27 Comments | Filed in Fórmula-1
Alguém se habilita a fazer a leitura labial?

Alguém se habilita a fazer a leitura labial?

Agora, o que era especulação se tornou fato. Nelsinho Piquet, para a decepção de cada um de seus torcedores – em especial aqueles que transferiram para ele a simpatia e admiração que têm pelo seu pai – prestou depoimento à FIA confirmando uma das histórias mais cabeludas que já se ouviu em quase 60 anos de Fórmula 1. O piloto brasileiro realmente indignou o esporte e chocou inclusive seus companheiros de profissão ao confessar que deliberadamente jogou seu carro contra o muro no GP de Cingapura no ano passado, provocando a entrada do safety-car. A manobra teria sido arquitetada pelos cabeças da equipe, Flavio Briatore e Pat Symonds, de forma que Fernando Alonso obtivesse vantagem por ter acabado de fazer seu reabastecimento.

Nelsinho não poupou detalhes, mas só jogou isso tudo no ventilador por ter sido demitido. Falou das pressões que sofria da parte de Briatore, seu “manager-da-onça”. Relatou toda a cronologia da armação, livrando seus engenheiros e mecânicos e sem citar o companheiro de equipe. Para não levantar suspeitas, Briatore ainda fez a canastrice-mor de ficar gritando F$U%C&K!!!!!! na frente das câmeras.

Algumas conclusões que podemos chegar:

1) Devia mesmo estar um inferno aquele box da Renault. Sendo assim, era muito melhor que ele tivesse ido embora ao fim de 2008 e mesmo que ficasse sem vaga para este ano, que procurasse outro lugar melhor para correr.

2) Alonso poderia não saber de nada? Sim. Para algo assim dar certo (e até essa semana tinha dado) o ideal é que o mínimo de pessoas estivessem inteiradas. Mas é óbvio que se ele soube e ninguém souber que ele sabia, o espanhol vai ficar quietinho.

3) Querendo ou não, ao tentar se vingar de seu ex-patrão, o Nelsinhogate respinga na imagem de uma das marcas mais fortes da indústria automobilística mundial. É bom que ele esteja muito bem embasado em seus argumentos, porque o francobrasileiro Carlos Ghosn, CEO da empresa francesa, não vai deixar barato em hipótese alguma. Mas se tudo for comprovado, será certamente bandeira preta para a equipe gaulesa.

Didi, Dedé, Mussum e Zacharias

Didi, Dedé, Mussum e Zacharias

4) Já andam ventilando por aí que “o Nelsinho tirou o título do Massa”, pois foi exatamente em Cingapura e precisamente durante o safety-car que ele viveu o episódio do pirulito eletrônico. Com também culparam o Glock por ter sofrido a ultrapassagem de Hamilton na última volta do GP do Brasil. Raciocínio infantil. O problema poderia ter acontecido em QUALQUER pitstop. O Felipe acabou com suas chances de título quando ficou nas primeiras curvas das duas primeiras corridas do campeonato. E passa a régua.

5) Essa foi uma das (poucas) sujeiras que vieram à tona. Imagine só as coisas que permanecem – e permanecerão – ocultas? Certo estava o Victor. Não quero nem saber do que acontece na cozinha.

Como ele ainda não se pronunciou publicamente, eu espero que ele explique quais foram as razões dele ter revelado isso tudo. Porque se ele queria que ficássemos com peninha dele com o argumento de estar “mental e emocionalmente fragilizado”, ele não convenceu ninguém. Quem está fragilizado não entra em um carro de F1 para acertar o muro de propósito. E se alguém tivesse se ferido, ou morrido? Ele estaria disposto a arcar com as consequências de seu ato ou ficaria de bico fechado? E se ele mesmo tivesse perdido o controle do seu stunt e tivesse ferido a si próprio? Nem que o futuro dele dependesse daquilo – e obviamente pensar assim se revelou um equívoco – ele poderia cogitar compactuar com isso, ainda mais com o pescoço dele na reta. Será que se acontecesse qualquer tragédia ele utilizaria da mesma forma esse “trunfo” para atingir seus algozes dentro do próprio time? Não apenas ele perdeu qualquer respeito que as pessoas tinham por ele como fez o favor de enterrar sua própria carreira. As declarações de Bernie Ecclestone não escondem seu desagrado em relação à postura do piloto brasileiro em mais esse escândalo. Aliás, eles estão ficando cada vez piores.

O que aconteceu é muito mais grave do que um caso de espionagem. Muito pior do que uma posição cedida na reta final. Infinitamente mais séria do que as “interpretações alternativas do regulamento”, do que as pequenas trapaças escondidas sob a carenagem ou mentiras de pernas curtas. Isso foi surreal demais, difícil de acreditar até para quem já está acostumado com a podridão que o paddock limpinho e recheado de beldades varre para debaixo do tapete.

Caso ele não arrume outro emprego, nem que seja na Stock Brasil, poderia tentar uma vaga de dublê em Hollywood. Lá as pessoas ganham bem para derrapar, bater, capotar, saltar sobre chamas, amarrar “voluntários” no parachoque…

Nelsinho, Briatore, Symonds… Francamente…

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Enfim, a tal da faca entre os dentes

August 25th, 2009 | 18 Comments | Filed in Fórmula-1

Vitória com homenagem
Vitória com homenagem a Felipe Massa

Rubens Barrichello finalmente fez o que vem prometendo desde o início do ano. Correu com perfeição e fez valer a sua constância durante o fim de semana, apesar do terceiro lugar no grid. As McLarens só formaram a primeira fila porque estavam muito mais leves. E um fato a ser comemorado é que em 2010 não haverá reabastecimento e a classificação será com pouca gasolina. Aí sim o mais veloz – não o mais malandro leve – partirá na posição de honra.

Na largada, o KERS e os pneus macios dos carros prateados seguraram o ímpeto do brasileiro, que teve como trunfo as voltas a mais em função de estar mais pesado e a melhora de desempenho dos pneus duros no final do stint para brincar de predador primeiro com Heikki Kovalainen no primeiro pit e depois com Lewis Hamilton no segundo. Contou inclusive com uma patetada da McLaren na segunda parada do inglês. A estratégia de pneus, o trabalho perfeito nos boxes da Brawn e a velocidade nos momentos certos deram a Barrichello a sua décima vitória, a centésima de um brasileiro na Fórmula 1. Com direito a homenagem ao convalescente Felipe Massa. Mereceu até um “just like the old times” do patrão Ross Brawn. A vitória pode dá-lo mais um ano de contrato com a equipe na F1.

Para Kovalainen, tantos puxões de orelha e uma séria ameaça ao seu emprego devem tê-lo feito andar um pouco melhor, apesar de que se houvesse ele feito melhor o papel de escudeiro e deixado seu companheiro realmente disparar na dianteira, a sua equipe poderia estar comemorando. Seu quarto lugar valeu o esforço. Para Hamilton, o alento de quem acordou tarde, mas acordou. Rivalizará mais uma vez com a Ferrari, mas desta vez, pelo terceiro lugar entre os construtores.

A Ferrari também ressurgiu das cinzas. Mais ou menos. Foi ao pódio pela terceira vez consecutiva, as duas últimas com Kimi Räikkönen. O problema foi a imensa besteira que a equipe vermelha fez na hora de encontrar alguém para guiar o carro número 3. Há quem diga que a pressa em anunciar a volta de Michael Schumacher foi por temer a pressão do tio Bernie para colocar Fernando Alonso – até então suspenso junto com a Renault – para correr em casa de Ferrari (inclusive antecipando a notícia da sua  transferência para a equipe italiana, já dada como favas contadas). Mas a escolha de Luca Badoer, coitado…

Badoer, o judas da vez

Badoer, o judas malhado da vez

Ele realmente mostrou que não tinha a menor condição de encarar uma corrida depois de dez anos apenas em testes. Foi punido quatro vezes por exceder a velocidade nos boxes (levou bronca dos fiscais…), ultrapassou a linha limite na saída dos pits, rodou várias vezes, foi o último no grid ficando a 1,5s do penúltimo e a 3,5s do pole-position. Chegou, obviamente, em último. Fez lembrar de outros Mazzacanes, Rossets, Alliots… com a diferença básica: ele estava ao volante de uma Ferrari, e não de carrinhos de rolimã como os outros. Falta de opção é que não pode ser. Se a escolha foi uma homenagem ao “funcionário da década” ou uma manifestação de empáfia italiana do tipo “no meu macarrão, eu ponho o molho que eu quiser”, a verdade é que todo mundo criticou a terrível participação do italiano. Até os próprios pilotos. E não há nenhum piloto desempregado ou encostado que não esteja mandando currículo e DVD para Maranello. Depois da vida tranquila de testes, a cabeça do cara deve estar explodindo e a orelha, certamente, queimando. Ele não sabe nem o que vai dizer quando chegar em casa.

Outra máxima do Schumacher no fim de semana na calorosa costa espanhola foi a entrevista em que ele confirmou que as dores no pescoço tiraram a oportunidade de assumir o cockpit do Felipe assim como o brasileiro um dia assumira o dele. Ele colocou-o inclusive no posto de primeiro piloto da Ferrari. Se ainda referiu ao brasileiro com carinho e admiração, como um irmão mais novo, de uma forma que nunca tinha falado nem do próprio Ralf Schumacher. E para fazer ferver a torcida do automobilismo, deixou várias vezes nas entrelinhas que poderá voltar a pilotar na F1.

O novo piloto da Renault, Romain Grosjean, não teve a melhor das estreias. Como ele não é nenhum gênio e o carro da equipe francesa não é grande coisa mesmo,não é de se esperar que faça qualquer coisa além do que Nelson Piquet Jr. já fazia. Fica a impressão de que o Briatore queria mesmo era se livrar dos Piquet do motorhome francês.

A disputa do campeonato teve mais uma reviravolta. Jenson Button, muito mal, foi apenas sétimo e teve que lamber os beiços. Mark Webber não passou do nono lugar. Sebastian Vettel nem completou e praticamente acabaram suas chances de chagar ao título. Explicando: o alemão explodiu nada menos que dois motores Renault das oito que cada piloto tem direito para toda a temporada neste fim de semana. Agora, ele só tem mais dois para seis corridas. Dificilmente não excederá esse número, e assim, perderá posições no grid como manda o regulamento. Em 2010, quem sabe.

O Barrichello que venceu em Valência depois de cinco anos de jejum com a atuação impecável que se viu é candidato ao título. Ao contrário, como se fosse um alterego bizarro, aquele barriquelo que saiu ralhando como uma velha chata ao perder as vitórias nos GPs da Espanha e Alemanha é um ex-piloto em atividade. Qual deles aparecerá nas próximas corridas? A diferença para o líder caiu para 18 pontos, e o Jenson não está mais tão Button quanto no início do ano. O inglês pode correr apenas “marcando” os carros da Red Bull para se garantir, mas se o brasileiro mantiver os bons resultados – nas últimas quatro provas, só pontuou menos que Mark Webber – ele pode sonhar sim. E a equipe não teria o menor interesse em segurá-lo, pois a Brawn marcaria pontos importantes no mundial de construtores e caso seus pilotos troquem de posição na tabela, não faria grande diferença.

No fim das contas, é visível que Rubens Barrichello é um bom piloto, nem tão bom quanto ele acredita que é, tampouco tão ruim quanto seus críticos o pintam. A personalidade dele, esse jeitão de querer sempre jogar para a galera é que o coloca em situações vulneráveis na maioria das vezes, expondo-o a um achincalhamento público nem sempre merecido. Se ele almeja ser campeão, que cale a matraca e acelere. Button mesmo já sabe que a coisa não está tão ganha como parecia algumas corridas atrás. Mas se falar demais, vai acabar a carreira “barriquelicamente”. Só depende dele.

No próximo domingo tem Spa-Francorchamps. Com Badoer e tudo.

Barrichello ou barriquelo: eis a questão

Barrichello ou barriquelo: eis a questão

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‘94- ‘09: 15 anos sem Senna (+1 dia sem Ratzenberger)

May 2nd, 2009 | 17 Comments | Filed in Fórmula-1

O dia do trabalho do ano de 1994 terminou como uma das páginas mais negras da história do automobilismo. O GP da República de San Marino, realizado em Imola, na Itália, iniciou-se na sexta-feira com um acidente pavoroso. O então jovem promissor Rubens Barrichello atingiu uma zebra e voou com seu Jordan, atingindo o alambrado acima da barreira de pneus. O brasileiro ficou afastado das atividades do fim de semana, e de casa, assistiu a tragédia que se sucedeu. Seu susto já fora na verdade um mau presságio.

Por algum motivo, eu não assisti ao treino classificatório no sábado. Porém, passando por uma TV ligada em uma loja de conveniências, vi imagens recuperadas de um daqueles carros curiosos com o patrocínio da MTV se arrebentar contra o muro da curva Villeneuve. Logo em seguida, Senna – em sua autoridade de representante dos pilotos – caminhava inquietamente pelo paddock até entrar em um carro da organização e ser conduzido até o local do acidente. Como a TV estava sem som, só fui saber de toda a história mais tarde.

Baby Ratzenberger

Baby Ratzenberger

Naquele carro estava Roland Ratzenberger, austríaco, um cara que era só felicidade por estar realizando seu sonho de estrear na F1 naquele ano, mesmo sendo na cadeirinha elétrica da Simtek. Após um 11º lugar no GP do Pacífico, ele se sentia confiante para classificar seu carro em Imola. E não era uma pequena saída de pista que iria fazê-lo esmorecer. Reza a lenda de que a sua equipe o teria orientado para voltar aos boxes a fim de checar a segurança do carro. Ele partiu para mais uma voltinha a mais, a sua derradeira. A asa dianteira se desintegrou a mais de 300 km/h e nada mais pôde ser feito. Roland tinha 33 anos. Tinha brigado com o pai para seguir a carreira de piloto, e na época do acidente, a lenda também diz que eles se reaproximavam. Ele investiu todo o dinheiro que ganhara correndo no Japão para realizar seu sonho na F1. Seu corpo não resistiu à fragilidade do chassi Simtek, que mostrou através de um rasgo na estrutura o braço pendente e sem vida do piloto austríaco. E sua morte, trágica e precoce, ainda seria eclipsada por outra, ainda mais imponderável e irreal.

Há exatos doze anos não aconteciam mortes em finais de semana de GP, desde as perdas de Gilles Villeneuve e Ricardo Paletti na temporada de 1982, respectivamente na Bélgica e no Canadá. Somente em 1986, durante testes privados da Brabham na França, o simpaticíssimo e italianíssimo Elio de Angelis perdeu a vida. Oito anos e algumas medidas de segurança depois, os deuses da velocidade voltariam a cobrar um alto preço daqueles que, com o tempo, se esqueceram do real risco que estavam expostos aqueles caras, que se vestem como astronautas e vivem em um mundo paralelo onde frações de segundo determinam a diferença entre vencedor e fracassado, e um detalhe milimétrico pode decretar fim a uma corrida, carreira, ou mesmo à própria vida.

No domingo, não acordei como de costume em cima da hora da largada. Queria saber as repercussões do acidente do dia anterior pelos comentários do Reginaldo Leme. A corrida tinha inevitavelmente um clima de velório, e a sensação era de que todos pediam para que a corrida simplesmente acabasse logo e todos pudessem ir para casa. A atmosfera estava pesada demais para qualquer tipo de competição. Sinal verde, e logo ocorre um acidente. Pedro Lamy e J.J. Letho se encontraram em seguida da largada e os destroços de seus carros voam para a arquibancada, ferindo alguns espectadores. A bandeira amarela intensifica a tensão, mas ninguém imagina o que se sucederia.

Senna boy

Senna boy

Senna não estava na situação tranquila que ele imaginara ao se juntar a Frank Williams. Tinha problemas sérios para se ajustar ao nervoso FW16. E sua apreensão aumentara muito devido aos acidentes ocorridos nos dois últimos dias. Tendo abandonado os GPs do Brasil – com uma rodada que se fosse do Barrichello… – e do Pacífico, o tricampeão via brotar o talento de Michael Schumacher como a grande ameaça aos seus planos que visavam ao tetracampeonato. Efetivamente, o alemão escoltou o brasileiro durante a bandeira amarela e o perseguiu na relargada, até que veio a Tamburello e só Schumacher seguiu em frente. Bandeira vermelha. Fiscais atônitos. Pela TV, Galvão Bueno até tentou não se antecipar nas conclusões, a despeito da brutalidade das imagens. A vida de Ayrton Senna tinha terminado ali mesmo, ao vivo numa manhã de domingo. Pela primeira vez, um campeão morria durante um GP de Fórmula 1.

Reiniciada a corrida que ninguém queria mais correr, a bruxa continuava solta. Ainda dentro do pitlane, uma roda se solta da Minardi de Michele Alboreto e vai, quicando, saindo dos boxes e atravessando o fim da reta dos boxes, com sérios riscos de atingir outros carros. Desta vez, foram alguns mecânicos para o posto médico.

Após a corrida, Schumacher chegou a sua terceira vitória em três corridas naquele ano, mas sem nada a comemorar. Veio a confirmação da morte do piloto brasileiro. Ele tinha 34 anos.

Soube-se depois que Senna levava no bolso do macacão uma bandeira da Áustria. Em caso de vitória, ele homenagearia seu colega menos famoso, sem saber que a sua sorte seria a mesma.

Dois pilotos, duas histórias completamente diversas e um mesmo destino trágico. Outros fins de semana como esse nunca mais aconteceram. As lições aprendidas ao custo de duas vidas tornaram a F1 muito mais segura, nos carros e pistas, além de procedimentos de resgate mais eficientes. Há quinze anos os pilotos estão livres desta nuvem negra, mas todos eles sabem que o perigo está sempre à espreita na profissão que escolheram.

Fica a homenagem aos dois seres humanos, Roland e Ayrton.

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Sebastian Vettel e a irmã safada da Kate

April 23rd, 2009 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1
Ela é a primeira na esquerda...

Ela é a primeira na esquerda...

Em Xangai, a chuva do continente asiático voltou a ser personagem decisivo para uma corrida de F1 este ano. Azar de muitos, sorte de um só. Sebastian Vettel foi novamente abençoado por um toró e liderou com primazia todo o GP, chegando à sua segunda vitória na categoria, a primeiríssima da Red Bull, proeza que ele já havia conseguido pela Toro Rosso. Bem possível que a cara dele seja vista a partir de agora nas latinhas dos touros vermelhos. Nota onze, pela pole-position, pela tocada irrepreensível mesmo com toda aquela água, pelo bom-humor inabalável mesmo depois de uma punição – desmerecida, a meu ver, pelo acidente com Robert Kubica na primeira etapa – e por apresentar ao mundo os dotes da irmã safada da Kate. Quem tem Adrian Newey na prancheta e Sebastian Vettel no volante vai longe, até mesmo sem difusor. O alemão já aprende a passos largos como liderar um time e levá-lo a vencer, mostrando afinidade com um certo compatriota famoso.

Alguns vão de carona, como Mark Webber. Ele chegou ao melhor resultado da sua carreira ao completar a dobradinha do time. Correm boatos de que ele já copia os acertos do jovem alemão. Mesmo não sendo tão brilhante quanto o companheiro, fez uma corridaça e deixou o milionário Dietrich Mateschitz, o dono do império austríaco dos energéticos em êxtase.

Definitivamente, a Fórmula 1 precisava de uma reciclagem dessas.

As condições climáticas na China levaram pilotos a cometer erros cruciais, como Rubens Barrichello. Logo no início da prova ele perdeu a terceira posição para o seu companheiro e líder do campeonato. O brasileiro contou no final que sofreu com um sério problema nos discos de freio na primeira parte da corrida, pois apenas três deles estavam funcionando. Dada a situação, o quarto lugar e um único ponto de desvantagem a mais em relação a Jenson Button – o terceiro, com uma corrida sem riscos e pensando no campeonato – ficou de bom tamanho.

Na McLaren, finalmente o finlandês Heikki Kovalainen completou uma volta em corrida no ano. E foi ate o fim, evitando as confusões, completando a prova em quinto, uma posição à frente de Lewis Hamilton. O campeão fez diversas barbeiragens, mas se divertiu ultrapassando Räikkönen várias vezes. Ele está claramente tentando andar mais do que o carro permite. A situação requer mais cérebro do que ele está apresentando, e ele deve se empenhar para tirar sua equipe do buraco. Seus problemas estão tanto debaixo do capô quanto dentro do capacete.

O calvário ferrarista continua lá, firme e forte. Depois de errar na classificação, Felipe Massa vinha bem na corrida e estava em terceiro. Tinha uma boa estratégia e brigaria pelo pódio. Mas com o safety car na pista, a sua Ferrari mostrou que não é à prova d’água e simplesmente apagou, deixando o brasileiro desesperado e a pé mais uma vez. Pelo menos ele mantém um discurso positivo e esperanças de recuperação. Porque o Kimi Räikkönen chutou o balde italiano se dizendo fora da disputa pelo campeonato. Na corrida, foi ultrapassado por Hamilton e por quem o quis, e se mostrou completamente desinteressado. Não é à toa que a ligação do nome de Fernando Alonso com Maranello ganha cada vez mais força.

Falando no bicampeão, desta vez a sorte não sorriu para ele. Após largar em segundo com o carro muito leve, o time fez uma mudança estratégica equivocada ao chamá-lo para um pitstop prematuro e arruinou suas chances. Até que ele também andou dando suas rodadinhas, mas nada que se compare a Nelson Piquet. O brasileiro da Renault se classifica mal, não tendo passado da Q1 ainda esse ano, e apesar de ter um bom ritmo de corrida, ele erra demais. E sozinho. O papai tricampeão tem aparecido nas corridas tentando aplacar a fúria de Flavio Briatore contra seu rebento a cada trapalhada, mas ele já é favorito a perder o lugar na categoria. Muito provavelmente para outro brasileiro, Lucas DiGrassi. Correndo por fora e com um forte lobby vindo lá do L’Hexagone, vem Romain Grosjean. Mas segundo a imprensa podre da F1, qualquer piloto teme mesmo é Bruno Senna, o urubu da vez. Depois de ser preterido em favor de Barrichello na Brawn, não param de pipocar boatos de que ele vai substituir alguém e estrear ainda esse ano. Mas quem acredita que o time de Brackley trocaria o vice-líder do campeonato com a bagagem e a motivação do Barrichello por um rookie com zero ponto, deve enxergar duendes na floresta e morrer de medo do lobo mau.

Além de Piquet, há outras cabeças a prêmio. Estão ameaçados: o Sébastien francês, Bourdais – no momento está muito atrás do seu xará de equipe, o suíço Buemi, que chegou sem prometer absolutamente nada e já garantiu três pontinhos – e Giancarlo Fisichella – passado e desmotivado por fechar o grid e ver o seu companheiro Adrian Sutil de binóculos. (O alemão fazia uma prova de sonhos dentro da zona de pontuação até dar de cara com uma poça intransponível e logo em seguida com o muro.) O chefe da equipe Force Índia foi o único que citou Senna como possibilidade para o futuro, no caso de aposentadoria do italiano. Em se tratando de um bilionário excêntrico como Vijay Mallya, não existe qualquer possibilidade de saber o que se passa na cabeça dele. O certo é que Bruno vai se concentrar em utilizar seu sobrenome em especulações, a maioria sem pé nem cabeça.

Outra situação que ganha importância também é a preocupação dos pilotos com a segurança em relação às condições atmosféricas em que eles têm competido. Pela segunda vez seguida uma corrida aconteceu debaixo de uma tormenta, onde as condições de visibilidade e dirigibilidade foram drasticamente comprometidas. Felizmente, as consequências não foram graves mesmo em um impressionante atropelamento, em que Kubica aquaplanou e literalmente passou por cima de Jarno Trulli. A GPDA, liderada por Mark Webber já faz contatos, inclusive com pilotos da MotoGP. A turma das duas rodas teve uma corrida noturna adiada por conta do mau tempo, e como a Fórmula 1 está dada a novos espetáculos com luz artificial, é correta a posição da associação dos pilotos. No fim das contas, é o pescoço deles que está em jogo mesmo.

Amanhã recomeçam as atividades lá no deserto, e no domingo, GP do Bahrein.

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All in

March 18th, 2009 | 18 Comments | Filed in Fórmula-1

Rapaziada, o galo vai cantar na F1.

A ordem agora é “win or wall“.

Serei vaseilna. Não direi como a maioria dos que li que a nova fórmula de disputa estragará a F1, nem tampouco sentenciarei que será um sucesso.

Por um lado, acho extremado os raciocínios de lógica utilizados para a condenação do novo sistema, como por exemplo, a situação de um piloto ganhar as 8 primeiras corridas do ano e assim terminar o campeonato aí.

Caríssimos, se um piloto ganhar as 8 primeiras corridas do ano em qualquer forma de disputa, acho que apenas uma hecatombe tiraria o título do sujeito. Aliás, deliciem-se, pois estaríamos diante de um novo Senna, um novo Schumacher.

No outro extremo, temos a situação de um piloto ganhar 2 corridas e abandonar todas as outras, enquanto outros pilotos revezariam-se e ganhariam apenas 1 corrida, porém fariam inúmeros pontos com outras posições.

Totalmente fora de propósito. Probabilisticamente improvável. Estatisticamente inverossímel.

****

Os títulos de pilotos de Fórmula-1 são em via de regras disputados por 2 pilotos. De mesma equipe ou de 2 diferentes.

Não devem ter ocorrido muitas ocasiões em que o piloto com mais vitórias na temporada tenha ficado de fora dessa disputa, assim como não devem ter igualmente ocorrido outras tantas em que o campeão tenha tido muito menos vitórias que outro corredor.

E em um primeiro momento, eu não abriria mão de pontos, afinal, não me parece impossível que dois pilotos terminem o campeonato empatados em número de vitórias.

Pode ser que o novo regulamento altere a forma como os pilotos briguem pela vitória, mas ainda não estou certo disso.

Caso a mudança fosse premiar o vencedor da corrida com 15 pontos ao invés dos 10 de 2008, o efeito prático fosse rigorosamente o mesmo, contudo, acho que o teor das críticas seria outro:

Novo regulamento premia ousadia e estimula briga por vitórias

Minha impressão continua sendo que há muito barulho por nada, e que no fim da temporada, no fim de 17 CORRIDAS, ninguém achará que o título está sendo disputado por quem não o mereça.

Além do que, como a F1 não tem pudores em praticar mudanças, ano que vem volta ao normal se não der certo. The Show Must Go On.

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Era uma vez um motor Ferrari

November 5th, 2008 | 11 Comments | Filed in Fórmula-1


Felipe Massa fez uma corrida ao seu estilo. Mostrou o velho arrojo na largada, ignorando totalmente a Heikki Kovalainen e superando a Lewis Hamilton numa manobra daquelas que se dá errado, todo mundo o crucificaria, como no início do ano. Não apenas deu certo, como também foi quase tão espetacular quanto o drible de Piquet (pai) sobre Senna (tio), na mesma pista e na mesma curva, em 1986. Piquet X Senna Hungaroring 1986.

O brasileiro foi perfeito, controlando Hamilton à distância, e se na corrida já estava tudo bem, no campeonato ficaria ainda melhor. O inglês teve um pneu furado e até então, a liderança do campeonato estava nas mãos de Massa. Até faltarem três míseras voltinhas. Aí o propulsor da Ferrari de número 2 virou fumaça na entrada da reta.

Melancólico. Ainda por cima estragou o meu comentário, que àquela altura, já estava todo a minha cabeça.

A partir daí, os finlandeses se deram bem. Kovalainen, burocrático, sem o menor brilho além do fato de ter conseguido o segundo lugar no grid, herdou a segunda posição com o problema de Hamilton, e com o abandono de Massa, chegou à sua primeira vitória. Já Räikkönen, autista durante todo o fim de semana, só conseguiu ultrapassar Alonso nos boxes. Viu cair seis pontos no colo, e o que é mais impressionante, mesmo sem fazer a menor sombra à performance de Felipe Massa, ele tomou a segunda posição na tabela que era do brasileiro.

Foi assim. Os protagonistas tiveram lá seus problemas, e os “segundos pilotos” vindos da terra do Papai Noel levaram a rapadura. Só não foi mais sem graça porque Timo Glock, recuperado do forte acidente em Hockenheim, voltou com toda força e depois de colaborar decisivamente como primeiro pódio de Nelsinho Piquet, o destino o ressarciu com um belo segundo lugar. Como prêmio, já garantiu sua vaguinha na Toyota para 2009.

Piquet, por sua vez, teve uma prova honesta, e por muito pouco sua estratégia de largar mais pesado não o fez voltar do primeiro pitstop à frente de Alonso e Räikkönen. Está ganhando confiança, e principalmente, respeito.

Barrichello fez uma largada milagrosa, ganhando quatro posições. Mas no box, viu tudo a coisa esquentar com um princípio de incêndio no seu Honda. Coincidência ou não, Glock, Nakajima e Bourdais (duas vezes!!!) também saíram chamuscados dos seus reabastecimentos. Grande demonstração da segurança dos carros de hoje. Na década de oitenta, fogo era um verdadeiro pesadelo. Agora, os pilotos ficam totalmente calmos, dá até a impressão de que eles nem percebem o que se passa. Seguro ou não, o problema carece de explicação e solução.

Ausente nos últimos comentários é o Kubica. Muito abaixo do que vinha apresentando, somou apenas um ponto pelo oitavo lugar. Não à toa, a McLaren acaba de superar a BMW-Sauber no campeonato de construtores. Os prateados agora só estão atrás da Ferrari.

E são os italianos que agora têm uma escolha de Sofia pela frente. Massa apresenta muito mais combatividade nas corridas e um aproveitamento incomparável nas classificações, em relação a Räikkönen. Porém, é o campeão que está na frente na tabela. São setenta pontos em jogo. Os rivais já apresentaram seu trunfo. A Ferrari parece já ter reagido aos maus resultados. Falta decidir quem será o desafiante de Lewis Hamilton.

Agora, férias. Daqui a três semanas, GP da Europa e a estréia do circuito de rua de Valência (Espanha).

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Grande coadjuvante

November 3rd, 2008 | 23 Comments | Filed in Fórmula-1
Um vencedor em Interlagos

Um vencedor em Interlagos

Fantástica.

Não há outro elogio que não seja esse à corrida de Sebastian Vettel em Interlagos.

Não pelo resultado em si, ou mesmo pelo que fez em pista em termos de andar rápido e ultrapassagens, que se foi excelente, não foi incomum.

Fantástica mesmo foi sua atitude como desportista, levando a sério a competição e o objetivo de ir o melhor possível, sem se importar no que isso acarretaria.

“Alheio” à disputa do campeonato, Vettel correu para vencer a corrida, e não sendo possível, para nela ficar o melhor possível posicionado. Se isso tiraria o título de alguém, não era problema dele.

O “alheio” vai entre aspas, porque não sei até que ponto a disputa do título por parte de Hamilton pode tê-lo ajudado a ultrapassar o mesmo.

Explico:

Não é de todo inimaginável que a McLaren tenha limitado os giros do motor do carro de Hamilton para garantir maior confiabilidade para que o inglês chegasse entre os 5 primeiros sem maiores sustos. Mensurar até que ponto saber (ou ao menos imaginar) isso não possa ter ajudado o alemão a ter confiança e ir para dentro do inglês é complicado.

De qualquer forma, isso é irrelevante diante a grandeza de caráter mostrada por Vettel.

Que fugiu do lugar-comum de deixar a briga para quem de fato interessava, saiu do eles que são brancos que se entendam. Teve uma atuação de ruborizar os segundo-pilotos de Ferrari e McLaren.

Quem já jogou WAR, sabe quanto é importante que os coadjuvantes que não tem mais como vencer a partida continuem mantendo o foco em fazer o melhor jogo possível, como se o jogo ainda pudessem vencer.

Se Vettel vier a Niterói, separarei as peças brancas para que ele sente-se a mesa e jogue com a rapaziada.

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Não fica atrás o que fez a Toyota.

Apesar de não ter sido tão bem sucedida, a equipe japonesa ousou também. Afinal, nas voltas finais, ir trocar os pneus como os demais seria a CERTEZA de ficar em posições medíocres.

Se há quem pragueje contra Timo Glock, é bom lembrar que sem a estratégia arriscada da Toyota, nem essa esperança teria-se.

E para os que acham que foi errada, é só ver que garantiu boa posição a Trulli.

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Como gostaria bastante de ressaltar essa participação de Vettel, atropelei, portanto, o post de Robinson sobre a corrida, o qual espero ansiosamente. Espero não ter entrado em detalhes demais sobre a prova. Aconselho aos demais a fazerem o que eu não consegui fazer e esperar sair o post da F1 para comentarem sobre a prova, campeonato, etcetera.

Mas como eu avacalhei, fica só uma pergunta:

Alguém já ouviu falar de Interlagazzo?

Por Victor Pimentel, que já torceu por Piquet, já torceu por Schumacher e iniciará 2009 torcendo por Vettel

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Yo soy “el hombre!!!”

October 14th, 2008 | 20 Comments | Filed in Fórmula-1
Tauromaquia Alonsiana

Tauromaquia Alonsiana

Esse é o cara

Fernando Alonso nem considerava a hipótese de conquistar uma segunda vitória neste ano. Mas as barbeiragens apresentadas pelos nossos protagonistas do campeonato abriram espaço para que o bicampeão mostrasse a sua categoria. Diferente do GP de Cingapura, desta vez não foi “sorte” (safety car). Duas corridas no bolso e em seqüência. Desempenho animador, já que não há vagas interessantes para ele para a próxima temporada e a melhor opção parece ser ficar onde está. E pode esperar. Com o espanhol, a Renault pode voltar ao clube das grandes em 2009.

O campeonato decidido pelos erros

Felipe Massa e Lewis Hamilton abusam do direito de fazer besteira. O inglês parece estar tremendo na base como fez em 2008. Já o brasileiro foi corretamente punido pelo toque em Hamilton e foi beneficiado pela punição sobre o piloto da McLaren por alguma manobra na largada. Até agora não entendi o porquê. Massa arrancou um ponto a fórceps numa ultrapassagem pra lá de insana sobre Mark Webber. E ganhou outro. Depois de forçar novamente a barra sobre Sebastién Bourdais, o ferrarista rodou, mas a corda arrebentou do lado mais fraco. O piloto da Toro Rosso foi punido após a corrida e Massa acabou subindo de oitavo para sétimo. E deu graças a Deus porque Hamilton não pontuou.

Pois é, o campeonato tem que ter um campeão. Mas por esta corrida, nenhum dos dois estaria merecendo.

A moda agora é punir

Já está ficando bem chato.

De volta à briga

Robert Kubica assumiu a ponta na largada mas não conseguiu segurar Alonso. Porém, o seu segundo lugar reacendeu seu sonho de ser campeão. E do jeito que as coisas andam com os favoritos… sonhar não custa absolutamente nada.

Kimi Räikkönen voltou a pontuar e chegou em terceiro. Em boa hora. O finlandês tem que abrir o olho para manter sua quarta posição e não cair mais pela tabela.

Bom resultado, mas futuro indefinido

Nelso Ângelo Piquet por muito pouco não foi para a Q3 e chegou numa boa quarta posição. Mas não parece encher mais os olhos do bog boss Flavio Briatore. A conversa é que ele pode ser substituído por Lucas di Grassi – bom para os brasileiros – ou Romain Grosjean – bom para os franceses, donos do time. Também existe a possibilidade dele ir para a Honda, para a vaga de…

Mau resultado, futuro mais indefinido ainda

Rubens Barrichello. O mais antigo piloto da categoria parece não querer largar o osso (em se tratando de Honda, um ossinho bem fedorento), mas pode acabar curtindo a aposentadoria na F-Indy, pilotando um dos carros de Roger Penske. Não há opções, e permanecer na equipe japonesa está ficando difícil. Se ele ainda pensa em vencer na carreira, pode ser uma boa decisão deixar a F1 para trás. A Penske não brinca em serviço.

O horroroso Pneu-Hulk

O horroroso Pneu-Hulk

A pior idéia dos últimos tempos

Grande Prêmio do Japão 2008 em Fuji. A corrida em que os carros de Fórmula 1 utilizaram inacreditáveis pneus verdes.

A caminho da decisão

Os nervos de Felipe Massa e Lewis Hamilton estão à flor da pele. Os dois sempre tiveram um relacionamento cordial, mas o pós-Japão promete ser diferente e as animosidades já aparecem nas declarações dos membros da McLaren. O toque entre os dois na corrida não pegou bem, até porque o brasileiro veio completamente por fora da pista. Mau resultado para os dois, e engana-se quem pensa que foi um pouco pior para o inglês. Hamilton ainda pode ser campeão na China, no próximo domingo.

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Como assim, Ferrari???

September 30th, 2008 | 19 Comments | Filed in Fórmula-1
A Ferrari e as suas incríveis trapalhadas

A Ferrari e as suas incríveis trapalhadas

A primeira corrida noturna da história da Fórmula 1 dificilmente será esquecida na mais tradicional das equipes da categoria. Superados momentaneamente pela McLaren na tabela de construtores, os italianos continuam colecionando trapalhadas desde a saída do trio Schumacher-Todt-Brawn. Recordemos que os títulos – de pilotos e de equipes – só vieram no ano passado por causa dos problemas internos do time de Ron Dennis: a ingerência dos pilotos e o caso de espionagem, que rendeu a eliminação da McLaren na disputa de construtores. Devem estar querendo retribuir a gentileza.

Com a total falta de cooperação dos seus mecânicos, Felipe Massa viu seu rival Lewis Hamilton abrir sete pontos de vantagem na tabela. O inglês correu só pensando no campeonato e o terceiro lugar caiu como uma luva. Basta “marcar” o brasileiro nas três provas restantes para garantir seu primeiro título.

Que Ferrari é essa, Dio mio???

Massa fazia uma corrida segura e caminharia tranqüilamente para a vitória, não tivesse – por culpa da Ferrari, mais precisamente do mecânico responsável pelo “pirulito eletrônico” – levado a mangueira de reabastecimento para passear pelo pitlane e ainda ser obrigado a realizar um drive-thru de quebra. Ele voltara perigosamente na frente de Adrian Sutil. A partir daí, partiu para o desespero e cometeu tantos erros que a recuperação não aconteceu. Ele tem potencial para virar o jogo no campeonato, mas dependerá de algum azar de Hamilton, ou que pelo menos seu time jogue junto.

Deve ser um saco pilotar uma Ferrari e passar por essas situações…

Fernando Alonso venceu a corrida com os cumprimentos do seu companheiro, Nelsinho Piquet. O acidente (novidade…) do brasileiro proporcionou a entrada do carro de segurança, condição fundamental para os pódios da Renault nesse ano. O bicampeão, uma vez na ponta, não deu mole para mais ninguém e chegou à sua vigésima vitória no GP de número 800 da F1. Não deve ter pretensão de outras façanhas como essa em 2008, mas o resultado anima o time e aumenta a barganha dos franceses na tentativa de mantê-lo em 2009.

Nico Rosberg mostrou seu melhor desempenho na carreira, chegando em segundo lugar mesmo tendo cumprido um stop & go por ter entrado para o primeiro pit com os boxes fechados durante a primeira bandeira amarela. Timo Glock foi o quarto, seguido de Sebastian Vettel, Nick Heidfeld, David Coulthard – sim!!! Ele pontuou!!! Pode ter sido a última do escocês, que pendura o capacete no fim do ano. Fechando a zona de pontuação veio Kazuki Nakajima.

Em resumo, os ares de Cingapura não fizeram nada bem aos brasileiros. Para completar as bizarrices acontecidas com nossos pilotos, o Honda de Rubens Barrichello infartou no meio da reta. Assim mesmo, morte súbita. Quando o carro estava sendo empurrado – o piloto fora do carro – um dos fiscais foi “atropelado”, se é que se pode dizer isso. Em seguida, Rubinho foi jogar a balaclava para a galera. Bateu um vento e ela voou para o lado errado, caindo no rio. Ô fase!!!

Falando em fase, quem sai chamuscado de Cingapura é Kimi Räikkönen. O finlandês que tanto resistiu à idéia de trabalhar pelo time – ou pelo companheiro – viu seu campeonato acabar de vez melancolicamente, arrebentando sua Ferrari no muro do circuito. Este muito desinteressante, por sinal. Sem pontos de ultrapassagem e com uma volta muito longa (a volta mais rápida foi em 1min45s599) num traçado de 5067m cheio de microrretas que não levam a nada além de uma corrida enfadonha, que só uma intervenção divina – ou do safety car – poderiam tirar a previsibilidade da prova.

A pista de Cingapura

A pista de Cingapura

A F1 não é feita apenas de belas imagens aéreas, de pistas iluminadas e cercadas de prédios contornados de neon. Isso tudo é espetacular, mas o espetáculo mesmo que nos interessa está ligado aos carros e pilotos, disputas e ultrapassagens. Valeu terem conhecido a ilhazinha, mas não faria a menor falta se sumissem do calendário do automobilismo.

Daqui a duas semanas tem o GP em Fuji. Aquela pista da neblina, e do duelo sensacional MassaKubica. Ainda vale a pena torcer pelo Massa. Se a equipe não atrapalhar… acho que esse ano é dele.

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