Estou ficando constrangido com a falta de educação e o desrespeito de alguns torcedores (pra não falar MUITOS TORCEDORES) durante as apresentações de atletas de outros países em várias modalidades do Pan.
Não se vê isso em país nenhum do mundo, em evento esportivo nenhum (futebol não vale). A coisa chegou a ponto da Hipólito mais nova mandar a galera calar durante a entrega do ouro pra equipe americana da ginástica por equipes.
A torcida vale, é óbvio. Mas é um desrespeito total e absoluto com todos os esportistas que dedicam a vida pra chegar naquele momento, dão um duro danado, tentam apresentar o melhor que podem pra chegar meia dúzia de zé manés e puxarem uma vaia que desconcentra o cara e prejudica seu resultado. Ninguém lembra que muita gente ali não tem nem grana pra se sustentar direito, tá ali porque realmente ama o esporte que pratica.
Depois dizem que aqui só tem índio e nego fica ofendido.
Vi um post do Diário do Rio de Janeiro questionando se as vaias atrapalham a candidatura do Brasil pras Olimpíadas de 2016, mas ainda se referia às vaias sofridas pelo Lula. Na minha modesta opinião, vaias deviam atrapalhar sim – falando do absurdo que é vaiar os atletas. Um povo que não mostra educação pra apoiar o esforço alheio não merece qualquer deferência.
Receptividade e calor humano não devem ser confundidos com ôba-ôba. Senão vira anarquia.
Seria bom que a comissão organizadora coibisse esse tipo de manifestação idiota e mal-educada.
Hoje (segunda-feira) Lula fez o seguinte comentário sobre as vaias na abertura do Pan no Rio de Janeiro no programa de rádio “Café com o Presidente”:
“A vaia e o aplauso são dois momentos de reação do ser humano. A única coisa que eu, particularmente, fico triste é que eu fui preparado para uma festa. É como se eu fosse convidado para o aniversário de um amigo meu, chegasse lá e encontrasse um grupo de pessoas que não queria a minha presença lá. Eu tenho certeza de que não é esse o pensamento do Rio de Janeiro. Depois que terminou o evento, várias pessoas vieram dizer que tinha sido organizado, que gente tinha recebido o convite. A mim, não me interessa o que aconteceu, já aconteceu. O importante é que foi uma abertura extraordinária dos Jogos Pan-Americanos”
Bem, para tirar um pouco da certeza da cabeça do presidente sobre o pensamento do Rio de Janeiro, quero lembrar que eu não estava lá, mas penso como os que vaiaram.
É incrível, mas a seleção da CBF contrariou a tendência natural do futebol, que seria tomar uma sonora goleada do bom time da Argentina. Apesar das campanhas opostas, enquanto os argentinos convenceram em várias ocasiões que tinham futebol para vencer o torneio com um pé nas costas, o CBF International Team Ltda. cambaleou pelo caminho até a final, tendo como único ponto fora da curva a goleada sobre o Chile, que se não é uma beleza de adversário, pelo menos foi uma goleada. Mas na final, a mística da camisa amarela apareceu e mesmo não fazendo uma bela partida, com o futebol-arte exuberante que se espera de um selecionado do Brasil, o time soube controlar o ímpeto portenho, e com uma atuação muito sólida da defesa, conseguiu anular o bom retrospecto das atuações da Argentina na competição, e simplesmente não tomou um grande sufoco em qualquer momento da partida. E tal qual um esgrimista, soube se aproveitar quando o adversário baixou ligeiramente a guarda para meter a espada (sem trocadilhos, por favor) em três oportunidades. Os gols em momentos inesperados deixaram os jogadores da Argentina, mais do que desorganizados, desmotivados. Estava acontecendo de novo. Um belo time de azul e branco caía diante de um canarinho bastante chinfrim, mas futebol é isso. E é por isso que Brasil e Argentina são no futebol como Caim e Abel, como Batman e Coringa, como cara e coroa, duas metades indivisíveis em eterno conflito pela primazia na América e no mundo. Para eles, mais uma vez a dor de cabeça, aquele pensamento de ‘onde foi que eu errei?’ e a inspiração para compor mais um tango. Para nós, mais um título, apesar da CBF, a organização sadomasoquista do futebol que apesar dos métodos excusos e sombrios, consegue vencer. E a esperança de que os dias melhorem.
Uma dúvida: A Érika da seleção de volei do Brasil é irmã da Fani?
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Estou vendo o jogo Brasil x México dessa modalidade. Ambas as equipes têm talento. Mas como só sei o nome das brasileiras, destaco Paula Pequeno, Érika (irmã da Fani), Carolina (reserva da Fofão, um absurdo!) e a Fabi.
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Deixando o Pan um pouco de lado. O Flamengo mandou a Foca Vesga embora e trouxe o Íbson (que eu não sei como está) e o Roger (sempre uma incógnita). De qualquer forma uma boa troca.
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Brasil 3 x 0 Argentina. Os hermanos tem um time muito fraco.
Ao se falar de Lula, a vaia no Maracanã foi sonora.
E os aplausos efusivos foram para os… voluntários.
O público do esporte não perdoa. Principalmente o do Maracanã. Alguma dúvida do porquê a Seleção da CBF não dá mais a cara por aqui (se bem que agora até pelo resto do Brasil está difícil de ver).
Podem até nos fazer de idiota, mas isso não significa que sejamos totalmente.
Iremos nos divertir com o Pan, mas vaias para a roubalheira que foi.