No artigo Média? onde comento sobre a declaração de Paulo Cesar Carpeggiani, técnico na época recém-chegado ao Timão, sobre o Corinthians ser muito maior que o Flamengo houve uma resposta de um anônimo corinthiano afirmando que a grandeza de um clube não deve ser contabilizada apenas com títulos (e muito menos com os apenas os reconhecidos pela FIFA).
Concordo inteiramente.
Creio e afirmo que o Corinthians é maior pela sua relação com a torcida na época dos 22 anos de jejum, maior pelo singular movimento da Democracia Corinthiana que culminaram com o bi-campeonato paulista de 1982/1983, maior pelo espisódio da invasão corinthiana em 1976 contra o Fluminense pela semi-final do Brasileirão que pelos títulos Brasileiros das nebulosas parcerias em 1998, 1999 e 2005.
O anônimo corinthians considera que eu rebaixo o Corinthians pelas conquistas de 1998 e 1999 (bom saber que o corinthiano lembra da nebulosidade de 2005 com a MSI). Eu não rebaixo o Corinthians. Rebaixo essas conquistas. 1998 foi a era Exel (a Wikipédia é concisa e 100% eficiente na definição desse banco em 1998) e 1999 foi a parceria com a Hick Muse. Parceria como as famosas ISL do Flamengo, Nations Bank do Vasco, mesma ISL com o Grêmio.
O time do Corinthians em 1998 e 1999 era de fato muito bom, e pelo time mereceu vencer mesmo esse bi-campeonato, mas foram, em minha opinião, campeonatos menores que os demais, até por toda essa lavagem de dinheiro em que ficou envolvido o Corinthians, o que lhe proporcionou vantagem competitiva sobre os demais (assim como o Botafogo de 1992 de Emil Pinheiro, que felizmente perdeu para o Flamengo de Junior na final).
Não desemereci o Corinthians, Carpeggiani é quem o superestimou. Minha opinião ainda é a mesma. O Corinthians é grande, mas é menor, pela sua história que seus rivais paulistas e que o Flamengo (com Santos e Botafogo então…).
Os 5 títulos brasileiros do Flamengo não se deveram a dinheiro estatal, e sim a Zico, Adilio, Carpeggiani, Junior, Nunes, Zinho, Aldair e uma penca de jogadores formados na Gávea.
Outra forma de constatar a grandeza de um clube, é ver a relação de sua torcida com seus maiores ídolos e grandes jogadores. Tem-se no Palmeiras referência em Ademir da Guia. São Paulo com Raí, Pedro Rocha, Falcão, Gérson. Recuso-me a comentar sobre os jogadores do Santos.
Quanto ao Corinthians, lembremos novamente da invasão em 1976, que a Fiel dividiu o Maracanã para jogar contra o Fluminense de Roberto Rivellino, melhor jogador a usar a camisa alvinegra e escorraçado pela Fiel na época do jejum de 22 anos. Talvez com ele em campo, o Corinthians vencesse o Internacional na final, e fosse páreo para o Fluminense sem dilúvio.
De qualquer forma, vale à pena voltar lá no artigo Média? e conferir o comentário do anônimo corinthians, até porque ficou muito bem colocado, e certamente, discutir a história e valores me agrada mais que comentar sobre os jogos insignificantes desse domingo.
Fato que o assunto não se encerra aqui, e ressalto que é a minha opinião (embasada pelo meu conhecimento até hoje, que é pouco, mas o suficiente para que eu fale besteiras com certa propriedade), mas torço para o anônimo corinthians (e não só ele, como os demais fiéis que por aqui passarem) responder com um nome, o que facilita a colocação de opiniões.