E o bambu?
July 12th, 2013 | 45 Comments | Filed in Estrutura, Flamengo, FluminenseJoão Borba anunciou que pretende Wimbledonizar o Maracanã. Na utopia do presidente do Consórcio o estádio será decente ao torcedor de jogos de clube como foi em partidas de Seleção. Bandeirões, fogos, instrumentos musicais, assistir jogo em pé e até sem camisa serão combatidos, o que parece razoável diante de décadas de lixo que os próprios usuários produziam.
Minha experiência em locais numerados e pré-determinados por outrem nos jogos da Copa das Confederações teve um quê emocional de estranheza e imposição à priori. Não mudou à posteriori, todavia, tornando-se um fardo de pouca relevância diante dos benefícios auferidos por essa violência do organizador do evento. A áurea torcidal nos jogos lotados estava presente sem a necessidade das configurações tradicionais, com suas festas orquestradas e com seus infortúnios mil. Não houve quem não saísse satisfeitíssimo do estádio e isso excluindo Brasil x Espanha que não pude ir…
Conhecedor dessa porra toda, sempre me adaptei no Maracanã convivendo com a balbúrdia e por que não dizer, interagindo com ela remando com a maré. Mesmo remando com a maré, é chato e tenso ficar se preocupando com as porcarias e tome o babaca que cisma de ficar com a merda do bandeirão levantado na tua frente, dá-lhe a turma de hemorroidas que vai ficar em pé mesmo longe dos amiguinhos marginais uniformizados achando-se mais torcedor, valha-se do mijão emporcalhando o chão do banheiro, conviva-se com o bonde atravessando no meio de todo mundo, ature-se aqueles fogos fedorentos e esse check-lists de pequenas chatices que há necessidade de se aturar e que aumentando-se na proporção de desrespeito tornam normais as porradarias, filas furadas, confusões em bilheterias, confronto nas ruas, perrengue em estacionamento e toda essa ordem de filha-da-putice que os marginais impõe pelo ambiente pernicioso naturalmente formado.
Se os exageros aplicados no reinício objetivarem combater as mazelas, terão meu apoio. Apoio de quem frequentou o Maracanã antigo, aquele que diz-se frequentado pelos verdadeiros torcedores, e o novo frequentado pelos brancos de Lucio de Castro mas que na minha ótica eram as mesmas pessoas que adoram futebol. Não eram pessoas diferentes, mas comportaram-se de forma distintas e de forma muito mais positiva as que utilizaram recentemente. Absolutamente válido, portanto, que a indução do novo comportamento seja buscada ao receber esses torcedores quando acompanharem os times de clubes.
É conveniente, contudo, aguardar-se os jogos ocorrerem para entendimento da real dinâmica torcidal que decerto não será o apocalipse asséptico que os apologistas do copo de mijo pintam.