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Aniversariantes do dia

May 23rd, 2012 | 1 Comment | Filed in Fluminense, Fórmula Indy, Futebol, Indy 500, Libertadores 2012

Neste dia 23 de maio o veterano Rubens Barrichello se torna quarentão. Se nos anos passados ele comemorava seu aniversário confortavelmente em sua prórpia casa em Monte Carlo – normalmente coincidia com o GP de Mônaco de Fórmula 1 -, desta vez ele apaga as velinhas no novo continente, mais precisamente em Indianápolis. O brasileiro está concentrado para não apenas sua estreia em circuitos ovais, mas também para sua primeira vez nas 500 Milhas de Indianápolis. E há o que comemorar. Sua décima posição, na quarta fila do grid, é simplesmente a melhor classificação de um rookie, e é melhor ainda por ele pilotar por uma equipe honesta, porém, apenas de médio porte. Ele terá a companhia de um velho conhecido da F1, o francês Jean Alesi, que correrá pela fake Lotus (o pior motor da Indy atual, léguas atrás de Honda e Chevrolet) e largará no 33º e último lugar. Nem precisa mencionar que uma vitória de Barrichello seria uma zebra do tamanho do Estado da Indiana, mas tanto ele como Alesi declararam que aprenderam mais durante esse mês de treinos no tradicionalíssimo oval do que em uma vida na F1 – marketing à parte, isso mostra que na vida sempre há muito o que aprender.

Parabéns ao Rubens e boa sorte aos dois.

 

Outro aniversariante é Rafael Moura, o homem encarregado de substituir Fred, o matador tricolor, para fazer a justiça do futebol – os gols – contra o covarde Boca Jrs. no Engenhão. O confronto entre tricolores e xeneizes já pode ser apontada como a maior rivalidade das Américas, dado o número de vezess que se encontraram nos últimos anos. O atacante completa 29 anos e será de fundamental importância para o avanço do Fluminense na competição, que diferentemente do que a página do wikipedia sobre o mineiro afirma, ainda está longe de estar no papo. A caminhada é árdua, e um passo importante deverá ser dado na partida de hoje. Vale gol com os pés, de cabeça, de canela, de barriga, de costas, ou como for. E considerando o que aconteceu na partida da Bombonera, apesar de não ser bom arriscar, um golzinho de mão no seu aniversário teria um gosto muito especial. É o dia para a consagração definitiva do camisa 10 tricolor.

Feliz aniversário, He-Man, vá lá e mostre quem tem a força hoje à noite no Engenhão.

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Um homem com sangue de alta octanagem

May 15th, 2012 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1, Fórmula-1 2012

Quem vê hoje a carcaça franzina atada à cadeira de rodas e o olhar sereno de Frank Williams pode ter certeza de estar diante de um exemplar de uma espécie praticamente extinta  no mundo que conhecemos como Fórmula 1,  um sobrevivente. Pode confundí-lo hoje com um turrão, que faz questão de fazer tudo no old style e se recusou a acompanhar a cadeia evolutiva do esporte, e por isso deixou os seus melhores momentos no passado e vive do culto ao seu próprio museu. Na verdade, pouca gente sabe como essa história começou e todas as glórias e cicatrizes que este homem acumulou ao longo de seus mais de quarenta anos dedicados ao automobilismo.

O duro Frank e seu amigo Piers Courage

Frank Williams abriu sua garagem em 1969, tempos em que para se montar um time na F1 você precisava arrumar uma grana com alguns patrocinadores para comprar chassi, motor e pneus, um extra para bancar as viagens e ainda convencer um louco a guiar a sua máquina. E foi logo em sua segunda temporada como dono de equipe que ele aprendeu da forma mais dura possível que automobilismo não era uma brincadeira tão simples. Piers Courage, seu piloto e amigo muito próximo morreu dentro da bola de fogo em que seu carro se transformou como consequência de uma batida no GP da Holanda de 1970.

Frank Williams e Patrick Head, a dupla dinâmica

Recuperado do primeiro trauma, a Frank Williams Racing Cars atravessou a maior parte da década de 70 como a atual Marussia. Foi por lá que o brasileiro José Carlos Pace começou a sua carreira na F1 em 1972. O dinheiro quase não rendia, e Frank era conhecido por fazer os seus contatos telefônicos a partir de um peculiar escritório, vermelho, com menos de um metro quadrado,  um símbolo nacional das terras da Rainha: a Red Telephone Box. Só ao final dos anos 70, após uma mal-sucedida parceria com um milionário de nome Walter Wolf, Frank se aliou a Patrick Head e daí surgiu o que se tornaria uma das equipes mais vencedoras de toda a história da categoria: a Williams F1.

Com Head na prancheta e o apoio de uma companhia aérea saudita (pertencente à família de Osama Bin Laden…) a sorte do time começa a mudar em pouquíssimo tempo. A primeira vitória chegou em 1979 com Clay Regazzoni. No ano seguinte, vieram o primeiro mundial de pilotos com Alan Jones e o título de construtores. Lotus, McLaren e Ferrari tiveram que reconhecer a existência de um novo – e competente – rival na disputa de corridas e títulos dali em diante, posição consolidada em 1982 com o campeonato de Keke Rosberg.

Em 1986, a equipe figurava como favorita para os dois títulos, contando com o então bicampeão Nelson Piquet e Nigel Mansell. Ainda no início da temporada ele sofreu o trágico acidente de carro em uma estrada na França que o deixou tetraplégico. Longe do comando durante sua recuperação, o seu time se viu mergulhado no caos e perdeu o mundial de pilotos para Alain Prost. O seu retorno ao pitwall no ano seguinte foi marcado pela conquista do terceiro campeonato de Nelson Piquet, o terceiro também da equipe que leva o seu nome.

Depois de alguns anos de transição, a equipe completa o desenvolvimento de um dispositivo que iria revolucionar não apenas o esporte como toda a indústria automobilística: a suspensão ativa. Com esse item maais o feliz casamento com os motores Renault, saíram de Grove alguns dos carros mais vencedores de todos os tempos no esporte a motor. Mesmo após o banimento do sistema, a Williams se manteve como uma devoradora de títulos ao longo da década de 90, apesar do novo período turbolento vivido pela equipe no período que sucedeu a morte de Ayrton Senna ao volante do FW16. Os ecos da Tamburello não se restringiram à esfera profissional e esportiva; a perda do brasileiro representou um novo drama pessoal para o sofrido Frank, bem maior do que ele gostaria de ter deixado transparecer. Os últimos títulos comemorados pelo time foram em 1997 com Jacques Villeneuve entre os pilotos, mais o título de construtores.

A partir daí, a invasão das grandes montadoras coincidiu com o início das dificuldades enfrentadas pela equipe, e as vitórias foram ficando cada vez mais escassas. Frank Williams foi o único a recusar-se a vender o seu legado a uma fábrica, o que se justificou no momento em que os CEOs decidiram que a F1 não era tão rentável quanto desejavam e picaram suas respectivas mulas. A gigante Williams foi se apequenando até atingir o fundo do poço em 2011, quando terminou a temporada em nono lugar entre as 12 equipes. Frank perdeu também seu braço direito de 30 anos quando Head anunciou sua aposentadoria. É nessas horas, porém, que os grandes vencedores mostram que nunca esquecem o caminho da vitória. Após oito anos longe do degrau mais alto do pódio – e desde 2008 sem qualquer pódio – a Williams conseguiu juntar novamente um bom pacote técnico, um piloto altamente motivado, a estratégia e o trabalho de equipe perfeitos para vencer mais uma vez.

Nem o incêndio que atingiu as instalações da equipe ainda durante as comemorações do aniversário do patriarca e da vitória de seu mais novo pupilo apagarão a conquista. Das cinzas ressurgiu o orgulho da gigante Williams, e se reafirmaram os velhos conceitos do velho Frank, um homem que vive em função do esporte que ama e que superou obstáculos pessoais e profissionais para estar onde está. Sir Frank Williams completa 70 anos, 43 deles dedicados à F1. A categoria hoje reverencia esse dinossauro de olhos sábios e vividos, e espera que lá ele permaneça por muito tempo.

Parabéns, tio Frank.

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Direto do Engenhão: Fluminense campeão carioca de 2012

May 14th, 2012 | 26 Comments | Filed in RJ

Rafael Moura: o poste que resolveu a parada

O clássico decisivo derradeiro (valeu, Bona!!!) do cariocão 2012 refletiu muito mais o equilíbrio entre Botafogo e Fluminense.

Para os adeptos da estrela solitária, ficou o consolo de que o time apresentou com muito brio e disposição. Durante grande parte do jogo, o Botafogo colocou o Fluminense na roda e fez do goleiro Diego Cavalieri o melhor jogador em campo. O meia Jadson foi a sombra de Deco – cercou o mago tricolor até no momento em que ele recebia atendimento fora de campo. Tem limitações? Sim, mas o time deixou claro que a goleada do domingo passado foi circunstancial, e com algum investimento em reforços poderá fazer uma campanha honrosa no brasileirão.

Os tricolores tiveram motivos para comemorar e também para lamentar. Cada vez mais o time das Laranjeiras se mostra um time chato de ser batido, pois mesmo quando não atua bem, todos os seus jogadores se aplicam com posse de bola do adversário. É comum ver Rafael Sobis e Thiago Neves dando carrinhos na defesa e seus centroavantes (Fred, e especificamente nessa partida, Rafael Moura) cortando bolas de cabeça nos escanteios defensivos. Tem recursos para alterar a equipe sem maiores prejuízos e sabe ser letal na chegada ao ataque com o apoio dos laterais, principalmente Carlinhos, que atuou muito bem e teve participação fundamental no gol que desmoronou as esperanças alvinegras.

O prejuízo tricolor está visível na escalação do departamento médico: Bruno e Deco saíram machucados e farão companhia a Fred, Wellington Nem, Valencia e Diguinho. A presença dos dois para a nova visita do Flu à Bombonera está ameaçada.

A conquista do estadual representa o sucesso na primeira etapa da jornada tricolor para 2012. E não há muito tempo para comemorar: quinta-feira é o Boca que nos aguarda.

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A Terra é azul (no tênis também)

May 14th, 2012 | 36 Comments | Filed in Novak Djokovic, Rafael Nadal, Roger Federer, Tênis, Tomas Berdych

Azul, a cor da discórdia

O torneio Masters 1000 de Madri foi disputado durante essa semana sob uma enxurrada de críticas dos tenistas à organização. E a frase épica de Yuri Gagarin foi repetida pelos tenistas do circuito profissional da ATP. Pois não é que os cartolas inventaram que o piso de saibro do complexo esportivo La Caja Mágica não teria a sua coloração natural, vermelho-telha, mas sim um exótico tom de azul? E se o problema fosse apenas a cor… Ao contrário da afirmação dos organizadores e dos responsáveis pela produção da terra azul de que o material heterodoxo utilizado é idêntico ao ortodoxo vermelhinho, os competidores se queixaram das várias alterações nas características da nova quadra, mais rápida e bem mais escorregadia do que o saibro normal.

Com um quadro desses, Rafael Nadal e o número 1 Novak Djokovic derraparam pelo caminho. O vencedor só poderia ser aquele que se adaptasse mais rápido às circunstâncias. Falou adaptação, lembrou o craque Roger Federer. Com a sua categoria habitual e a tradicional precisão suíça no seu saque, Federer superou de virada o tcheco Tomas Berdych. Com mais esse troféu na estante, o suíço acumulou pontos suficientes para ocupar a segunda posição no ranking,  deixando Nadal para trás.

Manolo Santana, ex-tenista espanhol e diretor do torneio, não deu a menor bola para as chorumelas dos tenistas depois que Nadal e Djokovic ameaçaram não participar do torneio no futuro. E ainda arrematou dizendo que, no ano que vem, a bolinha poderá ser fluorescente.

A crise está deixando os espanhóis muito esquisitos…

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BREAKING NEWS: Hamilton perde a pole em Barcelona

May 12th, 2012 | 52 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012

Kimi vem com tudo; já os brasileiros...

BREAKING NEWS!!!!

Lewis Hamilton foi punido por ter parado sua McLaren após fazer a melhor volta do Q3. O objetivo era de guardar um pouquinho de gasolina para a análise da composição química, como manda o regulamento. A manobra foi considerada ilegal e o inglês não apenas perdeu a pole como vai largar em último.

Ou seja: Pastor Maldonado acaba de conquistar a primeira pole de sua carreira. É a volta da Williams à posição de honra na largada de um GP desde a façanha de Nico Hülkenberg em Interlagos/2010. A marca acontece justamente no GP que marca as comemorações pelo septuagésimo aniversário de Sir Frank Williams.

Os demais pilotos, portanto, ganham uma posição.

Lewis Hamilton alcançou no GP da Espanha a sua terceira pole-position em 2012. Terá a companhia inusitada de Pastor Maldonado na primeira fila, para a felicidade do chief Frank. Em seguida segundo largará  a Ferrari do anfitrião Fernando Alonso. Mais um milagre do asturiano, que continua fazendo muito mais do que a sua equipe poderia esperar levando em conta o equipamento disponível.

Enquanto seus parceiros saíram muito bem na foto, os brasileiros ficaram inexplicavelmente distantes. Bruno Senna foi eliminado no Q1 por conta de uma rodada na volta rápida e ficou em 18°, uma posição atrás de Felipe Massa.

Mais uma vez os carros da Lotus-Genii se destacaram, marcando quarto com Romain Grosjean e quinto com Kimi Räikkönen. Montmeló é um daqueles circuitos onde tradicionalmente quem larga na frente vence, Hamilton não teve muita sorte largando na posição de honra esse ano. Já o homem de gelo tem feito corridas excepcionais apesar de estar meia-bomba nas classificações. A Lotus bastarda pode estar bem próxima de sua primeira vitória, já que os carrinhos pretos e dourados foram a sensação dos testes realizados em Mugello no início do mês de maio. Vale a pena conferir a corrida amanhã a partir das 9h.

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Direto do Engenhão: o sufoco vermelho

May 11th, 2012 | 14 Comments | Filed in Fluminense, Internacional, Libertadores 2012

Fred: o homem da virada

Ninguém disse que seria fácil, mas os noventa minutos de bola dessa partida foram um verdadeiro teste cardíaco. Não apenas pela qualidade do time gaúcho e a pressão que eles exerceram em vários momentos. Se o jogo esteve longe de ser bom no aspecto técnico, foi pela emoção que ela será lembrada como um difícil degrau a ser escalado em direção ao topo da América. A busca pela superação dos jogadores do Fluminense foi admirável, e mesmo que várias falhas defensivas tenham sido cometidas, a verdade é que foi na base da coragem e fibra dos zagueiros tricolores Gum, Edinho, e principalmente, Leandro Euzébio, que a vitória e a classificação foram possíveis. Isso se aplica especialmente em relação ao camisa 4 tricolor.

Alguns torcedores do Fluminense têm uns lapsos de tremenda estupidez, como aqueles que entoaram uma sonora vaia contra Leandro Euzébio após a falha que resultou na abertura do placar pelo Internacional. Faltavam ainda uns 80 minutos de jogo e a torcida estava jogando CONTRA o próprio time??? Os deuses do futebol sabem perdoar certas falhas, e algumas vezes também premiam os jogadores abnegados, que mesmo conscientes de sua limitação, jogam com bravura. A recompensa para esse jogador veio rápido, menos de dois minutos depois de sua falha capital. Aqueles que vaiavam no instante anterior já estavam comemorando como qualquer torcedor normal quando, para a estupefação destes, o telão confirmou o autor do gol. Ninguém voltou a vaiar o time. Espero que tenham aprendido a lição. Palmas para nosso valoroso pereba!!!!

Diego Cavalieri: recordando o lance da primeira partida que foi decisivo para o sucesso na segunda

Na parte ofensiva, é nítido como Wellington Nem faz falta para desafogar o time em certas situações. Rafael Sobis e Thiago Neves brigaram – e apanharam – demais. E foi em um par de cobranças de falta ensaiadas que o camisa 7 deixou primeiro L. Euzébio e depois Fred em condições de virar o jogo. Em uma terceira falta, já no segundo tempo, Thiago Neves poderia ter selado o destino do Internacional, porém selou mesmo foi a trave. Sinal de que o sofrimento ainda estava vivo nos corações tricolores. O capitão saiu com dores na coxa.  Se pulei o meio de campo? Sim, porque este território foi dominado pelo colorado por grande parte do jogo. Deco esteve muito bem marcado, e Jean, apesar da velocidade, não conseguiu municiar adequadamente o ataque. Tinga, Dátolo e o excelente Oscar davam as cartas no setor. No final do jogo, Dorival Júnior colocou seu time todo para o frente, e se começara a partida com apenas Leandro Damião no comando do ataque, eram quatro atacantes quando o apito final soou.

Um detalhe deve ser ressaltado: o árbitro da partida chamava-se Wilson Seneme.

SENHOR ÁRBITRO: eu não preciso que o senhor favoreça o meu time, mas a sua função é ser justo. A entrada que o zagueiro Rodrigo Moledo no lateral tricolor Carlinhos aos 10 minutos do primeiro tempo foi um crime, e deveria ser punido com cartão vermelho direto seja no primeiro ou no último minuto da partida. O senhor permitiu o mesmo zagueiro, mais Índio, Guiñazu e Fabrício (com eventual participação de Tinga) montarem um autêntico corredor polonês. Mesmo assim, o Internacional terminou a partida com míseros dois catões amarelos. Várzea para o senhor, seu Seneme, para sempre.

O Fluminense já está entre os oito. Depois de enfrentar esse time carne de pescoço do Internacional, agora vem o Boca Jrs. De novo. O Fluminense conseguiu ter a melhor campanha de todos os classificados no grupo mais difícil da primeira fase. E ainda dizem que ser o “melhor das Américas” na fase de grupos é vantagem… Eu acho que dá é um azar danado. Mas a vida segue. Quem quer ser campeão não pode se dar ao luxo de escolher adversário.

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Vence o Fluminense

April 27th, 2012 | 18 Comments | Filed in Futebol

O Fluminense é o campeão mais incontestável, mais irretocável, mais inapelável, mais irresistível de toda a história do esporte bretão em terras brasileiras. Não satisfeito em ser impiedoso nas estatísticas – dono do melhor ataque, melhor defesa, maior artilheiro, melhor goleiro e da campanha mais arrasadora como visitante – o tricolor alcançou a sua glória ainda na 35ª das 38 rodadas do campeonato. A conquista coroou a a campanha de um time valoroso, cujo pôster terá espaço entre os maiores esquadrões dos 110 anos do clube das Laranjeiras.

Como todo grande time deve começar com um grande goleiro, foram as seguras mãos de Diego Cavalieri que abriram as portas para o título. Herdeiro legítimo da camisa outrora vestida por gigantes da estirpe de Marcos Carneiro de Mendonça, Castilho, Félix e Paulo Victor, Cavalieri transmite toda a sua sobriedade à defesa, e a equipe sabe que nele pode confiar: se algo der errado, lá estará ele para garantir o bicho dos companheiros. Sem estardalhaços, e com poucos sorrisos até. Não é à toa que a muralha tricolor  não foi vazada em 14 partidas. E simplesmente não falhou em nenhum gol que sofreu em todo o campeonato.

Gum, zagueiro médio tecnicamente, porém enorme em coração, é o símbolo da vontade e da superação que tornou essa a equipe mais dura de ser batida do Brasil. Por sua causa o time ganhou o sobrenome “de Guerreiros”. Quanto maior a dificuldade da batalha, mais ele se agiganta, e mais se torna intransponível para os atacantes adversários, fazendo tremer a todos. Os laterais, Bruno e Carlinhos são duas formiguinhas operárias, vermelhas como o uniforme encarnado usado na partida que selou o título contra o combalido, entristecido e virtualmente rebaixado, porém lutador Palmeiras.

Edinho, o viril, é o rottweiler de guarda à frente da defesa e o fiel escudeiro do técnico tricolor. Sua dupla no meio campo, o polivalente Jean, é o motor do time campeão, um ingrediente do futebol moderno, capaz de marcar e sair com a bola com eficiência e ainda aparecer no ataque como elemento surpresa em arrancadas sensacionais. O carregador de pianos tricolor pode não aparecer tanto para os olhares mais desatentos, mas sua contribuição foi decisiva para o triunfo do time, e merece como poucos um lugar na seleção do campeonato.

Se por um lado Thiago Neves, o camisa 10 das Laranjeiras, não conseguiu ser aquele mesmo Thiago Créuves de outros tempos, por outro, ninguém pode negar que deixou seu sangue em campo pelo coletivo em todos os jogos. Tal qual o filho pródigo, ele voltou à sua própria casa para conquistar tudo aquilo que devia ao seu clube de coração e a si mesmo.

Deco é a cereja do bolo tricolor. Apesar de ter ficado de fora em muitas ocasiões, sua presença não passou despercebida quando esteve em campo com seus dribles e lençóis desconcertantes, passes perfeitos e assistências preciosas. Como todo representante autêntico de uma classe de artistas do futebol que praticamente não existe mais, a cabeça pensante do escrete tricolor está constantemente na mira dos adeptos do antifutebol tão numerosos pelos campos do Brasil. Engana-se, porém, quem pensa que ele se intimida; ele manda um claro recado aos botinudos de plantão de que suas chuteiras têm travas também. Deco é o típico craque com a cara do Fluminense. Wagner, o substituto, teve a humildade de sentar no banco de reservas enquanto sabia que seria titular em qualquer outro time no país, e nas oportunidades de mostrar o seu talento, não se fez de rogado; ele empresta ao Flu sua finesse no toque de bola e ainda incorpora o espírito guerreiro da equipe.

Wellington Nem, o pequeno polegar tricolor, é uma pessoa rara, principalmente no meio do futebol. Ele recusou dinheiro para abandonar o Brasil para realizar o sonho de despontar no clube onde nasceu e se criou. Não dá para ser muito mais tricolor do que isso.

Como não poderia ser diferente, foi Fred, o artilheiro dançarino, o predestinado a marcar o gol para sacramentar o título e lançar seu coração para a torcida enlouquecida. Frio matador, goleador puro-sangue , que faz gol de qualquer jeito – principalmente nos momentos em que seu time mais precisa -, mas tem uma clara preferência por aqueles mais difíceis de serem convertidos. Sua capacidade de liderança inspira os seus companheiros, levando-os a superarem os próprios limites. Ele é um dos raros casos em que a braçadeira sozinha escolhe quem será o capitão, tamanha sua capacidade de agregar, orientar, servir de exemplo dentro das quatro linhas. Para completar, é dotado de uma mentalidade vencedora que colocou o clube no caminho das vitórias desde que pisou pela primeira vez nas Laranjeiras, sua nova casa. Fred já é uma realidade no panteão dos grandes ídolos que vestiram o traje de gala tricolor.

Nada disso seria possível se o elenco não estivesse sob a batuta de Abel Braga. É um técnico que acerta e erra escalações ou substituições como qualquer outro, e que põe o Diguinho em campo para infartar a torcida nos últimos minutos das partidas? Sim, é. O seu diferencial vai além do papo de boleiro e da estratégia dos enxadristas; reside na capacidade de chamar os brios de cada um de seus jogadores, de lembrá-los a cada rodada da responsabilidade que assumiram para alcançarem os objetivos, … Abel estuda, conhece e encara todos os seus adversários com a mesma seriedade, sejam eles grandes ou pequenos. Abel sabe enxertar os talentos crescidos em Xerém para suprir as necessidades do elenco, tirando-lhes o peso da obrigação de resolver e deixando-os livres para mostrar o talento. Por isso tudo, Abel é o homem para ser o Alex Ferguson tricolor, pela identificação com as cores do clube

Mas tem um detalhe: o campeonato ainda não acabou. O Fluminense agora vai atrás dos recordes.

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Deutschland über alles

April 18th, 2012 | 145 Comments | Filed in Fórmula-1 2012

O novo sócio do clube dos vencedores

Pois é, o GP da China de 2012 representou um marco histórico no processo de germanização da F1. A pista de Xangai viu mais um piloto alemão alcançar o panteão dos vencedores da Fórmula 1. Nico Rosberg largou na posição de honra – também pela primeira vez – e levou seu Mercedes sem qualquer sobressalto para a bandeirada. Para ele, a espera durou 111 grandes prêmios. Para o time Mercedes, a espera foi mais longa, muito maior do que os 41 GPs desde que a marca assumiu o lugar da Brawn GP: a última vitória de uma flecha prateada havia sido em 1955 com Juan Manuel Fangio, em Monza.

Ninguém duvida de que a Mercedes GP é uma das equipes mais sérias da F1, e que conta com o apoio – e o aporte financeiro, claro – da montadora. O projeto visava ao sucesso em longo prazo, mas o projeto de uma inovadora traquitana de dar inveja ao Professor Pardal, um sistema de dutos de ar acionados pela asa móvel (se por acaso alguém entendeu do que se trata, souber desenhar e me explicar, serei eternamente grato…) colocou o W03 entre os melhores carros do ano, e mesmo antes do previsto pelo planejamento da equipe, os alemães estão no páreo. Para vitórias e para o título.

Pela infelicidade de um mecânico, que cometeu um erro no primeiro pitstop de Michael Schumacher, o heptacampeão ficou de fora da disputa pela vitória, mas mesmo assim a festa germânica foi completada por Jenson Button e Lewis Hamilton, segundo e terceiro. Em outras palavras, os três primeiros postos foram ocupados por três motores da estrela de três pontas, algo que aconteceu justamente em Xangai em 2010, coincidentemente, com o mesmo pódio na ordem inversa. Definitivamente, o plat du jour foi um yakisoba de chucrute, servido com fartura.

No geral, a corrida foi movimentada, com disputas intensas do segundo lugar para trás. Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen sofreram quedas dramáticas de desempenho no final e perderam a chance de ir ao pódio. Os carros da Sauber também não apresentaram um ritmo de corrida do mesmo nível que o de classificação. Na contramão veio a Williams. Apesar de posições discretas no grid, Bruno Senna e Pastor Maldonado fizeram ótima prova e chegaram e sétimo e oitavo. Frank Williams respira aliviado. Seus carros se destacam no pelotão intermediário e seus pilotos estão convencendo. Vida nova com os propulsores Renault… nada como contar com algo melhor do que os motores gripados da Cosworth.

A Ferrari voltou à sua realidade. Fernando Alonso foi apenas nono e Felipe Massa desperdiça gasolina.

Então ficou assim. Três corridas, três vencedores, três equipes. Hamilton, terceiro nas três provas, é o líder do campeonato. Equilíbrio pouco é bobagem.

Sainhas são permitidas no Bahrein??

No próximo fim de semana a F1 deve desembarcar e correr no Bahrein, apesar do caos político e da reprovação de qualquer pessoa sã que leia noticiários e esteja consciente da situação enfrentada pela população. Mas todos sabem que os interesses são tudo o que interessa. A Fórmula 1 tem um histórico de ignorar solenemente tanto violações de direitos humanos quanto o clamor da comunidade internacional, contrário à realização de eventos do tipo em países perpetradores das violações. No passado já foi muito chegada às sangrentas ditaduras do Brasil e da Argentina, além de dar de ombros paara o regime de apartheid na África do Sul. Mais do que nunca, a F1 de hoje assume a vocação de ser um parque de diversões para seus dirigentes, patrocinadores e contratantes milionários. A F1 não se importa com peões; quer sabe apenas de reis e rainhas, e no máximo, dos bispos.

A empáfiBernie Ecclestone assaltado e espancado na calma e tranquila cidade de Londresa chegou ao ponto que Martin Whitmarsh, fantoche do Ron Dennis no comando da McLaren, colocou no mesmo saco, em um episódio de diarreia verbal clássica, a guerra civil barenita e a violência urbana de São Paulo. Nada a declarar.

Portanto, amigos, até podemos assistir à corrida do próximo domingo. Desde que estejamos plenamente conscientes de que há pessoas sendo duramente reprimidas pelo seu desejo de melhorar a vida em seu próprio país. Os figurões passarão por cima de tudo com seus helicópteros enquanto manifestantes desarmados estarão sob gás lacrimogêneo, porretes e balas de revólver. Dá nojo. A vontade maior mesmo é de sair no domingo pela manhã para uma boa corrida na praia.

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Alonso em dia de super-herói

March 28th, 2012 | 29 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012

O castellano poderá ser o segundo idioma na Ferrari em breve...

Para começar, vamos falar sobre o que NÃO vamos comentar:

1) Nenhuma palavra sobre a teimosia da FIA em marcar a corrida para a hora que todo mundo sabe que chove na Malásia. O que para nós é uma burrice e uma chateação, e perigosíssimo para os pilotos – que, por sinal, não se manifestam -, para alguém é bastante lucrativo. Assim é, assim permanecerá.

2) Nada a declarar sobre o suposto panic button que a Ferrari tem à disposição para fazer com que todos os carros com motores que saem de sua sede façam o seu “jogo de equipes”. O suspeitíssimo be careful… we need this position lembrou muito aquele Fernando is faster than you, e de qualquer forma, sendo ou não por influência ou ordem do pitwall vermelho, o fato é que todos sairiam felizes de qualquer jeito: Peter Sauber, que ganhará um belo ticket de desconto na compra de novos motores da Ferrari; Sérgio Pérez, que depois da sensacional atuação tem tudo para se mudar para Maranello em um futuro muito próximo (e vamos combinar que Felipe Massa está trabalhando muito para que isso aconteça o mais rápido possível); a Ferrari, que mesmo com um carro horroroso, simplesmente lidera o mundial de pilotos só porque tem Fernando Alonso, e terá algumas semanas de paz até que uma corrida em condições normais mostrem a real posição do F2012.

Entretanto, olhanhdo pelo prisma da Sauber, a mensagem faz sentido, e muito. É claro que todo mundo queria ver o mexicano passando atropelando Alonso e partindo para a glória, mas pergunte ao Pastor Maldonado se isso é simples assim. Para quem não se lembra, o venezuelano só precisava receber a bandeirada para levar nota 10 na Austrália, e então encontrou o toureiro de Oviedo. A poucas curvas do fim da corrida, perdeu o controle de sua Williams e enfiou a cara no muro. Voltou para os boxes a pé e sem pontos. O choro do helvético, hermético e matemático Sauber é a medida da façanha que seu pupilo alcançou.

Se foi mesmo uma ordem vinda da Ferrari, recolhamo-nos à nossa insignificância diante dos negócios alheios. Só que dessa vez não parecem mesmo ter sido esse cenário.

Falemos do que vale a pena.

1) Fernando Alonso teima em deixar claro que é ele que sobra na turma. Enquanto os outros lutavam contra as condições estão adversas, El Fodón de las Astúrias pegou seu carro nas costas e levou uma Ferrari sem rumo a uma das vitórias mais improváveis da história da equipe. Só o muchacho Sérgio Pérez conseguiu acompanhá-lo de perto… E falando do mexicano, esse piloto mostra uma novo desafio da categoria: os jovens talentosos de hoje têm de superar, em primeiro lugar, o estigma de ter de pagar através de seus patrocinadores para ter uma oportunidade. Pérez acaba de deixar essa marca para trás. Despontou como uma nova estrela da F1 e a partir de agora será observado, muito de perto, por todos que acompanham o circo.

2) Valeu a pena a primeira corrida de gente grande grande mesmo do Bruno Senna. Após se envolver em um toque não muito bem explicado pelas imagens, parar no box e cair para último, o Senninha ultrapassou, foi ultrapassado, ultrapassou de novo… E pode ser indicado sem muitas dificuldades como o piloto mais combativo da corrida. O sexto lugar foi um prêmio para ele e para a Williams, que com a volta aos propulsores Renault, tem um carro muito melhor do que nos últimos anos. Titio gostou.

Lewizinho paz e amor

3) Lewis Hamilton foi soberano nos treinos, mais uma vez. De novo, não conseguiu a vitória, porém marcou pela segunda vez a presença no pódio. Uma hora tudo se encaixa. Com a namoradinha de volta ao paddock, o inglês parece estar mais centrado e tende a repetir a excelente pilotagem de seu início de carreira.

4) Kimi Räikkönen voltou muito melhor do que se esperava. Mesmo perdendo posições no grid por ter trocado o câmbio do seu E20, fez ótima classificação ele chega duas provas concluídas na zona de pontuação. O homem de gelo já fez valer a aposta da Lotus.

Vettel mostra outro dedo a Karthikeyan

Os destaques negativos ficaram para Romain Grosjean e Narain Kartikeyan, que estragaram as corridas de Michael Schumacher e Sebastian Vettel respectivamente. No caso do heptacampeão, foi uma pena. Seu Mercedes ainda sofre com o desgaste crítico dos pneus, o que provoca uma queda maior de desempenho antes dos demais competidores, mas uma corrida imprevisível como essa era propícia para que o talento do Schumacão sobressaísse. O homem está com fome em 2012, e o banquete será nosso. Já o atual bicampeão vinha se virando bem, mesmo com um Red Bull meio fora de forma. Ainda há muitas corridas pela frente, e seu objetivo é não deixar os adversários dispararem até que sua equipe recupere a performance dos dois últimos anos.

Sobre o  troféu roda presa, não há como evitar: vai para Felipe Massa.

É inexplicável a diferença de desempenho em relação ao Alonso: enquanto ninguém chegou à frente de espanhol, o brasileiro só superou os carros das nanicas. Em outras palavras, não chegou ninguém atrás dele. Não fossem os problemas para a substituição de um piloto com a temporada em curso e as poucas opções de pilotos no mercado, já se pode duvidar que a carreira do piloto em Maranello se estenda em caso de outro fiasco. Massa já faz por merecer uma demissão por justa causa por deficiência técnica.

Até Xangai, daqui a três semanas.

Massa: sem palavras

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Felipe Massa: bem-vindo ao olho do furacão

March 23rd, 2012 | 52 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012

Era uma vez um homem, que nunca mais sorriu

Foram poucas as oportunidades que tivemos de ver um piloto tão pressionado como se encontra hoje Felipe Massa. A rigor, desde o seu retorno após o terrível acidente na Hungria/2009, ele teve uma única atuação digna  de nota. Mas essa atuação acabou eclipsada pelo episódio Fernando is faster than you. Até por gratidão, a Ferrari vem tentando ao máximo dar confiança ao piloto, poupando-o das batatadas da imprensa mesmo quando sua performance é abaixo da crítica. Mas até quando essa atitude pode durar?

A Ferrari mais uma vez errou a receita do bolo na hora de projetar o carro para 2012. Prestes a presenciar mais um ano de fiasco da equipe de Maranello, bastou apenas o primeiro GP  da temporada terminar para que a passional imprensa italiana já elegesse o seu bode expiatório ideal: Felipe Massa. Já rolam campanhas abertas pela cabeça do brasileiro, e como a Itália não tem nenhum piloto inscrito neste ano, há um lobby fortíssimo para a contratação de Jarno Trulli – que, por sinal, já era ex-piloto em atividade havia algum tempo…  Também correm boatos de que Sergio Pérez, cria do programa de desenvolvimento de talentos da Ferrari, poderia assumir o cockpit vermelho.  Ainda foi feita uma enquete no site italiano Auto.it, na qual o piloto favorito da torcida italiana para substituir Massa seria ninguém menos que Rubens Barrichello. Inclusive, se fosse uma eleição, ele seria eleito sem necessidade de segundo turno.

Por que cargas d’água então a Ferrari teima em proteger o seu piloto? A resposta é mais fácil do que parece.

Porque até a Ferrari sabe que a simples substituição de um piloto no início da temporada é muito mais um problema do que uma solução para um carro que teima em andar lá atrás.

A Ferrari sem direção

Vamos brincar de que a sugestão da enquete é plausível. Hoje é muito mais fácil um piloto promissor, como Pérez ou Kobayashi, se queimar (ou mesmo ser queimado) ao assumir o volante de uma Ferrari ruim e com toda a pressão do mundo sobre ele. O que dirá ainda para um novato, como Jules Bianchi ou Luca Fillipi. É fácil lembrar do caso do Romain Grosjean, que em 2010 substituiu a Nelson Piquet Jr. na Renault e teve que se contentar em voltar à GP2 no ano seguinte.  Até para pilotos experientes, como Trulli ou Liuzzi, poderia significar a aposentadoria sem glórias, assim como aconteceu com Giancarlo Fisichella e Luca Badoer, quando estes tentaram substituir o mesmo Felipe Massa após o acidente em 2009 em um dos piores carros produzidos pela Ferrari por Maranello em décadas. Em resumo: os últimos casos de substituição não foram fáceis, tampouco bem sucedidos.

Lá dos Estados Unidos, Barrichello deve ter soltado um sorrisinho de canto de boca. Pode apostar que a sua vontade é retornar à F1, mas com tudo azeitado para sua estreia na Indy – até a Silvana liberou as corridas nos circuitos ovais – seria muito difícil que ele se livrasse do compromisso e cruzar o Atlântico de volta.

A verdade é que o box da Ferrari está um pandemônio alla bolognese. Ninguém sabe o que está errado, só sabem que algo não está certo. Alonso sempre dá seu jeito, tira um segundo a fórceps do carro número 5 e mantém sua reputação de “El Fodón de las Astúrias” intacta. Enquanto isso, no carro número 6, Massa luta contra o acerto, os pneus Pirelli, o tráfego, os adversários, que cismam em estragar o último serviço de lanternagem, e enfim, seus próprios fantasmas. Está próxima a hora em que o guarda-chuva vermeelho vai começar a vazear, e a Ferrari vai fazer qualquer coisa para aplacar a ira da torcida, da mídia e dos seus anunciantes. Qualquer coisa mesmo, inclusive colocar o cabisbaixo brasileiro no olho da rua.

Sua sorte está lançada na Malásia.

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