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Uma vida por um ponto

September 10th, 2012 | 18 Comments | Filed in Andy Murray, Novak Djokovic, Tênis, US Open 2012

É o quarto, e é meu!!!!

Duas partidas magistrais encerraram os torneios de simples do US Open 2012. No feminino, Serena Williams bateu  Victoria Azarenka, a  a bielorrussa número 1 do ranking. Apesar de ter perdido seu primeiro set na competição justamente na final, a norte-americana usou todo seu vigor físico para virar o terceiro e decisivo set e sair tetracampeã de Flushing Meadows. Quando a fase é boa, é difícil segurar o ímpeto da Serena: ela já venceu esse ano duas vezes em Wimbledon (uma pelo Grand Slam e outra pelos Jogos Olímpicos) e agora levou mais esse título para casa de forma incontestável.

Entre os homens, o campeão só foi conhecido após uma maratona de 5 horas entre o sérvio Novak Djokovic e o britânico Andy Murray, números 2 e 4 do mundo, respectivamente. Em cinco sets, Murray precisou derrubar literalmente o seu adversário utilizando-se de longos ralis, e não foram raros os pontos decididos com 30 trocas de bola. Quando o britânico arremessou a bolinha amarela para o alto vencendo o quinto set por 5×2, ele precisava vencer mais do que Djokovic e as dores que já sentia em todo corpo por conta do esforço; Murray precisava superar uma zica tremenda que o levou ao vice-campeonato em Grand Slams em três oportunidades. Dessa vez ele conseguiu. Sua confiança vem crescendo desde que ele conquistou a medalha de ouro em Londres com uma contundente vitória de 3×0 sobre Roger Federer. Ultrapassada essa barreira psicológica, o circuito profissional ganha com Andy Murray mais um grande protagonista, e mais um tenista a almejar o topo do ranking. De quebra, o descabelado ainda levou a Kim Sears para casa…

A edição 2012 do US Open ainda teve a grata surpresa do triunfo do brasileiro Bruno Soares nas duplas mistas, jogando ao lado da russa Ekaterina Makarova. E não foi fácil. A dupla deixou pelo caminho uma dupla formada por nada menos do que Bob Bryan – um dos irmãos Bryan, uma dupla super-campeã – e a belga Kim Clijsters, que pendurou definitivamente a raquete ao fim do torneio. Outro que se despediu das quadras foi Andy Roddick, eliminado por Juan Martín del Potro nas oitavas de final. Aí vai um desportista como poucos americanos, e que vai deixar saudades no mundo do tênis.

yeah, babe!!!

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Do que são feitos os verdadeiros campeões?

September 6th, 2012 | 20 Comments | Filed in Alessandro Zanardi, Londres 2012, Olímpicos, Paralimpíadas 2012

A imagem do ano esportivo

É sabido que os Jogos Paralímpicos são sempre recheados de lições de vida, de superação, de perseverança, mas a história protagonizada por Alessandro Zanardi é de arrancar lágrimas de qualquer criatura dotada de algum sentimento. Esse bolonhês merece livro, filme e documentário, porque o que ele realizou na vida real vai muito além do que a ficção ousou imaginar. Sua trajetória marcada pelas conquistas e pela dor é a prova de que tudo pode mudar em um segundo, esteja a pessoa no topo da glória ou no fundo do poço, mas só os verdadeiros campeões têm a fibra para escalar pelas paredes do poço e voltar ao seu lugar de direito.

Nada foi fácil na carreira de Alex Zanardi. Seu début na Fórmula 1 foi complicado, quando ele apenas teve oportunidades em equipes de fim de fila. A ausência de resultados o levou a perder espaço na categoria, e ele passou algum tempo guiando carros de turismo antes de tentar a vida nos EUA – o que naquele tempo era considerada uma “aposentadoria antecipada” para os jovens pilotos que para lá migravam. Só correndo no Novo Mundo o piloto teve chance de mostrar seu talento com as cores da Chip Ganassi. Com um bom pacote e atuações inesquecíveis, Zanardi se sagrou bicampeão da Indy e atraiu os olhos do mundo para aquele underdog que pavimentou seu próprio caminho para a vitória. O desejo de ser vitorioso no automobilismo europeu estava ainda vivo, porém, quis o destino que a sua badalada volta à F1 fosse breve e apagada em função de um ano instável e de transição na Williams em 1999. Humilde, voltou em 2001 aos EUA para novamente tentar buscar espaço onde ele já havia sido rei. Até o final daquele GP da Alemanha, em Lausitzring, quando tudo mudou de novo.

Zanardi fazia uma magistral corrida de recuperação e se aproximava de sua primeira vitória após sua volta à categoria, no entanto, algo saiu errado. Naquela tarde, até os sádicos que ligam a TV esperando por uma batida ficaram chocados com a realidade dos pedaços de carne que voaram em rede mundial. Foi um erro crucial, um impacto brutal que iniciou uma luta desesperada pela própria vida do italiano, que perdeu praticamente três quartos do sangue de seu corpo e sofreu sete paradas cardíacas no caminho ao hospital. Felizmente vontade de viver foi maior do que os extensos ferimentos.

Live on two legs

Sua recuperação não poderia ser mais bem-sucedida. Um ano depois do acidente, Alex voltou ao GP da Alemanha para agradecer aos médicos que o salvaram dos destroços de seu carro. Em 2003, ao volante de um bólido adaptado, deu as simbólicas 13 voltas que não completara dois anos antes. Ele já seria um grande vencedor, então, mas ele quis mais: voltou a ter uma vida completamente normal e fazer aquilo que amava. Venceu maratonas para cadeirantes, voltou a competir em carros de turismo, testou um F1 adaptado, encarou um projeto paralímpico com uma bicicleta impulsionada pelas mãos. Colocou a medalha de ouro no peito.

Nem o cinema foi capaz de criar um roteiro como tal ou um personagem com Alex Zanardi. Quem não se recorda da simpática Maggie Fitzgerald, a “Menina de Ouro” de Clint Eastwood? Para ela, bastou o que já havia conquistado para dar tudo por encerrado com a sua tragédia pessoal. Quem sabe, se ela tivesse a chance de assistir “O Escafandro e a Borboleta” poderia ter um outro ponto de vista a partir da história de Jean-Dominique Bauby – que não era atleta, mas escreveu um livro apenas piscando o olho esquerdo. Alex decidiu que padecer de autopiedade por seu revés não era opção, e que muito mais havia pela frente para ser conquistado. Sua história não acabou ali.

Alessandro Zanardi pode se dizer campeão como poucas pessoas no mundo podem. Mas ele não é o único. Todos nós temos que lutar pela superação das próprias limitações. E quanto maior a limitação, maior deve ser a obstinação para superá-la, e mais doce é o sabor de vencê-la. Esse é o espírito do esporte paralímpico.

Quanto vale uma medalha paralímpica?

Qual é o limite para essas pessoas?

Alguém ainda consegue chamar essas pessoas de “deficientes”?

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Button contra-ataca

September 6th, 2012 | 81 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012

Carros helicopterizados

Breve resumo do GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, no último final de semana:

Inspiração pouca é bobagem…

– Nada como um weekend com Jessica Michibata. Jenson Button que o diga. O britânico já começara a temporada em plena forma vencendo a corrida de estreia na Austrália, e desde então estava praticamente hibernando Revigorado na volta da pausa de verão da F1 triunfou pela segunda vez sem dar qualquer bola para a concorrência. O resultado do britânico reafirma a McLaren em termos de disputa do campeonato. Apesar da distância de seus pilotos para o topo da tabela, foi a primeira equipe a conseguir a quarta vitória no ano, a segunda seguida. Button, que estava mais para líder do pelotão de trás, foi promovido a último entre os líderes.

Are you nuts, man???

Romain Grosjean foi colocado no cantinho do pensamento por ter causado um strike na largada do GP, e assistirá ao GP da Itália pela TV. Vale lembrar que o franco-suísso já tem ficha corrida de confusões ao apagar das luzes vermelhas. De uma tacada só, o francês tirou da prova o resignado Fernando Alonso, o revoltado Lewis Hamilton e o inconsolável Sergio Pérez. A embolada na largada fez o mesmo em relação ao campeonato, já que com a zerada de Alonso, Sebastian Vettel (2º) já vê o líder mais de perto. Kimi Räikkönen completou o pódio.

– Outro piloto que está dirigindo à laCarmageddon“, o jogo clássico do politicamente incorreto é Pastor Maldonado. Queimou a largada de forma caricata, e ficou de fora logo nas primeiras voltas ao estampar o carro de Timo Glock. O bolivariano já vai para Monza devendo dez posições no grid. O recordista de punições de 2012 já perdeu mais de 30 (33, em um levantamento feito às pressas…), entre trocas de câmbio e castigos por suas frequentes barbeiragens.

– Os brasileiros tiveram atuações bem fracas, na verdade. Felipe Massa viu vários pilotos que terminariam à sua frente ficarem pelo caminho e levou, burocraticamente, sua Ferrari à quinta posição. Pelo menos ganhou o duelo contra Mark Webber, o ex-segundo colocado no campeonato. Bruno Senna tentou uma duvidosa tática de uma única parada. Obviamente, seus pneus acabaram no final, a Williams se viu forçada a realizar um pitstop tardio e no final deu uma  pobre 12ª posição. A situação dos brasileiros dentro de seus times não é a mais confortável do mundo. Enquanto para Massa tudo se encaminha para uma constrangedora renovação motivada pura e simplesmente por falta de opção, Senna ainda tem muito a provar que merece manter sua vaga em 2013. A sua sorte é que o seu vizinho de box anda gastando muito com funilaria e pontuando com menor frequência do que o astuto Frank Williams gostaria.

– A Force India reapareceu com tudo de novo. Nico Hülkenberg fez excelente corrida e chegou em quarto. O suficiente para tomar o sétimo lugar entre as equipes da Williams.

As ações em Monza começam amanhã.

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Red Bull leva a segunda, com Webber

August 30th, 2012 | 67 Comments | Filed in Fórmula-1 2012

Webber e seu belo troféu, pensando em desdizer o que já foi dito??

Nada como uma corrida após a outra… Mark Webber proferiu suas costumeiras abobrinhas durante a semana, quando externou sua preocupação com o “excesso de vencedores” na atual temporada. Mas como a pole position caiu no seu colo pela estúpida e questionável punição a Michael Schumacher e o australiano conseguiu sua vitória segunda vitória nas ruas do Principado, provavelmente ele já deve ter outra visão sobre o assunto. Sábio é o homem que muda de opinião com facilidade, não é Mark?

A corrida foi uma mistura de sentimentos conflitantes. Mesmo com as escassas ultrapassagens em pista, afinal Mônaco é Mônaco, era a constante ameaça da chuva – que no final das contas, não veio – o fator que prendia a atenção dos telespectadores. A cada volta um ou outro piloto se tornava favorito, dependendo da estratégia de cada um. No fim, Webber cruzou a linha de chegada puxando um trenzinho no qual os quatro primeiros colocados passaram com separados por um intervalo de 1.3 segundos. Em seguida vieram Nico Rosberg, Fernando Alonso – agora líder absoluto do campeonato e com a Ferrari em franca recuperação – e Sebastian Vettel. O atual número 1 cumpriu uma tática arriscada de fazer apenas uma parada nos boxes. Quase acertou o pulo do gato, mas como a chuva não caiu, a quarta posição depois de largar em décimo foi um bom resultado, que o manteve no encalço de Alonso na classificação.

Siganme los buenos!!!!

Esse fim de semana não deixou boas recordações para alguns pilotos. Schumacher perdeu o direito à posição de honra no grid, levou uma bordoada de Romain Grosjean logo na largada e fazia uma boa corrida até que a Mercedes o deixou a pé. Pastor Maldonado, após a bela vitória em Barcelona, perdeu dez posições no grid culpado por um incidente com Sergio Pérez nos treinos livres e completou a zica com uma batida na primeira volta. Já o mexicano – que levava uma bela homenagem em seu capacete para Roberto Bolaños, o criador dos personagens ídolos de toda uma geração: Chaves e Chapolin Colorado – não contou com a astúcia que caracterizava o paladino da justiça. Toques, barbeiragens, punições… foi um final de semana digno de Seu Madruga.

Felipe Massa chegou em sexto. Se o resultado não soa tão animador, o desempenho do brasileiro durante os treinos e a corrida foi digno de elogios, vindos inclusive da cúpula da Ferrari. No mínimo, ele conseguiu arrefecer o bombardeio de críticas que vem sofrendo, ao menos até a próxima corrida. O fato é que a Ferrari reage no campeonato, e Massa correspondeu. Falta saber, caso ocorra uma possível situação em que ele esteja à frente de Alonso, o líder do campeonato, principalmente disputando uma vitória, se a equipe será capaz de repetir o famoso Fernando is faster than you. Se pretendem, era melhor tornar logo o brasileiro um gerente de concessionária em Maranello, com foto no quadro de funcionário do mês e poupá-lo de tamanho linxamento moral. Ninguém pode recuperar a própria confiança sabendo que corre o risco de ter que engolir um sapo dessa magnitude.

Kimi homenageou James Hunt, "the shunt", um dos maiores playboys que já estiveram na F1. Tudo a ver!!!

Bruno Senna foi discretíssimo durante todas as atividades. Só conseguiu arrancar um ponto com o décimo lugar porque a Toro Rosso tentou redescobrir a pólvora e estragou as chances de Jean-Éric Vergne, então sétimo, marcar seus pontinhos. Eles calçaram o francês com compostos para chuva intermediária no que deveria ser seu único pit. Teve que parar de novo, pagou mico e saiu chupando dedo. Equipe pequena é assim mesmo. Arriscaram tudo e se deram mal dessa vez, mas se a chuva caísse naquela hora, nesse exato momento estaríamos discutindo sobre a surreal lógica dos milagres.

Casco del Fodón de las Astúrias. Olho nele...

Chegamos então à sexta corrida com o total de seis vencedores de cinco equipes diferentes, e isso é muito bom. Sim, existem opiniões contrárias, mas se querem saber, daqui do meu sofá a temporada está espetacular. Nada melhor do que não fazer ideia de qual carro se adaptará melhor à próxima pista, quem se dará melhor com os pneus, qual talento sobressairá em função das variáveis. Todas essas respostas só serão conhecidas ao final de cada GP. A ausência de um conjunto carro-motor-piloto dominante faz com que todos os pilotos corram agressivamente e, ao mesmo tempo, valorizem cada ponto garantido pensando no final do campeonato. E tão cedo não se saberá quem será o campeão.  Para quem gosta de competição, o imprevisível é muito melhor do que o previsível. Loving every minute.

 

Enquanto isso em Indianápolis…

Rubens Barrichello fez a sua estreia em circuitos ovais com uma razoável 11ª posição.  O esperado duelo entre Ganassi e Penske não aconteceu, e a prova acabou vendo a dobradinha da Ganassi com Dario Franchitti e Scott Dixon. As intromissões de Tony Kanaan, o terceiro, e Takuma Sato deram emoção ao final da corrida, quando o japonês foi com tudo para tentar assumir a ponta e acabou conferindo o quão duro é o muro de Indianápolis. Hélio Castroneves terminou em décimo e Bia Figueiredo em 23º lugar, dez voltas atrás dos líderes.

Bull terrier ganassiano

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Erros perdoáveis, erros imperdoáveis

August 21st, 2012 | 4 Comments | Filed in Futebol

Se for para um árbitro, um auxiliar, um regra três ou um paspalhão daqueles que fica na linha de fundo cometerem um erro, poderia ser contra vários times. Alguns, não. Porque se errar contra o o time errado no domingo, na segunda-feira você já estará no tronco. Ou melhor, na reciclagem. Ou seja: na terceira, quarta ou quinta divisão.

É o preço que se paga.

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Touro Vermelho na ponta dos cascos

July 9th, 2012 | 24 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012

Infelizmente, esse sorriso não esteve no paddock de Silverstone

Eis que a Red Bull – especialmente Mark Webber – começou a colocar as manguinhas de fora no GP britânico, e assim se acende a luz de emergência para as suas rivais mais diretas, Ferrari e McLaren. Para os italianos restou o gosto amargo da vitória quase certa de Fernando Alonso, o melhor no treino classificatório após as intempéries que marcaram a sessão. Apostaram em uma chuva que ironicamente não veio na corrida, apesar de estar presente e intensa durante todo o fim de semana. Os pneus macios do espanhol acabaram antes do fim da corrida, e ele foi superado por Webber e quase foi alcançado por Sebastian Vettel, o terceiro, ambos calçados com compostos mais duros. Para a McLaren, sua corrida em casa foi um fiasco total, terminando com Lewis Hamilton em oitavo e Jenson Button em décimo.

Felipe Massa estava esperto. Chegou bem no quarto lugar. O problema dele é ter acordado quando seu companheiro de equipe já tinha mais de 100 pontos de vantagem sobre ele na tabela.

Pastor Maldonado não consegue se manter longe dos enroscos. A vítima da vez foi seu irmão latino Sergio Pérez, inconsolável com o abandono. Calma, Pastor. Humildade e paciência, tal como prudência e canja de galinha, não fazem mal a ninguém. Uma vitória não dá direito a um piloto de guiar como se estivesse no Mario Kart. Bruno Senna estava bem discreto, vindo em décimo, até que no final fez uma oportuna ultrapassagem sobre Nico Hülkenberg. Terminou em nono.

Kamui Kobayashi também ficou feio na foto ao levantar meia dúzia de mecânicos no box.

Mas a verdade é que nem a boa corrida ocorrida em Silverstone fez a F1 esquecer-se do infeliz acidente ocorrido com María de Villota, a sorridente piloto de testes ex-Lotus e atual Marussia, durante uma bateria de testes aerodinâmicos na Inglaterrra. A espanhola começava os ensaios em linha reta realizados em uma pista de aeroporto quando, ao aproximar-se da área onde estavam os mecânicos, o carro da equipe anglo-russa ganhou velocidade novamente sem qualquer explicação e colidiu com a lateral de um dos caminhões do time. As lesões no rosto e na cabeça fizeram com que a moça perdesse o olho direito, mas felizmente, sua vida não está mais em risco. Nos próximos dias será avaliada a real extensão das sequelas. Para o automobilismo, sua carreira está tragicamente encerrada.

Vários pilotos carregaram a estrelinha – a marca da piloto – em tributo.

Velocidade não é brincadeira. De vez em quando ela cobra o seu preço. Alto, por sinal.

Todos com María

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O rei de volta ao topo

July 9th, 2012 | 17 Comments | Filed in Andy Murray, Novak Djokovic, Roger Federer, Tênis

Roger Federer está de volta ao primeiro lugar do ranking da ATP após vencer pela sétima vez o torneio da grama sagrada de Wimbledon, igualando a marca de Pete Sampras. Os números são cada vez mais inquestionáveis: com seu 17º título de Grand Slam, o suíço finalmente superará o recorde de 286 semanas no topo do ranking, também de posse de Sampras. E diga-se de passagem, foi uma das conquistas mais emocionantes da carreira do tenista.

Federer passou por todas as situações imagináveis, desde partidas resolvidas em tempo de se fazer um cafezinho nas primeiras rodadas até a emocionante virada sobre Julien Benneteau, quando o francês vencia por 2 sets a 0. Deu um susto na torcida quando pediu atendimento ao fisioterapeuta na vitória sobre  o belga Xavier Malisse, algo raríssimo em toda sua carreira. Na semifinal, Roger devastou o ex-número 1 Novak Djokovic em uma partida em que os dois jogaram em nível altíssimo. Assim chegou à final, contra Andy Murray – o primeiro britânico a decidir o torneio doméstico após um zilhão de anos, mais ou menos…

A decisão começou com o Federer inseguro em alguns golpes e Murray ignorando bem a pressão da sua própria torcida, indócil para ver a vitória de um compatriota. Murray elevou o seu jogo e venceu o primeiro set. Federer equilibrou e empatou no segundo, e àquela altura, o namoradinho da Kim Sears já batia no teto da sua capacidade, enquanto o suíço não se cansava de tirar coelhos e pombos sem asas da cartola. A partir daí, Federer desfilou em quadra a categoria tradicional e mostrou que tem fome para conquistar os poucos recordes que ainda não estão no seu currículo.

Ninguém duvida de que existem outros excelentes tenistas na atualidade, mas há coisas que este suíço faz que ninguém mais consegue. A magia pertence a Roger Federer.

(Mais) Uma taça para Roger Federer

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Alonso supremo

June 27th, 2012 | 29 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012

Mais uma bela atuação das Lotus-Genii

A Fórmula 1 em 2012 revela a cada GP um novo baú cheio de surpresas. A última foi termos assistido a uma corrida sensacional em uma das piores pistas de todo o calendário. Abarrotada de duelos e variações de estratégia, incerta até a bandeirada, a corrida não economizou emoções, e Valência teve o privilégio de abrigar uma vitória absolutamente fantástica do seu campeão no próprio país.  É difícil definir com palavras o que o craque Fernando Alonso fez naquelas ruas. Talvez essa tenha sido a maior atuação da carreira do piloto, e para os meros mortais sobrou apenas admitir que não é à toa que ele leva a alcunha de El Fodón de las Astúrias. É sabido que a Ferrari melhorou, mas desde a classificação, ninguém imaginava que o espanhol fosse capaz de escalar o pelotão vindo da 11ª posição até cruzar em primeiro lugar, se tornando o primeiro piloto a vencer duas vezes no ano. Com direito a choro e tudo, Fernandinho caiu definitivamente nos braços do povo espanhol. Agora Alonso lidera com certa folga o campeonato, ganhou muita moral após vencer em casa e deixou claro para todos os rivais: ele habitará os pesadelos de quem pensa em levar o caneco este ano. Basta o povo de Maranello fazer direitinho o dever de casa.

Kimi Räikkönen e a Lotus-Genii permanecem inquietos e frustrados. O finlandês colecionou seu terceiro pódio no ano, mas como continua por apenas um cabelinho de subir novamente no degrau mais alto, vencer é o pensamento fixo em sua cabeça de gelo. Senão ele, seu companheiro Romain Grosjean – que foi muito forte em Valência, mas ficou de fora quando seu motor o deixou na mão – é outro que bate à porta do paraíso e também pode levar o carro preto à vitória.

Michael Schumacher está em estado de graça depois de fazer as pazes com o champagne desde sua volta à F1. Dessa vez a maré de má sorte (não seria uma praga do Barrichello???) que acompanha o heptacampeão não teve vez. Com a agressividade e a sorte de seus melhores dias, viu o pódio cair no seu colo quando o precipitado Pastor Maldonado se enroscou com o agora ex-líder do campeonato Lewis Hamilton. O inglês ficou por ali mesmo, enquanto o bolivariano foi punido em 20s acrescidos ao seu tempo de prova e classificou-se em 11º.

Mark Webber também se beneficiou e conseguiu uma ótima quarta posição saindo em 19º. Ele também ainda não venceu, mas comprovou que para se dar bem esse ano não basta só chegar em primeiro; tem que pontuar sempre, e não basta para ser só nono ou décimo. O australiano subiu no elevador e é o segundo na tabela do mundial.

Bruno Senna e Felipe Massa estão implacavelmente perseguidos por uma nuvem negra sobre suas cabeças. E se um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, um só japonês pode cair sobre os dois pilotos canarinhos na mesma corrida. Para Senna, o drive-through é um puxão de orelha que já poderia ter vindo quando provocou se envolveu no acidente Schumacher em situação muito parecida em Barcelona, mas na ocasião, sobrou para o alemão. Vento que venta lá, venta cá. Quanto a Massa, simplesmente dá tudo errado, até quando ele parece fazer tudo certo. Que faaaaase…

Sebastian Vettel também não terá boas recordações desta corrida, pois foi outra vítima do infarto do motor Renault quando fazia uma corrida perfeita e seguiria para a vitória sem sobressaltos.

A novidade mais curiosa da corrida veio do pitwall ferrarista. Os engenheiros e pilotos do time conversaram não no tradicional inglês macarrônico, mas no bom e velho italiano. Disfarçar as instruções para que as outras equipes não entendam?? Sinceramente, duvido que em cada box da F1 não tenha uma penca de funcionários que falam a língua da bota, afinal, para qualquer profissional da categoria, Maranello é sempre um endereço potencial para se mandar um currículo. Mas foi original, e divertido.

A imagem que fica é a do pódio. Três campeões, três trajetórias, três objetivos e uma só emoção. Certamente, esse momento vale mais para eles do que todos os milhões que eles recebem por ano. Já ganharam tudo o que tinham que ganhar, e se até hoje eles querem estar lá, é exclusivamente por isso aí que vimos no domingo, e essas taças ocuparão espaços bem especiais em suas respectivas estantes.

Kimi quaaaaase riu…

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Ah… se ele ainda tivesse reflexos…

May 26th, 2012 | 6 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1 2012, Indy 500

Apenas os parcos reflexos que ainda sobram ao geriátrico, superado e cansado Michael Schumacher foram suficientes para que ele conseguisse a melhor volta do Q3 nas ruas monegascas. Ficou ele com a pole moral, com a bendita punição sofrida em Barcelona por causa daquele migué de Bruno Senna. A pole de fato caiu no colo de Mark Webber.

Felipe Massa fez um bom treino e larga em sétimo. Ficou a apenas um décimo de segundo atrás de Fernando Alonso.

A corrida amanhã começa às 9h, com direito a vinte minutos de papo pré-gp na Globo

Para colocar a cerejinha no bolo do fim de semana a motor, à tarde temos Indy 500. Será. que o Bona tem uma receita para essa maratona??

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O touro vermelho mostra os chifres no deserto

May 24th, 2012 | 51 Comments | Filed in Fórmula-1 2012

Largada do GP do Bahrein

Chifrinhos no Kimi

“Eu vim para confundir, não para explicar”. A frase do saudoso Chacrinha poderia ser muito bem empregada por Sebastian Vettel, que encontrou o caminho mais limpo entre a areia do deserto e a farofa dos pneus Pirelli para chegar à vitória com direito a pole e melhor volta. Até agora são quatro corridas com quatro vencedores de quatro equipes diferentes – e Mark Webber em quarto nas quatro. Logo a Red Bull, que tinha problemas na traseira, no escapamento, no sei lá mais o quê… Sim, a concorrência evoluiu bastante, porém é muito longe da realidade tirar um bicampão do mundo do páreo. O time das latinhas prateadas pode não ter o domínio dos anos anteriores, mas de sopetão pôs seus pilotos em primeiro e terceiro na tabela do mundial.

O equilíbrio continua a tônica da temporada. Se em Xangai os três primeiros eram empurrados por motores Mercedes, em Sakhir veio a resposta da Renault.: os quatro primeiros usavam os propulsores franceses.
Quatro times que começaram o ano em alta não tiveram vida fácil nos atormentados e empoeirados ares do Bahrein: McLaren, Mercedes, Williams e Sauber. No time de Woking, problemas nos pits de Lewis Hamilton (9º) e um pneu furado para Jenson Button deixaram os dois longe do pódio. O abandono de Button possibilitou a entrada de Michael Schumacher beliscar o seu pontinho após largar em 22º por causa de problemas na asa móvel durante o Q2 e mais uma punição por troca de câmbio. Excelente escalada.  Nico Rosberg (5º) foi discretíssimo, a despeito do favoritismo que lhe foi atribuído após a vitória em Xangai, só aparecendo mesmo nos momentos em que jogou Hamilton (8º) e Fernando Alonso fora da pista. Apesar das manobras terem sido bastante duras, os fiscais não encontraram artigo para enquadrá-las em seus livrinhos de regras, e o alemão saiu sem punição. E olha que até o Schumi já levou um pito sério por algo bem parecido em disputa com Rubens Barrichello na Hungria em 2010. Vamos ver se esse será o padrão de conduta – perigoso, diga-se de passagem – ou se outros pesos terão outras medidas no futuro. Já Williams e Sauber simplesmente não obtiveram bons acertos, apesar dos esforços dos seus pilotos.

No Blablagol, Paul di Resta e Force India aparecem bem na fita

Pelas bandas de Maranello a ladainha continua a mesma. Desta vez não saiu nenhum coelho da cartola de Fernando Alonso (7º), e para Felipe Massa (9º) ficou o consolo de pelo menos ter andado próximo do espanhol – sua melhor volta foi melhor do que a do companheiro – e a conquista de seus dois primeiros pontos no ano. Pacheco iludido sem-noção otimista como sempre, Galvão queria que o então líder do campeonato ouvisse um Felipe Is Faster Than You no rádio quando o brasileiro se aproximou do espanhol. No comments.

 

Kimi voltou com tudo

E a Lotus-Genii? Essa merece um comentário à parte… A equipe dos carros pretos e dourados pode, se contar com um pouquinho de sorte, ser a quinta equipe a ganhar uma corrida em 2012, especialmente com Kimi Räikkönen. Ele ficou muito perto de superar Vettel no último trecho da corrida. O finlandês não lembra em nada o sonolento piloto demitido pela Ferrari em 2008, tampouco aparenta ter ficado 3 anos afastado da categoria. Faz lembrar mesmo é o Kimi dos tempos de McLaren, quando dava mais show inclusive do que na Ferrari onde foi campeão. Em pouquíssimo tempo ele já mostrou que sua volta foi um excelente negócio para a equipe e para a F1.Passado o nervosismo da reestreia, Romain Grosjean começa a ganhar consistência. Ao subir no pódio pela primeira vez na F1, o franco-suíço fez hastear a bandeira da révolution, que não aparecia desde 1998,  na Bélgica, com Jean Alesi. O jejum de vitórias segue firme. A última foi de Olivier Panis, meio que por acaso, no longínquo GP de  Mônaco ’96. (Nota maliciosa: pelo jeito que a coisa anda, o Brasil e principalmente a Itália podem estar encaminhando para algo parecido…) A ironia é que, justamente quando um francês voltou ao pódio, a bebida não era o tradicional champagne G.H. MUMM, e sim Waard, uma bagaça feita de água de rosas com romã. E o Galvão ainda queria que o iceman sorrisse…
O prêmio freespirit vai para a Force India, e em especial para Paul di Resta. O ridículo boicote que o  time indiano sofreu depois de ter passado pelo episódio do coquetel molotov teve uma reposta à altura com o escocês, que fez uma corrida bárbara, chegou a liderar por alguns instantes por conta da difícil estratégia de duas paradas e completou a prova em sexto, melhor resultado dos indianos em 2012. Como pudemos notar, opinião própria não é algo muito bem quisto na F1. É óbvio que o turbilhão político que acontece no Bahrein não passou, mas infelizmente não adianta querer cobrar da Fórmula 1 – uma instituição COM fins MUITO lucrativos – uma posição que nem mesmo os organismos internacionais como a ONU e a Liga Árabe são reticentes. We live in a material world. E se desejamos fazer algo pelo nosso mundo seja menos lamentável do que certas coisas que somos obrigados a assistir diariamente, melhor começarmos a partir de nós mesmos.

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