Webber e seu belo troféu, pensando em desdizer o que já foi dito??
Nada como uma corrida após a outra… Mark Webber proferiu suas costumeiras abobrinhas durante a semana, quando externou sua preocupação com o “excesso de vencedores” na atual temporada. Mas como a pole position caiu no seu colo pela estúpida e questionável punição a Michael Schumacher e o australiano conseguiu sua vitória segunda vitória nas ruas do Principado, provavelmente ele já deve ter outra visão sobre o assunto. Sábio é o homem que muda de opinião com facilidade, não é Mark?
A corrida foi uma mistura de sentimentos conflitantes. Mesmo com as escassas ultrapassagens em pista, afinal Mônaco é Mônaco, era a constante ameaça da chuva – que no final das contas, não veio – o fator que prendia a atenção dos telespectadores. A cada volta um ou outro piloto se tornava favorito, dependendo da estratégia de cada um. No fim, Webber cruzou a linha de chegada puxando um trenzinho no qual os quatro primeiros colocados passaram com separados por um intervalo de 1.3 segundos. Em seguida vieram Nico Rosberg, Fernando Alonso – agora líder absoluto do campeonato e com a Ferrari em franca recuperação – e Sebastian Vettel. O atual número 1 cumpriu uma tática arriscada de fazer apenas uma parada nos boxes. Quase acertou o pulo do gato, mas como a chuva não caiu, a quarta posição depois de largar em décimo foi um bom resultado, que o manteve no encalço de Alonso na classificação.
Siganme los buenos!!!!
Esse fim de semana não deixou boas recordações para alguns pilotos. Schumacher perdeu o direito à posição de honra no grid, levou uma bordoada de Romain Grosjean logo na largada e fazia uma boa corrida até que a Mercedes o deixou a pé. Pastor Maldonado, após a bela vitória em Barcelona, perdeu dez posições no grid culpado por um incidente com Sergio Pérez nos treinos livres e completou a zica com uma batida na primeira volta. Já o mexicano – que levava uma bela homenagem em seu capacete para Roberto Bolaños, o criador dos personagens ídolos de toda uma geração: Chaves e Chapolin Colorado – não contou com a astúcia que caracterizava o paladino da justiça. Toques, barbeiragens, punições… foi um final de semana digno de Seu Madruga.
Felipe Massa chegou em sexto. Se o resultado não soa tão animador, o desempenho do brasileiro durante os treinos e a corrida foi digno de elogios, vindos inclusive da cúpula da Ferrari. No mínimo, ele conseguiu arrefecer o bombardeio de críticas que vem sofrendo, ao menos até a próxima corrida. O fato é que a Ferrari reage no campeonato, e Massa correspondeu. Falta saber, caso ocorra uma possível situação em que ele esteja à frente de Alonso, o líder do campeonato, principalmente disputando uma vitória, se a equipe será capaz de repetir o famoso Fernando is faster than you. Se pretendem, era melhor tornar logo o brasileiro um gerente de concessionária em Maranello, com foto no quadro de funcionário do mês e poupá-lo de tamanho linxamento moral. Ninguém pode recuperar a própria confiança sabendo que corre o risco de ter que engolir um sapo dessa magnitude.
Kimi homenageou James Hunt, "the shunt", um dos maiores playboys que já estiveram na F1. Tudo a ver!!!
Bruno Senna foi discretíssimo durante todas as atividades. Só conseguiu arrancar um ponto com o décimo lugar porque a Toro Rosso tentou redescobrir a pólvora e estragou as chances de Jean-Éric Vergne, então sétimo, marcar seus pontinhos. Eles calçaram o francês com compostos para chuva intermediária no que deveria ser seu único pit. Teve que parar de novo, pagou mico e saiu chupando dedo. Equipe pequena é assim mesmo. Arriscaram tudo e se deram mal dessa vez, mas se a chuva caísse naquela hora, nesse exato momento estaríamos discutindo sobre a surreal lógica dos milagres.
Casco del Fodón de las Astúrias. Olho nele...
Chegamos então à sexta corrida com o total de seis vencedores de cinco equipes diferentes, e isso é muito bom. Sim, existem opiniões contrárias, mas se querem saber, daqui do meu sofá a temporada está espetacular. Nada melhor do que não fazer ideia de qual carro se adaptará melhor à próxima pista, quem se dará melhor com os pneus, qual talento sobressairá em função das variáveis. Todas essas respostas só serão conhecidas ao final de cada GP. A ausência de um conjunto carro-motor-piloto dominante faz com que todos os pilotos corram agressivamente e, ao mesmo tempo, valorizem cada ponto garantido pensando no final do campeonato. E tão cedo não se saberá quem será o campeão. Para quem gosta de competição, o imprevisível é muito melhor do que o previsível. Loving every minute.
Enquanto isso em Indianápolis…
Rubens Barrichello fez a sua estreia em circuitos ovais com uma razoável 11ª posição. O esperado duelo entre Ganassi e Penske não aconteceu, e a prova acabou vendo a dobradinha da Ganassi com Dario Franchitti e Scott Dixon. As intromissões de Tony Kanaan, o terceiro, e Takuma Sato deram emoção ao final da corrida, quando o japonês foi com tudo para tentar assumir a ponta e acabou conferindo o quão duro é o muro de Indianápolis. Hélio Castroneves terminou em décimo e Bia Figueiredo em 23º lugar, dez voltas atrás dos líderes.
Bull terrier ganassiano