A expectativa do pessoal que foi ao jogo ontem era a basicamente a mesma. Coincidiu que nós 5 estávamos indo pela primeira vez ao “novo” Maracanã. Esperávamos conhece-lo e, talvez, arrumar um empate pra não ficar muito feio.
Rush e jogo de mais de 50 mil: estava instaurado o engarrafamento monstro para chegar no estádio. Mas trata-se do estádio mais bem localizado do mundo, então chegamos a tempo mesmo após o prélio para estacionar. Trânsito e falta de estacionamento. Mesmos problemas do “antigo” Maracanã. Não cobro a folga, estrutura, espaço e conforto do mundo desenvolvido. Mas porra, nada é foda! Quilos de combustível foram gastos no entorno e também em ruas mais distantes. UERJ com estacionamento fechado (elipses roxas), guardas municipais a postos apenas para multar, tudo cheio, nenhuma ajuda. Até que a cagada apareceu e o dono do posto estava vazando. R$ 30 e ocupamos a vaga dele (seta vermelha). Ainda deu tempo de beber uma no bar (seta amarela). Olhando com mais atenção nas voltas em busca de uma vaga imaginei quantas vagas poderíamos ter nas áreas destinadas a isso no projeto original (verde claro).
O nosso ingresso de R$ 80 indicava a entrada pelo Bellini. Os mesmos currais e certa confusão na entrada. Houve alguma falha por parte da organização. Como temos o mesmo tumulto com mais 4 entradas? Superada a entrada, sem nenhum tipo de revista e subindo pela rampa, tudo igual. Enquanto o pessoal ficava na fila para comprar o sanduba de R$ 8 escapei para a arquiba. Já estava com bom público e a emoção só não foi parecida com qualquer outro jogo, pois já estava bastante tempo sem pisar lá. Está mais bonito e tal, mas basicamente é o mesmo. Talvez se tivesse ido num jogo de duas seleções quaisquer na Copa das Confederações tivesse apreciado mais o Maraca e sentido uma diferença maior.
“Cidadania? Isso aqui é Brasil meu amigo”
Seguindo o protocolo e indo buscar nossos lugares numerados, seguiu-se o maior exemplo de brasilidade e do porquê esse país é um lixo. O Brasil é uma merda porque o povo daqui é uma merda. Meu tio pediu com educação para o coroa que ocupava seu lugar que saísse. Explicamos que compramos os ingressos e queríamos justamente ocupar nossos lugares pois estávamos juntos. O coroa babaca se recusou. Com a insistência de nossa parte o coroa foi rude, disse que não sairia e mandou um “que se foda”. Aí meu amigo… deu ruim. O coroa babaca, errado, ainda quis crescer (?!?!?!). Meu tio, também coroa, explodiu. Xingamentos a véra, o bagulho ficou tenso no Maraca branco e a porrada não rolou porque o coroa babaca (e sua turma babaca) colocou o galho dentro, mesmo não saindo dos lugares que ocupavam sem ingresso para tal. Chamamos o segurança que nada resolveu. Ele foi chamar um superior que fez o mesmo, conversou com o coroa babaca e conferiu os ingressos. Esse nos retornou dizendo com todas essas palavras: “prezados, vocês estão certos, mas eu não vou comprar essa briga”. Só faltou mandar o “se fode aí” do coroa babaca.
Com o jogo para começar, e grande mobilização de todos ao redor, um pessoal nos arrumou outros cinco lugares juntos. Até agradeci, mas essa galera do deixa disso também é conivente. Não quero nenhum favor, só quero ocupar o lugar que paguei. Não há respeito nesse país, não existe discernimento, não tem nada. Esse é o mesmo babaca que vai protestar na rua contra a corrupção mas elege o Congresso de merda que acaba de livrar a cara do 1º deputado que foi preso em 500 anos de Brasil. Amigo, serão necessários outros 500 anos para mudar a mentalidade. Esse é um povo de bosta. Bom, registros foram feitos e um processo está a caminho.
2º tempo e Elias
O clima merda do coroa babaca foi sendo dissolvido ao longo do 1º tempo. A fila gigante do bar nos tomou o intervalo inteiro. Não adianta o sistema de som anunciar “desfrute de um dos nossos 60 bares” se cada um deles tem apenas 3 funcionários. Para 50.000 pessoas cada bar teria que atender 833 cabeças, ou seja, cada funcionário deve atender 278 caboclos nos 15 minutos de intervalo. Quando cheguei a fila tinha umas 30 pessoas. Perdi os 5 primeiros minutos do 2º tempo para comprar uma Coca de R$ 5 e HotDog seco de R$ 6.
Com a pressão inicial no 2º tempo, meu tio sentenciou: “o time do Flamengo é composto por vários Carlos Eduardos, tem que imprensar os caras o tempo todo. Só assim o gol pode sair”. Com a Nação marcando em cima, a raça, sumida em Brasília, apareceu e a pressão aconteceu. Claro que o fato de ser um jogo eliminatório ajudou, mas àquela altura a expectativa inicial de “conhecer o novo Maraca” foi pro caralho (na verdade já tinha ido há tempos), e o lema era “vai pra cima deles porra!!!”. Existia a possibilidade. O Maraca enfim tremeu, balançou. Estava, agora, devidamente reinaugurado. O mesmo velho e bom Maraca. Com um telão e sistema de som picas, o que achei pouco para 3 anos fechado e bilhão gasto, mas foda-se, foi irado. A cereja do bolo foi o perebento time do Flamengo eliminando o forte Cruzeiro. O líder do brasileirão está fora da Copa do Brasil. Elias, o único regular do time. Monstro perto do resto do elenco.
A saída foi tranquila. O que torna um contrassenso pois deveria ter sido pior que a entrada, dado que mais pessoas saem junto do que pessoas que chegam junto. Mais um indício de que usaram as entradas erradas. Bobear o coroa babaca estava com ingresso de um setor mais barato.
Segue resumo da reinauguração do Maior do Mundo