Depois dos 15 minutinhos que o advogado ganhou com a ação contra o patrocínio da CEF ao Corinthians, o do Flamengo não iria passar em branco.
Assim diz o advogado autor da ação:
Não faço isso por clubismo […] É que estamos falando de Corinthians e Flamengo, por isso tanta repercussão.
Não se trata de clubismo, mas estamos falando de “Corinthians e Flamengo”. A Caixa ainda espera ações contra seus patrocínios ao Atlético-PR, Figueirense e Avaí. Ah sim, o Banrisul também as aguarda.
O gremista, advogado e autor da ação continua:
Estampar o nome da Caixa na camisa de um time não representa nada para o banco. A Caixa não passa a ser conhecida por isso. Ela já é conhecida. Nesse caso do patrocínio, quem ganha é só a instituição privada que visa ao lucro
O diretor da CEF falou sobre o assunto quando o pagamento ao Corinthians foi suspenso:
O contrato é muito similar ao do atletismo, do paradesporto e da ginástica, que nós patrocinamos. Se alguém determinasse algo, teríamos que suspender todos. O que houve foi uma decisão unilateral, o procurador deu parecer contrário. Não há impedimento, ilegalidade. É uma opção do banco procurar clubes de futebol de grande expressão e estabelecer uma parceria
Meio que em forma de réplica, o gremista, advogado, profissional especialista de marketing e autor da ação mandou:
Os esportes citados (pelo diretor da Caixa) não são comerciais. Não é evento o contrato que ela fez com o Corinthians e com o Flamengo. É contrato de publicidade direto. Evento é uma corrida, isso ela pode patrocinar. Mas ela não está patrocinando uma pessoa ou os Jogos Olímpicos, mas sim um clube.
Exato. A empresa investe em propaganda nos clubes com contrato de publicidade direto (como mais seria?), além dos outros esportes citados que são menos comerciais.
E as restrições já existem. Para receber grana de empresa pública ou mista o clube precisa ter as famosas CNDs (Certidões Negativas de Débito). Uma medida bacana seria atribuir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) aos clubes com esse modelo de patrocínio.
Gente, empresas anunciam!!!
O gremista, advogado, profissional especialista de marketing, autor da ação e não clubista, mostra-se deveras preocupado com o dinheiro público. Ele está correto. Por isso deve acionar todas as empresas públicas que fazem parceria com qualquer clube de futebol. Caso não faça, não merece respeito. É igual a muitos. Quer aparecer pra bombar o escritório.
A questão do dinheiro público é um tema sério. O gasto do Governo com propagandas deveria mesmo ser avaliado. Indo na fonte são R$ 7,5 bilhões de 2009 a 2012. É só perceber a quantidade de anúncios no intervalo da novela em horário nobre. 20, 30 milhões é dinheiro de bêbado.
Mais dados do uso do dinheiro público em propaganda.