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Artigos sobre ‘Automobilismo’

Festa na Bahia

May 29th, 2013 | 14 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula Indy, Indy 500

kanaindy

Era agora ou nunca, e dessa vez foi. Tony Kanaan finalmente exorcizou seus fantasmas no grande templo do automobilismo em Indianápolis. O brasileiro fez mais uma vez uma corrida brilhante, com agressividade e tática na medida certa, e sorte. Conseguiu se manter longe dos infortúnios que o deixaram no ‘quase’ tantas vezes naquela pista e desbancou os pilotos da sempre candidata Penske e principalmente, a armada da Andretti, maiores favoritos. Curiosamente, a vitória só veio alguns anos após sua saída do time de Michael Andretti – outro que era visitado anualmente pela famosa zica de Indianápolis, e apesar de sua bela carreira no automobilismo americano, jamais venceu a corrida.

Kanaan esteve o tempo todo entre os ponteiros, em disputa intensa com Ryan Hunter-Reay, Marco Andretti, A. J. Allmendiger e o surpreendente rookie Carlos Muñoz, que fechou a prova em segundo. Essa edição teve algo de inusitado: durante as primeiras 450 milhas, nenhum piloto queria liderar a corrida, seguindo uma lógica doida de que quem vai na frente sem o vácuo de outros carros estava gastando combustível demais. Sendo assim, a estratégia era ficar de segundo para trás.

:-/

Enfim…

… em segundo lá estava o bravo baiano em uma edição das 500 milhas com poucos incidentes e muitas voltas com bandeira verde, até que nas últimas dez voltas, duas interrupções selaram o seu destino vencedor.Na relargada da primeira, ele assumiu a liderança. Segundos depois, o encontro do seu amigo Dario Franchitti com o muro decretou sua vitória ainda com bandeira amarela.

Tony hoje é um dos pilotos mais experientes da categoria, é adorado na terra dos yankees e foi ovacionado pelo público pelo resultado. Ele agora se junta a Emerson Fittipaldi (duas vitórias), Hélio Castroneves (três) e Gil de Ferran como os brasileiros bem-sucedidos no mítico oval.

O detalhe negativo, como sempre, foi a transmissão da TV Bandeirantes. A emissora teve a audácia de, tão logo cruzada a linha final, cortar direto para o futebol, deixando o telespectador – que já estava sentado havia três horas ligado na corrida – a ver navios (ou melhor: a despedida de Neymar…) em vez da festa do brasileiro.

A cena que o Brasil não viu

A cena que o Brasil não viu

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GP de Mônaco é no Blablagol

May 25th, 2013 | 37 Comments | Filed in Fórmula-1 2013

jean_cevertNeste domingo vai rolar a sexta etapa do mundial 2013 de Fórmula 1. O Blablagol – se a TV a cabo não me passar a perna de novo – acompanhará ao vivo a corrida que terá a primeira fila dominada pelos carros da Mercedes, com Nico Rosberg à frente, sua terceira pole esse ano. Logo atrás sairão os pilotos da Red Bull. Felipe Massa estampou forte o guard-rail no treino da manhã, não pôde participar da classificação e largará em último.

Muitos pilotos inovaram no design de seus capacetes para a etapa monegasca da F1. O destaque, que ganhou a torcida do blog, vai para Jean-Éric Vergne, da Toro Rosso. O francês fez bela homenagem a seu conterrâneo François Cévert, morto em 1973 no circuito de Watkins Glen (quem não conhece vale a pena dar uma googlada no nome do cara). Menção honrosa, como sempre, a Kimi Räikkönen, que lembra em seu casco o ídolo/mito/lenda James Hunt, “the shunt”. Sensacional.

A partir das 8:30h estaremos ligados, e comentando freneticamente!!!

 

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Señor Fantástico

May 15th, 2013 | 14 Comments | Filed in Fórmula-1, Fórmula-1 2013
E foi com direito a coelhinho e bandeira da Espanha

E foi com direito a coelhinho e bandeira da Espanha

Decisão. Essa é a melhor palavra para definir a atuação de Fernando Alonso no GP da Espanha de Fórmula 1. Parecia que estava escrito: quando apagassem as luzes da largada, ninguém faria frente ao espanhol, que largava de uma pouco expressiva quinta posição em um circuito famoso por ter seus vencedores sempre largando da primeira fila desde os tempos de Maomé. Logo nos primeiros metros, el Fodón de las Astúrias tratou de deixar isso bem claro ao fazer uma dupla ultrapassagem por fora sobre Kimi Räikkönen e Lewis Hamilton, uma das manobras mais impressionantes dos últimos anos. Depois, seguiu com a paciência de um tubarão aguardando o momento ideal para sua presa; superou Nico Rosberg (aliás, é só apertar um pouquinho que as Mercedes confessam as fragilidades…) quando seu Mercedes confirmou a previsão e o desempenho foi ao chão, apesar da conquista da pole position, e mais tarde Sebastian Vettel nos boxes. Alonso deu um show em casa e comemorou a sua 32ª vitória na carreira. Ele simplesmente superou Nigel Mansell, e acima dele na lista dos maiores vencedores da categoria só restam Senna, Prost e um tal de Schumacher. Não é pouca coisa não.

A Ferrari mostrou uma eficiência que há tempos não era vista, tanto na estratégia quanto nos pitstops. Tanto que Felipe Massa, que fez uma prova de extrema agressividade, saiu de uma remota nona posição para ir ao pódio. A festa ferrarista só não foi maior porque Räikkönen furou a dobradinha italiana ao executar com perfeição uma estratégia de um pit a menos.

Vettel se segurou na ponta da tabela com um quarto lugar sofrido. A Red Bull, a exemplo de outras equipes, tem criticado duramente as borrachas fabricadas pela Pirelli; basta ver o estado lastimável dos pneus ao final da corrida, a quantidade e o tamanho dos pedaços destes que ficam pela pista para saber que algo ali não é normal. Não é ecológico, não dá as melhores condições de competição, e ainda parece perigoso – algumas vezes durante o fim de semana foram vistos compostos totalmente dechapados com poucas voltas de uso. Se a F1 é, a princípio uma vitrine para as marcas envolvidas, vamos combinar que a Pirelli não está fazendo um filme lá muito bonito com seus consumidores…

Por hora, a gangorra das equipes segue. Exceto por Williams e McLaren, que vão sempre mal, muito mal. A equipee parece totalmente sem referência após a saída de Hamilton. Curiosamente, aumentam os rumores da volta da parceria do time de Woking com a Honda. Os japoneses planejam estar de volta em 2015, e quem sabe, reviver the time of their lives. Já em Grove, os cabelos que restam no velho tio Frank devem estar arrepiados: saeus carros sequer passaram do Q1 em Montmeló.

No pelotão intermediário merece especial atenção a temporada de Paul di Resta. O escocês vem pontuando com frequência e bate impiedosamente o seu experiente parceiro de Force India Adrian Sutil.

Próxima parada em Monte Carlo no dia 26 de maio – mesmo dia da Indy 500.

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Uma Ferrari em Santa Rosa

May 2nd, 2013 | 1 Comment | Filed in Fórmula-1

IMG_9713IMG_9723Amigos, a semana passada foi de doer. Fiquei sem TV e internet, não vi a etapa do Bahrein da F1 (nem ao vivo nem em qualquer horário de reprise), fiz uma volumosa cagada no computador, fui assaltado e fiquei sem celular e todos os meus contatos… a única coisa para atenuar um mal humor intergalático foi a notícia da primeira vitória (finalmente!!!!!) do nosso bravo Takuma Sato na Indy. Até que…

IMG_9733Abastecendo o Corsinha 1.0 no posto Shell da Rede Osório’s no Largo do Marrão, no coração de Santa Rosa, qual não foi a minha surpresa ao me deparar com uma bela Ferrari F150 Italia, modelo utilizado pela equipe italiana na temporada 2011 da F1. Para completar, basta abastecer 20 litros ou consumir R$20,00 (quatro Heinekens mais um chiclete!!!!) na loja de conveniência para poder dar umas voltinhas pelo circuito de Interlagos no simulador.IMG_9715

Portanto, corram. A máquina fica em exibição aqui do lado da minha casa hoje até às 19h. IMG_9717

Amanhã, seu destino é incerto, mas nos dias 4 e 5, sábado e domingo, ela estará no posto Abreu (Rua Magalhães Bastos 3065, indo pela Niterói-Manilha, fica próximo ao Shopping São Gonçalo). Das 10 às 19h.

Agradecimentos ao Tiago, dono do posto, ao Altanir, encarregado figuraça, e à Michelle, que dispensa comentários.

Confiram!!!!

 

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GP do Bahrein: ao vivo no Blablagol

April 20th, 2013 | 16 Comments | Filed in Fórmula-1 2013

Há uma semana no GP da China vimos uma autêntica lição em mandarim do novo Professor da F1, Fernando Alonso. Tal como em 2012, não há nenhuma equipe com um carro capaz de dominar as ações, e nada melhor do que esse fato para o espanhol mostrar que, no braço, fica difícil para seus adversários. Alonso se aproveitou da chance que teve para ultrapassar Lewis Hamilton, e depois disso, desapareceu lá na frente. O povo só foi ter notícia dele quando a corrida já tinha acabado.

As três corridas já disputadas foram vencidas por três pilotos e três times diferentes. Aqui no Blablá vamos acompanhar que surpresas o deserto barenita nos reserva. A pole ficou com Nico Rosberg, que largará à frente de Sebastian Vettel e das duas Ferrari.

A partir das 8:30h já estaremos online.

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O Legado Perdido de Senna

April 14th, 2013 | 26 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1

Quando há uma oportunidade, ou você se compromete como um piloto profissional, que tem como objetivo vencer corridas, ou você chega em segundo, terceiro, ou quinto. Eu não fui feito para chegar em terceiro, quarto ou quinto. Corro para vencer.

Quando você não arrisca-se nas oportunidades que existem, você não é mais um piloto.

Ayrton Senna

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Ressaca moral?

March 28th, 2013 | 8 Comments | Filed in Fórmula-1 2013
Digam xiiiiiiiiisssss....

Digam xiiiiiiiiisssss…

GP da Malásia de 2013. Sebastian Vettel chegou à sua 27ª vitória na carreira na F1. O número 27 é um número mágico. Apesar de hoje já ter sido superado por vários pilotos desde que Alain Prost quebrou essa barreira no GP de Portugal de 1987, o recorde de 27 vitórias de Jackie Stewart pareceu intransponível por 14 anos, e mesmo pilotos do calibre de Nelson Piquet e Niki Lauda conseguiram, no máximo, se aproximar da marca. Curiosamente, com um ano de idade a menos que o escocês tinha ao ganhar sua primeira corrida, Vettel alcançou o número mágico. Dá para ter ideia do que o futuro desse alemãozinho de barba rala reserva.

Só que a conquista dessa marca não foi bonita, e ao final, o que se viu foi o pódio mais constrangido e muxoxo desde Áustria 2002 (porque o episódio Alonso is faster than you pareceu apenas um filme repetido). Lewis Hamilton subiu ao pódio pela primeira vez defendendo a Mercedes GP porque a equipe instruiu Nico Rosberg para não atacar, apesar da paquita alemã estar muito mais veloz enquanto o inglês contava suas últimas gotas de gasolina. Ao lado, os pilotos da Red Bull sequer trocaram olhares. Vettel contrariou o comando da equipe – bisonhamente designado ‘Multi 21″ – para que se mantivessem as posições com Mark Webber na frente e ultrapassou o canguru. Webber, que tinha a palavra do chefe que não seria ameaçado, reduzira o regime do motor para levar o carro à bandeirada. Ou seja: o sorrateiro Vettel ultrapassou Webber em condições desiguais, e ele sabia disso. O zero-dois chiou alto, o zero-um pediu desculpas. Se foram sinceras, causadas pela ressaca moral, se foram apenas um ‘tô nem aí’ politicamente correto ou resultado de uma reprimenda federal da cúpula dos energéticos, não dá para saber, tampouco importa.

Webber – que, diga-se de passagem, não é flor que se cheire – tem uma postura bastante diferente de outros pilotos brasileiros de equipes italianas. Em seu tempo, ele já cantou de galo, pergunte ao Antonio Pizzonia. Vendo-se do outro lado da moeda e longe de ser unanimidade dentro do time (pode também perguntar ao Helmut Marko…) ele tem uma postura demandante diante de seus chefes que não se assemelha nem com o chororô barriqueliano nem com a resignação e o recolhimento de Massa; talvez pela idade e experiência ele já tenha a clareza de que teve a sua chance de ser campeão e não conseguiu, mas nem por isso está disposto a engolir sapos-gigantes para manter o emprego. Talvez por isso tenha recusado a oferta para ocupar a vaga de número 2 na Ferrari; ele tem a consciência de que pode se esforçar para se manter em um time que lhe dê condições de vencer algumas provas até o fim da carreira, ou largar tudo para surfar e pedalar por entre coalas e ornitorrincos. É o desapego que o torna forte na queda de braço contra alguém que o seu time, a F1, o mundo inteiro e até ele sabe ser mais talentoso que ele.

Vamos combinar: é um saco essa ‘ferrarização’ que as equipes da F1 estão se submentendo. Isso porque os vaidos0s homens do pitwall se recusam a ser apenas o que eles são: técnicos, engenheiros, mecânicos, enfim, NERDS que trabalham atrás das cortinas e meros coadjuvantes do espetáculo protagonizado pelos MALUCOS que possuem COJONES para cumprir o seu papel dentro do carro. Em vez disso, eles cismam de brincar de deus com suas marionetes a 300 km/h, resolvendo na tela do computador e pelo rádio as atitudes que os COMPETIDORES (homens que devem COMPETIR por definição) devem tomar. Tudo em nome do bem da equipe, claro. Vai ver que eles, a exemplo do chairman do blablagol, têm uma queda pelo mundo das apostas online, e quando põem uma grana em um de seus pilotos, não querem vão deixar a bolada escapar de suas mãos assim de bobeira… #seliganisso

Não sei quando esses cabeçudos vão entender. Ordem de equipe mais atrapalha do que ajuda. Por mim, acabava com o rádio e voltavam aquelas placas da F1 de antigamente. Informações permitidas: a bandeirinha do país do piloto, número da volta, tempo da última volta, diferença para os carros que vêm atrás, chamada para os boxes na próxima passagem. Mensagens espirituosas também valem, para garantir a diversão de quem está no sofá de casa. Taí: eu apostaria que Kimi Räikkönen concordaria comigo. Infelizmente, a modesta opinião deste blog não vale nada além de duas mariolas e um copo de água da bica. Não há dúvida que um tricampeão não pode ficar feliz atrás de um underdog, porém, no dia em que o gênio erra e o azarão está naqueles dias de ‘hoje eu se consagro!!!’, o cara tem que ter o direito de lutar também. Que os assuntos e resultados de pista sejam resolvidos exclusivamente na pista.

A próxima parada é na China.

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Fórmula 1 2013: já é

March 23rd, 2013 | 5 Comments | Filed in Fórmula-1

A temporada 2013 da categoria começou. E a cara dessa nova F1 já foi revelada pela  declaração de pré-temporada de Martin Whitmarsh, diretor da McLaren: “7 das 11 equipes do mundial estão no ‘modo sobrevivência’.” Para o bom entendedor, Red Bull, Ferrari, Mclaren e Mercedes vão muito bem, obrigado. Por outro lado, Lotus-Genii, Sauber, Williams, Force India, Toro Rosso (prima pobre da Red Bull), Caterham e Marussia já iniciam o ano com o pires na mão.

E como eles foram no primeiro round da luta de classes da F1?

A Red Bull, esnobe como o moleque metido que mora na cobertura, dominou os treinos com um pé nas costas, mas na hora do vamuvê, colecionou problemas, principalmente no carro de Mark Webber, e não passou de um decepcionante terceiro lugar com Sebastian Vettel. A Ferrari continua Ferrari, ou seja, a equipe não se faz de rogada na hora de FERRAR um de seus pilotos em detrimento do outro. Felipe Massa, um dos destaques da corrida, teve que se arrastar com pneus esbagaçados quando estava em segundo para que Fernando Alonso, vindo em quarto, pudesse passar. Ambos cruzaram nas posições invertidas no final. McLaren e Mercedes tiveram corridas nada animadoras, apesar de Lewis Hamilton ter conseguido um quinto lugar em sua estreia no time alemão.

O melhor mesmo das ruas de Melbourne foi apresentados por pilotos do terceiro mundo da F1. Adrian Sutil liderou uma prova pela primeira vez na vida em seu retorno à categoria – e à Force India -, e me pergunto por que cargas d’água ele teve um ano sabático forçado em 2012. E foi a Lotus-Genii, mas precisamente com Kimi Räikkönen quem levou a primeira vitória, ao surpreender a concorrência com a estratégia de apenas dois pitstops.

Amanhã é dia de F1 novamente. No GP da Malásia vamos inaugurar o acompanhamento das corridas em tempo real no blablagol. Portanto, crianças, programem o despertador, aprendam o método Bona para assistir F1 na madruga e vamos comentar.

Até as 5 da manhã!

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Ferrari em pleno apagão

November 1st, 2012 | 31 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012

Puta madre, cabrón…

Pobre Fernando Alonso. Enquanto o asturiano reclama veementemente da falta de evolução dos componentes aerodinâmicos de seu F2012, o cavalinho rampante empacado viu o touro vermelho voando por cima de suas cabeças. Enfileirando a quarta vitória consecutiva no GP da Índia e contando com infortúnios do ex-líder do campeonato , Sebastian Vettel virou o jogo e assumiu a ponta da tabela. Faltam três provas para o final da temporada. A boa forma do próprio piloto e da equipe Red Bull permitem ao alemão alimentar o sonho de alcançar uma marca importantíssima: o tricampeonato em anos consecutivos, marca possuída por Fangio (chegou a quatro), Schumacher (cinco), e só. Mesmo assim, Vettel deve manter sua barba rala de molho, pois o astuto espanhol não dá ponto sem nó, e quando o time italiano não o ajuda a vencer, ele se vira para chegar em segundo. Não deixa de ser uma tarefa hercúlea para o ferrarista, mas ele já tirou dúzias de coelhos da sua cartola vermelha. Até que o título esteja matematicamente definido, ele é perigo suficiente para não deixar qualquer margem de erro para seu concorrente.

Do outro lado da moeda, Felipe Massa, a ovelha negra da famiglia de Maranello ressuscitou na segunda metade do campeonato. Com ou sem as traquitanas aerodinâmicas, o brasileiro conquistou alguns resultados de certa forma inesperados, como o pódio em Suzuka. Mesmo que sua atuação na Índia tenha sido resumida a não deixar Kimi Räikkönen passar, seu desempenho nos últimos GPs trouxe preciosos pontos à equipe – que inclusive superou a McLaren na tabela de construtores – e assim convenceu os caciques do time de renovarem seu contrato por mais uma temporada. A melhor declaração foi ‘expelida’ pelo Luca di Montezemolo, ao defender a renovação de Massa e refutar a especulada negociação com Vettel para fazer companhia a Alonso em 2014: “- Não queremos dois galos no galinheiro”. Como para o bom entendedor, meia palavra basta, a frase lapidar do chefão vermelho pode ser assim traduzida: “- Massa, perto de Alonso, é pinto”. Vida que segue.

Desde a Coreia, a Sauber está sob nova direção

O GP da Índia marcou a primeira passagem da simpática Monisha Kaltenborn, nascida no país, e sucessora do sisudo Peter Sauber, como a primeira mulher no comando de uma equipe de F1. A passagem do bastão – sem trocadilhos, por favor… – acontece quando a equipe, que chegou à F1 em 1993, atravessa o melhor momento de toda a sua história. Basta ver que a turma de Hinwill é uma ameaça real à quinta posição da poderosa Mercedes GP no campeonato de construtores. Os bons e carismáticos pilotos enfrentaram os gigantes e marcaram presença nos pódios, e assim ajudaram o time a se tornar um “Ameriquinha” na categoria. É uma pena que a dupla estará desfeita em 2013: Sergio Pérez vai para a McLaren e Kamui Kobayashi não é o favorito para ser companheiro do já contratado Nico Hülkenberg. A vaga será muito provavelmente preenchida por outro mexicano bancado pela Telmex, que mesmo com a saída de Pérez manterá a parceria com o time.

Namastê, e até Abu Dhabi no próximo domingo.

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LIVING THE NASCAR DREAM

September 30th, 2012 | 17 Comments | Filed in Automobilismo, NASCAR, Nelsinho Piquet

Hoje eu fiquei sozinho o dia todo, então liguei a TV e fui programando os horários, emendando programa sobre programa, reservando local especial para a corrida da Camping World Truck Series da NASCAR que iria ocorrer no belo oval de 1.5 milhas em Las Vegas, Nevada.

Sendo bem metódico, cheguei a sair de casa e comprar uns snacks para comer assistindo a corrida. Afinal, se não assistir comendo um besteirol, não é american way of life de facto.

Pois a corrida fez jus a todas as expectativas. Primeiro, houve um pequeno teste para os fãs, com 4 bandeiras amarelas em menos de 10 minutos (duas delas antes de completar 10 voltas), porém como alertaram os comentaristas da Fox Sports, quando é assim, pode crer que em algum momento o negócio vai deslanchar.

Pouca gente segue a Truck Series, e isso é até compreensível. Eu mesmo raramente paro tudo que estou fazendo para ver a terceira categoria mais importante da NASCAR. Mas parece que inconscientemente eu sabia que algo de extraordinário iria acontecer.

Os favoritos, Ty Dillon, James Buescher, Joey Coulter, Matt Crafton, mantiveram-se nas posições CIMEIRAS, mas o que surpreendeu-me foi a regularidade de Nelsinho Piquet, que manteve-se no Tpo 5 por um bom período, chegando a atingir a liderança durante uma bandeira amarela na metade da prova. Essa oscilação de Nelsinho vai de encontro à regularidade de Miguel Paludo que praticamente compra um lugar entre a 7ª e 15ª posições, dificilmente saindo dessa região. Mas metade da prova não é nada, afinal isso é NASCAR e ainda faltavam umas boas 150 milhas adiante.

Com a corrida chegando nas últimas 25/30 voltas o assunto começou a ficar sério. os comentaristas da TV americana já começando a soltar seus palpites e em que pese a bandeira amarela por volta de 20 voltas para o final com Nelson Piquet, Jr. na liderança, ele não estava entre os cotados para vencer as 350 milhas no deserto de Nevada. Mas aí a mágica começou a acontecer.

Faltando 16 voltas, relargada. O perseguidor imediato de Piquet, Matt Crafton, relarga aparentemente mal e a briga acaba por ficar entre Piquet (30) e Coulter (22). Porém, ainda na mesma volta, Matt Crafton (88) como um relâmpago amarelo aproveita-se da disputa entre os dois carros escuros e dispara na frente, abrindo inclusive larga vantagem. Esse trecho pode ser visto no primeiro minuto deste vídeo – vídeo este que também mostra a volta final, mas não quis dar spoiler.

Neste momento surgiu a primeira parte do espírito que pautou a corrida do brasileiro, o famoso WIN OR WALL. Ultrapassado por Crafton, Piquet arrisca-se demais e beija o muro, tirando literalmente tinta do carro, porém não o suficiente para abalar seu desempenho. Com isso, Coulter e Carfton dividem os 2 primeiros lugares.

A segunda parte do WIN OR WALL apareceu para Nelson. Durante as voltas finais da corrida o que se sucedeu foi aquela maravilha que só os circuitos ovais podem proporcionar. Tendo deixado Coulter para trás, Matt Crafton e Nelson Piquet, Jr. travaram um duelo lado a lado, estando literalmente paralelos (vetor força centífuga) durante aproximadamente 4 voltas, nas quais Crafton prevaleceu.

5 laps to go e o novo Chevy de Nelson Piquet está melhor que o auto de seu oponente, o que o faz mergulhar várias vezes (a emoção do momento diz 3 vezes, mas seria melhor para todos, inclusive pros leitores, rever as voltas finais) tangenciando o oval para dentro do líder amarelo, todas elas sem sucesso. Mas era dia de VENCER OU MURO e na última volta, numa manobra fantástica, largamente elogiada por pilotos da primeira divisão (Sprint Cup) como Brad Keselowski e Kasey Kahne, Nelsinho tira faísca da roda dianteira esquerda e ultrapassa o carro número 88 de Crafton, selando o caminho para a vitória. Uma manobra fantástica, reconhecida até pelo segundo colocado.

Foi um dos momentos mais emocionantes que já acompanhei no automobilismo. Levantei nas voltas finais e pulei no meio da sala numa sincera alegria (só Deus pode me julgar, haha!). Longe de mim, MAS MUITO LONGE DE MIM MESMO, levantar a bandeira do patriotismo. Pelo contrário, a discrição de Nelsinho em minha opinião é o comportamento adequado. Um piloto talentoso que POR ACASO É LUSÓFONO e nada mais. Eu agiria da mesma forma em território norte-americano, sobretudo no ambiente de NASCAR. Mas não teve como evitar de torcer e comemorar essa que foi a terceira vitória brasileira na categoria, porém apenas a segunda em circuito oval, que é o que conta na real.

Em sua entrevista, além de agradecer os fãs e afirmar que “com certeza haverá mais vitórias“, o piloto já mais calmo depois da SUADA entrevista em inglês, fez um apelo para seu pai Nelsão, para que quem sabe assim ele acompanhe mais o mundo NASCAR. Eu não sei o que ele espera. Essa é uma corrida que vou guardar para sempre. Sendo na Truck Series, faço minhas as palavras do piloto Justin Allgaier no twitter: “não me importa de quem você gosta, mas foi sensacional”. Para mim foi uma alegria legítima e tenho certeza que para outros também.

***

P.S.: não vou me ater ao Campeonato, pois ainda estamos em UNOFFICIAL RESULTS. Mas tão logo sair o resultado oficial no site da competição, atualizarei aqui. Mas o fato quase consumado é que Nelson Piquet, Jr. permanece em oitavo (a 1 ponto so sétimo Justin Lofton) e o regular Miguel Paludo logo atrás, em nono na classificação geral, que tem Ty Dillon e James Buescher respectivamente na primeira e segunda colocações.

P.S. 2: o título do post é uma referência à frase que está também no próprio perfil de rede social de Nelsinho Piquet.

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