Fluminense e seus jogadores submeteram-se ao proselitismo de sua patrocinadora Unimed apoiando uma campanha solicitando a pessoas que troquem seus deliciosos hábitos sedentários e vícios mundanos a fim de preservarem sua saúde tendo como efeito colateral diminuição dos custos da companhia de seguro-saúde durante o envelhecimento de seus clientes ao mesmo tempo que aumentam o tempo de contribuição dos mesmos.

Ricardo Gomes, treinador do Vasco, está tendo sua imagem como ex-jogador do Fluminense exaustivamente utilizada pelo clube, passando muito longe da solidariedade e comoção que outros clubes tem prestado fazendo seu papel político-social.

Faixinha é propaganda, não campanha.

Curiosamente, o time do Fluminense campeão e festejado em 2010 era dirigido por Muricy Ramalho, sujeito com o estereótipo do elevado risco à problemas cardio-vasculares. Stress full-time e obesidade evidentes são marcas do vitorioso ex-treinador do Flu, que pela patrocinadora continuaria no cargo. Cargo que hoje é ocupado por alguém com semblante similar, estampando em seu uniforme o logo da Unimed.

O Tricolor tão engajado nesta campanha, poderia mostrar o dia-a-dia de Abel Braga e suas providências para mitigar causas de acidentes cardio-vasculares.

Reza lenda que a torcida do Flamengo entoou “Vai Morrer” à presença da ambulância de Ricardo Gomes. Gustavo Poli, que assistia pela mesma TV Globo que eu, ouviu de qualquer forma e relatou em seu blog sem deixar muito claro se era ironia ou crueldade.

Eu não ouvi nada. Procurei no youtube e não achei. Digitei na pesquisa do Globoesporte.com onde trabalha Gustavo Poli e necas. Contudo farei como o articulista e darei meu Parecer como se gritado tivesse sido pela torcida do Flamengo. Na base do relato de outrém.

"Enfelmeira, Eu plefiro me...lão"

A turba vai na onda e é aceitável que uma torcida grite “Vai Morrer”. Porém, duvido que mesmo quem tenha gritado não tenha se apiedado ao saber pelo rádio do carro na saída do jogo, como eventualmente ficamos com pena por ter rido de alguma gorda tropeçando e caindo na calçada.

De tudo que aconteceu o mais lamentável teria sido em uma nítida situação de emergência um aglomerado infinito ter se formado sobre Ricardo Gomes e a ambulância. Aquilo sim foi uma atividade que efetivamente atrapalhou o atendimento do técnico vascaíno podendo ser considerado como falta de sensibilidade, especialmente por parte da turma da Imprensa.

Não cabe, todavia, alegar falta de humanidade por parte dos jornalistas pois não era papel deles serem humanos. Eram meramente repórteres e fotógrafos. O foco na excelência do trabalho cega tanto quanto o comportamento de turba apaixonada na arquibancada sempre em favor de sua agremiação e contra a rival.

Muito ti-ti-ti em torno de Ricardo Gomes e pouco bafafá à respeito do cargo que ele ocupava no Vasco da Gama.

O cruzmaltino segue de interino até a definição sobre o que acontece da vida de Ricardo Gomes? Contrata um Enderson Moreira da vida para guardar caixão para o ex-zagueiro da Seleção?

Temerário. É hora de arrumar uma elegante forma de dar “tchau e benção” para Ricardo Gomes (sugestão: oferecer cargo de diretor de qualquer coisa no clube. Não desgasta a imagem e não compromete nada) e correr atrás de um técnico de verdade para não desandar o que está arrumadinho.

A geografia favorece o Vasco