O primeiro jogo do Henrique no Olímpico
April 8th, 2011 por Victor | Categorias: Grêmio.Por Paulo Sanchotene
– Onde é que nós vamos, filho?
– Guêmio!
Esse foi o curto diálogo que tive com meu filho de 1 ano e 8 meses na manhã de domingo. E não escrevi mal; ele fala “Guêmio”, mesmo. Dia de sol, temperatura amena, jogo de fase classificatória de Estadual, no qual o Grêmio já é finalista, contra um fraco Veranópolis numa época em que o futebol do time não convence ninguém. Era simplesmente o ambiente perfeito para que o Henrique conhecesse o Olímpico numa tarde de futebol pela primeira vez.
De manhã, vesti uma camisa do Grêmio, já me preparando para a partida. Quando cheguei na sala, o Henrique apontou para mim, riu, disse “Guêmio!” e logo passou a procurar o Grêmio em si. Não achou na camisa, nem na calça, nem nas meias. Correu para mãe, puxando a camisa: “Guêmio!”. Como assim, o papai de Grêmio, e ele, não? Ainda mais naquele dia que prometeram para ele levá-lo no Olímpico. E lá se foi a família escolher a roupa do Henrique para o grande dia. Uma vez devidamente trajado, sorriu, gritou “Guêmio!” e voltou para brincar na sala.
Fomos almoçar fora. No restaurante, um outro pai pergunta se ele vai no jogo. Eu respondi que sim, e pela primeira vez. “Minha filha também! Vai pela primeira vez”. Eu deveria ter sentido ali como seria no estádio. Afinal, a minha bela idéia não tinha sido só minha. Depois do almoço, nos dirigimos ao estádio, e o encontramos virado numa creche. Até o Lucianinho Périco, cancheiro de estádio, se espantou a ponto de comentar na rádio. Era um festival de novatos, mais interessados em correr por tudo, comer picolé e pipoca, do que com o jogo.
O Henrique até correu por tudo, o que impediu o papai aqui e a mamãe de verem o primeiro tempo, mas não deu bola para pipoca, picolé ou pão-de-queijo. Gostou mesmo foi da Geral. E isso que ela estava abaixo do meia-boca. Dançou, bateu palma, regeu, cantou (mais ou menos) junto. O que é aquilo lá, filho? “Geal! (balançado de um lado para o outro) Ô, ôoooô!”. Gostou também da creche. Fez um monte de amigos de arquibancada (se começa desde cedo!). Ainda não esqueceu da tia da mochila do Ben 10, a mãe do Bernardo, que estava na fileira atrás de nós. E não deve esquecer tão cedo, se depender da memória de elefante que tem.
Apesar de ter se assustado com os gols, ele dá sinais que gostou da experiência. Não vejo a hora de ter uma nova oportunidade dessas.
Sobre o jogo, melhor nem comentar. O pouco que vi, não me anima nada. Valeu a vitória; e, talvez, só isso.
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NB: O post deveria estar ilustrado com as fotos do Henrique paramentado de azul, preto e branco, todavia, Sancho não teve tempo de enviá-las pois agora estas entraram para as estatísticas de 50 roubos de carro por dia em Porto Alegre. Fiquemos somente com o relato da alegria da família na estreia. As fotos seguirão pelos anos de jogos que Henrique tem pela frente.
Estadual é o futebol puro, não tem jeito. Jogo inútil? O que pode ser mais útil que levar o filho pequeno a um jogo?
Fosse o Grêmio em boa fase, contra um Cruzeiro no Olímpico na luta pelo título, tal experiência seria inviável. Fosse em má fase lutando prá não cair, pior ainda.
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Finalmente, meu primeiro comentário-máquina-do-tempo!!!!
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so o montijo pode usa a camisa 10 da seleção
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Victor, te mandei fotos.
Abraço.
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Baú do BBG:
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Bacana o texto, Sancho. Espero que João Victor seja tão esperto quanto o Henrique e, guardada as devidas proporções clubísticas, tb assuma cedo seu amor pelo time. Principalmente depois das últimas revelações, onde foi mostrado q um certo alguém do blog virou torcedor do time por causa de balinha… LA-MEN-TÁ-VEL!!!
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Boa Sancho… mostra pro Henrique logo cedo quem é o Imortal Tricolor…
Cara, fico triste por você ser mais uma das vítimas da violência urbana em POA… mas é assim mesmo, vida que segue e o que importa na real é que você e sua família estão bem…
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Belo relato, Sancho.
Também não veja a hora de levar a nascitura ” La Loca ” Sofia ao Engenhão, mas como fiz a promessa de não pisar mais naquele estádio enquanto o Alessandro envergar a camisa alvinegra, temo pelo pior e rogo a Deus para ela ter discernimento e inteligência suficientes para torcer pelo Botafogo a despeito de todas as influências negativas dos coleguinhas de escola.
Às vezes, me pego sonhando com ela como mascote, aguarando os jogadores ali na boca do túnel, entrando com o Loco Abreu e correndo para os braços do papai para assistir ao triunfo alvinegro.
Será um devaneio?
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Lágrimas me vieram aos olhos. És um poeta ;)
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Também já tive meu momento-papai realizado.
Em 2003 eu frequentemente ia com a mascote do lugar onde trabalhava ao Caio Martins, perto do fim dos treinos. No melhor estilo Biriba.
Não consigo desassociar a boa campanha que levou o time de volta à série A dos passeios da boa e velha Bina pelo gramado do Caio Martins.
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Tem certeza que não era O BINA?
(Piada fraca do dia)…
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Era pretinha e gordinha… vai que…
http://www.instantrimshot.com
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Boa Sancho!
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Boa Sancho! (2)
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[…] Nem se comparou ao do Papai do Henrique. […]