Adoleta
A partida contra o Chile serviu para dar o gostinho de mata-mata para o Brasil. A Copa começa agora. O caminho até as Quartas de Final da Copa, obrigação eterna para a Seleção Brasileira foi tranquilo e bem feito. Caminho esse que deu as caras em 2009 nas Eliminatórias e Copa das Confederações.
Como já trocamos ideia em demasia sobre o período pré-copa, passo adiante agora para os 4 primeiros jogos da Seleção, colocando as Oitavas no pacotão.
O Brasil que não correu riscos até agora nesta Copa não teve um jogador que simbolizasse a campanha, aquele para chamar de “O Cara”. Tivesse voltado a jogar no mesmo nível que estava quando saiu do time por contusão contra Costa do Marfim, Elano seria o melhor jogador da equipe neste período. Não jogando o amistoso contra Portugal e as oitavas contra o Chile, complica apontá-lo como o melhor, e impossibilita certamente cravá-lo como o mais importante.
Sobriedade e Vibração
Sem surpresas, Juan e Lúcio estão muito bem porque basicamente SÃO muito bons. Os dois alternam-se em cada jogo como o destaque na defesa embora Lúcio Beckenbauer esteja se destacand0 mais por conta de suas alucinantes saídas com a bola rumo ao ataque. Caso a Copa acabe sem um gol de Lúcio para comemorar ficará um vazio.
Julio Cesar é outro que chegou com status de unanimidade e não se tem muito o que falar. Os dois primeiros jogos não deram a oportunidade dele mostrar para um desavisado espectador sua monstruosidade. Sem ser tão exigido contra Portugal e Chile mostra a segurança e não preocupa a torcida de forma alguma para as fases seguintes. Pelo contrário.
Maicon e Michel Bastos foram constantes nestas partidas, sendo que Maicon foi constante em alto nível e Michel Bastos em baixo nível. Não à toa que a sorte sorriu para o lateral direito com gol e até acertando um escanteio (ofício de Elano). Michel Bastos fica preso como um terceiro zagueiro ou volante e ainda assim erra bastante e é inseguro.
Felipe Melo fazia boa Copa, especialmente no primeiro combate no meio-campo, mas aloprou contra Portugal despertando temores prévios quanto sua instabilidade em uma partida decisiva que virá. Seu companheiro Gilberto Silva, pelo contrário, é um poço de serenidade além de ter feito 4 jogos estupendos dentro de seus limites, isto é, fortíssimo na proteção à zaga e absolutamente competente nas viradas de jogo e lançamento. É importante que esta função seja bem feita por ele, pois é o camisa 8 quem tem espaço para tal.
Os preocupados com a falta de um jogador para mudar o panorama de uma partida vindo do banco de reservas podem catar outra sarna para se coçar porque o Queniano É esse jogador. Está aí um jogador definitivamente diferenciado que além da competência dos demais, tem um algo a mais a apresentar por jogar mais recuado e conseguir avançar alucinadamente como um jogador de video-game com poder especial. Creio que Dunga vacilou em não tê-lo substituído contra o Chile após o terceiro gol e não correr o risco do segundo cartão amarelo na Copa que acabou acontecendo, risco inerente à sua posição. Está aí a resposta para o meteoro na frente da sua casa. Daniel Alves não empolgou na armação ainda que tenha começado bem contra o Chile e bem sucedido nos passes de longa distância. O lugarzinho dele na Seleção está sendo ocupado por Michel Bastos e não por Elano ou Ramires.
Run Kaká, Run
Luis Fabiano alterna momentos de grosseria de centroavante de Brasileirão com momentos de um digno camisa 9 de Seleção Brasileira. Definitivamente não encanta, mas está lá fazendo o dele. Como dizem por aí: CUMPRIDOR. Seu companheiro Robinho joga como sempre fez com Dunga. Solidário e participativo, mas jamais brilhante.
Por fim, um dos melhores do time, Kaká. Mas não como homem de meio-campo como tanto se esperava, até pelos momentos da Seleção em 2009 onde o camisa 10 arrancava puxando a equipe em contra-ataque. Kaká como armador anda bem fraquinho. Mas para a sorte da Seleção, ele não está escalado como tal. Eventualmente ele atua pela posição, mas onde anda se destacando e jogando bem é no ataque com Robinho e Luis Fabiano. A transmissão em HD permite observar como é comum o Brasil atacar com seus três atacantes enquanto os demais puxam o freio (especialmente o irritante Michel Bastos) e que pela meiuca no bololô Kaká vem dando conta do recado, e melhorando no decorrer da Copa, o que é deveras animador.
Não parece mesmo que alguém vá colocar a Copa debaixo do braço e ser o dono desta Copa. Com tanta ênfase no coletivo e no grupo, nada mais emblemático que um gol do capitão para representar a participação brasileira, ainda mais sendo esta capitão o jogador que mais tem se destacado em autenticidade e vibração no time. Vai Que Dá Lúcio!
Todo mundo satisfeito