Que porra de manchete é essa, Uol?
March 14th, 2014 | 62 Comments | Filed in Fluminense, ObservatórioO Fluminense não cogita ressucitar pó-de-arroz. O Fluminense está pleiteando retomar uma tradição de sua torcida interrompida por motivos alheios à vontade desta. O pó-de-arroz se em algum momento nasceu de qualquer coisa relacionado à cor de alguém, há muito já teve esse caráter esmaecido, ficando escancaradamente somente como forma de celebração do time.
Realmente existe uma grande onda arrastando multidões pelo País, uma onda de histeria impulsionada pela incapacidade do brasileiro de elite concatenar ideias de forma clara.
Porra! Consequência eventual de processos históricos JÁ RESOLVIDOS não configura quadro atual de racismo, muito menos institucional, caralho. No processo de colonização européia, africanos participaram como escravos, naturalmente formando a base da pirâmide social brasileira. Consequentemente, no desenrolar da História Brasileira verifica-se maior propensão para pobreza de descendentes de africanos, eventualmente pretos, mulatos e cafuzos já que os escravos aqui comercializados eram pretos, bem como verifica-se que a elite brasileira tende a ser branca uma vez que essa era a cor dos colonizadores dirigentes.
Em tempos de histeria fica difícil separar o joio do trigo onde a panfletagem é inocente, por mais que seja virulenta ou venal com o erro deliberado para gerar confusão. É a besteirada à respeito da cor padrão de garis e médicos na montagem sobre os protestos dessas classes. Assumindo-se que a função de médico é mais propensa à elite e que a elite é por eventualidade histórica, por mais condenável que essa possa ter sido, branca, e que a função de gari seja pouco desejada da elite onde o espectro é mais voltado para o preto, é explicável sem que haja qualquer variável racista a demografia étnica dos ocupantes dessas profissões.
Enganei-me um pouco no parágrafo anterior em dizer que é difícil separar o joio do trigo sobre a panfletagem. A bem da verdade difícil é separar entre os panfleteiros ocasionais que replicam os argumentos, pois se algo é feito para gerar confusão, é porque é confuso. O panfleto em si é venal. De toda forma, pelo sim, pelo não, posso cobrar tanto do venal quanto do desavisado coerência com seus propósitos e, vindo de um militonto que alude a racismo em andamento, peço olhar para o umbigo daqueles que mais levantam essa bandeira (falsa como uma nota de 3 Reais) e cobrar de quem deveria, por lógica, ser cobrado.
Querendo um pouquinho mais de quão cuidadoso são os defensores de uma ideologia canhestra com a coerência em suas falanges, pode-se brincar no Google Imagens pesquisando por “Lideranças do PT”.