Sexta-feira foi o dia de ia ao Pan. Mais especificamente, noite de ir ao Pan, já que me programei para ver os jogos de 19:45 e 22:00.
Escolhi o basquete masculino para ver, e comprei ingressos (pela internet) para EUA x Argentina e Uruguai x Panamá.
Para ser sincero, empolguei-me mesmo em ver os jogos à medida que o Pan se desenvolvia. Quando da compra do ingresso, a intenção era mesmo conhecer a Arena, e por que não, dizer que fui.
Peguei o metrô na estação Carioca, no Centro do Rio de Janeiro às 18:00. Hora do Rush suprema. Eu deveria começar a ver o jogo em 1 hora e 45 minutos depois. Tempo que considero mais que suficiente para que se ocorra deslocamento a partir do Centro da cidade realizadora do evento, levando-se em conta a existência de faixas exclusivas.
O metrô funcionou como esperado, mas afinal, ele funcionou como em todos os dias mesmo. Não há mérito nisso.
Então, após catar o lotado metrô, peguei a integração de ônibus Del Castilho – Alvorada às 19:05.
E aí, o martírio começa.
Perguntei ao motorista do ônibus em quanto tempo chegava, e como resposta ouvi uns 45 minutos na Alvorada.
Ingênuo como Lincoln, perguntei se era esse tempo mesmo com a faixa exclusiva, e o motorista rindo, afirmou que há muito os cariocas cagavam para a existência de tal faixa e um abraço. Trânsito!
Como em “A Vida Como Ela é”, batata! Uma pregada de carros na faixa exclusiva, e eu vendo meu joguinho indo pro espaço.
19:45, EUA x Argentina começando, e eu finalmente na Alvorada, entrando em um ônibus para a Arena e já torcendo para demorarem a executar hinos e o escambau.
Não conhecedor da geografia da região, não reparei que o ônibus pegava um caminho no sentido inverso da Arena, mas Ana Paula perguntou:
– “Por que o ônibus vai para o outro lado?” – Ela reparou que a porcaria do ônibus, seguindo seu trajeto normal, se embrenhou em um engarrafamento desnecessário, para seguir o trajeto do dia-a-dia, mesmo sendo um ônibus destinado a levar o público ao evento. Nem perderei tempo descrevendo mais esse martírio de engarrafamento desenecessário, mesmo com a falta de educação dos motoristas cariocas.
Chegamos finalmente às 20:00.
Considerando execução de hino, paradas técnicas e coisa e tal, estimei perder um quarto do jogo “apenas”.
Ao chegar, vimos uma grande fila para entrar (mesmo com o jogo já começado), e fui para a fila para retirar meu ingresso (comprado pela internet).
Nas bilheterias, haviam 5 cabines (todas com funcionários). 3 para vendas na hora, e duas para troca de bilhetes com a presença de Voucher.
Bem, na fila, via paradoxalmente os que vinham comprar ingressos na hora, conseguindo seus ingressos mais rápido que eu com meu Voucher.
Próximo à boca do caixa, percebi que cometi um engano, pois vi os atendentes dos caixas para compra na hora informarem que não havia ingressos para a compra. Nem do jogo que acontecia, nem dos jogos dos dias seguintes (semi-finais e finais).
Fiquei me perguntando: “Se a porra das filas das trocas de ingresso estavam grandes, e três caixas ficavam à toa como paxás, parecendo a caseira de Ninet… (melhor eu não compltar o nome na vã tentativa de evitar um processo – é possível que a falta do último “e” dificulte a indexação via google), por que diabos não fazer os 5 caixas trocarem ingressos?”
Troquei meu ingresso (15 minutinhos perdidos aí) e fui para a fila.
E com o jogo começado, a fila demorava.
Entramos e fomos para a “revista”.
Engraçado que eu entrei sem ser revistado, já Ana Paula passou por detector de metais, depois foi revistada por OUTRO detector de metais de mão e teve que passar com a bolsa por aqueles troços de passar bolsa de aeroporto.
Não sabia eu que namorava alguém que carregava instrumentos que possam causar riscos em potencial. Ana Paula teve de deixar com os “organizadores”, um par de pinças de sombrancelha. Que ela não leia isso, mas desde então tenho medo de dormir sem me certificar que ela também esteja.
Ao menos, deixaram-na entrar com os três sacos de biscoito que evitariam comer o cachorro-quente pão com uma salsicha custando R$3,50.
O legal é que para equilibar, a “organização” não permitiu que nossa amiga ítalo-sansei Barryoko Ono pudesse entrar com seus sacos de biscoito. Contudo, as pinças dela entraram( abre teu olho Barriga).
Resultado: 20:30 entramos na porra da Arena.
Cheguei a comentar com Ana Paula:
“Ainda bem que os ingressos são numerados, porque essa porra está lotada, já não tem mais ingresso nem para os jogos de amanhã”.
Fui para o setor que estava indicado no meu ingresso.
Aí vem mais uma.
Comprei pela internet, o que era chamado de Setor B (R$30,00 cada). Em grosso modo, esse setor era no terço central (verticalmente falando) do ginásio.
E não é que as minhas cadeiras eram praticamente no teto!!! Para ser mais exato, quatro fileiras abaixo da última. (para dar uma idéia, a foto que está postada acima foi tirada abaixo, e não imediatamente abaixo, da posição da minha cadeira).
Fui reclamar, e avisar que não sentaria naquele lugar, pois havia comprado para o Setor B (R$30,00) e não sentaria no C (R$10,00).
O que deixaria qualquer um satisfeito, deixou-me mais puto ainda. A “organizadora” disse que todo mundo que comprara ingressos pela intetnet estava reclamando disso, e que poderia sentar em qualquer lugar porque os lugares marcados não estavam valendo.
Sendo assim, foi para o espaço o que achei pode ser o principal amortizador dos Jogos.
Ué? Mas espera aí? Os ingressos não estavam esgotados? Pois bem, devia ter por ali uma ocupação de 60% da capacidade da Arena. Vai saber onde foram parar os outros 40% dos ingressos…
Nessa brincadeira, foram embora dois quartos do jogo que gostaria de ver.
Nessas horas que gostaria de morar nos EUA. Pois ninguém diria que eu fui otário por acreditar que saindo 18:00 do Centro da cidade, utilizando o transporte multi-modal recomendado pela organização dos Jogos e pela prefeitura da cidade chegaria à tempo para o evento. Ninguém me tacharia de chato por querer processar a prefeitura.
Mas para mim, o pior de tudo é ver todo mundo feliz por poder sentar em qualquer lugar, independente de ter comprado em outra cadeira.
Como acabou ficando grande esse artigo, falarei do que foi bom em outro artigo, o jogo em si.