Eliminações precoces em Libertadores
April 11th, 2016 | 2 Comments | Filed in Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo, Copa Libertadores 2016, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Futebol, Grêmio, Internacional, Números, Palmeiras, Paraná, Paulista de Jundiaí, Santo André, Santos, São Paulo, VascoTodo ano, um ou mais times se classificam para a erroneamente chamada “pré-libertadores” (existiu uma pré-libertadores, mas era um grupo com 2 mexicanos e 2 venezuelanos de onde saíam 2 para a verdadeira Libertadores), e isso não foi um grande problema até 2011, quando o Corinthians dos “galáticos” Ronaldo e Roberto Carlos, displicente na “pré” como todo brasileiro até então – a ponto da torcida corinthiana colocar apenas 23 mil pagantes no jogo da ida contra o Tolima, algo impensável hoje – foi defenestrado sem nem ao menos marcar um gol e na 37ª posição da Libertadores, entre 38 participantes. Desde então, os clubes têm tomado muito mais cuidado, e a “pré” tem se tornado um grande estorvo pelo calendário ou mesmo pela dificuldade. Pode ser muito facilmente suplantada, como foi pelo Corinthians em 2015, que abriu 4 a 0 no Once Caldas logo na ida, ou muito angustiante, como para gremistas e atleticanos, que precisaram dos pênaltis para avançar aos grupos contra LDU e Sporting Cristal, respectivamente.
Mas uma coisa são dois jogos, onde zebras devem mesmo ocorrer, outra coisa é a fase de grupos, onde o clube brasileiro, de muito investimento, tem SEIS jogos para reverter intempéries (ajuda também o fato de os juízes ainda não estarem tão na seca para eliminar os brasileiros, como invariavelmente ocorre em todo mata-mata). Mesmo assim, com 6 jogos, alto investimento e juizes menos malandros que nas fases agudas, alguns clubes brasileiros conseguem a façanha de serem eliminados nesta fase.
É inevitável a pergunta: o que é mais vexaminoso? Ser eliminado na Pré, ou na Fase de Grupos? Ante tantas subjetividades, vieses, torcida de jornas e imponderabilidade da Libertadores, só nos resta uma arma: a incontestável matemática.
A Libertadores adotou o atual formato de mata-mata antes da fase de grupos em 2005, e o primeiro clube a enfrentá-la foi o Palmeiras, que superou o Tacuary, numa de suas únicas duas participações na Libertadores, e que hoje anda pelos PORÕES da Terceira Divisão paraguaya.
Desde então, ao menos um clube brasileiro participou da pré-libertadores (às vezes dois), e os resultados foram os seguintes:
2005: Tacuary 2 x 4 Palmeiras
2006: Palmeiras 6 x 2 Deportivo Táchira / Deportivo Cuenca 1 x 4 Goiás
2007: Blooming 0 x 6 Santos / Cobreloa 1 x 3 Paraná
2008: Cruzeiro 6 x 3 Cerro Porteño
2009: Palmeiras 7 x 1 Real Potosí
2010: Real Potosí 1 x 8 Cruzeiro
2011: Corinthians 0 x 2 Deportes Tolima / Liverpool 3 x 5 Grêmio
2012: Real Potosí 2 x 3 Flamengo / Internacional 3 x 2 Once Caldas
2013: LDU 1 x 1 Grêmio (4-5 p.) / São Paulo 8 x 4 Bolívar
2014: Sporting Cristal 3 x 3 Atlético Paranaense (5-6 p.) / Deportivo Quito 1-4 Botafogo
2015: Corinthians 5 x 1 Once Caldas
2016: Universidad César Vallejo 1 x 2 São Paulo
Em 18 oportunidades, apenas em 1 o clube brasileiro falhou em passar. O que dá uma percentagem de 5,56%.
Desde 2005 pois, eis o retrospecto dos clubes brasileiros na Fase de Grupos:
2005: Atlético-PR, São Paulo, Santos e Palmeiras classificados. Santo André eliminado.
2006: São Paulo, Goiás, Internacional, Palmeiras e Corinthians classificados. Paulista eliminado.
2007: São Paulo, Grêmio, Paraná, Santos e Flamengo classificados. Internacional eliminado (primeiro campeão da história a ser eliminado nos grupos)
2008: Cruzeiro, Flamengo, São Paulo, Fluminense e Santos classificados.
2009: Sport, Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro e Grêmio classificados.
2010: Corinthians, Internacional, São Paulo, Cruzeiro e Flamengo classificados.
2011: Grêmio, Fluminense, Internacional, Santos e Cruzeiro classificados.
2012: Santos, Internacional, Fluminense, Vasco e Corinthians classificados. Flamengo eliminado.
2013: Palmeiras, Atlético Mineiro, São Paulo, Corinthians, Fluminense e Grêmio classificados.
2014: Cruzeiro, Atlético Mineiro e Grêmio classificados. Atlético-PR, Botafogo e Flamengo eliminados.
2015: Atlético Mineiro, Corinthians, São Paulo, Cruzeiro, Internacional classificados.
2016: por definir
Foram 53 vezes em que um brasileiro foi classificado, e apenas 7 eliminações. 13,21% de eliminações. O Flamengo foi o único a ser eliminado DUAS vezes dos grupos. Somente Inter, Botafogo e Flamengo foram os considerados grandes a serem eliminados.
Portanto, matematicamente falando, o vexame corinthiano ainda assim é o pior. Caso Grêmio e Atlético Paranaense tivessem perdido as suas disputas por pênaltis, teríamos 16,67% de eliminados na Primeira Fase (o que colocaria ser eliminado nos grupos como maior vergonha), porém ambos escaparam fedendo de tal vergonha.
Portanto, qual o maior vexame até então? Em termos de acontecimento, ainda é a vitória do Tolima contra o Corinthians. Em termos de clube, e claro, considerando eliminações em fases PRECÁRIAS, o Flamengo está bem na frente. Se um clube tem 13,21% de chances de ser eliminado nos grupos, as duas eliminações do Flamengo dão uma porcentagem de 1,74%.
Alguns podem dizer que os cálculos não são precisos, pois a edição de 2016 ainda não definiu seus classificados na fase de grupos. De fato. Nenhum brasileiro ainda está matematicamente dentro, e Palmeiras e São Paulo estão em risco, podendo igualar os co-irmãos Santo André e Paulista como únicos paulistas já eliminados na fase de grupos. Aguardemos.