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Um último tango em BH…

July 20th, 2009 por | Categorias: Cruzeiro, Futebol, Libertadores 2009.

Depois de tantas manifestações insinuando a falta de um post cruzeirense (ok, eu sei que quando ganhava eu não demorava 5 minutos pra postar) sobre a final de “La Copa”, eu consegui um tempinho no note do meu irmão e vou dizer como tudo aconteceu. Saí de Carmo do Rio Claro, no sul das Minas Gerais, às 10:00h da quarta-feira para rodar 300km em busca da maior comemoração da minha vida. Afinal, apesar de ser um cruzeirense que viu muitas coisas, nunca consegui ver uma final maior do que o campeonato Mineiro, visto que sempre morei no interior e meu pai não ajudava.

Peguei carona com meu pai e entramos numa balsa que levava a Oliveira. De lá eu iria de ônibus pra BH e meus pais e meu irmão iriam pra São João Del Rei resolver outros problemas. Péssima ideia. Durante toda fase final da Libertadores eu vi os jogos com meu pai. Mudar agora? Mas como não consegui ingresso pra ele, eu não iria perder. Cheguei em BH por volta das 4:00h da tarde e marquei de encontrar um amigo em um hotel perto da Rodoviária. Com uma camisa no peito e uma enrolada na cabeça eu eu fui pro ÚNICO HOTEL EM QUE A HINCHADA PINCHARRATA FICOU. Tinha, pelo menos, uns 300 torcedores do Estudiantes e eu na porta do hotel. Nada demais, até porque conversei com alguns e foi muito tranquilo. Mas já me senti desconfortável com a situação. E os caras faziam barulho, viu?

Fiquei naquela situação umas 2 horas esperando o meu amigo. De lá, fui direto para o Mineirão e cheguei por volta das 7:30 da noite. Todo mundo muito animado, cantando vitória mesmo, mas nada que não seja típico dos torcedores em todos os lugares. As 2 horas seguintes foram de cerveja e churrasquinho até o momento de entrada em campo. A festa foi das mais bonitas que já vi e a torcida do Cruzeiro fazia um barulho ensurdercedor até pra mim que estava acostumado.

O jogo começou e eu não estava no meu lugar favorito, mas também tava complicado. O Mineirão tava absolutamente tomado, mal se tinha condições de andar e no primeiro lugar mais ou menos que achei, fiquei. E o primeiro tempo começou, o Cruzeiro atacava muito mais ou menos e sofria quando “los pincharratas” chegavam. Eu começava a achar que aquele jogo não estava como eu queria, tanto que o Cruzeiro não conseguia bater um simples lateral em função da marcação argentina, e tentava achar outro lugar pra ver jogo. Tirava a camisa, colocava de um lado, de outro, mudava a posição da perna, cantava sem parar, enfim, fazia de tudo pra ajudar. Mas o 1º tempo acabou num 0x0 preocupante.

Veio o 2º tempo e o Cruzeiro começou pressionando. Lembrando Cruzeiro mesmo. E, aos 5 minutos, um dos jogadores que eu mais questionei nesse tempo de Adílson Batista, meteu um balaço e marcou 1×0 pro Cruzeiro. O Gigante da Pampulha explodiu! Henrique havia feito o gol que parecia do título e todo mundo passou a acreditar. Até o Cruzeiro que, se quisesse, poderia ter explorado melhor o baque nos argentinos. Mas Verón apareceu. Com uma bola esticada na ponta-esquerda para o lateral-direito, este ficou livre pra olhar, cruzar e achar “Gatita” Fernández na área e empatar o jogo. E aí, fodeu.

O Cruzeiro sentiu. E logo depois, tomou o 2º gol num escanteio cobrado por Verón na cabeça não sei de quem. Aí complicou. E o resto do jogo eu vi num misto de desespero, tristeza e esperança. Quando T. Ribeiro meteu um pombo sem asa no travessão eu já achei que não daria mais. Ramires só queria saber de bater, Magrão e Jonathan não aprontavam nada pelas laterais, Henrique e “Maestro” Paraná não conseguiam fazer nada a não ser se preocupar com a marcação. Wagner já tinha saído sentindo dores no tornozelo (muitos acham que ele sempre pipoca na hora H) e o único que tinha alguma fibra era o Gladiador. Kléber fazia o que se esperava dele. Brigava, lutava, tentava achar uma falta ou outra, mas o árbitro Carlos Chandía também tinha uma atuação ridícula, sem nenhum critério e deixando o pau comer pros dois lados. W. Parede não merece comentário e T. Ribeiro e T. Heleno erraram dois gols que nenhum jogador que recebe mais de R$ 100.000,00 por mês pode errar. Eu não erraria.

O jogo que tinha tudo pra ser o melhor da minha vida se transformou no pior. Saí do Mineirão sem ter pra onde ir. Não sabia o que fazer, o que pensar e como seria o dia seguinte. Fui pegar a carona com meu amigo e ele estava pior que eu. É especialmente triste pra gente porque a gente fez de tudo pra poder ver todos os jogos, passamos 6 meses sofrendo, gritando, apoiando, acreditando, matando aula, dormindo tarde, ouvindo provocação e provocando, enfim, sendo torcedor da melhor forma possível. Eu não tinha visto a final de 97, ele também não, a não ser pela tv. E é de desanimar quando se perde um jogo que estava nas mãos do Cruzeiro. A verdade é essa. Porque se o time joga como jogou contra o Grêmio, ganhava. Se joga como jogou contra o São Paulo, ganhava fácil.

Fiquei realmente muito chateado. E nem digo: “pôxa, o Cruzeiro tem todos os méritos por ter chegado.” E daí? A história não dá os créditos para quem tem mérito. Me pergunto quando vou poder ver o Cruzeiro numa final de Libertadores de novo. O meu maior medo é algo acontecer como o que acontece para os atleticanos de Minas. 100 anos sem nenhuma alegria desse tipo, sem saber o que é ser o melhor da América. O Cruzeiro tem que manter o trabalho e aprender com o erro desse ano. Acredito que ano que vem podemos repetir isso. Até porque o Cruzeiro tem um bom time. Mas o Kléber não pode ir embora. Aliás, a base não pode ser desfeita.

Vamos em frente. Somos azuis. Saudações ainda tristes de um celeste!!!

Ps.1: Ontem assisti a Cruzeiro e Corinthians. O jogo foi bom, o Corinthians teve um ou outra ajuda do juiz, mas percebe-se que o Cruzeiro pode voltar a vencer com tranquilidade. O baque foi grande, mas vai dar pra passar por cima. Quanto a isso, não tenho dúvidas. Só a torcida tem que apoiar como fez ontem. Jogar mais pressão, não adianta.

Ps.2: O Atlético Mineiro vem surpreendendo. Em 1º no Brasileiro, tem jogado um belo futebol. A única nota triste de tudo isso é que a torcida parece estar mais feliz pela derrota do Cruzeiro do que do Galo. Ora, eu fiquei feliz quando o Galo perdeu o título para o Corinthians em 99 (foi o único que o time perdeu e o Cruzeiro não ganhou, por isso a diferença), mas não comemorei como se fosse um título meu. Deve ser péssimo um time carente de títulos em que as únicas alegrias são as tristezas dos outros.

Ps.3: Valeu Victor pelo outro post. Imaginei se a maioria dos nobres colegas de Blá Blá Gol não fariam questão de me ligar no dia para zuar. Sintam-se a vontade durante o Brasileiro. Eu não vou perder a oportunidade se ganhar do time dos senhores. Hehehehe.

Abraço a todos e desculpem a demora.

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11 Comentários para “Um último tango em BH…”

  1. Flávio
    20/07/09 - 18:23

    Pô, Matheus,
    Pensei que as manias e supertições fossem algo atrelado apenas aos botafoguenses.

    Dias melhores virão (para você, cruzeirense, pois para nós, nos contentamos em escapar do rebaixamento).

    Guardadas as devidas proporções, senti tamanha frustração em 1999, na final da copa do brasil contra o modesto Juventude. A retranca inexplicavelmente imposto por Gilson Nunes (arghhhhhhhhh) a um time que precisava apenas de um golznho transformou o insosso 0X0 no maior pesadelo da minha vida de botafoguense.
    Isso em um Maracanã com mais de 110 mil pessoas (20 mil mulheres-tá no guiness!) empurrando o time.

    Cara, no fundo, para mim essa derrota do Cruzeiro até soou como alívio, pois teria enorme dissabor em ver o “bonde” do Welligton “Parede” ser campeão da América.

    Grande abraço

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  2. Victor
    20/07/09 - 22:51

    Saí do jogo do Fluminense contra a LDU ano passado completamente grogue.
    Chego a dizer que cheguei ao fim do jogo cansado mesmo.
    Felizmente na época vendia cerveja no Maracanã, e pelo menos na hora dos penaltis estava convenientemente drogado.

    Contudo, no jogo em questão, a sensação deve ter sido outra, porque por incrível que pareça o Fluminense fez a parte mais complicada com certa facilidade. Depois que complicou. Mas a porrada foi só no final.
    No caso do Cruzeiro, o relógio ainda trazia a agonia.

    In loco presenciei a mesma angústia em 99 com o caso do Botafogo. Mas ali ainda foi diferente do Cruzeiro, porque ainda roava raiva com a inoperância do alvinegro durante os 90 minutos. TOMÁNOCÚBEBETO.

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  3. O Cruzeiro amarelou
    20/07/09 - 22:52

    […] Um Último Tango em BH, por Matheus (Blá blá Gol) Você pode receber nossos artigos de graça pelo seu e-mail. Apenas inscreva-se pela caixa abaixo. OUTROS ARTIGOS […]

  4. Lincoln
    20/07/09 - 23:05

    do meu time o seu nao vai ganhar nesse brasileirao.. e tenho dito.

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  5. Victor
    20/07/09 - 23:12

    Em tempo:
    Quando a Corinthians e Cruzeiro, o Timão teve realmente uma ou outra ajuda do juiz:
    o penalty que ele marcou de Leonardo Silva, onde o maior prejuízo foi a expulsão do mesmo, porque a cobrança o Fábio pegou, e a anulação do gol do Cruzeiro. Sei lá de onde ele tirou que Parede empurrou Chicão.

    O penalty em Kleber foi mandrake, mas àquela altura a vaca já tinha ido para o brejo.

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  6. Lincoln
    21/07/09 - 0:11

    do meu time o seu nao vai ganhar nesse brasileirao matheus!

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    Lincoln

    que coisa estranha.. agora os comentarios apareceram

    Responda a este comentário

    Victor

    Lincoln,
    seus comentários estão caindo em spam.

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  7. Rafael
    21/07/09 - 15:33

    Eu realmente não entendi o que aconteceu nesses 2 anos. A Libertadores estava muito mais pra Cruzeiro e Flumineco do que Estudiantes e LDU.

    Já no caso do Grêmio x Boca, achei normal.

    ****

    Mas acho que vc Matheus não deve se desesperar, pois o trabalho que o Cruzeiro faz parece ser de longo prazo, ou seja, há uma base, com estrutura coisa e tal…

    Já os cariocas…

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  8. CARLÃO AZUL
    22/07/09 - 15:39

    Prezado Matheus obrigado pelo aviso sobre o post. Li tudo, muito bom o texto e carregado de emoção.

    Não concordo com vc quando diz que podemos correr o risco de ficarmos como o TST (time sem título) 100 anos sem ganhar nada. Isso é simplesmente IMPOSSÍVEL, não é uma tarefa fácil, só para os gaylos mesmo. Prefiro acreditar no que disse A.Batista, ano passado fomos eliminados nas quartas (ou oitavas) esse ano chegamos na final, porque não poderemos ser campeões ano que vem (ou em 2011)?

    Forte abraço

    Saudações Celestes e CRUZEIRO SEMPRE!!!!

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  9. CARLÃO AZUL
    22/07/09 - 15:43

    Sobre o jogo com o curintiãs nem comento, essa arbitragem brasileira tem obrigação de ajudar o tal timão…

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