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Posts Tagged ‘W. Parede’

O que tem o Cruzeiro pra Libertadores

February 16th, 2011 | 240 Comments | Filed in Cruzeiro, Libertadores 2011

O time Azul chega pra sua 4º Libertadores seguida após queda nas oitavas-de-final em 2008, um vice-campeonato em 2009 e queda nas quartas-de-final em 2010. Em 2008, não houve surpresa de forma geral, em 2009 a boa campanha deu status de grande time à base formada por A.B. e em 2010, o time que era favorito caiu pros dois melhores jogos do São Paulo na temporada. Para 2011 o Cruzeiro mantém a base, finalmente tem um camisa 10 que pode decidir e algumas deficiências preocupantes.

Aonde o pão-de-queijo tem mais sabor:

  • O melhor meio-de-campo do Brasil: Nenhum outro time brasileiro tem tantas opções e um meio-de-campo tão bem entrosado quanto o Cruzeiro. Além da trinca de volantes, que foi deixada de lado enquanto Marquinhos Paraná e Fabrício se recuperam de lesão, existe Walter Montillo. Henrique também vem se destacando desde 2009. Se jogar com 2 armadores, o time conta com Gilberto ou Roger para dividir as atenções na criação. Se não, ainda tem Leandro Guerreiro e o polivalente Éverton que podem substituir bem os volantes titulares. Sem falar na promessa de Dudu, que fez boa temporada pelo Coritiba em 2010 e, quando entrou no Cruzeiro esse ano, correspondeu bem.
  • O goleiro da competição: Fábio tem sido São Fábio já há muito tempo. Melhor goleiro do Brasil na temporada passada, muito dos sucessos do Cruzeiro se devem à regularidade com que o guardião das metas azuis tem jogado desde o fatídico gol de costas. O Santo da camisa 1 azul-estrelada passa tranquilidade pro time, pra torcida e pro técnico. Pode ser o diferencial.
  • Sistema defensivo de respeito: Léo é um bom zagueiro e Victorino, até onde sei, é um grande xerife. Além disso, o Cruzeiro possui embaixo das traves, São Fábio. Com os volantes dando proteção, o Cruzeiro teve, ainda que contando com Gil e Edcarlos ano passado, a 2ª defesa menos vazada do Brasileiro. Com Léo e Victorino, a tendência é melhorar ainda mais.
  • Entrosamento, experiência e camisa: Sim, senhores, são três elementos fundamentais para se conquistar a América. Principalmente, os dois primeiros. A base do time vai pra 4ª temporada junta e passou por uma série de provações em todas Libertadores que disputou. Além disso, times de menor expressão tendem a enfrentar o Cruzeiro com maior respeito do que outros brasileiros nem tão conhecidos no exterior (alô, Corinthians, aquele abraço). O mesmo acontece com Grêmio e Santos, principalmente. É o tipo de situação que, ainda que subjetiva, dá mais ânimo e tranquilidade pros jogadores.
P*** Que Pariu! É o melhor goleiro do Brasil!

P*** Que Pariu! É o melhor goleiro do Brasil!

Aonde se pode temperar ainda mais:

  • Arena do Jacaré e Torcida: A torcida do Cruzeiro compra o boi do time, como era de se esperar, quando o assunto é Libertadores. O Mineirão, apesar de ser, tradicionalmente, a casa do Cruzeiro, não tinha o aspecto de Alçapão. Os 20 mil malucos (eu, incluso) que devem comparecer aos jogos do time na Libertadores são os mesmos que vão em todos os jogos. Se no Mineirão, que comporta públicos de 65 mil pessoas, essa cambada pode não fazer diferença, na Arena, se usada a favor do Cruzeiro, pode criar um clima muito hostil ao adversário, principalmente nas horas de pressão. O problema é que a torcida azul não tem o perfil de apoiar incansavelmente. Se alguma coisinha dá errado, o caldo pode desandar pro lado que devia ser apoiado. O Estádio, por sua vez, é longe de BH, mas o campo é do tamanho do Mineirão e o gramado está em perfeitas condições. Não existe motivo pra reclamação nesse ponto.
  • Ataque: A situação do ataque titular do Cruzeiro já foi melhor. T. Ribeiro é esforçado e tem uma importante função tática, mas falta habilidade pra ser um bom ponteiro. Dabliupê (o famoso W. Parede) não sabe jogar bola. Até faz seus gols, mas é peça nula quando o assunto é dominar, tranquilizar, tocar a bola. O “Parede” não é a toa e o 9 azul, pra piorar, anda sem sorte. O Cruzeiro está à caça de um camisa 9 de respeito, algo como Fred, por exemplo. Mas pra primeira fase, não vai poder contar com o mesmo. E ir à caça é muito diferente de caçar. Ortigoza, Farías e Wallyson ainda precisam mostrar futebol e não são jogadores que podem mudar, num primeiro momento, o perfil de uma partida.
China Azul + Arena do Jacaré: dá pra fazer um inferno.

China Azul + Arena do Jacaré: dá pra fazer um inferno.

Aonde o caldo pode desandar:

  • Cuca: O técnico do Cruzeiro é uma figura complicada. Depois da rusga entre Gilberto e Roger, onde o chefe da casa-mata comprou a briga do meia-lateral e deixou o Chinelinho de lado, Cuca aprontou mais uma. Depois do clássico, praticamente deu uma de Renato Gaúcho e mandou a culpa “nas principais peças”. Ainda que tenha sido, de fato, culpa dos melhores jogadores que se omitiram, Cuca deveria contemporizar, até porque sua fama, nesse ponto não é das melhores. Na hora de passar tranquilidade, o comandante pode se dar mal e prejudicar o time todo.
  • Lateral-esquerdo: Diego Renan tem sido consistente em não ser um jogador que faz diferença em momentos de tensão. É um bom lateral-esquerdo ambidestro, mas, com um pouquinho de boa-vontade, caberia um jogador melhor naquele lado do campo. O Cruzeiro já foi vice com Gérson Magrão (!), mas foi vice exatamente com duas bolas nas costas desse lateral. E Diego Renan também não prima pela absoluta marcação. Seria interessante ter mais opções naquele setor.
Dá pra confiar, chefia?

Dá pra confiar, chefia?

Aonde o bolo de fubá acabou:

  • Lateral-direita: Essa não existe no Cruzeiro. E não existem boas opções de mercado. O Cruzeiro, ao que tudo indica, vai penar com Rômulo e Pablo durante toda a primeira fase, a não ser que Cuca tire um coelho da cartola e faça ajustes com as peças que já tem. Rômulo, o senhor piada, é triste. Pablo, que fez um grande jogo contra o Galo no último clássico, marca muito bem, mas é ineficiente no apoio. Pra quem contava com Jonathan, é digno de desespero. O jogo do Cruzeiro passa muito pelas laterais e não ter um bom jogador pela direita é extremamente preocupante.
  • Ataque fortíssimo: É outra coisa que o Cruzeiro não vai ter. Com sorte, será contratado um goleador pra vir e assumir a camisa 9 azul sem discussão, mas um ataque forte com bons reservas é praticamente impossível. Resta se contentar com o esforço de T. Ribeiro, a velocidade de Wallyson e com os brigadores Farías e Ortigoza. W. Parede? Bom, melhor deixar pra lá.
No quesito "Dancinha", nota 6.

No quesito "Dancinha", nota 6.

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É Libertadores, amigo

February 25th, 2010 | 3 Comments | Filed in Cruzeiro, Libertadores 2010

O Cruzeiro recuperou-se bem da derrota para o Vélez, pela 1ª rodada da Libertadores. Ontem, no “Campo dos Sonhos” (a.k.a. Mineirão), o time precisou de 60 minutos pra resolver o jogo contra o perigoso Colo Colo do ATChile (saúde, mais uma vez!).

Como estava no caos que é o trânsito de Belo Horizonte às 7 da noite, ainda mais com a greve dos motoristas de ônibus, só consegui entrar no Mineirão com uns 15 minutos de bola rolando. Durante o caminho, Giselle, blablagoliana assídua (apesar de não comentar) se mostrava insatisfeita com a escalação de T. Heleno e com a possibilidade de Pedro “Who” jogar, além de achar que Roger não tinha condições físicas de ser titular. Meu pai palpitava que o beque teria uma atuação segura, mas que também não confiava muito em Pedro “Who” e, muito menos, em T. Ribeiro. Além do que ele preferia ver a sra. Secco do que o novo Raposão. Meu pai acertou com T. Heleno. Gi queimou a língua duas vezes.

O Cruzeiro começou o jogo inflamado e logo aos 5 minutos marcou com T. Ribeiro, depois de belo passe de Henrique. Perdi esse gol. Consegui entrar pra ver o time chileno tocando a bola com Macnelly Torres (bom jogador, botafoguenses, mas que não dá sangue pelo time) e infernizando o lado direito azul com Miralles e Paredes. Jonathan parecia desligado, o que acabou dificultando tanto o ataque pela direita, que sem ele perde muito, quanto a contenção. Duas jogadas de perigo pelo ataque esquerdo chileno, uma bobeada do lateral azul e 1×1, aos 37 do 1º tempo. Grande parte da torcida vaiou de forma impiedosa esse que tem sido um dos melhores laterais-direitos do Brasil. Mas a maioria gritou-lhe o nome e, ao que parece, isso acordou todo o time. O Cruzeiro, enfim, entrou no jogo. Veio pra cima e quase marcou com Kléber e poderia ter um pênalti não marcado por Oscar Ruiz em bela jogada de Roger, que driblou dois e se estatelou no tapete verde.

Kléber e mais dois gols.

Kléber e mais dois gols.

Mas a etapa inicial acabou e tudo indicava que o jogo podia se complicar. Mas com Marquinhos Paraná resolvendo jogar, o time voltou mais seguro para atacar. E Adílson teve papel fundamental. Primeiro porque deve ter dado um tapa na fuça de meio time que estava dormindo. Segundo porque, ao tirar Roger e inflamar a torcida com o sempre efetivo W. Parede, abriu o ferrolho dos Albos que começaram a bater como se fosse o último dia do mundo. Logo, Oscar Ruiz mostrou que tinha trago cartões. Expulsou Olate por catimba aos 12 minutos e, numa blitz cruzeirense, deu pênalti correto em Leonardo Silva aos 15. Kléber partiu, bateu e marcou.

Aqui cabe uma análise tática. Estou para ver um time brasileiro que gira a bola com tanta paciência e facilidade como o Cruzeiro. Dá-se a impressão que o time vai cozinhando, cozinhando, até achar uma brecha e entrar na área adversária. E foi assim que surgiu a segunda expulsão e o 3º gol. O time foi girando até a bola chegar em Jonathan que fez bela jogada e foi agarrado por Cecereda. Cartão vermelho justo pela reclamação, cobrança de falta e gol de Pedro “Who” depois de bagunça na área. Jogo resolvido.

E tome gira-gira de bola. Numa dessas, Marquinhos Paraná faz lançamento para Kléber que é empurrado por Miller. Pênalti claro. E gol de Kléber. A lua-de-mel entre a torcida e o Gladiador continua. E W. Parede quase marcou aos 42 minutos. Mas ficou nisso.

O Cruzeiro, num jogo complicado no 1º tempo, mas que foi facilitado no 2º pela paciência e eficiência azuis, garantiu o 2º lugar do grupo, liderado pelo Vélez com 6 pontos. Mas, acima de tudo, conseguiu se desvencilhar de um problema, já que o Colo-Colo é um time perigoso e um empate complicaria muito.

Os gols:

*****

* Leonardo Silva e T. Heleno foram dois monstros na zaga, principalmente quando contaram com M. Paraná. Leonardo Silva que, por sinal, além de jogar muito, tem se especializado em ajudar o time à frente.

* Roger jogou bem, mas ainda sente falta do entrosamento.

* 32 mil pagantes no Mineirão ontem. Belo público para um fim de tarde com greve e caos no trânsito.

Adelante!

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