‘Amigos, amigos. Negócios à parte’
July 6th, 2010 | 71 Comments | Filed in Copa 2010, Seleção Brasileira(ou A Forra de Escobar)
Ao ganhar de Costa do Marfim, Dunga cavou sua cova rasa.
(ou A Forra de Escobar)
Ao ganhar de Costa do Marfim, Dunga cavou sua cova rasa.
Brasil não jogou nem um pouco diferente do que jogara contra a Coréia do Norte. É essa a forma de jogar da Seleção de Dunga. Aliás, desde 2009 no fim das Eliminatórias e Copa das Confederações.
Time bem armado, competitivo, vencedor e competente. Nem todos brilham todos os jogos e ao mesmo tempo, mas o Centro de Gravidade da Seleção é alto. Até agora, quando alguém não vai bem, é compensado pelos demais, como Robinho brilhando na partida de estréia, e Luis Fabiano nesta, como aliás, subentende-se que deva ser qualquer time, em qualquer esporte ou atividade coletiva.
Não cabe nem ficarmos nos gabando por dizer que a Seleção poderia perder a Copa, mas que saberíamos que chacota não iria pagar. Era muito fácil prever isto. Quem ainda anda cético à qualidade deste Selecionado deve ter por hábito brigar com o que vê.
Maicon – não apareceu muito no jogo
Elano – titular incontestável desse meio-campo.
Robinho – muito tico-tico no fubá. Mais armandinho que atacante.
Kaká – como armandinho foi fraquinho ainda, porém, substituiu bem Robinho no ataque. O bom foi ver sangue correndo nas veias do viadinho. O ruim, foi a cabacice para ser expulso. Quer saber: se está contundido, é bom que não jogue contra Portugal. Prepara-se para as oitavas, onde será titular, sem dúvidas.
Julio Cesar – quem está acostumado a tremer quando ver a bola indo para a meta de seus goleiros em clubes brasileiros, pode-se beber sossegado a cerveja com Julio Cesar, mas… porra… já tá na hora de fazer uma defesa impossível, Júlio.
Lúcio e Juan – Ótimos como sempre, Juan acima de Lúcio nesse jogo.
Michel Bastos – para mim o mais fraco do time na partida, sem participar muito assim como Maicon, porém com vários erros de domínio de bola e afins. Mas o gol de Drogba não foi falha dele. Ele estava marcando um outro cara que estava na área e foi saindo para trás.
Felipe Melo e Gilberto Silva – Monstruosos. Pareciam Mauro Silva e Dunga. Felipe Melo destruindo tudo ganhando quase todas as jogadas no meio. Enquanto o Brasil tocava a bola, Gilberto Silva acertou inúmeros lançamentos, pena que Michel Bastos e Maicon não dominavam a porra da bola, consagrariam o 8. Em tempo: quem não aproximou de Drogba no gol foi Felipe Melo. O único porém na sua atuação.
Luis Fabiano – Fez um gol de Pelé. Não precisa de maiores comentários.
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TV Globo: Quero que você se EXPLODA. Estou agora vendo o Fantástico e o lamentável editorial de Tadeu Schmitd condenando a forma como Dunga chamou a atenção do repórter dela na coletiva. Colocou um ar pesaroso e mandou aquela ressalva no fim que o “jornalismo da TV Globo” torce pelo Brasil mas tem como intenção de levar a informação da forma mais completa, precisa e objetiva possível (algo do gênero, não lembro as palavras mas o teor é esse). Diz que a TV Globo reprova os métodos de Dunga. Deve ser porque ela prefira uma vaquinha de presépio na sua grade de programação com lágrimas nos olhos por fazer suruba regada à sabe-se lá o que com três travestis. Deve estar putinha porque tem um sujeito ali que resolveu transformar a Seleção Brasileira em um time de futebol e não um quadro que passa depois da novela. Definitivamente uma das coisas mais nojentas, dentre tantas. Valeu Dunga!
Partida final emocionante no Pacaembu. Há trocentas formas de ver este jogo, seguem uma pá de acontecimentos e reflexões à cerca dos eventos que cercaram a partida final:
Optei pela pílula vermelha no dia 26 de maio de 2006. Como consequencia passei a gostar mais do jogo e menos do entorno.
No jogo de sueca, a renúncia está prevista na regra. Já vi acontecer em três situações:
Em qualquer uma das situações, corre-se o risco do “logro” ser desmascarado. A punição é simples e impiedosa: perde-se toda a partida e a dupla sai da mesa. Não há meio-termo.
Acho uma regra sensacional. Institucionaliza-se o “roubo” e a punição no caso de ser pega. Uma troca justa. Troca essa que não ocorre no entorno do futebol.
Após Botafogo 5×2 Resende, El Loco Abreu que marcara três gols foi interpelado pela TV Globo para pedir a música do Fantástico e pediu qualquer tango de Carlos Gardel ou coisa do gênero e… não foi atendido como contou-nos Flávio, o Boca-de-Aratéia, no Open-Bar:
Alguém assistiu ao Vasco x Madureira pela Globo? No final do jogo entraram com um link direto do Engenhão, onde o Loco Abreu escolheu qualquer tango do Carlos Gardel para tocar no Fantástico, já que fizera 3 gols na mesma partida, como manda a regra.
O próprio Luis Roberto (locutor) disse que a produção do Fantástico teria de se virar para arrumar …Qual não foi a surpresa quando Tadeu Schimth aparece na tela e manda tocar um axé, atendendo ao pedido do artilheiro uruguaio, exibindo, por sinal, o pedido em outra gravação! Ou seja, devem ter falado pro cara o nome de uma música qualquer da Bahia e acertaram com ele para substituir…
Lamentável!
Escrotice de marca maior. Não digo nem a escolha de um pleonástico axé imbecil, mas a manipulação na cara-dura.
Que faça sem que ninguém veja, OK. Mas já que deram mole, entuba. Sai da mesa. Dizer que não renunciou quando o fez é taxar o adversário de idiota para baixo.
Infelizmente, quem denuncia ainda passa por cri-cri, por chorão e de remar contra a maré.
Devemos lembrar, que não obstante o dever ético de uma atração jornalística em trazer a informação correta e honestamente, ainda que filtrada e de forma parcial, um canal de TV é uma concessão pública, o que aumenta (ou no mínimo deveria) a responsabilidade na correção das ações de uma cobertura.
Por mais insignificante e sem consequencias que seja, trata-se de um logro descarado feito sabe-se lá por que razão, mas feito. Nesse caso descoberto. A ideia vendida é que o artilheiro pede a música e pode-se verificar que não é assim que a banda toca, ouve alguma nítida conduta editorial na escolha do uruguaio Abreu.
Por que motivos? Não sabemos. Resta-nos especular alguns já que foi feito de forma tão orweliana:
Qualquer que seja o motivo, do mais nobre ao mais vil, o que importa é que passaram a perna em quem acompanhou o evento ao vivo e em quem acompanhou o programa de fim de domingo da emissora que detém os direitos de transmissão do campeonato carioca. Pior para quem viu os dois como Flávio, que ainda ficou com cara de tacho na frente TV sentindo-se ridicularizado.
Para não deixar ninguém na mão, postemos nós mesmos um vídeo mais adequado aos três gols de El Loco Abreu:
Ignorei os alvinegros na primeira rodada. E vi os multicores daquele meu jeito de não notar detalhes (tá lá em cima – torcedor sensato. Quem quer detalhe compre jornal). De qualquer forma, percebi a quebrada no jogo do Fluminense com o tal tempo técnico, que passou meio no deixa pra lá porque achei ser pelo calor. Não era novidade.
Na rodada seguinte, a rodada do dia 20 mostrou-me nos dois jogos da tarde que o tal tempo técnico estava institucionalizado no campeonato, acontecendo na partida do Fluminense contra o Bangu e na do Flamengo contra o Volta Redonda. Tanto que repórteres e narradores do PFC já falavam com naturalidade sobre a duração e o minuto em que ocorreria.
Confesso que acho um cú toda hora que para o jogo, apesar de por outro lado, perceber uma grande chance para quem vê pela TV, se bem explorado, de mostrar sem camuflagem as instruções dos treinadores para os jogadores. Pela primeira vez senti ali um upgrade em transmissão de futebol: O que realmente um treinador quer que o time faça e se o time faz ou não e, como o técnico está vendo o jogo.
Fiquei feliz em perceber que de repente, muita casa iria cair. Tanto de treinadores, quanto de comentaristas.
Mas ainda assim, acho que isso iria para a vala comum e o que ficaria seria a chatice de parar o jogo no meio. E um post nesse sentido seria escrito aqui, até que…
Até que no jogo do dilúvio entre América e Vasco no Engenhão, o tempo técnico não aconteceu. Ô diabo! Como assim?
O faro ficou ligado na hora e comecei a lembrar vagamente daquele Flamengo e Duque de Caxias onde não lembrei da existência do tempo técnico (primeiro jogo que vi, como iria prestar atenção) e me toquei que ambos passaram… na Globo.
Pois bem. De toda forma, eu não tinha 100% de certeza se havia tido ou não tempo técnico no raio da estréia do Flamengo e resolvi ficar de butuca para a rodada de fim de semana e logo depois escrever o post com a iminente certeza que havia cheiro de podre no ar e tinha. O jogo do Fluminense contra o Volta Redonda das 17:00 com transmissão na Globo não teve tempo técnico, enquanto o jogo das 19:30 de um dia fresco no Engenhão entre Vasco e Botafogo teve.
Ficam algumas questões, que Manna e Lincoln de forma independente também se fizeram:
Neste link, há a notícia dando conta de tempo técnico programado para os jogos do Cariocão, exceto em jogos da TV Globo.
2:28 da matina
Miguel Falabella coloca Pedro Cardoso na cadeia e entra o intervalo.
A chamada para o futebol da TV Globo anuncia o jogo de quarta-feira.
Guardemos esta data.
A data em quem gosta de futebol paga para vê-lo na TV. Definitivamente, entramos na era do Pay-Per-View.
Quinta-feira, apenas os que pagam poderão comentar Cruzeiro x Estudiantes no Rio de Janeiro.
Digo que por mim, FODA-SE. Eu já pago por essa porra mesmo. Pelo visto, pela gente de bosta que habita aqui, idem, uma vez que a TV Globo deve repercurtir sua audiência. Gente que prefere ver o joguinho do Fluminense na zona de rebaixamento na 10ª rodada à final da Libertadores.
Ou então, estou eu colaborando de forma direta para acelerar o processo. Pagando para ver o que quero na TV, que quarta-feira há de ser Cruzeiro x Estudiantes.
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É de se ficar puto para caralho. Porém, há de se entender que a porcaria da emissora passe o que lhe aprazir passar (e o que a incopetente da CONMEBOL não consegue colocar em contrato). Tampouco me interessa entrar em detalhes se esta transmissão é vantajosa ou não para a Globo, até porque não faço a menor ideia disso.
O que mais me importa é observar a tendência da a migração do futebol gratuito para o futebol Pay-Per-View.
E pretensiosamente, decretar o fim do jornalismo esportivo, quando definitivamente o futebol foi tratado como evento na TV aberta.
Pensando bem, sempre quis isso. Por que diabos estou reclamando?
Cruzeiro e Grêmio se enfrentam em breve no Mineirão.
Ao contrário das quartas-de-finais entre o time mineiro e São Paulo, quando assegurei que o Cruzeiro passaria, não posso dizer o mesmo agora.
Não posso porque nem Grêmio nem Cruzeiro são times furingos em mata-mata como o Tricolor paulista. Um time que se borra e se apequena na frente de um rival brasileiro. Só ganhou quando mandou o Atlético-PR ir jogar no Beira-Rio.
Só que a mídia do Eixo já definiu seu favorito. Cruzeiro.
O que mais tenho lido e ouvido por aí é que o time estrelado de Belo Horizonte é melhor que o tricolor dos Pampas.
Gostaria de saber de onde diabos tiraram isso. Influência da exposição ocasionado por dois reles jogos contra o Poderoso São Paulo?
Até onde sei, o Grêmio foi melhor no Brasileiro do ano passado, e fez melhor campanha na 1ª fase da Libertadores (se bem que até aí, morreu Neves, porque os adversários são diferentes).
Outra coisa que duvido, mas duvido muito, é que tanta gente assim tenha tido tempo para ver e digerir o futebol de Grêmio e Cruzeiro.
Aproveitarei mais esses dois jogos para essa digestão. Quem é do Eixo pode não ter a mesma sorte, afinal, o Corinthians é o Brasil na Libertadores.
Aniquilaram por completo o basquete no Brasil, e agora estão aparecendo os redentores encabeçados pelas globais figuras Oscar Schmitd e Alberto Bial.
Quem assiste o Globo Esporte perceberá o aumento da cobertura do basquete por parte do programa. Aliás, irá parecer que o campeonato nacional foi criado neste ano.
É que finalmente Oscar conseguiu fazer com que sua liga de clubes, a LNB (Liga Nacional de Basquete) saísse do papel e criasse um campeonato independente da CBB, vendendo os direitos de transmissão para a TV Globo. Criou-se assim o NBB (Novo Basquete Brasil).
Apesar de ter comprado os direitos de transmissão, não há certeza que a TV Globo ou outra emissora da rede como o SporTV transmitam ao vivo qualquer jogo deste campeonato. A idéia é aos poucos ir recolocando na programção, a cobertura sobre os jogos de basquete no Brasil para ir re-criando o público do esporte que já foi o 2º mais popular do País.
Noves fora a questão comercial da coisa, é muita escrotice saber que o basquete pode ter ido parar no limbo porque uma porra de emissora de TV boicotou o esporte, esperando ter ela direitos de transmissão.
E se Asimov vomita ao ver as coisas de futebol, chegou minha hora de vomitar toda vez que eu lembro das críticas transmissões globais durante Pan, Pré-Olímpicos e até mesmo Olimpíadas metendo o malho no ocaso do basquetebol brtasileiro enquanto boicotava o esporte para não colocar azeitona na empada dos outros.
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Para quem tiver boa memória residual (existe isso?), nomes como Supergasbrás, Minas Tenis, Banespa e outros pularão na mente lá pelos anos 80, quando havia a cobertura dos campeonatos de volei no Esporte Espetacular. Alguém duvida que isso tenha impulsionado tal esporte no País?
Bem… ao menos maquiavelicamente pensando, resta a esperança de que o basquete volte a ser popular por essas bandas, mesmo que seja pelas mãos do algoz. A esperar os desdobramentos dessa Copa União de Basquete, o NBB.
O Julio Moreira, o cara que falou ontem sobre o áudio que a Globo utiliza nas suas transmissões, fez um outro texto hoje. Parece que recebeu vários emails sobre essa “sensação” que a TV passa. Achei que valia a pena e colei aqui. Abs.
Desde ontem, os leitores do Blue Bus colaboram para entendermos melhor a estratégia da TV Globo, que vem alterando o áudio das torcidas para turbinar a audiência do futebol. O leitor Thiago Lopes viu no Rio de Janeiro o jogo Sao Paulo e Fluminense, pela Libertadores, que aconteceu no Morumbi. Diz ele que a sensaçao era de que a torcida do Fluminense era bem maior que a torcida do Sao Paulo.
Os leitores David Gomes e Ricardo Valim assistiram, no Nordeste, a primeira partida entre Corinthians e Sport, na final da Copa do Brasil. Na transmissao da TV Globo, os 1,000 torcedores do Sport cantaram mais alto que os 65 mil corintianos que lotavam o Morumbi.
Já os leitores Thiago Macena e Thiago Guedes estavam no estádio da Ilha do Retiro, na final da Copa do Brasil. Guedes relata – “Quando chego em casa minha namorada fala ‘o q foi aquilo? A torcida do Corinthians o tempo todo gritando e vocês calados???’ Eu fiquei muito arretado e falei na hora ‘com certeza abriram um microfone em frente a torcida deles e abafaram o nosso’… Tem nada nao, quero ver eles nos ‘abafarem’ agora!!!!!!”.
O problema de alterar o áudio, fortalecendo a torcida que interessa à transmissao é que altera a realidade, como bem exemplifica o relato do leitor. E se a TV Globo pode alterar a realidade do estádio, pode alterar a realidade da partida. Onde passa um boi…
Nao acho que os recursos técnicos tenham que ser abandonados em nome da ética, mas eles devem ser usados a partir da ética. Explico – nada impede que num determinado momento o narrador convide os telespectadores a ouvir o grito da sua torcida, mas nao dá para mudar a realidade.