Quase 80 mil vascaínos foram ao Maracanã abraçar ao time, e mais ainda ao clube, em uma festa de aniversário memorável. O sentimento predominante era de paz e felicidade.  Não houve confusões, famílias com forte presença no estádio, vascaínos de outros estados e um time tranqüilo e soberano, como tinha a obrigação de ser, dentro de campo.

Me lembro que na vitória sobre o Botafogo no Estadual (4×1 – 12/03/09), o sentimento foi de alma lavada, um sinal de vida, de que o clube ainda existia, depois de longo e tenebroso inverno. Neste sábado (22/08/09), acho que foi como se a consciência de que o pior já passou tenha se firmado em todas as vertentes da instituição, e que o caminho certo, ainda que difícil, voltou a ser trilhado. Coloco esses dois momentos como chaves neste ano de recuperação, ano que pra mim, aliás, já terminou.

O Vasco abriu três pontos do segundo, nove do quinto, e só uma tragédia de grandes proporções pode evitar um retorno tranqüilo a série A. Não me canso de repetir,  agora é planejar o ano que vem, sem tirar os pés do chão. Montar um time competitivo, não se iludir com o elenco atual, prosseguir na reconstrução da imagem do clube, melhorar o programa de sócios, e a sua estrutura (ampliar São Januário, e definir um objetivo na questão do CT).

Sobre o jogo em si não há muito o que dizer. O Vasco foi senhor absoluto da partida. Alex Teixeira, que há 5 jogos é o melhor do time, foi brilhante, cada vez mais me enche de esperança.

Mas a distância entre os times era tão grande que é comlicado avaliar, ontem até Vílson e Enrico foram bem. O Aloísio entrou muito bem.  Carlos Alberto foi bem (quase dez jogos sem tomar cartão!).

O único que destoou foi Paulo Sérgio sem ritmo de jogo nenhum. Por fim, Dorival barrou Amaral até do banco, e se continuar assim pode até voltar a ganhar o meu respeito.

1. Deixar o clube, durante anos, sob administração, equivocada e absoluta, de um dirigente obsoleto, incompetente e mau-caráter.

2. Derrubar essa diretoria sem nenhum plano emergencial, e sem nenhum planejamento do que fazer a seguir.

3. Promover mudanças radicais pela metade. Como, por exemplo, mudar todo o departamento de futebol e manter o técnico.

4. Quando mudar o técnico, escolher alguém totalmente despreparado e inexperiente. Apostaram alto numa hora péssima.

5. Não contratar o que o time mais precisava. Dois zagueiros decentes, talvez um resolvesse.

6. Não eliminar o principal fator de desequilíbrio do time. Estrelinhas como Leandro Amaral e Edmundo reclamam muito, produzem pouco e arrebentam com qualquer ambiente de grupo.

7. Contratar um monte de “mais do mesmo”. Encheram o time de zagueiros medíocres e atacantes que não jogam.

8. Os pedidos das estrelinhas tiraram a concentração de São Januário e colocaram num hotel na zona sul. Aumentaram as despesas e diminuíram a eficiência.

9. Não apostar na “garotada”. O jogo contra o Palmeiras, no Rio pela Sul-americana, foi uma mostra de como time funcionaria sem as estrelinhas. Aquele time não seria rebaixado.

10. Não ocuparam politicamente o espaço da gestão anterior. A diretoria atual se alinhou à oposição do Clube dos 13, enquanto a anterior ocupava a vice-presidência.

Ou seja, Eurico Miranda mantém toda sua influência lá. Coincidentemente, após a troca da diretoria, aumentaram os erros de arbitragem contra o Vasco.