Webber deu as cartas nas ruas do Principado
May 18th, 2010 | 4 Comments | Filed in Fórmula-1 2010
Depois de ser bastante discreto nos treinos livres, Mark Webber arrebatou a pole-position do GP de Mônaco. No domingo, o australiano fez valer o favoritismo daqueles que largam na frente em Monte Carlo com uma corrida irrepreensível. Como Sebastian Vettel completou a segunda dobradinha da Red Bull no ano – a primeira fora na Malásia com o alemão à frente – vemos que a Fórmula 1 levou seis corridas para que a perspectiva do início do ano se concretizasse: os touros com asas são os carros a serem batidos. Os dois pilotos estão empataram em pontos (Webber tem vantagem por ter duas vitórias) e assim como a equipe, saíram de Mônaco no topo da tabela. Pela primeira vez na carreira de piloto de F1, o australiano não vê ninguém à sua frente.
Realmente, Webber vem fazendo uma temporada muito competitiva. O problema dele é que, com todos os azares de Vettel até aqui, tudo o que o australiano conseguiu foi empatar com seu companheiro. No frigir dos ovos, o talento do alemão poderá virar essa balança.
O pódio foi completado pelo impressionante Robert Kubica, que insistentemente mantém sua Renault – consolidada como a quinta força do campeonato, almejando a mais caso Vitaly Petrov resolva ajudar – correndo entre os carros do G4. Por essas e outras, o polonês é fortemente especulado para se transferir para a Ferrari.
No time de Maranello, Felipe Massa foi na média: uma classificação razoável e corrida idem. Sem ser ameaçado nem tampouco ameaçar ninguém, chegou na mesma quarta posição que largou. Não é ruim, mas se comparar com Fernando Alonso… o espanhol largou dos boxes após dar PT em seu carro no último treino livre e sequer participou da classificação. Graças à pancada de Nico Hülkenberg – incomodadíssimo por estar andando atrás do companheiro de equipe – logo na primeira volta, pôde fazer de cara a troca obrigatória de pneus e escalou o pelotão até chegar ao sexto lugar. Apesar da atuação épica, o espanhol teve que engolir uma ultrapassagem do velho Michael Schumacher nos últimos metros, só que a manobra, em meio ao disse-me-disse das regras rendeu uma punição ao heptacampeão. Uma pena. O drible foi fantástico. Mas quem se importa com as regras??? Levar ou não os pontos não interessa. O que interessa é que a ultrapassagem foi o lance mais inesperado da corrida. Ele chegaria à frente de Nico Rosberg, mas com o acréscimo de 20 segundos ao seu tempo, ficou para trás. Para quem estava curtindo criticar o ex-aposentado, sua diversão pode estar bem próxima de acabar…
O chato é que coube a Damon Hill, o campeão de 1996 e o piloto convidado para a comissão de fiscais no GP de Mônaco, descascar o abacaxi da última volta da corrida. A situação ocorrida foi como um ‘bug’, a interpretação da exceção da exceção da letra miúda do regulamento da F1, contando ainda com uma provável falha da direção de prova. Como essa definitivamente não é a praia do ex-piloto de Brabham, Williams, Arrows e Jordan, ele foi acusado injustamente de ter “levado a questão como vingança pessoal”. Duas coisas: 1) a FIA precisa fazer a regra clara, à la Arnaldo; 2) a participação de ex-pilotos precisa ser mais bem pensada, pois a iniciativa é interessante mas não deve criar saias justas desnecessárias entre pilotos do presente e do passado.
Jenson Button perdeu a liderança do campeonato em uma das mancadas mais épicas da história da categoria: um dos mecânicos da McLaren simplesmente esqueceu de tirar a proteção da entrada de ar que resfria o motor, que em poucas voltas abriu o bico.
Rubens Barrichello ia muito bem. Colocou seu limitado Williams no Q3 e saltou de nono para sexto na largada, ultrapassando inclusive a dupla da Mercedes. Mas após o pitstop sua sorte mudou. Caiu para décimo e acusou algum problema na traseira do carro. O resultado foi óbvio: direto no guard-rail. Apesar da pancada, o brasileiro fez o seu comercial. O moleque do box ao lado que o diga.
A Force India continua de vento em popa. Pontuou novamente, e dessa vez com os dois carros. Adrian Sutil à frente, Vitantonio Liuzzi atrás.
Da turma do fundão ninguém chegou ao fim para contar a história. Um a um, foram todos quebrando pelo caminho até que quando sobravam apenas dois deles, Jarno Trulli, da Lotus paraguaia malaia foi demasiadamente otimista ao tentar ultrapassar Karun Chandhok, da Hispania. Os carros se misturaram e o piloto indiano deve ter levado uma bela raspada no capacete do carro do italiano “voador”, que ao menos, pediu desculpas no fim. Destaque para Lucas Di Grassi, que deu uma dose de trabalho extra para um Alonso que corria atrás do tempo perdido.
A próxima corrida é na Turquia, dia 30. Lá, das cinco corridas realizadas até hoje, Massa venceu três. Quem sabe?