Caldeirão obsoleto
Em meio a debandada política na gestão Dinamite (vários quadros políticos do clube se desvinculando da gestão), uma questão fundamental para o futuro da Colina se impõe, e deveria por si só mobilizar TODOS os que participam, ou pretendem participar, da direção da instituição, seja na “situação” ou na “oposição”. Embora eu acredite que isso não acontecerá.
O Clube de Regatas Vasco da Gama, precisa analisar e decidir pragmaticamente o que fazer com seu maior patrimônio.
Começo ressaltando a minha única certeza. Não se pode cometer em São Januário a mesma estupidez feita no Maracanã. Se for para reformar o estádio, que NÃO FAÇAM REMENDOS. O sentimentalismo por concreto, custou ao Maracanã se tornar um estádio caríssimo e ruim (pelo menos até esta última reforma para a Copa 2014).
Por mim, caso se faça mesmo a ampliação do estádio, nem a fachada, se esta atrapalhar o resto, seria poupada. Se faz parte da história, que tirem muitas fotos, filmem e coloquem em exposição em alguma parede da nova estrutura. Claro, se a fachada não atrapalhar em nada, que ela fique por lá, mas a prioridade deve ser o futuro, e não o passado.
Porém, eu sou absolutamente CONTRA a ampliação de São Januário. Acho que o melhor custo-benefício para o clube seria participar da futura licitação do Maracanã, ao lado de Flamengo e Fluminense. São Januário deveria até diminuir de tamanho, não aumentar.
Não sei se uma arena com 45 mil lugares é economicamente vantajosa na Colina, principalmente levando em consideração a média de público do Vasco em toda sua história.
Espero que os dirigentes, levem em consideração que fica infinitamente mais lucrativo administrar um estádio grande junto com outros times grandes. E que se por um acaso, o Vasco tiver uma partida que atraia uma demanda de 45 mil pessoas, essa partida provavelmente também terá demanda para 75 mil, capacidade do Maracanã.
Sem contar com o risco iminente de, mesmo com essa capacidade, São Januário continuar “INSEGURO” para receber clássicos regionais. Risco que, inclusive, o Engenhão voltará a correr já no ano que vem. Alguém duvida?
O Vasco deveria reformar o complexo de São Januário, fazendo ali seu centro de treinamento, e deixando no máximo uns 15 mil lugares, pra jogos de baixa demanda. O patrimônio vascaíno é sinônimo de orgulho para seus torcedores, mas é preciso ter cuidado para que este orgulho não seja a ruína do clube.
O nosso orgulho eleva-nos para que nos precipitemos de mais alto.
Marquês de Maricá