A chapa de Dinamite venceu a de Eurico no pleito do Calabouço sábado passado e conseguiu assim indicar 120 nomes contra 30 dos adversários para o Conselho Deliberativo.

Esses 150 se juntam a outros 150 conselheiros natos e sexta-feira definem quem será o presidente.

Roberto tem a faca e o queijo na mão. Até agora, pelo que li de quem conhece São Januário, Dinamite deve vencer (pasmem, por pouca vantagem) o candidato da chapa de Eurico.

Confirmada a vitória de Roberto Dinamite, acontecerá algo a que não estamos habituados. Um ex-jogador de futebol na presidência de um clube de futebol.

Aliás, pouco estamos habituados a ver ex-atletas no comando dos times, mesmo como dirigentes.

Poucos nomes me vem à mente.

Branco no Fluminense, Antonio Carlos no Corinthians e Bebeto de Freitas (esse do volei) no Botafogo.

****

Nenhum clube é um mar de rosas. Também não faço idéia da capacidade administrativa de Roberto Dinamite. Cabe ressaltar que a presidência é um cargo político e, mesmo sem grandes habilidade administrativas, Roberto pode fazer uma boa gestão, isto, se bem assessorado.

De qualquer forma, cabe aos exageradamente esperançosos, saber que não há milagres há serem feitos.

Por exemplo, se por um lado a imagem de Roberto tem tudo para trazer novos investimentos ao Vasco da Gama, por outro lado, ele mesmo terá de manter os compromissos já assumidos com os atuais patrocinadores (e pelo que li, já adiantaram a grana do ano inteiro).

Moralizar não é moleza. Para isso não basta ser um herói e dizer que vai fazer. Tem de colocar a mão na lama. Tem de chafurdar. E isso fede, desgasta.

Se chegar cheio de pose, cheio de promessas, cheio de revoluções imediatas para transformar o Vasco em potência para 2009, podem saber que vai dar merda. Não digo que os passos devam ser os mesmos, mas o exemplo botafoguense mostra que não tem jeito. Tem de seguir o caminho árduo. A primeira grande missão é não deixar a coisa degringolar (e esta não pode abandonar jamais). O resto será conseqüência disso.

O futebol brasileiro é tão dinâmico, mas tão dinâmico, que se o Vasco não sucumbir às tentações que surgirão, não duvido nada que o clube esteja decente já em 2009 e forte em 2010.

Até porque, a questão vascaína não é sair do fundo do poço, pois lá não esteve como estiveram Botafogo e Fluminense. A questão vascaína é voltar a ser TOP. Espera-se que Roberto acabe com o embargo em que o Vasco está submetido por conta de sua crise moral (sic). Repito, só tem de ter o cuidado para não se deslumbrar, porque aí, vai experimentar caminhos que botafoguenses e tricolores já trilharam.

****

Roberto eleito, não será inédita a condição de um ex-jogador de futebol como presidente de clube no Brasil. Isto já ocorreu.

Victor Pimentel – Se não fosse triste, seria até engraçado:

http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/0,,MUL23331-4283,00.html

Ninguém tem mais o que fazer?

Enquanto isso, o ídolo maior do clube é barrado nas principais acomodações de São Januário.

A torcida do Vasco já fez a sua parte em eleições federais mostrando o que quer (pelo menos o que não quer). A bola agora está nas mãos dos associados do Vasco da Gama.