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Ressaca moral?

March 28th, 2013 | 8 Comments | Filed in Fórmula-1 2013
Digam xiiiiiiiiisssss....

Digam xiiiiiiiiisssss…

GP da Malásia de 2013. Sebastian Vettel chegou à sua 27ª vitória na carreira na F1. O número 27 é um número mágico. Apesar de hoje já ter sido superado por vários pilotos desde que Alain Prost quebrou essa barreira no GP de Portugal de 1987, o recorde de 27 vitórias de Jackie Stewart pareceu intransponível por 14 anos, e mesmo pilotos do calibre de Nelson Piquet e Niki Lauda conseguiram, no máximo, se aproximar da marca. Curiosamente, com um ano de idade a menos que o escocês tinha ao ganhar sua primeira corrida, Vettel alcançou o número mágico. Dá para ter ideia do que o futuro desse alemãozinho de barba rala reserva.

Só que a conquista dessa marca não foi bonita, e ao final, o que se viu foi o pódio mais constrangido e muxoxo desde Áustria 2002 (porque o episódio Alonso is faster than you pareceu apenas um filme repetido). Lewis Hamilton subiu ao pódio pela primeira vez defendendo a Mercedes GP porque a equipe instruiu Nico Rosberg para não atacar, apesar da paquita alemã estar muito mais veloz enquanto o inglês contava suas últimas gotas de gasolina. Ao lado, os pilotos da Red Bull sequer trocaram olhares. Vettel contrariou o comando da equipe – bisonhamente designado ‘Multi 21″ – para que se mantivessem as posições com Mark Webber na frente e ultrapassou o canguru. Webber, que tinha a palavra do chefe que não seria ameaçado, reduzira o regime do motor para levar o carro à bandeirada. Ou seja: o sorrateiro Vettel ultrapassou Webber em condições desiguais, e ele sabia disso. O zero-dois chiou alto, o zero-um pediu desculpas. Se foram sinceras, causadas pela ressaca moral, se foram apenas um ‘tô nem aí’ politicamente correto ou resultado de uma reprimenda federal da cúpula dos energéticos, não dá para saber, tampouco importa.

Webber – que, diga-se de passagem, não é flor que se cheire – tem uma postura bastante diferente de outros pilotos brasileiros de equipes italianas. Em seu tempo, ele já cantou de galo, pergunte ao Antonio Pizzonia. Vendo-se do outro lado da moeda e longe de ser unanimidade dentro do time (pode também perguntar ao Helmut Marko…) ele tem uma postura demandante diante de seus chefes que não se assemelha nem com o chororô barriqueliano nem com a resignação e o recolhimento de Massa; talvez pela idade e experiência ele já tenha a clareza de que teve a sua chance de ser campeão e não conseguiu, mas nem por isso está disposto a engolir sapos-gigantes para manter o emprego. Talvez por isso tenha recusado a oferta para ocupar a vaga de número 2 na Ferrari; ele tem a consciência de que pode se esforçar para se manter em um time que lhe dê condições de vencer algumas provas até o fim da carreira, ou largar tudo para surfar e pedalar por entre coalas e ornitorrincos. É o desapego que o torna forte na queda de braço contra alguém que o seu time, a F1, o mundo inteiro e até ele sabe ser mais talentoso que ele.

Vamos combinar: é um saco essa ‘ferrarização’ que as equipes da F1 estão se submentendo. Isso porque os vaidos0s homens do pitwall se recusam a ser apenas o que eles são: técnicos, engenheiros, mecânicos, enfim, NERDS que trabalham atrás das cortinas e meros coadjuvantes do espetáculo protagonizado pelos MALUCOS que possuem COJONES para cumprir o seu papel dentro do carro. Em vez disso, eles cismam de brincar de deus com suas marionetes a 300 km/h, resolvendo na tela do computador e pelo rádio as atitudes que os COMPETIDORES (homens que devem COMPETIR por definição) devem tomar. Tudo em nome do bem da equipe, claro. Vai ver que eles, a exemplo do chairman do blablagol, têm uma queda pelo mundo das apostas online, e quando põem uma grana em um de seus pilotos, não querem vão deixar a bolada escapar de suas mãos assim de bobeira… #seliganisso

Não sei quando esses cabeçudos vão entender. Ordem de equipe mais atrapalha do que ajuda. Por mim, acabava com o rádio e voltavam aquelas placas da F1 de antigamente. Informações permitidas: a bandeirinha do país do piloto, número da volta, tempo da última volta, diferença para os carros que vêm atrás, chamada para os boxes na próxima passagem. Mensagens espirituosas também valem, para garantir a diversão de quem está no sofá de casa. Taí: eu apostaria que Kimi Räikkönen concordaria comigo. Infelizmente, a modesta opinião deste blog não vale nada além de duas mariolas e um copo de água da bica. Não há dúvida que um tricampeão não pode ficar feliz atrás de um underdog, porém, no dia em que o gênio erra e o azarão está naqueles dias de ‘hoje eu se consagro!!!’, o cara tem que ter o direito de lutar também. Que os assuntos e resultados de pista sejam resolvidos exclusivamente na pista.

A próxima parada é na China.

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