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Posts Tagged ‘Kimi Raikkonen’

ESPECIAL: GP DO BRASIL, KIMI CAMPEÃO

October 22nd, 2007 | 25 Comments | Filed in Fórmula-1

“Não contavam com a minha astúcia!!!” (K. Räikkönen)

Para começar, vamos recorrer à sabedoria do ‘Professor’ Alain Prost, que esta semana criticou publicamente o seu ex-patrão Ron Dennis por não estabelecer a hierarquia entre seus pilotos logo no início, com Alonso como primeiro piloto. Segundo ele, se Alonso fosse claramente o primeiro piloto desde o início, ele seria campeão com antecipação e tranqüilidade. Ao optar pelo estreante, que literalmente perdeu dois match points, um na China e outro no Brasil, sendo o segundo colocado na largada, à frente de seus adversários, Hamilton deu um tiro no próprio pé. E, na hora da pressão, ele abriu o bico. A McLaren repetiu a burrada da Williams em 1986, e com a faca e o queijo na mão, deu mole para o rato. Pagou o mico da década. Vamos à corrida.

Na largada, Massa foi perfeito e bloqueou logo Hamilton, que perdeu posições para Räikkönen e Alonso logo de cara. Afobou-se ainda na primeira volta, querendo dar o troco no espanhol, saiu da pista e aí começou a ver o título ir pelo bueiro. E como Alonso não conseguia acompanhar o ritmo dos carros vermelhos, a balança pendeu dramaticamente para o lado da Ferrari.

Na oitava volta, Lewis Hamilton fez o improvável, e apesar de todas as ajudas eletrônicas, câmbios modernos, inteligentes, praticamente infalíveis, ele cometeu o que há décadas não se ouvia falar na Fórmula 1: ele errou uma marcha. Com o carro em ponto morto numa subida, perdeu muito tempo até se acertar com as borboletas do volante. A partir daí, ganhou a ajuda da sua equipe para entregar tudo de mãos beijadas para Kimi. Passou para uma estratégia de três paradas, que na prática não surtiu qualquer efeito, o levando ao sétimo lugar no final, ou seja, a lugar algum.

Enquanto isso, a Ferrari ensaiava o seu teatrinho para a inversão das posições. Engraçado isso. A única situação que é realmente aceitável o jogo de equipe, quando vale o título para um dos pilotos, a equipe tentou fazer parecer “natural”. Hipocrisias à parte, tudo indicava a vitória de Felipe Massa, mas com Alonso em terceiro, Kimi precisaria dos dez pontos para ser campeão. No primeiro pitstop, ele não conseguiu o objetivo. No segundo, Kimi teve três voltas a mais andando com o carro leve e retornou à frente do generoso Massa. Daí ele seguiu com tranqüilidade para o seu primeiro título logo em seu primeiro ano de casa na Ferrari.

A Renault, terceira força entre as equipes (seria a quarta, mas a McLaren foi eliminada) viu seus dois carros envolvidos em acidentes. Primeiro foi o ex-piloto em atividade, Giancarlo Fisichella, que cometeu uma barbeiragem ao sair da pista e voltar muito lento ao traçado, não dando escapatória a Sakon Yamamoto, o japa da Spyker, que chapou a traseira do italiano. Voltas mais tarde, Kovalainen acertou o muro na curva do Sol e saiu do carro tonto. Briatore já vem mexendo os pauzinhos para ter de volta Alonso ao seu time.

Ainda tivemos várias ultrapassagens, muitas protagonizadas por Hamilton em seu dia de corrida maluca, e bons pegas, duas vezes com a mesma dupla de pilotos: Nico Rosberg e Robert Kubica (na foto). Os dois tiveram grandes atuações na corrida, apesar de seu duelo final ter sido perdido (ou negligenciado) pela geradora das imagens. A Rede Globo mesmo. Galvão, que faz absoluta questão de criticar quando qualquer TV do mundo comete um erro do gênero, ficou obviamente quietinho.

Agora, aos destaques negativos. A Honda, marca de um dos motores mais vencedores da categoria, teve abandono duplo pelo mesmo motivo: explosão dos propulsores. Barrichello ainda teve a infelicidade de queimar a largada e sofrer um drive-thru penalty antes de esfumaçar a subida para a reta dos boxes e o próprio pitlane. E palmas para Kazuki, o Nakajima da vez, que na primeira parada nos boxes da sua carreira na F1, passou muito do ponto e mandou dois dos seus mecânicos para o centro médico, atingidos pelo pneu da Williams do kamikaze. E ele ainda chegou em décimo.

Após a prova de Interlagos, a McLaren ainda inventou uma apelação, patética, por sinal, pleiteando a eliminação das BMW e das Williams, por um problema com a temperatura do combustível das duas equipes. Mas um tapetão no ano já foi suficiente, pelo amor de Deus. A McLaren vinha se dando bem nas bobeiras da Ferrari, mas no final, errou a equipe e seu piloto. Essa foi a razão da derrota, não a “gasolina fria” das coadjuvantes. Que virem a página e não piorem ainda mais o seu constrangimento.

E assim terminou o campeonato.

Kimi Räikkönen

Riu por último. Ou melhor não riu, mas comemorou. Não comemorou tanto, mas levou o título. O monossilábico, campeão mais sem sal da história, fez por merecer o título com seis vitórias. Da Bélgica para cá, ele marcou 36 pontos em 40 possíveis. Tal qual Alain Prost em 1986, soube se aproveitar da crise de egos da McLaren e levou mais um campeonato para a terra do Papai Noel, depois do bi de Mika Hakkinen em 98-99 e 25 anos após a conquista de Keke Rosberg. Deve uma ao Felipe. Mas pelo menos no carro, ele é o número 1 da Ferrari agora.

Lewis Hamilton

Brincou de correr esse ano. Aprendeu muito, mas mostrou claramente que não suportou a pressão no final do campeonato. Venceu corridas, deu show, liderou a disputa, tudo com méritos. Mas ainda é um novato com muito a amadurecer. Seu patrão e tutor perdeu feio por apostar nele a curto prazo, não a médio ou longo, como seria mais lógico. Mas a tentação de fazer o britânico estreante campeão foi tão equivocada quanto com Nigel Mansell em 1986. Agora, chora o leite derramado. E será duramente criticado por todos os lados, principalmente pelos que já o alardeavam como gênio para vender notícia, se esquecendo de que ele estava em sua primeira temporada na categoria principal do mundo. Erraram na previsão e agora querem mandar o menino para a Cremilda. Não acho que é o fim do mundo para ele. Todo o time passou a mão na cabeça dele após a concretização da derrota. Vai ficar mais esperto com o tempo. Mas pode ter certeza que fez um inimigo que não vai perder qualquer chance de se vingar.

Fernando Alonso

O bicampeão foi o grande perdedor do ano. Tinha a possibilidade de comemorar pela terceira vez em Interlagos o seu tricampeonato seguido, mas a bosta do regulamento o obrigou a correr com um motor usado, enquanto os outros concorrentes tiveram suas usinas tinindo, muito mais potentes do que as usadas ao longo do campeonato, pois essas unidades só precisariam durar uma corrida. Ele tem toda a experiência, maturidade e frieza que o Hamilton não tem ainda, e sem a suposta igualdade entre pilotos na sua equipe, poderia ter melhor sorte com o carro que a McLaren desenvolveu, lícita ou ilicitamente, com o seu conhecimento e capacidade de bicampeão. Restou sorrir, ao ver seu desafeto deixar escapar a conquista no final. No lugar dele, eu esvaziaria meu armário em Woking e mandava um até nunca mais para o Ron Dennis.

Felipe Massa

Foi rápido todo o ano, mas teve uma temporada com o pé-frio característico de seu parceiro que foi campeão. Sofreu muito com as trapalhadas da equipe ao longo da temporada. Competente na corrida e profissional ao atender ao desejo da equipe, tem prestígio com os cabeças de Maranello, já tem contrato até 2010 e apesar de ter ficado em quarto, não sai do ano em baixa. Mas vai ter que fazer muito para conquistar seu espaço novamente. Provavelmente ele preferiria que o título fosse para a equipe do box ao lado. Guiar um carro da Ferrari com o número 2 no bico não traz boas recordações para ninguém.

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A longa reta de Fuji

September 29th, 2007 | 13 Comments | Filed in Fórmula-1

Ao final do treino classificatório, o grid de largada imitou a classificação do campeonato: Pole para Hamilton, ao lado de Alonso. Segunda fila com as Ferrari e Räikkönen na frente de Massa. Muito interessante.

Após o quase toque entre os pilotos da McLaren no GP da Bélgica, Hamilton choramingou e Alonso nem deu bola. Mas, se formos mais no passado, até o GP da Hungria, precisamente, o piloto inglês reclamou pela confusão causada por Alonso nos boxes e que o havia deixado com a segunda posição de largada. No final, o bicampeão perdeu o direito de largar na pole, por decisão dos comissários. Mas a declaração de Hamilton antes de sair essa decisão foi: “A reta é muito longa.” Pra bom entendedor, essa frase basta. Com os postulantes ao título lado a lado, devemos ver uma largada de arrepiar na corrida mais tarde.

Marqueteiro que só ele, tio Bernie Ecclestone aposta numa batida entre os dois, acontecimento que traria o foco do mundo todo para a Fórmula 1. Como os duelos entre Senna e Prost, a corrida pode até terminar no fim do retão para os dois, mas a polêmica atravessará décadas – com certeza.

Emerson Fittipaldi, com toda a sua sabedoria e experiência no automobilismo, disse com essas palavras: “O Ron Dennis vai precisar rezar.”

Quem avisa, amigo é.

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O brasileiro mais otomano do mundo

August 26th, 2007 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1

Felipe Massa conseguiu sua segunda vitória em dois anos no GP da Turquia, sua terceira na temporada. Venceu bonito, numa corrida que, apesar de não ter sido muito empolgante, foi fundamental para dar uma animada na tabela do campeonato, principalmente nas disputas internas de Ferrari e McLaren.

Para o time de Ron Dennis o Pimentinha, cabe reclamar com os japas da Bridgestone pelo defeito no pneu do Hamilton, que tinha o pódio nas mãos e acabou em quinto, mais os desdobramentos fora da pista.

Agora, Alonso não vai mais emprestar seus acertos e desenvolvimentos para o concorrente (que um dia já foi chamado de parceiro) de equipe. Menos mal que o caso da “apropriação indevida” dos dados da Ferrari deu uma acalmada.

Para os italianos, chegou a hora de botar a faca nos dentes e partir para cima da rival. Com a diferença de um ponto, agora em favor de Massa, é complicado apostar que eles irão privilegiar alguém para pleitear o título, e só para dar uma esquentadinha, o singelo Raikkönen, como quem não quer nada, tirou a volta mais rápida do Felipe na penúltima volta do GP. Com esta dobradinha ferrarista, e com os pilotos cada qual ao seu estilo a fim de devorar um ao outro, certamente Monza vai ferver daqui a quinze dias.

 

 

“Don’t make me laugh!!!!”

 

“Não me faça rir!!!!” Essa foi a resposta do Barrichello, quando foi informado que seu companheiro Jenson Button, logo após ultrapassá-lo ainda no início da corrida, estava dando voltas ‘apenas’ dois segundo mais rápidas que o carro do brasileiro.

Mais essa, para quem ficou sabendo pela manhã que ia trocar de motor e perder posições tinha feito uma largada muito boa e já estava em 16°. Vida dura, Rubinho!!!!!

 

Na tabela

 

Lewis Hamilton, 84; Fernando Alonso, 79; FelipeMassa, 69; Kimi Raikkönen, 68. Do estreante ao bicampeão, passando pelos furiosos ferraristas, três vitórias para cada um e todo mundo parece ter bala na agulha para ser campeão. E ‘vamo que vamo’.

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ALONSO – Líder com facilidade

April 9th, 2007 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1

Pablo Martinez. Sepang, Malásia – Foi um verdadeiro show dos bólidos da McLaren/Mercedes. Com um calor desgastante, temperatura altíssima, que quase me deixou sem ar, os carros da escuderia inglesa desfilaram pelo belo e novíssimo circuito de Sepang.

O momento decisivo da corrida foi a largada. No ‘grid’, a ordem era Massa, Alonso, Raikkonen e Hamilton, ou seja, Ferrari, McLaren, Ferrari, McLaren. Quando o sinal vermelho se apagou autorizando a saída dos monopostos, Alonso e Hamilton deram show de audácia, inteligência e garra. Aceleram fundo e ultrapassaram os Ferrari. Alonso saltou para a primeira posição ultrapassando Massa. Ainda atordoado com a ultrapassagem do espanhol, quando menos esperava, Hamilton já estava com seu carro ao lado, ultrapassando o brasileiro. Inicio perfeito para a McLaren. No final da primeira curva já estava definida toda a corrida.

A partir daí, Alonso disparou e em 5 voltas já abria uns 8 ou 9 segundos do segundo colocado, seu companheiro de equipe. Escolhi a 5ª volta como outro marco. Marco negativo para os brasileiros. Após 5 voltas de pressão de Massa sobre Hamilton, com o brasileiro vendo Alonso disparar na liderança, abrindo segundo por volta, tendo em vista que seu companheiro de equipe fazia um ritmo mais lento justamente para segurar os Ferrari, Massa ousou, tentou tudo e forçou. Forçou tanto que errou, saiu, passeou com o carro na grama e caiu para o 5° lugar, prejudicando toda a corrida.

Hamilton teve 50% do mérito da vitória de Alonso. Foi um autêntico companheiro de equipe! Mostrou novamente o que já tinha feito na Austrália: ser totalmente frio, de gelo, concentrado, que agüenta de maneira ímpar a pressão dos adversários. Na Austrália agüentou a pressão de Alonso, agora foi de Massa. Não cometeu um erro quando pressionado.

A partir daí, a corrida não teve mais emoção. As McLaren mostrando que tinham um ótimo ajuste, voando baixo, sempre mais rápidos que os Ferrari, iam abrindo espaço. DOBRADINHA!

Massa tentava se aproximar de Nick Heidfeld. Não conseguiu. Terminou em 5. Acho que o brasileiro fez uma corrida muito fraca. Sim, mostrou personalidade e ímpeto tentando ultrapassar Raikkonen nas primeiras voltas. Arriscou porque Alonso abria muita vantagem. Até ai é compreensivo. Mas se esquecer do campeonato, atirar tudo para o alto, na base do tudo ou nada acho que foi exagerado. Apostou tudo e acabou dando errado. É nessa hora que me pergunto se Alonso faria o mesmo… Eu tenho certeza que não. Ficaria em 3°, esperaria por um erro do adversário, tentaria uma ultrapassagem nos boxes… Alonso corre sempre para o campeonato. Certo, ele é pratico, mas isso é chato e tira a emoção da corrida. Gostei da atitude de Massa, sim. No entanto, isso não faz com que a corrida dele possa ser considerada aceitável. Duas corridas, duas vezes atrás de Raikkonen. Já está surgindo uma bipolarização na luta pelo título entre Alonso/Raikkonen. Péssimo para o brasileiro.

Já Raikkonen fez o que Alonso faria. Percebeu que não tinha carro para competir com os McLaren. Aceitou o fato. Correu para o campeonato. Segundo pódio para ele em duas corridas, vice-liderança na corrida pelo título. Esperava-se mais dele, mas mesmo assim foi muito bem na corrida.

Alonso venceu, de ponta a ponta. Ultrapassou Massa na primeira curva. Largou muito bem, voou baixo e com certeza deixou a Ferrari com medo para as próximas corridas. O espanhol é de uma regularidade absurda e tem tudo ainda para fazer muita história na F-1. É muito jovem e pode ainda ser mais técnico e constante que Prost, que é algo assustador. Inegável reconhecer sua habilidade e regularidade, apesar de achar seu tipo de corrida extremamente burocrático. Eu não gosto. É o favorito ao título com o Raikkonen.

O que este grande prêmio mostra mesmo é que a vantagem da Ferrari não é tão grande quanto se imaginava. Os McLaren vêm se mostrando bem rápidos e confiáveis. Parece que as próximas corridas serão verdadeiras batalhas, principalmente entre Alonso e Raikkonen. O campeonato promete muito!

Altas na corrida

Além de Alonso e Hamilton;

Giancarlo Fisichella – Depois de um início ruim nos treinos, largando em 11°, se recuperou e fez uma bela corrida. Seu carro largou com tanque mais cheio. Fez uma corrida de recuperação e terminou em 6°. A Renault parece ter um bom carro.

Nick Heidfeld – foi elogiado por mim na corrida da Austrália. Eu disse que ele tinha muito potencial para brigar pelo 5° a 8° lugar. Conseguiu seu segundo 4° lugar consecutivo. Correu muito bem. BMW vai lutar com a Renault pela 3ª melhor equipe do ano.

Barrichello – Teve problemas com o carro no treino. Acabou indo para a volta rápida com o carro reserva, que estava configurado para Button. Conseguiu um péssimo tempo. Preferiu largar dos boxes, em último lugar, mudando o ajuste do carro. Saiu de tanque cheio e fez uma bela corrida de recuperação. Foi muito bem no geral. Chegou em 11°, na frente de seu companheiro de equipe, em nova vitória pessoal. 2 corridas e duas vezes largou atrás e chegou na frente de Jenson Button.

Heikki Kovalainen – Fez uma corrida de estréia tenebrosa. Foi super criticado, mas dessa vez andou bem, sempre na balada de seu companheiro de equipe Fisichella. Acabou em 8° e conseguiu seu primeiro ponto na F-1.

Em baixa

Honda – O carro não anda. Promessa no ano passado, terminou mal o campeonato. Esse ano a expectativa era de um carro competitivo. Os pilotos estão sofrendo. Barrichello é um piloto experiente e não consegue correr. Button é um piloto muito veloz e não aparece mais nas corridas. Talvez a grande decepção do ano.

Jenson Button – Apesar do carro da Honda ser horrível, não esta correndo nada. Está levando um banho de Barrichello na luta interna da equipe. Muito pouco para quem era dado como a grande promessa inglesa. Em Sepang, largou na frente de Rubinho e novamente terminou atrás do companheiro. Terminou em 12°.

Massa – Errou e teve a corrida prejudicada. Sim, ousou, tentou. Mostrou fibra. Sabia que tinha que atacar. Viu Alonso abrir vantagem em cada volta, ao mesmo tempo em que Hamilton segurava o ritmo e impedia qualquer possibilidade de ultrapassagem do brasileiro. Mesmo assim, se precipitou, errou e perdeu várias posições. Numa F-1 super disputada, um errinho é fatal. Acabou em 5°. Pouco para quem tinha uma Ferrari nas mãos largando na ‘pole position’. Tem que abrir o olho urgentemente. Alonso tem 18 pontos, Raikkonen 16, Hamilton 14. Massa possui apenas 7 pontos e já está em 6° no mundial. Além disso, já está começando uma Bipolarização do campeonato: Alonso (McLaren) e Raikkonen (Ferrari). Massa vai acabar perdendo a liberdade e vai acabar virando o segundo piloto da equipe. Preocupante.

Com relação aos boatos de que Nelsinho Piquet poderia ainda esse ano assumir a Renault, acho muito difícil. Conversei com o Victor Pimentel por skype após a corrida da Malásia, e ele concordou comigo que as criticas ao jovem Kovalainen foram precipitadas. Sim, na estréia ele teve uma atuação pífia e cheia de erros, mas na Malásia já demonstrou que tem condições de lutar pelas 8 primeiras posições. Afinal de contas, está no carro da equipe campeã do mundo no ano passado..

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Show de Raikkonen!

March 19th, 2007 | 7 Comments | Filed in Fórmula-1

Primeira corrida da temporada. Várias estréias. Surge, para mim, o grande favorito do ano: Raikkonen.A Ferrari sobrou no circuito de Albert Park, Austrália. Raikkonen fez barba, cabelo e bigode (pole, vitória e volta mais rápida), o que já demonstra a grande superioridade da equipe italiana.

Massa teve sua corrida bem prejudicada com o problema na marcha. Não conseguiu fazer tempo no treino classificatório e ainda saiu do último lugar no grid. A estratégia era de largar com o tanque cheio e fazer só uma parada durante toda a corrida, o que ao final deu certo.

Raikkonen desfilou. Largou bem e nunca foi ameaçado, colocava um segundo por volta no 2° colocado dirigindo com uma mão no volante. Fácil, fácil. Não dá para saber até aonde esse F-2007 da Ferrari pode chegar. E acho que Raikkonen queria exatamente isso, assustar, segurar o carro, não mostrar tudo que podia ter dado.

Massa fez uma excelente corrida ao meu ver. Largou com um carro de tanque cheio, transbordando, extremamente pesado. Ultrapassou os carros mais fracos, mas quando encontrou com carros médios perdeu tempo. O carro pesado impedia qualquer ataque. Além disso, Massa, que largou em último, fez uma corrida pensando no campeonato, em juntar pontos, e não queria correr o risco de arriscar uma ultrapassagem mais arrojada e perder a chance de pontuar. Foi conservador. Maduro. Mesmo assim terminou em 6°, ameaçando Fisichella da Renault, chegando coladinho tentando a ultrapassagem até a última reta.

Infelizmente para Massa, começou o ano perdendo na disputa interna da preferência na Ferrari. Raikkonen estreiou sendo perfeito. Surpreendeu. Já colocou 7 pontos para o brasileiro. Se no próximo circuito de Sepang, na Malásia a estória se repetir, a chance de lutar pelo título para Massa já começa a ir por água abaixo.. A Ferrari, ao contrário da Honda, sabe priorizar na luta pelo título. É só lembrar da era Schumacher.

Como se esperava, o mundial esse ano será bem disputado. Mas acho que os candidatos ao título são poucos mesmo, ficaria apenas com Raikkonen, Alonso e Massa, nessa ordem.

Alonso é um piloto que me irrita. Muito. Mas é incrivelmente constante e corre todos os circuitos pensando no título. Nunca arrisca. Acumula pontos. Nunca me empolguei com ele numa corrida e acho que nunca vou. E olha que o cara é espanhol!! Não, não é má vontade, é falta de coração mesmo. Estava falando com Victor Pimentel (Kareca) sobre isso. Para mim, o Alonso é uma ótima cópia do Alain Prost. Não empolga, não erra, extremamente técnico e sem graça.

No entanto, é inegável que Alonso com a bagagem de dois títulos mundiais é favorito ao título, o grande favorito para a maioria das pessoas.

A McLaren mostra que fez uma grande aposta e que parece ter dado certo. Lewis Hamilton, primeiro negro na F-1, de origem Anglo-caribenha, fez uma corrida de encher os olhos de qualquer amante da formula 1. Desafiou seu companheiro de equipe na primeira curva da temporada, nada menos que o Bicampeão Alonso. Correu forte o tempo todo na frente do espanhol, mostrou consistência e muita cabeça para aguentar a pressao de ter Alonso o tempo todo colado no cangote. Hamilton chegou a liderar a prova quando Raikkonen foi abastecer e só foi ultrapassado por Alonso nos boxes. Grande surpresa, apesar de algumas escapadas. Não se pode esquecer que o jovem foi o campeão da GP2 no ano passado. Vem com ótimas credenciais.

A Honda fez um papelão. Mostrou total falta de comando, organização e visão de conjunto. Rubinho terminou em 11°, uma corrida sem graça e sem brilho. Fiquei impressionado como a Honda não parecia uma equipe. Rubinho, no primeiro trecho da corrida, estava visivelmente mais rápido que Button. Muita coisa. Button tinha largado com o tanque cheio e tinha a estratégia de 1 parada apenas para a corrida toda. Justificável a lentidão. E o que aconteceu? Rubinho ficou umas 10 voltas atrás do Button, tentando ultrapassá-lo, lutando pela 14 posição. Custava deixar o Barrichello passar? Pensar na equipe? Quando conseguiu a ultrapassagem, Rubinho abria mais de segundo por volta para o Button. Se não tivesse perdido 10 voltas atrás, poderia ter lutado por uma posição mais honrosa ao final. Detalhe, Jenson Button terminou a prova em 15° e Rubinho, prejudicado, em 11°.

Altas na corrida:

Além de Raikkonen, Hamilton e Massa;

Nick Heidfeld – Fez uma boa corrida. Largou muito bem e mostrou que pode ficar nessa zona de 5° a 8°, lutando sempre por pontos. Terminou em 5°.

Robert Kubica – Para mim, quem promete correr muito bem é esse polonês. Muito veloz e constante. O problema é o carro, que não é tão confiável, muito atrás da Ferrari e da Mclaren. O carro quebrou. Apesar disso, a BMW/SAUBER vem com força para lutar com a Renault pelo posto de 3ª equipe do ano.

Em Baixa:

Honda – Além de um carro lento e desequilibrado, mostrou total falta de senso de equipe. Prejudicou Barrichello a troco de nada. Será o sinal de que a equipe está partida? Veremos com o tempo.

Heikki Kovalainen – piloto estreiante da Renault. Que corrida foi essa?!?! Parecia Satoro Nakagima!! Muita barbeiragem junta. Tá, vamos dar o desconto de estréia na formula 1, tensão e tal. Mas assustou, e muito. Flávio Briattore, chefe da equipe Renault, que estava acostumado com o que-não-erra-nunca-Alonso, tremeu e até criticou o piloto publicamente. Vamos ver se o puxão de orelhas vai surtir efeito..

Adrian Sutil – O alemão fez o que pior pode fazer um corredor novato com um carro medíocre: atrapalhou quem vinha rápido e fez com que Lewis Hamilton perdesse tempo e a segunda posição para Alonso. Como foi estréia, Lewis que está sorrindo de orelha a orelha nem ligou, mas se fosse mais para frente no campeonato o pau ia quebrar…

Para fechar, a Ferrari do jeito que está, lembra muito a McLaren do final dos anos 80 com Senna e Prost, dois excelentes pilotos com o carro sobrando. Luta do título internamente. A Ferrari tem tudo para dominar as 3 primeiras corridas do ano. Depois entra o calendário europeu e a coisa iguala novamente e vira incógnita. É a hora de Haikkonen seguir os passos de Schumacher, ganhar as 3 primeiras provas e já abrir uma vantagem para depois só administrar. Vamos ver como o Alonso se comporta atrás na pontuação… Se vai arriscar ou esperar pelo erro, pela quebra do adversário. Acho que o Alonso fica de butuca… hehehe :) Que piloto sem graça!!!

E ai, para vocês, quem são os favoritos da temporada??

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