Na ocasião, o colunista desafiava/espezinhava o orgulhoso Luxa a usar seu talento para domar o Imperador, que teria volta bem encaminhada e articulada por uma política hábil Patricia Amorim.
Na Gávea, a turma que prefere não se arriscar novamente com Adriano é capitaneada por Vanderlei Luxemburgo, que reconhece as qualidades técnicas do jogador, mas teme que seu comportamento antiprofissional possa contaminar o grupo, como, de fato, aconteceu após o título brasileiro de 2009. Em conversas privadas, ele e outros que são contrários ao regresso do artilheiro admitem o receio de que sua chegada possa influenciar negativamente a postura de Ronaldinho Gaúcho — outro boêmio assumido mas que, apesar dos hábitos, não se atrasa nem deixa de comparecer a treinos e jogos. Do outro lado, a turma que é favorável ao retorno do Imperador, argumenta que ele cairia como uma luva num time que, embora tenha ganho o primeiro título que disputou (o da Taça Guanabara), ainda ressente-se, nitidamente, da falta de um centroavante típico, um goleador de verdade. Como Adriano, em seus melhores momentos.
Mas não haverá como agradar gregos e troianos? Política hábil, talvez a presidenta Patrícia Amorim seja capaz de costurar uma solução intermediária. Que poderia passar pela confecção de um rígido contrato de risco, resguardando o clube, através de multas draconianas (inclusive a rescisória), em casos (bem possíveis) de reincidência nas atitudes antiprofissionais. Se Adriano aceitar tais condições, urge uma conversa franca com o elenco, para deixar claríssimo que o regresso do Imperador não significará, em hipótese alguma, uma retomada da tolerância àquela postura condenável do primeiro semestre de 2010, o auge do badalado e malfadado Império do Amor. Feitas todas estas costuras e tomadas todos estes cuidados, talvez valha a pena tentar. Mas com um pé (bem) atrás, sempre alerta e o botão de ejetar o assento imperial ao alcance da mão.
RODADA DE FOGO. Vanderlei não se orgulha de sua “malandragem” no trato com os jogadores? Conseguir que Adriano se comporte com um décimo do profissionalismo que tinha Zico já seria um feito e tanto. E, neste caso, os resultados podem compensar. Paga pra ver ou pede mesa, Luxa?
Numa atitude amadorística e demagógica, a presidenta Patricia Amorim resolveu ouvir as torcidas organizadas sobe a possível volta de Adriano ao Flamengo.
Não faz o menor sentido. Se o clube não tivesse contratado Vágner Love e ainda estivesse precisando desesperadamente de um artilheiro, ainda poderia-se imaginar a possibilidade de um contrato de risco – e põe risco nisso…
No quadro atual, é loucura. A menos que Patricia esteja disposta a juntar o Imperador ao Dentuço e abrir logo uma casa de pagode e funk..
A oportunidade caiu no colo de Paty Amorim que não se fez de rogada, ao receber Barack Obama em seu campo a presidenta do Flamengo deu o jeitinho para entregar a camisa do clube, procedimento usual para um anfitrião ainda que fora do protocolo da visita do presidente norte-americano.
Falei com a esposa e as filhas dele. Então expliquei que o Flamengo é o clube de futebol mais popular do Brasil. Eu brinquei que tínhamos agora um jogador que era conhecido mundialmente e mostrei o nome dele nas costas da camisa. Ele me perguntou se era a dele. Eu disse que sim e perguntei se ele queria. Por duas vezes ele disse que sim. Tirei então a camisa e repassei para ele
Já The Fool On The Hill quis ir além do jeitinho montando uma constrangedora operação de entrega de abadás, até então mal-sucedida. Aliás, já parece bom que seja mal-sucedida, do contrário, o coro vai ecoar:
Eu sou um cara que não procuro as notícias sobre dirigentes ou coisas internas de clube. Se há meses venho dizendo que essa nova diretoria do Flamengo transborda incompetência é porque isso salta aos olhos. Direto na cabacice da Patricia Amorim:
Aqui, o Bruno não joga mais. Não dá. Desgastou demais a marca e a imagem do clube. E sua postura é inaceitável. Sempre teve reações intempestivas, assumiu a posição de capitão como se pudesse mandar em todos, como se fosse o dono da verdade. Havia um descontrole sim. Xingava, chutava até a garrafinha do isotônico. Enquanto o Léo Moura saía do campo chorando e outro jogador saía de cabeça baixa, ele saía chutando muito o portão no vestiário.
Atentem que a descrição do comportamento de Bruno não é feito por um setorista de jornal que acompanha os treinos, um obscuro funcionário do clube, ou mesmo um ex-treinador que perdeu uma guerra de braços com um medalhão do time. A descrição é feita pela Presidenta do Clube de Regatas do Flamengo. Qualquer desses funcionário citados não teria o que fazer ou estaria de mãos atadas, exceção feita à presidenta do clube.
Há quem alegue em defesa do Flamengo que o caso Eliza Samúdio é extemporâneo. Uma fatalidade que ocorreu envolvendo um atleta do Flamengo como poderia ocorrer com um atleta de qualquer clube e mesmo com funcionário de qualquer empresa. E não há como se negar que a proporção que o Caso chegou é inimaginável. Todavia, o comportamento da corja que o Flamengo abrigava era notório e, pela entrevista da presidenta, avaliado da mesma maneira internamente.
Não apenas o comportamento era avaliado da mesma maneira internamente, como a causa do mesmo era diagnosticada
Eu herdei uma situação em que alguns jogadores gozavam de regalias ou privilégios. Não gostava disso, mas, com o título brasileiro, este ano, eu não tinha como mexer em nada, nem na base do time nem na comissão técnica. Era como mexer num vespeiro. Existia um sentimento geral que me incomodava muito, do tipo: “Ah, na hora do jogo esses aí decidem.”
A Presidenta Patricia Amorim deveria ter retirado sua candidatura ou renunciado ao cargo. Como diabos um administrador não tem como mexer no que avalia errado se esta é exatamente a prerrogativa do cargo?
A última oração da citação de Patricia Amorim cai muito bem em uma conversa de bar entre torcedores ou na comunidade do time no Orkut. Mas, Puta Que Pariu, esta declaração veio da porra da Presidenta do clube CA-RA-LÊ-ÔH. Como citado no primeiro parágrafo, não foi nem mesmo necessário acompanhar de perto o noticiário para entender o desmando em que o Flamengo se encontrava (encontra?).
Uma tal comissão de notáveis foi contratada para enfeitar o pavão dando alguma credibilidade as decisões do Flamengo no caso. Comissão de notáveis é meu ovo esquerdo com cãibra. No dia 7 de julho, Sidney Resende e Gilmar Ferreira em seus blogues alertavam para o desgaste de imagem que o caso de Bruno trazia correlacionando com demais desmandos ocorridos com atletas do clube como por exemplo, o caso das interações de Adriano e Vagner Love com criminosos nas favelas do Rio de Janeiro.
Eu acho que o Urubu deveria ter tomado uma postura diferente nesse caso. O que acho impróprio, como sempre no Urubu, é ficar em cima do muro esperando o lado mais conveniente para cair. Se não iriam punir o cara, que o abraçassem e dessem apoio. Não apoio no sentido de tentar inocentá-lo. Mas efetivamente de apoiar o ser humano: “Tá bom, meu filho você errou feio. Você vai pagar por isso. Vai ser duro. terá nosso apoio moral para passar por isso. Mas vai pagar pelo seu erro.”
As opções de atuação devem estar na cabeça do administrador. Seguir o caminho preconizado por Serginho ou de André Bona é mais uma questão de postura e posicionamento do que propriamente de certo ou errado. Posicionamento era o mínimo que se exigiria da Presidenta do Flamengo ao pipocar o caso. Posicionamento que renderam dividendos políticos, por exmplo, a Rudolph Giuliani à frente do ataque terrorista ao World Trade Center, e recentemente em um caso tupiniquim, a Eduardo Paes mostrando a cara na situação de calamidade em que Rio de Janeiro e especialmente cidades vizinhas como Niterói e São Gonçalo passaram.
Isto, claro, era o mínimo que se esperava. Porque o que efetivamente se esperava da Presidenta do Flamengo como exposto acima, por ela inclusive, era que se estancasse de imediato à sua posse todos os problemas notórios do clube. Para não deixar genérico, ainda que não seja o foco deste artigo, seguem as ações que deveriam ser tomadas à época:
Demissão da diretoria não-alinhada com a nova gestão, independente dos bons resultados desportivos anteriores. Se Marcos Braz era um desses, que saísse.
Buscar negociar ao mesmo tempo que controlasse jogadores desordeiros que comprometiam e poderiam comprometer ainda mais a imagem do clube.
Alçar Petkovic como garoto-propaganda maior do clube por ser o atleta a apresentar risco zero à imagem da instituição, além de ser o ídolo efetivamente mais identificado com o que qualquer clube decente deveria pretendir como exemplo.
Levantaram mil hipóteses e nada de um parecer conclusivo. Essa é uma forma de contar lorota sem mentir, de fugir da responsabilidade e empurrar com a barriga.
Não me surpreenderá em nada que o nome de Petkovic seja bombardeado nas transmissões TV à fora. A transcrição da entrevista pela Época, somente agora que o caso esfria, cheira a Chapa Branca. Não me parece que a saída do clube para desatar o nó será jurídica ou estrutural, mas midiática. Esquecimento costuma funcionar muito bem e dar resultados de curto e médio prazo. No longo prazo, culpa-se o destino ou um passado distante e desconexo (leiam a merda da entrevista, que Patricia conseguiu citar Romário e Edmundo como influências negativas para essa corja… como se Bruno e Vagner Love tivessem sido formado na Gávea, e como se comer um monte de mulher fosse o fim do Mundo)
Brüno
Patricia Amorim cogita a hipótese de processar Bruno por danos morais e materiais como mostrado no vídeo. De certo alguém levantou essa hipótese e a presidenta acabou soltando como caso extremo. Seria curioso este processo pelo caso Eliza Samúdio, caso em que definitivamente não há associação direta com o fato dele ser do Flamengo, ao contrário dos casos em que ele agrediu Andrade verbalmente, em que pronunciou-se estupidamente e publicamente sobre agressão à mulheres e quando se indispôs em diversas ocasiões contra a própria torcida, sendo ele capitão do time.
Patricia Amorim, que ao menos no que a transcrição da entrevista tenta passar, mostra ter posicionamento. Contudo, não sabe aplicá-lo e com a série de erros e desmandos prejudica sobremaneira e constantemente a imagem do Flamengo, especialmente pelo cargo que ocupa. Sócios do clube não deveriam mais se preocupar com o Bruno. Com ele, já decidiram o que fazer ainda que tardiamente. O problema está ainda na Gávea. Processem Patricia Amorim.