Definitivamente, conforme o Blá Blá Gol já vinha questionando, o Brasil mostra que sua torcida não tem maturidade para participar de eventos esportivos de alta carga competitiva, como as finais de hoje do Judo, no complexo esportivo do Riocentro.
Após a vitória da cubana Sheila Espinosa sobre a brasileira Erika Miranda (em decisão realmente questionável por parte da arbitragem), a torcida começou, de maneira intempestiva, a arremessar copos, revistas e garrafas plásticas na mesa de arbitragem e na atleta cubana, até que as agressões ganharam volume e acabaram chegando à área reservada à delegação cubana. A comissão de arbitragem se retirou do ginásio e a fúria bestial dos torcedores se voltou para os cubanos.
Membros da COMISSÃO TÉCNICA DE JUDO DO BRASIL tentaram, em vão pelo microfone, conter os ânimos da torcida pedindo para que esta se comportasse à altura da grandiosidade do evento. De nada adiantou.
Resultado: uma pancadaria descabida, intolerável e imperdoável num evento esportivo do porte dos jogos Panamericanos, onde o maior prejudicado de todos foi o brasileiro João Derly, que aguardava para competir a final de sua categoria.
Sinceramente espero que esta seja a pá de cal que faltava para sepultar de vez qualquer pretensão deste país em sediar a Copa ou as Olimpíadas num futuro próximo (e com próximo, leia-se pelo menos nos próximos 50 anos).
Ridícula e anti-ética também foi a cobertura de grande parte da imprensa ao caso, tentando jogar a culpa nas bravatas do técnico do Judo cubano que nada mais fez do que RESPONDER às provocações e xingamentos da torcida. O raciocínio é simples, meus caros: não fosse o comportamento hostil e anárquico de parte da torcida, nada teria chegado no ponto em que se chegou.
É muito diferente, pra quem estiver questionando, do caso da pancadaria na final do handebol masculino entre Brasil e Argentina, onde tudo se deu entre os atletas. É reprovável o comportamento dos mesmos, mas até aí se entende por terem sido situações dentro da quadra.
A culpa deste fato vergonhoso é também em grande parte da imprensa nacional, que o tempo todo elogiou, enalteceu e incentivou os excessos por parte da torcida brasileira, em diversas modalidades. Assim como de todos os “torcedores” e “espectadores” que insistem em confundir o seu direito de torcer com o direito de fazer anarquia.
Pobre Bozo. O palhaço sempre leva a culpa.
A tolerância com o mau comportamento, por parte de todas as esferas, dá origem a este tipo de acontecimento.
Como brasileiro, estou profundamente envergonhado. Espero que o COI tome providências.