Filho de pais e irmãos santistas, namoro meu time há (não exatos) 22 anos. Relacionamento que começou descompromissado e sem fulguras de amor (não vi Ademar da Guia jogar e meu grande ídolo era o fominha Mirandinha). Cenário muda de figura na década de 90 com a multinacional Parmera Parmalat Futebol Clube e seus mascotes colecionáveis. Era fácil torcer para o Parmera de Roberto Carlos, César Sampaio, Rivaldo, Veloso, Edmundo, Edílson, Evair, do Zinho enceradeira, do Luis Leôncio Felipe Scolari e até o Eri Johnson sem pinta do Vanderlei Luxemburgo tinha lá sua graça – mérito de um fabuloso 4 x 0 no Curintinha pelo Paulista de 93. Todo palmeirense era feliz e muito bem nutrido.

Golaço do Alex em 2002 contra o São Paulo do sempre humilde e simpático Rogério Ceni.

Martinuccio Imparato

Décadas mais tarde, com direito a passagem pela segunda divisão, a tolerância a lactose aparece e o futebol muda. O Palmeiras de hoje ainda tem a melhor escola de goleiros do país, o melhor técnico em que a torcida (do amendoim) não possui méritos de tirá-lo de posto, uma defesa que ninguém passa (é o que diz o hino) e UM (que não sabe-se até quando) atacante de raça, e mais uma meia dúzia de cones: Luan, Rivaldo, Dinei, Adriano MJ, Tinga e João Vitor. O problema do Palmeiras é, e parece que sempre foi mais visceral, cancerígeno e vitalício e se chama “Don” Mustafá Contursi. Alojado na diretoria do clube, e mesmo mantendo determinada distância, consegue influenciar com a política do jogador bom e barato, e instaurar um clima de máfia que (acredito) atrapalha a vida de qualquer dirigente e faz a alegria de muito jornalista esportivo meia boca.

Como ainda sou um torcedor tolo e apaixonado, ainda acredito, e tenho pequenas expectativas: na definitiva volta do Mago e na tal criação do fatídico quarteto mágico: Lincoln, Valdívia, Cleber e Wellington Paulista.

Seja bem vindo Martinuccio! Se é o que devo crer. E dá lhe Porco!