E finalmente aconteceu: a Liga dos Campeões da Europa, pela primeira vez em sua história, terá uma final inglesa. E, diga-se de passagem, com extrema justiça. Manchester United e Chelsea, com campanhas impecáveis, vão decidir uma final espetacular, com diversos elementos para deixar grudado na tela da TV no próximo dia 21 de maio qualquer cidadão do mundo que aprecia o esporte bretão (nada mais apropriado).
Aliás, a edição 2008 da liga lavou a alma dos ingleses, depois do vexame da seleção de Steve McLaren nas eliminatórias da Eurocopa – para quem vive em outro planeta, a Inglaterra é a única das “seleções de ponta” que não se classificou para o maior torneio europeu de seleções, e o que é pior, com uma derrota em pleno Wembley, por 3 x 2, para a Croácia (que ganhou a vaga e se classificou junto com a Rússia).
O Manchester é o time do momento: tem o melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, que completa o ataque mais poderoso da Europa com o nervosinho Wayne Rooney e o endiabrado Carlitos Tevez. Completam o timaço jogadores como Van Der Sar, Evra, Ferdinand, Anderson, Nani e Giggs (os dois últimos, reservas!!!). É sem dúvida o favorito, mas, ao contrário das demais fases, o jogo é único, um erro na Rússia e bye bye tri-campeonato.
O Chelsea vem como azarão, mas na minha opinião tem tudo para surpreender e conquistar seu primeiro título: além de um time com alguns dos maiores nomes da atualidade em todas as posições (como Peter Cech, John Terry, Ashley Cole, Michael Ballack, Joe Cole, Didier Drogba), conta com um histórico atual invejável contra o adversário (das últimas nove partidas, o Machester venceu apenas uma).
Na terça, com um golaço de Paul Scholes, o Manchester mandou para casa os catalães do Barcelona (sem Ronaldinho), com um golaço de fora da área aos 14 minutos de jogo. Mas assim como demonstra o placar, o jogo não foi nada fácil, com o Barça pressionando até o final (os últimos 20 minutos foram de pressão total). Cristiano Ronaldo cansou mas ficou em campo, o tempo todo com as mãos nos joelhos; Tevez foi um guerreiro, correu e marcou até o fim; Messi fez o que pôde, mas não ganha sozinho; Eto´o foi uma nulidade.
Ontem, o Chelsea suou no tempo normal, mas teve força para vencer o chatíssimo Liverpool (pentacampeão da liga), com um 3 x 2 na prorrogação. Drogba foi o nome do jogo (aliás, como é marrento!!!). Para não irritar Pablo, Fernando Torres, o espanhol, cumpriu parcialmente sua promessa e marcou seu gol.
Curiosidades:
- Os dois times, além de disputarem o maior título de clubes do futebol mundial, estão rigorosamente empatados em pontos na tabela do campeonato inglês, depois do clássico entre eles no último fim de semana, com vitória azul por 2 x 1 (com dois gols de Ballack). Emoção também, já que faltam apenas duas rodadas.
- O Manchester United venceu as duas finais de Liga dos Campeões que disputou: 67/68 (4 x 1 sobre o Benfica) e 98/99 (2 x 1 sobre o Bayern de Munique). O Chelsea chega pela primeira vez à final.
- Manchester e Chelsea já decidiram duas vezes um título no sistema de playoffs (o popular mata-mata), as Taças da Inglaterra de 1994 e 2007:
*Em 14 de Maio de 1994, no antigo Wembley, os Red Devils deram uma surra nos Blues, impondo um humilhante 4 x 0, com dois gols de Cantona, Mark Hughes e Brian McLair. O treinador? Sir Alex Fergunson. Aliás, Ryan Giggs jogou os 90 minutos daquela partida.
*Só que no ano passado o time londrino devolveu a derrota, já no novo Wembley: 1 x 0, gol de Drogba, na prorrogação.
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OBS: Na Copa da UEFA, final improvável: Rangers FC x Zenit. O poderoso Bayern de Munique levou uma surra do Zenit na Rússia por 4 x 0, no jogo de despedida de Oliver Kahn (que jogou muito mal). Já o Rangers passou pela Fiorentina, nos pênaltis, em pleno Artemio Franchi, depois de dois empates em 0 x 0. Aliás, o Rangers ainda não levou gols na competição.
