Libertadores 2012: Final
June 27th, 2012 | 378 Comments | Filed in Corinthians, Libertadores 2012- Corinthians
- Boca Juniors
Carlinhos não aprendeu com Lucas que não se troca um gol por um cartão vermelho no 1º tempo de jogo porém Abel e Fluminense aprendeu com Oswaldo e Botafogo que não adianta querer incendiar o período de cartão azul.
Confrontos preconizados com mandos de campo alternados que já precisam de olhares diferenciados dos papéis em campo ficam mais peculiares ainda quando uma das equipes perde um atleta. Aproveitando a fome com a vontade de comer, o Fluminense já desfalcado do trio gerador de gols se plantou elegantemente apoiados por soberana atuação de Anderson na zaga e ordinária, em sua atual fase, de Diego Cavalieri.
O resultado em si não abraça o dualismo porque o Fluminense pelas circunstâncias sobreviveu e todos os atletas que não se chamam Carlinhos sairam com a sensação de dever cumprido. Já o Boca Juniors historicamente não se importa em decidir fora de casa vindo de qualquer resultado, tendo saindo com alguma indiferença de campo. Seu time é mais mítico que seu estádio.
Esquecendo do estágio feito no Japão onde não viu a cor da bola contra o Barcelona, o Santos foi colocado na roda na Argentina, mesmo que isso não vá gerar qualquer discussão à respeito de aprendizado do futebol brasileiro ou o famoso “temos de repensar a forma de ver ver o futebol por aqui” ou mais famoso ainda “eles estão jogando o verdadeiro futebol brasileiro“.
Estão certos agora. O Santos que levou um baile no Japão joga muito por aqui e se alguém tem de mudar para encará-lo são os outros. Vélez tomando conta da partida não matou o confronto e terá de segurar a volta de Neymar. O Peixe contra o Vélez fez uma partida muito aquém a do Fluminense contra o Boca e não teve motivos para sair sorrindo do José Almafitani a não ser pela sorte de não ter o 2º gol enfiado goela abaixo.
Ninguém disse que seria fácil, mas os noventa minutos de bola dessa partida foram um verdadeiro teste cardíaco. Não apenas pela qualidade do time gaúcho e a pressão que eles exerceram em vários momentos. Se o jogo esteve longe de ser bom no aspecto técnico, foi pela emoção que ela será lembrada como um difícil degrau a ser escalado em direção ao topo da América. A busca pela superação dos jogadores do Fluminense foi admirável, e mesmo que várias falhas defensivas tenham sido cometidas, a verdade é que foi na base da coragem e fibra dos zagueiros tricolores Gum, Edinho, e principalmente, Leandro Euzébio, que a vitória e a classificação foram possíveis. Isso se aplica especialmente em relação ao camisa 4 tricolor.
Alguns torcedores do Fluminense têm uns lapsos de tremenda estupidez, como aqueles que entoaram uma sonora vaia contra Leandro Euzébio após a falha que resultou na abertura do placar pelo Internacional. Faltavam ainda uns 80 minutos de jogo e a torcida estava jogando CONTRA o próprio time??? Os deuses do futebol sabem perdoar certas falhas, e algumas vezes também premiam os jogadores abnegados, que mesmo conscientes de sua limitação, jogam com bravura. A recompensa para esse jogador veio rápido, menos de dois minutos depois de sua falha capital. Aqueles que vaiavam no instante anterior já estavam comemorando como qualquer torcedor normal quando, para a estupefação destes, o telão confirmou o autor do gol. Ninguém voltou a vaiar o time. Espero que tenham aprendido a lição. Palmas para nosso valoroso pereba!!!!
Na parte ofensiva, é nítido como Wellington Nem faz falta para desafogar o time em certas situações. Rafael Sobis e Thiago Neves brigaram – e apanharam – demais. E foi em um par de cobranças de falta ensaiadas que o camisa 7 deixou primeiro L. Euzébio e depois Fred em condições de virar o jogo. Em uma terceira falta, já no segundo tempo, Thiago Neves poderia ter selado o destino do Internacional, porém selou mesmo foi a trave. Sinal de que o sofrimento ainda estava vivo nos corações tricolores. O capitão saiu com dores na coxa. Se pulei o meio de campo? Sim, porque este território foi dominado pelo colorado por grande parte do jogo. Deco esteve muito bem marcado, e Jean, apesar da velocidade, não conseguiu municiar adequadamente o ataque. Tinga, Dátolo e o excelente Oscar davam as cartas no setor. No final do jogo, Dorival Júnior colocou seu time todo para o frente, e se começara a partida com apenas Leandro Damião no comando do ataque, eram quatro atacantes quando o apito final soou.
Um detalhe deve ser ressaltado: o árbitro da partida chamava-se Wilson Seneme.
SENHOR ÁRBITRO: eu não preciso que o senhor favoreça o meu time, mas a sua função é ser justo. A entrada que o zagueiro Rodrigo Moledo no lateral tricolor Carlinhos aos 10 minutos do primeiro tempo foi um crime, e deveria ser punido com cartão vermelho direto seja no primeiro ou no último minuto da partida. O senhor permitiu o mesmo zagueiro, mais Índio, Guiñazu e Fabrício (com eventual participação de Tinga) montarem um autêntico corredor polonês. Mesmo assim, o Internacional terminou a partida com míseros dois catões amarelos. Várzea para o senhor, seu Seneme, para sempre.
O Fluminense já está entre os oito. Depois de enfrentar esse time carne de pescoço do Internacional, agora vem o Boca Jrs. De novo. O Fluminense conseguiu ter a melhor campanha de todos os classificados no grupo mais difícil da primeira fase. E ainda dizem que ser o “melhor das Américas” na fase de grupos é vantagem… Eu acho que dá é um azar danado. Mas a vida segue. Quem quer ser campeão não pode se dar ao luxo de escolher adversário.
Equilibrado dentro de campo, o disputado clássico no Beira-Rio terminou em 0x0 pela perna de ida.
Atordoado, um jogador Colorado viu de forma positiva o fato do Fluminense não ter marcado o tal do gol fora de casa, noção que também fora batida na transmissão global alertando não ser para o visitante, o 0x0 um bom resultado na perna de ida.
A premissa levantada aventa que qualquer empate com gols na perna de volta eliminaria o time da casa nesta partida, porém eclipsa o fato que este time arrancou um ponto fora de casa, e, mesmo em mata-mata, um ponto sem gols é sempre muito maior que nenhum ponto cheio de gols.
Terminasse a partida 4×3 para o Internacional, não duvidaria que a frase seria que o Fluminense apesar da derrota teria arrancado um ótimo resultado.
Pelo que vi da partida, encaro a ressalva sobre o 0x0 do visitante como a frustação pelo Fluminense não ter saído do Beira-Rio com um resultado ainda melhor. Com seu gol e 3 pontos no bolso por mais que o Inter também pudesse fazer valer o mando no placar final.
Não tendo saído, a ótica mais adequada a ser observada para o mandante da partida de volta é que jogando em casa, a vitória por qualquer diferença de gols leva à classificação, e isso é uma vantagem e tanto.
A foto que ilustra o post com a estréia de Rafael Sóbis em 2012 pelo Fluminense é de Nelson Perez/FluminenseF.C. e pode ser encontrada no Flickr oficial do clube.
Dispute-se.
Em seu Fantástico Mundo, o deslumbrado Fluminense à margem dos dramas cotidianos dos demais times de futebol da cidade enfrenta seu freguês continental em festa e júbilo pela sua campanha e orgulho em mostrar sua torcida.
A quem diga que o Tricolor pode jogar solto, mas deve jogar à vera. Vencer, buscar a 1ª colocação, encher-se de moral, incutir temor e reforçar a regojizante tiração de onda sob o nome do bam-bam-bam das Américas.
O estádio lotado denota a importância dada pela torcida ao jogo e sua vontade de vencer. Que o Fluminense jogue como se tivesse 1% de chance de sucesso.
Por Victor e Bender
Ignoramos a tabela dos grupos da Libertadores 2012 e pusemo-nos a contar o que ocorreu no passado acumulando 1ª’s e 2ª’s colocações das Libertadores de 2000 a 2011 cagando para 2004 e 2010.
E assim resumidamente classificaram-se e desclassificaram-se as equipes em funções dos pontos obtidos
Pontos | Classificados | Desclassificados |
<8 | 1,7% | 98,3% |
8 | 32,3% | 67,7% |
9 | 63,0% | 37,0% |
10 | 90,7% | 9,3% |
> 10 | 98,8% | 1,2% |
Com mais de 10 pontos todo mundo se classifica em 2012. Com 10 existe a chance de algum time no grupo 1 ficar de fora no caso de vitórias do The Strongest e Internacional e só.
Com menos de 8 pontos há duas opções sendo uma para o Grupo 4 com Fluminense confirmando a freguesia do Boca e não vencendo Arsenal na Argentina com Zamora zebrando xeneizes na Bombonera e para o Grupo 7 onde Velez deverá abater Chivas no México sem perder em casa para Defensores além de Chivas sobrepujando Deportivo Quito no Equador.
Eis que a turma com 8 e 9 pontos é massa modal e não será avaliada por exceção. Cada qual que faça suas contas ou se agarre a gráficos que sempre alegram qualquer post.
****
Em prol do tráfego faremos a conta burra para o Flamengo considerando didaticamente 1/3 de chances para cada resultado possível em uma partida de futebol, constata-se que as chances de classificação no Grupo 2 são:
Quem quiser punhetar sobre os possíveis resultados a afetar demais brasileiros vá procurar onde torcem por todos.