Home   Open-Bar   Trollagem   Bolão   Mercado da Bola   Copa do Brasil   Seleção   NFL   Contato  

Posts Tagged ‘Kung Fu’

Piquet muito à vera!

July 30th, 2007 | 3 Comments | Filed in Artes Marciais, Fórmula-1

Não é pra boicotar a notícia do amigo Victor, mas sim pra completar a informação. Uma imagem vale mais do que mil palavras.

Testosterona na F1. Queria ver o Schumacher jogar esse cara pra fora da pista…

piquet-a-vera.jpg

 

Maneiro que até o locutor comenta que Nelson Piquet e Eliseo Salazar partiram para o Karate.

Você pode receber nossos artigos de graça pelo seu e-mail. Apenas inscreva-se pela caixa abaixo.

O Mestre Bruce

April 13th, 2007 | 13 Comments | Filed in Artes Marciais
Gaburah – Existem partidas de futebol que mais parecem brigas de rua, tamanha a quantidade de pernadas distribuídas ao longo dos 90 minutos, onde a vítima nem sempre é só a pobre bola. É uma derivação do renomado futebol-arte, o futebol-arte marcial, que tem vários expoentes ao longo dos tempos, como os mestres e ex-zagueiros (graças a Deus) Marcio Rossini (que quase acabou com a carreira do Galinho de Quintino), Aguinaldo (que hoje, pasmem, tem uma escolinha de futebol!!) e Junior Baiano (com direito à língua de fora dando a seta); Nelson (ex-Botafogo); Claisson (ex-Fla) e praticamente toda a linhagem de cabeças-de-área e zagueiros da Argentina.

A lista é interminável. Alguns porque tinham má índole mesmo, outros porque simplesmente eram ruins de bola e só. Mas de uma forma ou outra, todos eram “mestres” em suas desastrosas performances.

Mas quando o assunto é pé-na-cara, justiça seja feita a quem foi grande de verdade, deixando uma legião de discípulos ainda hoje, voluntários ou involuntários, tantos anos depois de sua morte.

Bruce Lee é Bruce Lee, né.

Bruce Lee foi um Mestre, e digo isso não na qualidade de um daqueles fãs beócios que assistem a filmes de Kung-Fu e acreditam que o cara podia mesmo ficar duas horas lutando sem ficar no mínimo cansado. Ou que se ainda fosse vivo, Bruce Lee derrotaria facilmente qualquer lutador de vale-tudo de hoje em dia. Até derrotaria, mas esta é uma discussão que não vem ao caso agora.

Bruce Lee era um Mestre, assim mesmo, com M maiúsculo, no sentido real da palavra: uma pessoa iluminada, que enxergou além do campo de qualquer pessoa comum. Viu um caminho de vida, acreditou em um sonho, foi atrás, caiu, reergueu-se, tomou porrada (no sentido real e no figurado), caiu de novo, superou graves limitações físicas, levantou, viu seus esforços começarem a render resultados… e morreu. Deixou um legado que permanece inabalável até os dias de hoje: a imagem de um homem acima da resistência humana, invulnerável e cheio de água gelada correndo nas veias. Era um homem que não fugia ao desafio de provar sua perícia, tantas vezes quanto fosse posta em xeque.

Mas a despeito de tudo isso, Lee foi um estudioso entusiasta do ser humano, sua psicologia (nem todos conhecem sua formação acadêmica de filósofo) e a anatomia do combate, com todos os aspectos físicos e psicológicos nele envolvidos. Ele desenvolveu um sistema próprio de combate, ao qual chamou de Jeet Kune Do (“o caminho da interceptação”), e que utilizava elementos do Kung-Fu tradicional e de outras artes marciais que admirava, abandonando todos os conceitos por ele considerados ultrapassados e acrescentando novos, desenvolvidos por ele próprio, através de estudos, experiências pessoais – em combate, na sua maioria – e conceitos filosóficos em que ele acreditava. Talvez a mensagem mais pungente desenvolvida através desse estudo é o conceito da não-forma, ou melhor dizendo, o domínio pleno da forma (seja em que arte for) para depois abandoná-la por completo, para assim o praticante atingir o nível de consciência desejado. Em seu livro póstumo, O Tao do Jeet Kune Do, Lee deixa clara a diferença entre os conceitos de concentração (“A concentração é um estreitamento da mente. Concentrar-se exclusivamente em qualquer aspecto específico da vida a deprecia”) e consciência (“A consciência não tem fronteiras. Ela é um dom de todo o seu ser, sem exclusões”), que pode passar como filosofia distante para o leigo, mas é de relevância definitiva para o praticante marcial dedicado.

Bruce Lee acreditava que seus filmes seriam um meio para mostrar às pessoas toda a avalanche de conceitos e sistemas que desenvolveu, e que com o seu alcance sua arte seria a tal ponto difundida que levaria essas mesmas pessoas ao seu estudo, encontrando ao fim um caminho brilhante rumo ao auto-conhecimento. Lee acreditava, como todos os grandes Mestres fundadores das artes marciais tradicionais, que seus esforços contribuiriam de maneira devastadora para a formação de indivíduos melhores, e consequentemente, de um mundo melhor. E essa é a verdadeira beleza do estudo das artes marciais: o aprimoramento do ser humano. A compreensão das fraquezas e os meios para superá-las, dentro de si mesmo e em relação ao próximo, ajudando também na evolução pessoal deste. Um caminho de vida e um meio para a promoção da paz.

Lee morreu em 1973, ele mesmo vítima de um mal bastante humano – uma reação alérgica medicamentosa fatal, aliada a uma altamente desgastante rotina de quem levava sempre corpo e mente aos últimos limites fisiológicos (treinava cerca de 10h por dia, todos os dias da semana, e chegou a ficar 26h dentro de uma sala de edição para a finalização de “Operação Dragão”, na época final de sua vida). Talvez seus esforços em mostrar ao mundo sua tão vibrante crença tenham ficado em certo ponto do caminho e tenha restado apenas, infelizmente, a imagem de um lutador altamente competente e eficiente. Talvez o encontro daquilo que ele queria mostrar seja uma jornada individual tão importante, que tenhamos nós mesmos que encontrar todas as respostas sozinhos, apenas à luz dos ensinamentos deixados por um grande Mestre.

Um grande Mestre, sem dúvida.

Você pode receber nossos artigos de graça pelo seu e-mail. Apenas inscreva-se pela caixa abaixo.