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O Pateta Ilan – @joseilan

November 5th, 2011 | 23 Comments | Filed in Números, Observatório

Matemáticos foram cornetados pelo isento José Ilan, o Ombudsman de atreta miguxo.

Babaca que é em cornetar especificamente matemáticos, uma vez que não está entre as atribuição dos matemáticos publicar seus cálculos e modelagens nos jornais e portais de notícias e ninguém ficaria sabendo da existência de Oswald de Souza ou Tristão Garcia não fossem os__________________ (complete aqui com a categoria profissional que publica  e emite opiniões sem critério ou conhecimento técnico sobre o que estudam os matemáticos ou qualquer outro especialista)

Parece enrolação. E é.

Consultores

Em vermelho, minhas trollagens.

http://globoesporte.globo.com/platb/ilanhouse/2011/10/31/matemegicos-nunca-aprendem/

Volto das férias ainda com Mickey e Donald na cabeça, e já me sinto o Pateta.
À minha espera, velhas e inacreditáveis previsões matemágicas…

Teu chefe colocou em sua mesa para serem analisadas?

São elas que asseguram: só um aborto da natureza tira o título de Corinthians, Vasco ou Botafogo. No caso, menos de uma chance em dez. Somados, Fluminense, Flamengo, Internacional, São Paulo e Figueirense têm só 9% de chances, contra 91% dos outros três.

Não tem asseguram nada. Do contrário, não seriam probabilidades.

Faltam seis rodadas, 18 pontos em disputa para cada um. A distância entre o líder Corinthians e o Figueirense (em oitavo, a quem se atribui 1% de chance), é de oito pontos. A distância para o Fluminense, quarto colocado (que tem só 5%) é de cinco pontos, que podem virar dois em apenas uma rodada.

Bona, explica para o jornalista que a diferença do Flu para o Corinthians é de cinco pontos…, para o Vasco 5, para o Botafogo 2, está a apenas 1 do Flamengo, 2 do Inter, 3 do SPFC e Figueirense…
A modelagem que resulta em 5% não é a probabilidade do Flu ultrapassar o Corinthians, essa é maior. O resultado representa a probabilidade estimada no modelo do Flu ultrapassar todos e não ser ultrapassado por ninguém.

Mas se isso acontecer, é só mudar radicalmente as “contas” e a patetada vai aceitar. Prático, não?!

Não, jornalista. As contas não serão modificadas. Se “isso” acontecer, a probabilidade do Fluminense ser campeão pela modelagem na 32ª rodada continuará sendo de 5%.

Precisa ser matemático pra isso?

Não. Basta saber um pouco de matemática. Se não souber, basta estudar. A probabilidade de entender esses conceitos sem um mínimo de estudo e esforço é 0%.

Será que algum jogador, técnico, diretor ou torcedor dos três primeiros acredita estar diante de uma boa notícia? Ou mesmo que sequer esteja diante de uma… “notícia”? Duvido que sejam ingênuos a esse ponto. Será que alguém dos outros times ainda com chances se acha menos na disputa porque os “cálculos” dizem isso? Só se desembarcou neste planeta agora.

Não é atribuição de matemáticos noticiar, jornalista…

Matemática e futebol têm relação tão próxima e provável quanto água e óleo. Fazer previsões em cima de resultados e aproveitamento passados não é um critério. É uma desculpa. Tão oportunista quanto equivocada. O passado recente, com casos diversos, prova isso.

Será que empresas de apostas esportivas pensam assim também?

O Corinthians tem mais chance de ser campeão? Sim. Não porque até hoje venceu X jogos em casa e Y fora, não porque o aproveitamento passado seja garantia do futuro, nem porque o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos.
É favorito porque lidera a seis rodadas do fim, porque está em boa fase e porque tem uma tabela não muito espinhosa pela frente.

O cálculo probabilístico não determina quem será o campeão. Apenas alude probabilidades. As condições supracitadas são levadas em conta em uma modelagem razoavelmente criteriosa, do contrário, todos os times teriam 5% de chances de campeonar.

Tem quantos por cento de ser campeão? Não sei. Nem eu, nem ninguém. Porque isso não é algo que possa ser medido, contado, quantificado.

Pode ser medido sim, tanto que é. Se você não sabe, um bom conselho seria estudar. Ao medir, é obrigação do matemático ir a campo para verificar se sua modelagem no longo prazo e na repetição de eventos se confirma, buscando o aprimoramento constante quanto mais amostras concluídas obtiver.

Cabem opiniões e constatações. O Vasco vinha bem, o Fluminense também, o Flamengo caiu, o Figueirense subiu. Eu acho, tu achas, eles acham. Pode ser eu, você, teu primo, o porteiro, o taxista, minha cunhada ou um futurólogo dublê de matemático.
E este último é apenas mais um a opinar subjetivamente.

Se fosse objetivo não seria probabilístico. A diferença é que o matemático busca refinar os parâmetros subjetivos em eventos próximos de objetivos e usar ferramentas de cálculo para clarear a visão de probabilidades de ocorrências futuras.

É proibido achar que um ou outro tem mais chances? Claro que não. O problema é querer botar uma embalagem bonita e confundir os chutes nossos de cada dia com matemática.

Só se confunde quem não estudou e não tem argumentos técnicos (e ao alcance de qualquer um com facilidade) para confrontá-los.

Vamos deixar a ciência do raciocínio lógico e abstrato fora disso.

Jornalistas pretendem explicar o Mundo pelos seus preconceitos e visão superficial das redações. Deixar de consultar especialistas não seria privar os leitores de informações mais qualificadas? Seria reserva do mercado opineiro por parte de quem não deseja estudar e se aprofundar em assuntos diversos?

A memória e as almas de Pitágoras, Platão, Arquimedes, Pascal, Einstein, Galileu e Newton agradecem.

Alguns desses utilizaram dos mesmos conceitos probabilísticos que descrevem eventos para formular algumas de suas Teorias.

 

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DISCLAIMER: Nada imede, naturalmente, que haja discordância à respeito das modelagens que são apresentadas e que sejam discutidas tecnicamente. Ciência não é sustentada por dogmas. É um pressuposto que as teorias científicas sejam postas em prova. Entretanto, é de bom tom o questionador se preparar e embasar para tanto, e jamais apelar para a própria ignorância.

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