Equilibrado dentro de campo, o disputado clássico no Beira-Rio terminou em 0x0 pela perna de ida.

Atordoado, um jogador Colorado viu de forma positiva o fato do Fluminense não ter marcado o tal do gol fora de casa, noção que também fora batida na transmissão global alertando não ser para o visitante, o 0x0 um bom resultado na perna de ida.

A premissa levantada aventa que qualquer empate com gols na perna de volta eliminaria o time da casa nesta partida, porém eclipsa o fato que este time arrancou um ponto fora de casa, e, mesmo em mata-mata, um ponto sem gols é sempre muito maior que nenhum ponto cheio de gols.

Terminasse a partida 4×3 para o Internacional, não duvidaria que a frase seria que o Fluminense apesar da derrota teria arrancado um ótimo resultado.

Sóbis voltou ao Fluminense

Pelo que vi da partida, encaro a ressalva sobre o 0x0 do visitante como a frustação pelo Fluminense não ter saído do Beira-Rio com um resultado ainda melhor. Com seu gol e 3 pontos no bolso por mais que o Inter também pudesse fazer valer o mando no placar final.

Não tendo saído, a ótica mais adequada a ser observada para o mandante da partida de volta é que jogando em casa, a vitória por qualquer diferença de gols leva à classificação, e isso é uma vantagem e tanto.

A foto que ilustra o post com a estréia de Rafael Sóbis em 2012 pelo Fluminense é de Nelson Perez/FluminenseF.C. e pode ser encontrada no Flickr oficial do clube.

Muricy não queria perder no Beira-Rio de forma alguma. Se fosse viável circunstancialmente, dormiria felícissimo com a vitória, mas perder jamais.

Dessa forma jogou o Fluminense no Sul que ainda buscou ajudar a sorte no 1º tempo jogando bola mas o Internacional teve a prerrogativa de atacar como um time de futebol e defender-se como um de futebol americano. Ao Tricolor restava ganhar jardas enquanto um despudorado Mathias fazia faltas sem se preocupar em levar um segundo cartão amarelo. Despudor esse que passou a Guiñazu no 2º tempo até que o Fluminense assumiu que o ponto colocado no bolso no Rio Grande era seu alvo.

Para segurar o Colorado, além de marcação forte (na bola), a equipe carioca valeu-se de seu Paston, Ricardo Berna em noite inspiradíssima, inclusive em cobranças de faltas, tirando o doce da boca de Andrezinho.

Decepcionado deve ter ficado o torcedor colorado esperançoso da vitória no final da partida quando o Fluminense segurava a bola no ataque esperando que uma bola que sobrevoava sem pressa a área de Renan caisse dentro das redes. A príncipio, até que alguma chance disso ocorrer poderia ser aventada ao lembrar que finalmente Washington fora substituído, mas lembrar que a responsabilidade de empurrar a pelota ficou com Tartá e Ruimdriguinho faz dar a real noção de quão acertada é a decisão de Muricy em confiar no camisa 99, assim como deu valor a seu novo camisa 1.

Sem ansiedade, o técnico abre mão de arriscar chegar nas últimas rodadas com alguma vantagem em troca da certeza de estar vivo com um Fred na mão. Vivo, o Fluminense deverá estar, a segunda premissa é que parece ser o maior risco tricolor.

O Internacional seguirá raposisticamente desdenhando do título do Campeonato Brasileiro que não alcançará mas que tentou, ainda que seu treinador faça-se de porta-voz de si mesmo preparando o espírito do torcedor ao lembrar que a disputa do Inter é o Mundial.

Ninguém ainda questionou o treinador (chamado de burro pela torcida ao manter Alecssandro no time) à respeito da definição do time titular para a competição de dezembro. Sendo o Brasileiro uma preparação com o cuidado para não desgastar os jogadores, esses tem a garantia de titularidade lá na frente?

À despeito do lenga-lenga de seu treinador, o Inter quis comer as uvas, mas não alcançou.

Celso Roth se afasta