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Posts Tagged ‘Lewis Hamilton’

ESPECIAL: GP DO BRASIL, KIMI CAMPEÃO

October 22nd, 2007 | 25 Comments | Filed in Fórmula-1

“Não contavam com a minha astúcia!!!” (K. Räikkönen)

Para começar, vamos recorrer à sabedoria do ‘Professor’ Alain Prost, que esta semana criticou publicamente o seu ex-patrão Ron Dennis por não estabelecer a hierarquia entre seus pilotos logo no início, com Alonso como primeiro piloto. Segundo ele, se Alonso fosse claramente o primeiro piloto desde o início, ele seria campeão com antecipação e tranqüilidade. Ao optar pelo estreante, que literalmente perdeu dois match points, um na China e outro no Brasil, sendo o segundo colocado na largada, à frente de seus adversários, Hamilton deu um tiro no próprio pé. E, na hora da pressão, ele abriu o bico. A McLaren repetiu a burrada da Williams em 1986, e com a faca e o queijo na mão, deu mole para o rato. Pagou o mico da década. Vamos à corrida.

Na largada, Massa foi perfeito e bloqueou logo Hamilton, que perdeu posições para Räikkönen e Alonso logo de cara. Afobou-se ainda na primeira volta, querendo dar o troco no espanhol, saiu da pista e aí começou a ver o título ir pelo bueiro. E como Alonso não conseguia acompanhar o ritmo dos carros vermelhos, a balança pendeu dramaticamente para o lado da Ferrari.

Na oitava volta, Lewis Hamilton fez o improvável, e apesar de todas as ajudas eletrônicas, câmbios modernos, inteligentes, praticamente infalíveis, ele cometeu o que há décadas não se ouvia falar na Fórmula 1: ele errou uma marcha. Com o carro em ponto morto numa subida, perdeu muito tempo até se acertar com as borboletas do volante. A partir daí, ganhou a ajuda da sua equipe para entregar tudo de mãos beijadas para Kimi. Passou para uma estratégia de três paradas, que na prática não surtiu qualquer efeito, o levando ao sétimo lugar no final, ou seja, a lugar algum.

Enquanto isso, a Ferrari ensaiava o seu teatrinho para a inversão das posições. Engraçado isso. A única situação que é realmente aceitável o jogo de equipe, quando vale o título para um dos pilotos, a equipe tentou fazer parecer “natural”. Hipocrisias à parte, tudo indicava a vitória de Felipe Massa, mas com Alonso em terceiro, Kimi precisaria dos dez pontos para ser campeão. No primeiro pitstop, ele não conseguiu o objetivo. No segundo, Kimi teve três voltas a mais andando com o carro leve e retornou à frente do generoso Massa. Daí ele seguiu com tranqüilidade para o seu primeiro título logo em seu primeiro ano de casa na Ferrari.

A Renault, terceira força entre as equipes (seria a quarta, mas a McLaren foi eliminada) viu seus dois carros envolvidos em acidentes. Primeiro foi o ex-piloto em atividade, Giancarlo Fisichella, que cometeu uma barbeiragem ao sair da pista e voltar muito lento ao traçado, não dando escapatória a Sakon Yamamoto, o japa da Spyker, que chapou a traseira do italiano. Voltas mais tarde, Kovalainen acertou o muro na curva do Sol e saiu do carro tonto. Briatore já vem mexendo os pauzinhos para ter de volta Alonso ao seu time.

Ainda tivemos várias ultrapassagens, muitas protagonizadas por Hamilton em seu dia de corrida maluca, e bons pegas, duas vezes com a mesma dupla de pilotos: Nico Rosberg e Robert Kubica (na foto). Os dois tiveram grandes atuações na corrida, apesar de seu duelo final ter sido perdido (ou negligenciado) pela geradora das imagens. A Rede Globo mesmo. Galvão, que faz absoluta questão de criticar quando qualquer TV do mundo comete um erro do gênero, ficou obviamente quietinho.

Agora, aos destaques negativos. A Honda, marca de um dos motores mais vencedores da categoria, teve abandono duplo pelo mesmo motivo: explosão dos propulsores. Barrichello ainda teve a infelicidade de queimar a largada e sofrer um drive-thru penalty antes de esfumaçar a subida para a reta dos boxes e o próprio pitlane. E palmas para Kazuki, o Nakajima da vez, que na primeira parada nos boxes da sua carreira na F1, passou muito do ponto e mandou dois dos seus mecânicos para o centro médico, atingidos pelo pneu da Williams do kamikaze. E ele ainda chegou em décimo.

Após a prova de Interlagos, a McLaren ainda inventou uma apelação, patética, por sinal, pleiteando a eliminação das BMW e das Williams, por um problema com a temperatura do combustível das duas equipes. Mas um tapetão no ano já foi suficiente, pelo amor de Deus. A McLaren vinha se dando bem nas bobeiras da Ferrari, mas no final, errou a equipe e seu piloto. Essa foi a razão da derrota, não a “gasolina fria” das coadjuvantes. Que virem a página e não piorem ainda mais o seu constrangimento.

E assim terminou o campeonato.

Kimi Räikkönen

Riu por último. Ou melhor não riu, mas comemorou. Não comemorou tanto, mas levou o título. O monossilábico, campeão mais sem sal da história, fez por merecer o título com seis vitórias. Da Bélgica para cá, ele marcou 36 pontos em 40 possíveis. Tal qual Alain Prost em 1986, soube se aproveitar da crise de egos da McLaren e levou mais um campeonato para a terra do Papai Noel, depois do bi de Mika Hakkinen em 98-99 e 25 anos após a conquista de Keke Rosberg. Deve uma ao Felipe. Mas pelo menos no carro, ele é o número 1 da Ferrari agora.

Lewis Hamilton

Brincou de correr esse ano. Aprendeu muito, mas mostrou claramente que não suportou a pressão no final do campeonato. Venceu corridas, deu show, liderou a disputa, tudo com méritos. Mas ainda é um novato com muito a amadurecer. Seu patrão e tutor perdeu feio por apostar nele a curto prazo, não a médio ou longo, como seria mais lógico. Mas a tentação de fazer o britânico estreante campeão foi tão equivocada quanto com Nigel Mansell em 1986. Agora, chora o leite derramado. E será duramente criticado por todos os lados, principalmente pelos que já o alardeavam como gênio para vender notícia, se esquecendo de que ele estava em sua primeira temporada na categoria principal do mundo. Erraram na previsão e agora querem mandar o menino para a Cremilda. Não acho que é o fim do mundo para ele. Todo o time passou a mão na cabeça dele após a concretização da derrota. Vai ficar mais esperto com o tempo. Mas pode ter certeza que fez um inimigo que não vai perder qualquer chance de se vingar.

Fernando Alonso

O bicampeão foi o grande perdedor do ano. Tinha a possibilidade de comemorar pela terceira vez em Interlagos o seu tricampeonato seguido, mas a bosta do regulamento o obrigou a correr com um motor usado, enquanto os outros concorrentes tiveram suas usinas tinindo, muito mais potentes do que as usadas ao longo do campeonato, pois essas unidades só precisariam durar uma corrida. Ele tem toda a experiência, maturidade e frieza que o Hamilton não tem ainda, e sem a suposta igualdade entre pilotos na sua equipe, poderia ter melhor sorte com o carro que a McLaren desenvolveu, lícita ou ilicitamente, com o seu conhecimento e capacidade de bicampeão. Restou sorrir, ao ver seu desafeto deixar escapar a conquista no final. No lugar dele, eu esvaziaria meu armário em Woking e mandava um até nunca mais para o Ron Dennis.

Felipe Massa

Foi rápido todo o ano, mas teve uma temporada com o pé-frio característico de seu parceiro que foi campeão. Sofreu muito com as trapalhadas da equipe ao longo da temporada. Competente na corrida e profissional ao atender ao desejo da equipe, tem prestígio com os cabeças de Maranello, já tem contrato até 2010 e apesar de ter ficado em quarto, não sai do ano em baixa. Mas vai ter que fazer muito para conquistar seu espaço novamente. Provavelmente ele preferiria que o título fosse para a equipe do box ao lado. Guiar um carro da Ferrari com o número 2 no bico não traz boas recordações para ninguém.

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Mais polêmica à vista

October 4th, 2007 | 17 Comments | Filed in Fórmula-1

Eis que a F1 resolveu criar notícias bombásticas entre um GP e outro. Eis que um japinha, com sua preciosa filmadora cheia de botões e luzes, conseguiu um lance que até a geradora das imagens das corridas para o mundo não captou, e que no momento está disponível para todo o mundo no youtube, inclusive para os fiscais da Fórmula 1: o misterioso acidente em bandeira amarela entre Sebastian Vettel e Mark(eting) Webber. O Vettel já havia recebido uma punição de dez posições no próximo grid. Mas na verdade, o culpado seria… não o mordomo, mas Lewis Hamilton, senhoras e senhores!!!!!!!!

Pois é. O vídeo no youtube ainda pode causar uma reviravolta na disputa pelo campeonato antes do GP da China. Hamilton aparece perto demais do safety car, e ao desviar do mesmo, teria provocado uma freada brusca de Webber, de quem Vettel não teve tempo de desviar. Se realmente considerado responsável pelo acidente entre os outros dois pilotos, o provável campeão poderá ter que suar mais um pouquinho para conquistar a façanha. Ele pode receber uma punição como a do Vettel, com perda de posições no grid, ou mesmo perder a vitória obtida no Japão!!!

Resta agora esperar até a sexta-feira, quando o piloto da McLaren será ouvido, para saber qual vai ser o final da história. Caso seja eliminado, a diferença para Alonso volta a ser de dois pontinhos, e aí o bicho pega nas duas corridas derradeiras.

Lewis Hamilton - culpado ou inocente?
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A longa reta de Fuji

September 29th, 2007 | 13 Comments | Filed in Fórmula-1

Ao final do treino classificatório, o grid de largada imitou a classificação do campeonato: Pole para Hamilton, ao lado de Alonso. Segunda fila com as Ferrari e Räikkönen na frente de Massa. Muito interessante.

Após o quase toque entre os pilotos da McLaren no GP da Bélgica, Hamilton choramingou e Alonso nem deu bola. Mas, se formos mais no passado, até o GP da Hungria, precisamente, o piloto inglês reclamou pela confusão causada por Alonso nos boxes e que o havia deixado com a segunda posição de largada. No final, o bicampeão perdeu o direito de largar na pole, por decisão dos comissários. Mas a declaração de Hamilton antes de sair essa decisão foi: “A reta é muito longa.” Pra bom entendedor, essa frase basta. Com os postulantes ao título lado a lado, devemos ver uma largada de arrepiar na corrida mais tarde.

Marqueteiro que só ele, tio Bernie Ecclestone aposta numa batida entre os dois, acontecimento que traria o foco do mundo todo para a Fórmula 1. Como os duelos entre Senna e Prost, a corrida pode até terminar no fim do retão para os dois, mas a polêmica atravessará décadas – com certeza.

Emerson Fittipaldi, com toda a sua sabedoria e experiência no automobilismo, disse com essas palavras: “O Ron Dennis vai precisar rezar.”

Quem avisa, amigo é.

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Saudades da Eau Rouge!!!

September 16th, 2007 | 4 Comments | Filed in Fórmula-1

Depois de ficar um ano de fora do calendário da F1, a pista de Spa-Francorchamps voltou a receber os carros da categoria. Com algumas modificações no traçado e estranhamente sem chuva (lá dificilmente não chove), mas com a Eau Rouge de sempre. A curva considerada a mais desafiadora da categoria foi o palco da única emoção entre os quatro pilotos que largaram na frente e chegaram nas mesmas posições em que largaram: Räikkönen, Massa, Alonso e Hamilton. Quem cochilou na largada perdeu o ataque de Hamilton ao bicampeão, que ‘discretamente’ deixou para seu inimigo íntimo a área de escape como a única alternativa para ultrapassagem. Ao ficar para trás, Alonso se recuperou e retomou a posição em plena Eau Rouge, passando como um foguete pelo inglês onde nunca se supôs caberem dois carros ao mesmo tempo!!!! E acabou aí mesmo.

Destaque para Robert Kubica. Classificou-se em quinto, mas recebeu uma punição por troca de motor e largou em décimo-quarto. Foi combativo do início ao fim e realizou várias ultrapassagens, chegando na nona colocação embutido no câmbio de Heikki Kovalainen. Este parece ter se firmado, e após o começo de ano terrível botou o Fisichella no bolso e provavelmente aposentará o italiano.

A hora da verdade do mundial de pilotos está chegando, e Lewis Hamilton está vendo Fernando Alonso bem de perto agora. A diferença caiu para dois pontos e com três corridas restantes, Alonso está muito confiante e vai ser difícil tirar dele o tricampeonato. E mesmo que fique com o vice-campeonato no final, o Robinho já entrará em 2008 como figurinha carimbada e candidatíssimo ao título, principalmente se for confirmada a saída de Alonso da McLaren, situação em que ele se tornaria a estrela principal do time.

Na Ferrari, Räikkönen abriu sete pontos de vantagem para Massa, e parece que nenhum dos dois vai vender barato a terceira posição na temporada. Já está em andamento aquele velho jogo de quem será o primeiro piloto dos vermelhos para o ano que vem.

Barrichello??? Sofre. Décimo-terceiro. E torce para acabar o ano. Ainda tem alguma lenhazinha para queimar na categoria, mas se a Honda não lhe der um carro que preste na próxima temporada, acho que ele não se sujeitaria a outra via-crúcis dessas e chuta o balde antes do fim do ano.

McLarengate: o epílogo

Caso encerrado e um pito de cem milhões de dólares. A espionagem na Fórmula 1 é tão antiga quanto o volante e as rodas. Todo mundo fotografa, põe escuta, dá uma espiadinha passando pelos carros dos concorrentes. Mecânicos e engenheiros trocam de times e carregam dentro do crânio informações top-secret e que ninguém descobriu como apagar, ainda. A diferença é que dessa vez, os bananas de pijamas Mike Coughlan e Nigel Stepney (ex-McLaren e ex-Ferrari, respectivamente) foram pegos no pulo. A investigação concluiu que apesar de ter sim alguns segredinhos da Ferrari, o time inglês não teria obtido reais vantagens através desse conhecimento ilegal. A cifra da multa dói para qualquer um, visto que é maior que o orçamento das equipes nanincas da categoria. A través da perda de pontos da McLaren no Campeonato de Construtores, a Ferrari faturou o prêmio de consolação e começa a pensar no ano que vem. Com os pilotos não sendo punidos, a disputa se mantém onde ela deve acontecer, que é na pista. Que vença o melhor, e com algum show, se possível.

E, por favor não se esqueça, se você tiver setecentas páginas de documentos que normalmente não deveriam estar em suas mãos, não peça para a sua esposa tirar xerox ali na esquina. Fim de caso.

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O brasileiro mais otomano do mundo

August 26th, 2007 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1

Felipe Massa conseguiu sua segunda vitória em dois anos no GP da Turquia, sua terceira na temporada. Venceu bonito, numa corrida que, apesar de não ter sido muito empolgante, foi fundamental para dar uma animada na tabela do campeonato, principalmente nas disputas internas de Ferrari e McLaren.

Para o time de Ron Dennis o Pimentinha, cabe reclamar com os japas da Bridgestone pelo defeito no pneu do Hamilton, que tinha o pódio nas mãos e acabou em quinto, mais os desdobramentos fora da pista.

Agora, Alonso não vai mais emprestar seus acertos e desenvolvimentos para o concorrente (que um dia já foi chamado de parceiro) de equipe. Menos mal que o caso da “apropriação indevida” dos dados da Ferrari deu uma acalmada.

Para os italianos, chegou a hora de botar a faca nos dentes e partir para cima da rival. Com a diferença de um ponto, agora em favor de Massa, é complicado apostar que eles irão privilegiar alguém para pleitear o título, e só para dar uma esquentadinha, o singelo Raikkönen, como quem não quer nada, tirou a volta mais rápida do Felipe na penúltima volta do GP. Com esta dobradinha ferrarista, e com os pilotos cada qual ao seu estilo a fim de devorar um ao outro, certamente Monza vai ferver daqui a quinze dias.

 

 

“Don’t make me laugh!!!!”

 

“Não me faça rir!!!!” Essa foi a resposta do Barrichello, quando foi informado que seu companheiro Jenson Button, logo após ultrapassá-lo ainda no início da corrida, estava dando voltas ‘apenas’ dois segundo mais rápidas que o carro do brasileiro.

Mais essa, para quem ficou sabendo pela manhã que ia trocar de motor e perder posições tinha feito uma largada muito boa e já estava em 16°. Vida dura, Rubinho!!!!!

 

Na tabela

 

Lewis Hamilton, 84; Fernando Alonso, 79; FelipeMassa, 69; Kimi Raikkönen, 68. Do estreante ao bicampeão, passando pelos furiosos ferraristas, três vitórias para cada um e todo mundo parece ter bala na agulha para ser campeão. E ‘vamo que vamo’.

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Equilíbrio

April 15th, 2007 | 4 Comments | Filed in Fórmula-1
Victor Pimentel – Pronto, a Fórmula-1 voltou para o ingrato horário de 8:00 da matina. Não há cerveja, jogatina ou blá-blá-blá que mantenha-nos acordados até tal hora.

Fazer o quê? O jeito é se iludir, colocar o despertador para 8:30, voltar a dormir, acordar 12:00, ler a matéria do Globo Esporte* e comentar. (alguém acredita que os comentaristas de futebol conseguem mesmo ver todas as rodadas do campeonato catarinense e ainda assim comentar com propriedade sobre todos os jogos?).

Como bem disse Lincoln, Massa fez seu dever de casa, venceu, manteve-se na briga (principalmente a interna) e embolou o campeonato.

A corrida deve (ressalto que não vi, só li) ter mostrado que não há bicho papão. Raikkonen em 3º estava, 3º ficou. Alonso perdeu posição na pista para Heifeld e terminou em 5º. O erro da Malásia agora deve psicologicamente pesar positivo para Massa. Pois Bahrein coloca a dúvida sobre os críticos e adversários: Se Massa pegar constância, ele pode ser mais rápido que os outros? No mesmo nível ele está.

Bahrein, 3ª corrida da temporada, teve com subproduto, apresentar o início de temporada mais equilibrado dos útlimos anos. Bi-polarizado entre 2 equipes, o mesmo não se pode dizer entre os pilotos. Os 4 estão bem. Com três assumindo a ponta, incluindo o estreante Hamilton, o Robínson da Fórmula-1.

Quem diria, o Alonso é o discípulo de Prost, mas é o Robínson da Fórmula-1 quem vem na liderança sem vitórias, apenas com pódio nas provas.

É amigo, na próxima vou tentar dormir mais cedo.

*Está na hora de eu procurar outra fonte de pesquisa. Durante muito tempo o Globo Esporte vinha sendo agradabilíssimo para me informar. Entretanto, está sendo desagradável conviver com o site e sua atual faixa do Paparazzo, recomendo cautela ao entrar no site. Só o façam em caso de extrema necessidade.

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ALONSO – Líder com facilidade

April 9th, 2007 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1

Pablo Martinez. Sepang, Malásia – Foi um verdadeiro show dos bólidos da McLaren/Mercedes. Com um calor desgastante, temperatura altíssima, que quase me deixou sem ar, os carros da escuderia inglesa desfilaram pelo belo e novíssimo circuito de Sepang.

O momento decisivo da corrida foi a largada. No ‘grid’, a ordem era Massa, Alonso, Raikkonen e Hamilton, ou seja, Ferrari, McLaren, Ferrari, McLaren. Quando o sinal vermelho se apagou autorizando a saída dos monopostos, Alonso e Hamilton deram show de audácia, inteligência e garra. Aceleram fundo e ultrapassaram os Ferrari. Alonso saltou para a primeira posição ultrapassando Massa. Ainda atordoado com a ultrapassagem do espanhol, quando menos esperava, Hamilton já estava com seu carro ao lado, ultrapassando o brasileiro. Inicio perfeito para a McLaren. No final da primeira curva já estava definida toda a corrida.

A partir daí, Alonso disparou e em 5 voltas já abria uns 8 ou 9 segundos do segundo colocado, seu companheiro de equipe. Escolhi a 5ª volta como outro marco. Marco negativo para os brasileiros. Após 5 voltas de pressão de Massa sobre Hamilton, com o brasileiro vendo Alonso disparar na liderança, abrindo segundo por volta, tendo em vista que seu companheiro de equipe fazia um ritmo mais lento justamente para segurar os Ferrari, Massa ousou, tentou tudo e forçou. Forçou tanto que errou, saiu, passeou com o carro na grama e caiu para o 5° lugar, prejudicando toda a corrida.

Hamilton teve 50% do mérito da vitória de Alonso. Foi um autêntico companheiro de equipe! Mostrou novamente o que já tinha feito na Austrália: ser totalmente frio, de gelo, concentrado, que agüenta de maneira ímpar a pressão dos adversários. Na Austrália agüentou a pressão de Alonso, agora foi de Massa. Não cometeu um erro quando pressionado.

A partir daí, a corrida não teve mais emoção. As McLaren mostrando que tinham um ótimo ajuste, voando baixo, sempre mais rápidos que os Ferrari, iam abrindo espaço. DOBRADINHA!

Massa tentava se aproximar de Nick Heidfeld. Não conseguiu. Terminou em 5. Acho que o brasileiro fez uma corrida muito fraca. Sim, mostrou personalidade e ímpeto tentando ultrapassar Raikkonen nas primeiras voltas. Arriscou porque Alonso abria muita vantagem. Até ai é compreensivo. Mas se esquecer do campeonato, atirar tudo para o alto, na base do tudo ou nada acho que foi exagerado. Apostou tudo e acabou dando errado. É nessa hora que me pergunto se Alonso faria o mesmo… Eu tenho certeza que não. Ficaria em 3°, esperaria por um erro do adversário, tentaria uma ultrapassagem nos boxes… Alonso corre sempre para o campeonato. Certo, ele é pratico, mas isso é chato e tira a emoção da corrida. Gostei da atitude de Massa, sim. No entanto, isso não faz com que a corrida dele possa ser considerada aceitável. Duas corridas, duas vezes atrás de Raikkonen. Já está surgindo uma bipolarização na luta pelo título entre Alonso/Raikkonen. Péssimo para o brasileiro.

Já Raikkonen fez o que Alonso faria. Percebeu que não tinha carro para competir com os McLaren. Aceitou o fato. Correu para o campeonato. Segundo pódio para ele em duas corridas, vice-liderança na corrida pelo título. Esperava-se mais dele, mas mesmo assim foi muito bem na corrida.

Alonso venceu, de ponta a ponta. Ultrapassou Massa na primeira curva. Largou muito bem, voou baixo e com certeza deixou a Ferrari com medo para as próximas corridas. O espanhol é de uma regularidade absurda e tem tudo ainda para fazer muita história na F-1. É muito jovem e pode ainda ser mais técnico e constante que Prost, que é algo assustador. Inegável reconhecer sua habilidade e regularidade, apesar de achar seu tipo de corrida extremamente burocrático. Eu não gosto. É o favorito ao título com o Raikkonen.

O que este grande prêmio mostra mesmo é que a vantagem da Ferrari não é tão grande quanto se imaginava. Os McLaren vêm se mostrando bem rápidos e confiáveis. Parece que as próximas corridas serão verdadeiras batalhas, principalmente entre Alonso e Raikkonen. O campeonato promete muito!

Altas na corrida

Além de Alonso e Hamilton;

Giancarlo Fisichella – Depois de um início ruim nos treinos, largando em 11°, se recuperou e fez uma bela corrida. Seu carro largou com tanque mais cheio. Fez uma corrida de recuperação e terminou em 6°. A Renault parece ter um bom carro.

Nick Heidfeld – foi elogiado por mim na corrida da Austrália. Eu disse que ele tinha muito potencial para brigar pelo 5° a 8° lugar. Conseguiu seu segundo 4° lugar consecutivo. Correu muito bem. BMW vai lutar com a Renault pela 3ª melhor equipe do ano.

Barrichello – Teve problemas com o carro no treino. Acabou indo para a volta rápida com o carro reserva, que estava configurado para Button. Conseguiu um péssimo tempo. Preferiu largar dos boxes, em último lugar, mudando o ajuste do carro. Saiu de tanque cheio e fez uma bela corrida de recuperação. Foi muito bem no geral. Chegou em 11°, na frente de seu companheiro de equipe, em nova vitória pessoal. 2 corridas e duas vezes largou atrás e chegou na frente de Jenson Button.

Heikki Kovalainen – Fez uma corrida de estréia tenebrosa. Foi super criticado, mas dessa vez andou bem, sempre na balada de seu companheiro de equipe Fisichella. Acabou em 8° e conseguiu seu primeiro ponto na F-1.

Em baixa

Honda – O carro não anda. Promessa no ano passado, terminou mal o campeonato. Esse ano a expectativa era de um carro competitivo. Os pilotos estão sofrendo. Barrichello é um piloto experiente e não consegue correr. Button é um piloto muito veloz e não aparece mais nas corridas. Talvez a grande decepção do ano.

Jenson Button – Apesar do carro da Honda ser horrível, não esta correndo nada. Está levando um banho de Barrichello na luta interna da equipe. Muito pouco para quem era dado como a grande promessa inglesa. Em Sepang, largou na frente de Rubinho e novamente terminou atrás do companheiro. Terminou em 12°.

Massa – Errou e teve a corrida prejudicada. Sim, ousou, tentou. Mostrou fibra. Sabia que tinha que atacar. Viu Alonso abrir vantagem em cada volta, ao mesmo tempo em que Hamilton segurava o ritmo e impedia qualquer possibilidade de ultrapassagem do brasileiro. Mesmo assim, se precipitou, errou e perdeu várias posições. Numa F-1 super disputada, um errinho é fatal. Acabou em 5°. Pouco para quem tinha uma Ferrari nas mãos largando na ‘pole position’. Tem que abrir o olho urgentemente. Alonso tem 18 pontos, Raikkonen 16, Hamilton 14. Massa possui apenas 7 pontos e já está em 6° no mundial. Além disso, já está começando uma Bipolarização do campeonato: Alonso (McLaren) e Raikkonen (Ferrari). Massa vai acabar perdendo a liberdade e vai acabar virando o segundo piloto da equipe. Preocupante.

Com relação aos boatos de que Nelsinho Piquet poderia ainda esse ano assumir a Renault, acho muito difícil. Conversei com o Victor Pimentel por skype após a corrida da Malásia, e ele concordou comigo que as criticas ao jovem Kovalainen foram precipitadas. Sim, na estréia ele teve uma atuação pífia e cheia de erros, mas na Malásia já demonstrou que tem condições de lutar pelas 8 primeiras posições. Afinal de contas, está no carro da equipe campeã do mundo no ano passado..

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