“Ih, o Thiago Ribeiro tá no banco e ele entra com o Parede?”

“Pô, pai, mas o cara tá jogando tem uns tempos já, meteu uns gols importantes. Dá um desconto também.”

“Pô, Matheus, mas você que apelidou ele de Parede.”

“É. Pelo menos se a bola bater nele e entrar já tá bom.”

E assim o juiz apitou o início de um dos 30 minutos mais sofridos da minha vida. Bixo, só dava Grêmio. Era Herrera de cá, sarna do Máxi López de lá, Souza acolá, Tcheco com suas bolas pra todo lado. Sofrido. Enquanto isso, no sofá da sala:

“Pô, Matheus, Cruzeiro vai levar essa. Tá com sorte.”

“É. Também to achando. Foda que o único que segura a bola é o…ih, girou…cruza, cruza….GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL, PORRA!!!”

Nome de quem escorou pra dentro? Wellington Parede. O apelido Paulista acabou, pra tranquilidade do Gaburah. Poucos minutos depois:

“Bolão do…vai Jonathan, põe essa lá na cab….GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!!! VAMO, PORRA!!!”

Cabeceio? Dele de novo. Parede. Enfim, meu pai se rendeu:

“É, pelo menos colocar a bola pra dentro DO GOL ele coloca.”

Parede, solicitando que eu e meu pai fizéssemos silêncio.

A verdade é que eu cheguei a temer pela classificação hoje. Se o Grêmio faz o primeiro ali, não ia ter quem segurasse a chatice dessa torcida tricolor. O Cruzeiro simplesmente não jogou até os 30 da 1ª etapa. Só Kléber que conseguia uma bola ou outra brigando com a zaga do Grêmio, mas mesmo assim tava difícil. Até que ele girou em cima de Réver, cruzou e Parede completou pro gol. 1×0 e deu pra dar uma tranquilizada.

Logo depois, Jonathan olhou, a zaga gaúcha cochilou e PIMBA! 2×0 pro Cruzeiro. Daí, meu amigo, eu já comecei a conversar com meu pai sobre outras coisas, meu irmão chegou, troquei ideia com ele e já dei como certa a classificação. Lógico que não ousei sair da minha posição da sorte no sofá, mas pelo menos dei uma folga pro edredom que tava toda mordido em virtude de São Paulo x Cruzeiro, Cruzeiro x Grêmio e de hoje.

No 2º tempo o Cruzeiro veio comandando o jogo no meio-de-campo. Mas, em dois erros de marcação, tomou 2 gols. Aliás, uma pintura do Souza que tem jogado muito. Queria ele no meu time, viu? Na hora que tomou o 1º, inclusive, aos 9 minutos, fiquei meio assim, assim. Coração é foda, né? E a tal da cantilena continuou me enchendo. – “Pôxa, os caras não param um segundo. Podia pelo menos mudar a música!” –  O 2º tempo teve ainda uma entrada criminosa de ADÍLSON em Wagner (que não jogou muito bem hoje), injustamente punida com vermelho. O juiz, nessas horas, tinha que ter uma algema pra mandar para rua. O Elicarlos entrando debaixo dos elogios da torcida local (por mim pode mandar fechar esse estádio por uns bons 3 jogos também), tomando uma entrada do Herrera e ouvindo obscenidades na passagem de Máxi López. Além disso, nada demais. O 1º jogo, na minha opinião, foi bem melhor. E esse, pelo menos, não teve nada da guerra declarada antes.

Bom, agora é a final. Estudiantes, La Brujita, caldeirão dos caras, aquela coisa. Libertadores é isso, amigo. Mas vamo pra cima. Não chegamos aqui a toa. Passamos só por pedreira. E o Cruzeiro merece. Eu mereço. Meu pai merece. O Kléber merece, o Adílson Batista, Ramires, Wagner, Leonardo Silva, até o PAREDE merece. E essa final eu não perco.

Saudações de um esperançoso AZUL!!!

Ps.1: As considerações táticas deixo pra quem assistiu sem ter que sofrer. Façam as vezes nos comentários.

Ps.2: Já falei, mas não custa repetir. RIDÍCULA a cena da torcida das numeradas do Olímpico chamando o Eli de macaco. Pra mim, pode fechar por uns jogos. Até porque alguns mulatos também gritavam. Torcedor, além de tudo, costuma ser burro.

Ps.3: Fora a contagem de quantos gols o Grêmio precisava pra passar que o narrador da SporTV (não me perguntem o nome desse sacripanta), vou postar nos comentários uma narração da Rádio Gaúcha do gol de falta do Souza no Mineirão. Eu sempre espero o fim dos jogos pra zuar. No caso, dos dois jogos. Mas aquele narrador falou muita besteira ali.

Ps.4: Grato ao Victor que me mandou os Escudinhos. Valeu. Foram de extrema valia.