… porque com chuva é mais gostoso.
May 26th, 2008 | 13 Comments | Filed in Fórmula-1A chuva, mais uma vez, nos brindou com uma super corrida, várias surpresas no Principado. Erros, acidentes, mudanças incessantes nas condições do asfalto, tudo imprevisível. Um verdadeiro festival de carros sem bico. No final, venceu Lewis Hamilton, que no início, tocou o guard-rail e teve um pneu furado, mas depois foi brilhante para superar Massa e Kubica. O inglês, com sua segunda vitória no ano, assume a liderança do campeonato.
Tudo parecia conspirar para uma vitória de Massa, pole position que fez valer sua condição e disparou na frente logo de início. Kimi Räikkönen largou mal, e caiu da segunda para a quarta posição. O brasileiro abria vantagem sobre o pelotão até a entrada do safety-car, após David Coulthard achar a parede e ainda ser colhido pelo carro de Sébastien Bourdais em seguida. O que estava bom, ficou ruim.
Na relargada, Massa saiu da pista e Robert Kubica assumiu a liderança. A Ferrari (que já havia vacilado com Kimi antes da largada, perdendo a hora de colocar os penus no carro nº1 e ganhando uma punição), acreditou na chuva e errou feio na estratégia do brasileiro, que acabou em terceiro e revoltado com o time. As apostas no tempo não terminaram por aí.
A Renault olhou para o céu e contrariou a previsão do tempo oficial, que afirmava que a chuva voltaria. Chamou seus pilotos e devolveu-os à pista calçados com pneus para seco, com a pista ainda úmida. Fernando Alonso (que alternou bons e maus momentos, fazendo ultrapassagens arrojadas, mas num toque em Nick Heidfeld, provocou um engarrafamento na Loews), perde o rumo, reequilibrou e seguiu. Já Nelsinho Piquet fazia uma corrida boa, cautelosa, mas na volta de saída dos pits escorregou duas vezes, e na segunda, bateu na Saint Devote. Não teve a manha de manter o carro na pista até que a condição melhorasse. Ficou torcendo para acontecer com mais alguém, para que a culpa pudesse recair sobre a equipe. Mas àquela altura, todo mundo estava colocando o mesmo tipo de pneu, e ninguém mais rodou. Já estou realmente ficando pessimista com a situação dele. Não sei até quando vai agüentar a pressão.
Novamente, o trapalhão foi justamente o campeão Räikkönen. Parou duas vezes para trocar o bico de sua Ferrari, vinha mal mas estava por ali, até que na última relargada, acertou a traseira do carro de Adrian Sutil, e acabou com a alegria da Force India (que compra motores de Maranello). Não pontuar foi um castigo merecido. Ele perdeu a liderança do campeonato e a vantagem que tinha para Massa caiu para um pontinho só. O mundial, e principalmente, a disputa interna da Ferrari ficaram totalmente abertos.
Destaque aos poucos pilotos que passaram incólumes pela prova:
Robert Kubica, liderou, chegou em segundo e está apenas a seis pontos do líder Hamilton. Corre muito por fora, mas pode ser considerado na disputa do campeonato. Andou bem mesmo na chuva.
Adrian Sutil, fazia a corrida de sua vida e levava seu modesto Force India na quarta posição, quando foi abalroado por Räikkönen. Apesar de eu ter tido a clara impressão de que ele vinha perdendo o carro no instante anterior ao choque. Consegui rever a cena algumas vezes. Mas como o erro que eu aponto pudesse não ter conseqüências tão graves, o culpado fica mesmo Kimi.
Rubens Barrichello, como sempre excelente na chuva, aproveitou as características do circuito para levar seu Honda, lentinho mas equilibrado, ao sexto lugar. Ganhou oito posições em relação à de largada. Três pontos muito comemorados pelos japonenses. Ele pontuou após 22 Grandes Prêmios. E vem batendo Button com facilidade, apesar de estarem empatados na classificação.
Sebastian Vettel saiu em décimo-nono e chegou em quinto. Fantástico!!! Ele, que só na Turquia completou a primeira corrida no ano, já pontuou pela primeira vez.
Mark Webber, o campeão da minha antipatia, chegou em quarto e marcou todos os quinze pontos da Red Bull no campeonato. Bem decente. Está queimando minha língua.
Agora, dia 8 de junho, no Canadá.