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Samba do piloto doido

March 16th, 2010 | 10 Comments | Filed in Fórmula Indy 2010
Cantando junto com os Demônios da Garoa: Quááás, quááás, quás quás, quás quás!!!!!

Cantando junto com os Demônios da Garoa: Quááás, quááás, quás quás, quás quás!!!!!

O domingo também marcou o início da temporada da Fórmula Indy em uma animada corrida pelas ruas de São Paulo. Animada sim, mas passou longe de ser bem organizada nos esparsos quatro meses desde a decisão de realizá-la e a data da abertura do campeonato. O drama começou no sábado, quando em função do piso de concreto do sambódromo paulistano, os pilotos sequer conseguiam acelerar no trecho, usado como reta de largada. Com os incidentes, choveram críticas dos pilotos contra o projetista da pista, o neozelandês Tony Cotman, e a classificação foi adiada para o domingo de manhã.

Moraes trepado em Andretti, no bom sentido

Aqui a Bia; ao fundo, Moraes trepado em Andretti, no bom sentido

A solução encontrada foi literalmente lixar a pista, a fim de proporcionar tração aos pneus, em uma operação feita durante a noite. Dá então para ter a ideia do tamanho da nuvem de pó que subiu no momento da largada para a corrida, e também da confusão na primeira curva, batizada com o trocadilho infame de “S do samba”. Vários carros se bateram, sobrando inclusive para Helio Castroneves, que teve de ir aos boxes trocar a asa dianteira. Em um segundo momento, enquanto outros carros freavam e desviavam do primeiro acidente, eis que Mario “Jonas Brother” Moraes sai da cortina de pó atingindo e voando por sobre o carro de Marco Andretti. O filho de Michael Andretti ficou uns bons cinco minutos com a roda traseira do carro do brasileiro no cangote. Moraes, deselegantemente – a rivalidade dos dois já é notória, com farpas lançadas de parte a parte – só deu uma olhadinha e nem se preocupou com o companheiro de profissão.

Detalhe: a confusão toda foi causada por uma barbeiragem de um japa novato na categoria que atende pelo nome de Takuma Sato. Olha o Taku-san aí de novo, minha gente!!!!

Enfim, relargada, e lá pelas tantas, a terra da garoa presenteou os pilotos com um dilúvio daqueles que até Noé evita tirar a arca da garagem. Não é necessário nem conhecer direito a cidade para saber como fica a marginal do Tietê nessas ocasiões. Como não são anfíbios os carros da Indy, a corrida foi interrompida e retomada após o secamento das poças enormes que se formaram naqueles instantes de caos. Mais de quarenta minutos depois…

Os brasileiros tiveram boa participação, apesar do Helinho estar sempre correndo atrás do prejuízo da largada e de Tony Kanaan, que disputava a vitória, ter sido atingido por um carrinho por trás, vivendo a partir dali o mesmo aperto do brasileiro da Penske.

O girl-power está em alta na Indy, com a estreia das velozes Simona de Silvestro – suíça, que chegou a liderar a prova por algumas voltas – e da brasileira Bia Figueiredo, primeira mulher a vencer uma corrida da Indy Lights em 2008. Valerá a pena acompanhar, caso a brasileira consiga fechar contrato para correr o restante da temporada. Além delas, correram nas ruas de Sampa a musa Danica Patrick e a simpaticíssima braço-duro Milka Duno.

A prova guardou emoção até o final, quando Will Power ultrapassou Ryan Hunter-Reay para assumir a liderança e Victor Meira superou outro brasileiro, Raphael Matos, para conseguir um fabuloso terceiro lugar e pódio em sua volta às pistas após um grave acidente em Indianápolis no ano passado. Qualquer semelhança com Felipe Massa não é mera coincidência.

F***K!!!! Don't you guys have any beer????

F***K!!!! Don't you guys have any beer????

Digno de nota foi o constrangimento do vencedor no pódio, quando lhe foi entregue uma caixa de leite (ironicamente, da marca “Bom Gosto”) para que bebesse em alusão descabida ao ritual cumprido há décadas em Indianápolis. Mais nada a ver, e de mau gosto, impossível.

O saldo de tantas ondulações, falta de grip, tempestades tropicais, esparrames e caixas de leite foi até positivo. Mas para continuar com o evento nos próximos anos conforme o anunciado, melhor ter mais cuidado com a segurança de todos – pilotos, equipes, fiscais de pista e público. A corrida foi um mico anunciado, que por um golpe de muita sorte dos organizadores – não apenas os brasileiros, mas também dos dirigentes da categoria estadunidense – e principalmente dos políticos paulistas, não vingou.

Vitor Meira tem muito a comemorar

Vitor Meira tem muito a comemorar

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