005 – O Império do Amor contra o Cabacento Impetuoso
January 31st, 2010 | 197 Comments | Filed in Campeonato Carioca 2010, Flamengo, Fluminense1º tempo – O tempo tricolor
O débil Flamengo foi a tônica do 1º tempo colocado na roda pelo absolutamente arrumado Fluminense onde Maicon e o Príncipe Alan voavam para cima de Fierro improvisado (?) na lateral-direita. O Campeão Brasileiro constrangia qualquer rubronegro que por acaso tivesse levado um amigo gringo para conhecer o Mengão no Maracanã.
A escalação do Flamengo era a baba do boi cansado e o Fluminense deu o mole histórico de não aplicar uma goleada acachapante neste período de jogo.
O Fluminense chegou ao placar de 2×0 através do Príncipe que exigiu um passe de Diguinho e contou com a interpretação favorável do árbitro ao marcar o penalty convertido pelo argentino Conca, apagadinho no 1º tempo.
Diguinho que fazia grande partida comete penalty tão infantil em Juan, que ele mesmo mostrou-se envergonhado. O gol de Adriano, seguido da blitz de Cássio que culminara com o 3º gol tricolor fizeram parecer que a bobagem de Diguinho e o consequente primeiro gol rubronegro foi meramente um acidente de percurso.
O primeiro tempo terminava 3×1 para o Fluminense que apesar da mobilidade de Alan, parecia sentir a ausência do ponto de referência Fred, especialmente Conca e Mariano. Indubitavelmente o 2º tempo não seria como o 1º. Qualquer coisa que Andrade fizesse, qualquer coisa mesmo, necessariamente melhoraria o Flamengo. O que de fato, aconteceu.
2º tempo – O tempo rubronegro
O Flamengo voltou sem Petkovic e Fernando, entrando com Vinicius Pacheco e Willians que automaticamente recolocaram o Urubu na partida. E com que eficiência. Em menos de 10 minutos, o Flu x Fla estava empatado com o rubronegro sobrando pela direita de seu ataque, forçando Cuca a substituir Julio Cesar para a entrada de Marquinho.
Quem acompanhara as finais entra Flamengo e Botafogo com Cuca no comando alvinegro, via mais uma vez a repetição de um filme. Seu time encantar durante o jogo, e conhecer a realidade da eficiência.
O eletrizante clássico, então assentou com moral para o Flamengo, até que Álvaro leva o 2º amarelo e deixa o Flamengo com um a menos em campo, lance determinante para o desfecho da partida.
10 contra 11
Andrade finalmente saca Fierro evitando assim que o Flamengo jogasse com apenas 9 atletas. Neste momento, a moral passava para o lado tricolor, e via-se no jogo uma situação curiosa, apesar do Fluminense ter imposto as ações da partida, Adriano ficava com grande liberdade para atacar. Risco que o Fluminense defendendo-se com pouca gente correra no início da partida, e que fatalmente teria de correr. No entanto, paradoxalmente Conca jogava melhor neste 2º tempo e o jogo seguia aberto com ligeira vantagem ao time das Laranjeiras, até que…
Até que Cuca em uma afliceta impetuosa e cabacenta clássica bate forte no peito e à lá Milton Leite grita:
Eu vou “se” consgrar
Cuca que mesmo com um a mais via Adriano levar vantagem sobre a defesa tricolor, resolve sacar um desses zagueiros que já não conseguia conter o Império do Amor e escalar ninguém (isto é, colcou Kiesa, que efetivamente foi ninguém). Assim, Vagner Love e Vinicius Pacheco passearam junto ao Imperador pela zaga tricolor virando e ampliando o placar sem maiores sustos apesar da insossa vantagem numérica do Fluminense dentro de campo.
Resultado final de um grande jogo, comprovado pelo estado de espírito mostrado por alguns jogadores após o mesmo – Flamengo 5×3 Fluminense, com Cuca mascarando a bobagem de Andrade.
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Destaques individuais
O lado vencedor:
- Vinicius Pacheco e Adriano – os melhores do lado rubronegro portando-se como gigantes no 2º tempo.
- Kleberson, Vagner Love e Willians – coadjuvantes à altura dos protagonistas
- Petkovic – saiu apagado, mas não jogou mal. Curiosamente, o Flamengo esteve tão atordoado no 1º tempo, que nem negativamente houve alguém que se destacasse tamanha era a apatia de toda a equipe.
- Álvaro e Fierro – perdidos com Alan e Maicon no 1º tempo, sendo que o zagueiro ainda conseguiu deixar seu time com um a menos no 2º.
- Andrade – Pavorosa escalação e manutenção do time no 1º tempo. Coisa que exigia uma substituição. Até se tirasse Bruno sem colocar ninguém melhoraria o Flamengo. Deve agradecer aos céus pela ausência de Fred, contusão de Maicon, à exuberante qualidade dos jogadores do Flamengo e à grotesca cagada de Cuca.
O lado perdedor:
- Alan – o elegante atacante tricolor foi o melhor do time, nos dois períodos, o brilhante e o obscuro.
- Maicon – infernal pelas pontas casuando pânico na torcida adversária. Ele é tão rápido que parece que vai estourar a musculatura em qualquer corrida, como de fato aconteceu. Aliás, Maicon é um jogador que certamente arranca no limite, faz-se necessária melhor observação em sua forma de jogar e condicionamento muscular ou do contrário uma carreira será abreviada. Há de ter moderação com a galinha dos ovos de ouro.
- Diguinho – Esteve bem em campo, apesar do bobo penalty cometido em Juan evitando a vitória por nocaute no 1º round
- Willians, Marquinho e Kieza – as substituições de Cuca não foram apenas pavorosas taticamente, mas também individualmente. Willians, o do Flu, foi o menos pior. Marquinho mostrou no clássico sua verdadeira faceta de jogador sem a menor inspiração, disfarçada por alguns golzinhos contra adversários menores, e Kieza teve participação digna de Edmundo em Copa do Mundo. O centroavante tricolor voltou de sua contusão um arremedo de jogador de futebol.
- Cuca – Desastre total. Como um cabacento-mór, viu o filme novamente de seu time dominar ações e não concretizar, ao contrário do adversário. Ganhou todas as chances do Mundo com a expulsão de Álvaro e consagrou Andrade.