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“Boca, muito prazer: Fluminense”

June 5th, 2008 | 52 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

Lá em cima, a frase emblemática do técnico Renato na entrevista coletiva. Uma verdade é que o Boca não chegou aqui com a confiança que tinham ao final do primeiro jogo. Não apenas pelo resultado, mas depois de assistir à queda do São Paulo, ficou mais claro e eles viram de perto que o Fluminense não era o Atlas.

Quem quis torcer pelo Boca, não posso culpar. Aquela camisa é realmente imponente. E o futebol deles, nem se fala. Força, velocidade, raça, técnica. Muita experiência na competição, jogando com a mesma alma, seja em casa ou na do adversário.

Mesmo assim, aqui de casa, não ouvi nenhuma voz, absolutamente ninguém comemorando o gol dos argentinos.

Quem sabe, os quinze torcedores do Fla-Boca estivessem no Maracanã, apanhando da torcida argentina e aprendendo do pior jeito possível que torcer para um clube é questão de paixão, sem espaço para molecagem.

O Boca dominou, jogou melhor nas duas partidas. Passeou. Mas… A grande equipe, que é na verdade muito grande, não era imbatível.

O Fluminense venceu porque teve a sorte de empatar logo em seguida do gol do Boca, nos dois confrontos. E teve muito coração. O time acreditou que era possível, e se taticamente era dominado, todos correram atrás. Porque se o Boca queria levar, pelo menos, que não fosse fácil. Se não fosse assim, provavelmente a história seria outra.

Contra um time que tinha plena consciência do que fazer para chegar ao topo da América, um caminho que eles conhecem muto bem, saiu do banco de reservas, Dodô. Triste, sentindo-se desvalorizado, foi ele quem mudou o rumo tricolor, quando sofreu a falta que originou o gol de empate. Puxou contra-ataques, como quando encontrou Conca, e este contou com o desvio na zaga para bater o goleiro adversário. Criou e perdeu chances claras de gol. Roubou bolas, e quis o destino que na derradeira delas, decretasse que àquela altura, os esforços do time argentino não adiantariam mais nada. Não comemorou.

Dodô reclama que está infeliz no banco, que tem futebol para ser titular. Mal sabe ele que, como diria Nélson Rodrigues, estava escrito que seria assim e de nenhum outro jeito que o jogador iria fazer a meia-hora de jogo mais importante, e a arrancada para o título maior de sua vida.

O Fluminense tem, incontestavelmente, a melhor campanha da Libertadores 2008. O Davi tricolor derrubou, numa mesma jornada, os dois Golias das Américas. O discurso do time pequeno, do franco-atirador não combina mais com a realidade. Já é hora de se vestir de favorito, e que isso não seja motivo de arrogância ou salto alto, o primeiro passo para a queda. Que seja o momento de fazer o adversário da final tremer antes de entrar em campo, ao constatar tudo o que o Fluminense superou para chegar até ali. É hora de mostrar ao mundo os mais de cem anos da tradição tricolor, que há dez anos estava no fundo do poço, e agora, almeja o topo do mundo.

Agora é hora do Fluminense se mostrar enorme. Mais do que nunca, será necessário acreditar, e ter coração. A derrota do Boca foi injusta? Não, porque o único fator que se opõe a qualquer domínio ou superioridade técnica no futebol é o coração. Assim o Fluminense venceu, e assim é a natureza do futebol.

Poderia falar de atuações, de Thiago Silva, Cícero, Fernando Henrique, Conca, Washington, até do predestinado Dodô. Mas o fundamental é que ontem todos eles eram uma coisa só: Fluminense.

É hora de dizer, não ao Boca, mas ao mundo: Muito prazer, Fluminense.

E viva o futebol.

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