Ainda sobre o Fla x Flu da Sulamericana, deparei-me com o depoimento de um botafoguense que sabe-se lá porque razão foi a este, logo este, jogo sozinho.

Pena que bom cronista não necessariamente seja bom fotógrafo

Do famoso jogo em que o Flamengo jogou sem um banco completo, como sabemos, o alvinegro não tirou muito proveito, entretanto, serviu para que este conhecesse a Garra Norueguesa:

No caminho, encontro apenas um grupo de seis torcedores durante a viagem de metrô (nem nas idas pro Engenhão a companhia é tão pequena) e as ideias para a semi-investigação do Yougol começam a fluir: “pô, vou na cadeira e ver qual é de lá”, “ih, acho que vou na arquiba branca e ver a mistura de credos” e “se pá, vou na do Flamengo”. De repente, assim que saio do metrô, duas gatíssimas top sacam camisas da bolsa. Com a graça que só as cariocas que sabem que são top têm, jogam o cabelo para um lado e para o outro. Delicadamente vestem os novos trajes, ajeitando o ombro para que a camisa tricolor entre bem justinha nos corpos agora delineados pelo tecido ClimaCool da Adidas.

Babei. E resolvi ir pra arquibancada do Fluminense.

O relato completo, encontra-se no Yougol clicando aqui.

Se existisse algum marketing no Fluminense, essa era a imagem que deveria ser explorada, pois se há alguma coisa unânime de positivo no imaginário coletivo de tudo quanto é torcedor no Rio de Janeiro referente ao Fluminense, esta coisa é a beleza de suas torcedoras.

O mínimo que se espera de um clube do porte do Flamengo é ter elenco suficiente para disputar os campeonatos de que participa, um departamento médico eficiente e uma preparação física decente.

Silêncio, dirigente rubro-negro estudando.

Mas é publico e notório que o clube não tem nada disso. Fato evidenciado ainda mais, vergonhosamente, por não conseguir ter um banco completo, jogando em casa, logo na primeira fase de uma competição internacional. Raramente isso acontece até em campeonatos amadores.

A vergonha aumenta quando se lê o regulamento da competição. Seu artigo 4º dispõe:

“1. A Confederação Sulamericana de Futebol receberá de cada Associação a inscrição da LISTA DE BOA FÉ de suas equipes, nas quais constarão 25 jogadores, numerados de 1 a 25, que serão os únicos habilitados para o torneio.

A apresentação da lista poderá fazer-se até 48h antes do início da participação de cada equipe.

2. Até a etapa semifinal, e 48h antes da primeira partida de cada fase, se poderá substituir até 3 jogadores. Cada Associação será responsável pela certificação de tal situação. As substituições deverão se realizar antes do início de cada fase, nunca no meio delas.

3. Não poderá ser incluído na LISTA DE BOA FÉ o jogador que não estiver regularmente inscrito em sua Associação Nacional até a data fixada para a apresentação da lista pelo clube participante, ou no momento de proceder-se as substituições previstas neste regulamento, conforme o caso. A inscrição do jogador estará sujeita as disposições vigentes na respectiva Associação Nacional e, tratando-se de transferência internacional, conforme as regras da FIFA.”

Ou seja, bastava apenas algum dirigente que lesse o regulamento, e que inscrevesse jogadores em condições de participar da 1ª fase da competição (as partidas contra o Fluminense), deixando lesionados como Juan e Toró, por exemplo, que não tinham condições há muito tempo, para serem inscritos na fase seguinte, caso o clube se classificasse e se estes melhorassem.

O regulamento não é grande, nem complicado, era só ler até o art. 4º. Uma coisa básica para qualquer dirigente de um clube qualquer, que participe de algum campeonato. Mas no enorme Flamengo, não teve ninguém que se importasse, ou tivesse o mínimo de cuidado e planejamento.

Sinceramente, é inacreditável.

O Flamengo deveria dar um tempo e não disputar competição continental alguma em 2010. Só faz envergonhar o nome da cidade por aí. Três anos seguidos que é eliminado precocemente para times que não são assim uma Brastemp. Defensor, América-Méx e agora Fluminense.

Ao menos em 2009 há um ar mais leve, porque com a insignificância da Sulamericana, alguém só notará esta derrota se porventura o Fluminense vier a seguir em frente na competição e, no intuito de validar tal competição, começarem a martelar a campanha do time das Laranjeiras.

Após terem se poupado na primeira partida visando a rodada do fim de semana onde se fuderam, Andrade e Portaluppi chutaram o planejamento (sic) para o alto e trataram de buscar uma sobrevida nos cargos  escalando seus times titulares (sic)² para esta pelada continental.

Poucas vezes vi tanta coerência:

Pelada ruim, campo ruim, platéia ruim, jogadores ruins, arbitragem ruim e gols ruins.

Ao menos com as duas expulsões iguais do Flamengo, restou a expectativa do Fluminense perder com dois jogadores a mais e adicionar tal feito à sua história (sofer empate nessas condições já ocorrera – Fluminense 1×1 Cruzeiro em 1997 – Paulo Autuori era o técnico azul e ainda durante o jogo dissera que jogara a toalha enquanto o time perdia – Hugo de León foi demitido e no fim do campeonato o Flu rebaixado). Com Cássio comemorando um corte para escanteio não marcado, o Flu se livrou dessa e o jogo acabou com uma insólita classificação tricolor com dois empates no Maracanã para fechar com chave de ouro esta aberração.

De quem se esperava alguma coisa, nada saiu. Emerson deu o recado que deseja ser negociado e mandou um miguézinho no 1º tempo, e Conca nada acertou. Mas nem tudo foi show de horrores. Salvaram-se Everton e Kieza. Acho melhor não falar sobre a participação de Fierro na lateral porque foi pelo menos engraçada.

Para ter assunto no escritório:

• Foi pênalti em Kieza
• O gol cagado de Dênis Marques ficou de bom tamanho para compensar as cagadas de Rafael no primeiro jogo.
• Deram impedimento de Kieza porque até para esse jogo seria vergonha demais um gol com cruzamento de Fabinho.
• Pet não levará o Flamengo a lugar algum, mas é legal de ver. Volta Schumacher [/modo saudosismo off]

****

Acabei comentando o jogo em tempo real pelo Twitter e confesso que curti. Especialmente porque durante a transmissão houve bastante interação legal com demais twitteiros.

Para quem quiser, seguem algumas formas de seguir o Blá blá Gol sem necessariamente acessar o site:

• Blá blá Gol por e-mail
• Twitter do Blá blá Gol
• Twitter dos comentários
• Feed
• Feed dos comentários