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Posts Tagged ‘Ferrari’

Don Quixote de las Astúrias

August 31st, 2013 | 3 Comments | Filed in Fórmula-1 2013
1º e 2º pilotos

1º e 2º pilotos

Como estou de férias com a patroa, tive que aproveitar os momentos em que consegui escapar da atenção dela para escrever essas linhas sobre Fernando Alonso, o don Quixote de las Astúrias, que ao contrário de seu xará de la Mancha, não luta contra dragões imaginários para conquistar castelos de areia; sua ingrata missão consiste em derrubar um adversário do quilate do tricampeão Sebastian Vettel com uma montaria muito melhor do que a sua própria. E mesmo que o Sancho Massa mostre claramente a fragilidade do pacote e o bravo cavaleiro errante espanhol saia do nono lugar para ficar em segundo, ainda assim nosso Quixote leva coices de seu próprio cavalo.

Pois é. O cavalinho rampante, outrora o fiel Rocinante, não gosta de ouvir críticas, e se autoproclama mais importante do que aqueles que o conduzem. Ora pipocas, mas se a Ferrari paga a Alonso um salário quatro vezes maior que o do segundo piloto, não seria porque o primeiro tem algo mais a contribuir para o crescimento do time? Então escutem, porque nenhum salário astronômico segura o ímpeto de vencer do espanhol. Ele quer ser campeão, e não apenas ter a duvidosa honra de pertencer à máfia de Maranello.

Certa vez, um francês narigudo cheio de títulos comparou os carros vermelhos a um caminhão. Foi demitido, mas ele estava certo. Se foi praga de francês ou não, foram mais dez anos de fila para a Ferrari. Ô Scuderia doida. Vive de longos períodos de dominação e loooongos períodos de jejum…

Fui. Au revoir, chers amis…

Ferrari de Prost

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O show de Button no GP da China

April 21st, 2010 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Batam palmas para o campeão. Pragmático, Jenson Button apostou certo em não trocar seus pneus slick apesar da chuva que caía, parava e voltava a cair em Xangai. A maioria dos pilotos colocou intermediários só para os substituírem novamente voltas depois por outro jogo de slicks. Button conseguiu sua segunda vitória no ano e agora lidera o campeonato. Ao seu lado no pódio estava Lewis Hamilton, piloto que atualmente se especializa em corridas alucinantes e salpicadas de alguma polêmica, como o estranhamento com Sebastian Vettel na saída do pitlane. O certo é que ele ultrapassou Deus e o mundo e de tudo que foi jeito, incluindo o atordoado Michael Schumacher além de passar Vettel e Sutil em uma mesma manobra.

Essa é a McLaren. O desempenho dos dois pilotos, que foi  de altíssimo nível,  pôde ser confirmado ao fim da corrida quando a imagem da TV mostrou seus jogos de pneus intermediários com nada além de vestígios de sulcos,  a despeito da pista extremamente molhada naquele momento. Para aqueles que pensam que uma equipe deve ter um primeiro piloto e um bucha de canhão, está aí a melhor resposta. Button e Hamilton deram um show de pilotagem e fizeram valer a madrugada acordado. A dobradinha afirma o British Team como sério contestador da supremacia da Red Bull.

A equipe da latinha arrasou na classificação, porém na corrida, foi uma tragédia. Tanto o pole Vettel quanto Mark Webber que largou ao seu lado tiveram dificuldades para se encontrar na pista, e o resultado foi uma queda vertiginosa na tabela de classificação: o alemão agora é quinto e o australiano, oitavo.

Na equipe dos latinos, a controvérsia deu o tom em Xangai, em função de uma ultrapassagem de Fernando Alonso sobre Felipe Massa na entrada dos boxes, sobrando meia Ferrari do brasileiro passando pela grama na manobra. Pilotos e cartolas afirmam que não há nada de errado na relação interna, mas o problema é que quando se trata de Ferrari… não sei mesmo de onde a imprensa tira que se um piloto de vermelho ultrapassa o outro, há crise no ar. Não dá. Massa errou mesmo, Alonso se aproveitou e passou. O problema é que o brasileiro teve que esperar a troca de pneus do espanhol, que acabou fazendo uma corrida muito melhor que seu companheiro, mesmo tendo recebido uma punição por queimar a largada por um pentelhésimo de segundo. Paciência. Pior mesmo é que Alonso teve mais um problema de motor nos treinos e a BMW-Sauber estourou outro propulsor da Ferrari. Até onde eles vão durar, essa é a questão.

O time germânico está de cabeça para baixo. Melhor para Nico Rosberg. Ao invés de estar aprendendo lições com Schumacher, ele tem feito o companheiro comer poeira, principalmente depois de conseguir seu segundo pódio consecutivo e assumir (por enquanto…) a vice-liderança do campeonato. Enquanto isso, na sala de justiça, há um heptacampeão em apuros, sofrendo para chegar em décimo. Os resultados de Rosberg apontam uma melhora substancial no desempenho das flechas de prata, e de quebra, acendem as discussões sobre se o Schumacher não deveria ter continuado de pijamas. Se ele ainda não é o mesmo, pelo menos tem demonstrado a velha categoria na defesa de posições. Mas como ele acaba ultrapassado no final, a crítica é cada vez mais feroz.

Boas notícias vêm da Renault (a.k.a. Lada). Vitaly Petrov fez sua primeira aparição na zona de pontos com o sétimo lugar e Robert Kubica fez bonito novamente, chegando em quinto. A equipe deixa definitivamente a imagem de moribunda e se firma como a quinta força no campeonato, podendo ainda alçar voos mais altos.

McLaren x Mercedes GP

Daí para trás, quase nada é digno de nota. As mesmas dificuldades da Williams, que ficou no quase Q3 com Rubens Barrichello; da Toro Rosso, que nos primeiros treinos viu as duas rodas dianteiras do carro de Sébastien Buemi simplesmente ejetarem por conta da quebra de uma peça da suspensão dianteira; da BMW-Sauber, que continua desmontando os equipamentos antes do fim do GP por causa de seus pilotos que simplesmente não terminam uma corrida; das novatas, que continuam devagar e sempre – ou melhor, sempre devagar.

Depois de viajar pelo oriente, Fórmula 1 parte agora para a Europa. E quem imaginava uma disputa mais centrada em Ferrari e Red Bull, vê no momento a ascensão vertiginosa de McLaren e Mercedes. Em comum, os dois times usam o mesmo motor. Vamos lembrar que tanto Ferrari quanto Red Bull já sofreram com a confiabilidade de suas usinas. Se pensarmos em termos de Copa do Mundo, seria um autêntico Inglaterra x Alemanha, considerando a escalação dos pilotos e de boa parte da cúpula das equipes. Mais ainda: o duelo coloca em oposição duas ex-parceiras que ao terminarem a relação, ambas sustentam o discurso de “fui eu que terminei com ela”. Como o clássico Kramer vs Kramer, é o filho-motor que os mantém ligados. É o elemento que pode ser o trunfo contra os outros rivais.

Dia 09 de maio é o GP da Espanha, em Barcelona. Pista chata toda vida, mas quem sabe se chover…

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As expectativas da Fórmula-1 no início de temporada 2010

April 1st, 2010 | 2 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Em busca de um carro para fazer bonito (sic)

Há muito tempo não se via uma safra de pilotos tão interessante na Fórmula-1. Ainda coincindindo com o momento em que temos no mínimo três times claramente em condições de vencer corridas (Red Bull, Ferrari e McLaren) com duplas bastante boas, mais a atual campeã Mercedes ex-Brawn com ninguém menos que Schumacher em um dos cockpits. Ingredientes de sobra para um campeonato animado.

A dupla da Ferrari está realmente na ponta dos cascos. Mesmo não tendo o carro mais rápido do momento, eles estão se aproveitando muito bem dos problemas de confiabilidade da Red Bull. Será o melhor duelo, apesar de eu achar que o Alonso tem alguma vantagem.

A demonstração de espírito de equipe do Alonso ao escoltar e proteger Massa do ataque de Hamilton e Webber não será esquecido pela cúpula da equipe. Com certeza ele queria o pódio, mas ao não ir com tanta sede para cima do brasileiro ele agradou em cheio a cúpula de Maranello, com todos os objetivos alcançados. O time lidera com folga a tabela de construtores, e Alonso, a de pilotos.

A atuação do Hamilton no GP da Austrália foi de encher os olhos, apesar da eliminação no Q2. Para completar a dupla com o campeão de 2008, a McLaren trouxe o campeão de 2009, Jenson Button. Apesar da estreia apagada, Button entregou suas credenciais no English Team já na segunda prova. Para muitos, ele seria facilmente batido por Hamilton. Agora, a certeza não é tanta. O campeonato pode tomar uma interessante tendência de se diluírem vitórias e pontos entre os principais pilotos. Ou seja, para ser campeão, será necessário pontuar SEMPRE.

A Mercedes está em processo de adaptação após adquirir a equipe campeã do ano passado. O fato de terem tirado o Schumacher da aposentadoria é mostra de que não estão para brincadeira. Além dele, Nico Rosberg está sendo um bom motivo para que Schumacher volte à sua velha forma o quanto antes. O duelo é entre a experiência e de um e o ímpeto de outro. Estão sim um pouco atrás das outras três, mas não tenha dúvida de que qualquer molezinho delas… créu e hino da Alemanha. Sem ser para Vettel.

Falando de Sebastian Vettel, está aí o cara a ser observado de perto. Pelo menos no começo da temporada, ele tem o carro mais rápido. Apesar de ter sido infeliz nas duas primeiras corridas, quando tinha as vitórias praticamente no bolso, seu amadurecimento é notável. Ele lidera a Red Bull e elevou o nível do seu time, coisa que nem David Coulthard nem tampouco seu companheiro Mark Webber conseguiram depois de várias temporadas trabalhando com o mesmo Adrian Newey. Vettel era o talento que o projetista esperava para finalmente voltar às vitórias. Webber pode ter boas atuações sim, colaborando com a dispersão das vitórias e pontos entre os pilotos de ponta, mas a aposta dos energéticos para o título atende pelo simpático apelido de Tião. Candidatíssimo ao título.

Mas quando eu vejo uma corridaça do Kubica como a de domingo, eu lembro logo de Serginho… é uma pena que a tendência da Renault seja brigar no pelotão de trás. De todo o grid, esse era um dos pilotos que mais merecia um carro para brigar por campeonato. Os gauleses não dão a menor pinta de que farão esse carro.

Se o regulamento e as pistas não estragarem tudo, teremos um capeonato disputado como aqueles da década de 70 e 80 (antes do predomínio da McLaren).

São vários campeões com fome de mais, e outros pilotos em ponto de bala para serem campeões.

Infelizmente, faltou o Kimi nessa festa.

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Como assim, Ferrari???

September 30th, 2008 | 19 Comments | Filed in Fórmula-1
A Ferrari e as suas incríveis trapalhadas

A Ferrari e as suas incríveis trapalhadas

A primeira corrida noturna da história da Fórmula 1 dificilmente será esquecida na mais tradicional das equipes da categoria. Superados momentaneamente pela McLaren na tabela de construtores, os italianos continuam colecionando trapalhadas desde a saída do trio Schumacher-Todt-Brawn. Recordemos que os títulos – de pilotos e de equipes – só vieram no ano passado por causa dos problemas internos do time de Ron Dennis: a ingerência dos pilotos e o caso de espionagem, que rendeu a eliminação da McLaren na disputa de construtores. Devem estar querendo retribuir a gentileza.

Com a total falta de cooperação dos seus mecânicos, Felipe Massa viu seu rival Lewis Hamilton abrir sete pontos de vantagem na tabela. O inglês correu só pensando no campeonato e o terceiro lugar caiu como uma luva. Basta “marcar” o brasileiro nas três provas restantes para garantir seu primeiro título.

Que Ferrari é essa, Dio mio???

Massa fazia uma corrida segura e caminharia tranqüilamente para a vitória, não tivesse – por culpa da Ferrari, mais precisamente do mecânico responsável pelo “pirulito eletrônico” – levado a mangueira de reabastecimento para passear pelo pitlane e ainda ser obrigado a realizar um drive-thru de quebra. Ele voltara perigosamente na frente de Adrian Sutil. A partir daí, partiu para o desespero e cometeu tantos erros que a recuperação não aconteceu. Ele tem potencial para virar o jogo no campeonato, mas dependerá de algum azar de Hamilton, ou que pelo menos seu time jogue junto.

Deve ser um saco pilotar uma Ferrari e passar por essas situações…

Fernando Alonso venceu a corrida com os cumprimentos do seu companheiro, Nelsinho Piquet. O acidente (novidade…) do brasileiro proporcionou a entrada do carro de segurança, condição fundamental para os pódios da Renault nesse ano. O bicampeão, uma vez na ponta, não deu mole para mais ninguém e chegou à sua vigésima vitória no GP de número 800 da F1. Não deve ter pretensão de outras façanhas como essa em 2008, mas o resultado anima o time e aumenta a barganha dos franceses na tentativa de mantê-lo em 2009.

Nico Rosberg mostrou seu melhor desempenho na carreira, chegando em segundo lugar mesmo tendo cumprido um stop & go por ter entrado para o primeiro pit com os boxes fechados durante a primeira bandeira amarela. Timo Glock foi o quarto, seguido de Sebastian Vettel, Nick Heidfeld, David Coulthard – sim!!! Ele pontuou!!! Pode ter sido a última do escocês, que pendura o capacete no fim do ano. Fechando a zona de pontuação veio Kazuki Nakajima.

Em resumo, os ares de Cingapura não fizeram nada bem aos brasileiros. Para completar as bizarrices acontecidas com nossos pilotos, o Honda de Rubens Barrichello infartou no meio da reta. Assim mesmo, morte súbita. Quando o carro estava sendo empurrado – o piloto fora do carro – um dos fiscais foi “atropelado”, se é que se pode dizer isso. Em seguida, Rubinho foi jogar a balaclava para a galera. Bateu um vento e ela voou para o lado errado, caindo no rio. Ô fase!!!

Falando em fase, quem sai chamuscado de Cingapura é Kimi Räikkönen. O finlandês que tanto resistiu à idéia de trabalhar pelo time – ou pelo companheiro – viu seu campeonato acabar de vez melancolicamente, arrebentando sua Ferrari no muro do circuito. Este muito desinteressante, por sinal. Sem pontos de ultrapassagem e com uma volta muito longa (a volta mais rápida foi em 1min45s599) num traçado de 5067m cheio de microrretas que não levam a nada além de uma corrida enfadonha, que só uma intervenção divina – ou do safety car – poderiam tirar a previsibilidade da prova.

A pista de Cingapura

A pista de Cingapura

A F1 não é feita apenas de belas imagens aéreas, de pistas iluminadas e cercadas de prédios contornados de neon. Isso tudo é espetacular, mas o espetáculo mesmo que nos interessa está ligado aos carros e pilotos, disputas e ultrapassagens. Valeu terem conhecido a ilhazinha, mas não faria a menor falta se sumissem do calendário do automobilismo.

Daqui a duas semanas tem o GP em Fuji. Aquela pista da neblina, e do duelo sensacional MassaKubica. Ainda vale a pena torcer pelo Massa. Se a equipe não atrapalhar… acho que esse ano é dele.

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A temporada que vai começar

March 10th, 2008 | 23 Comments | Filed in Fórmula-1

A próxima madrugada de domingo marcará a abertura da temporada 2008 de Fórmula 1. Durante os ensaios de inverno ficou claro que, pelo menos no início do campeonato, Ferrari e McLaren continuarão disputando as vitórias como em 2007. A dupla da escuderia italiana continua afiada. Além de terem contado com o auxílio luxuoso de ninguém menos do que Michael Schumacher na preparação do carro novo, Kimi Räikkönen e Felipe Massa já podem ser considerados os principais candidatos ao título. E pelo fato de ter corrido pela equipe quando não tinha mais chances matemáticas de título, o brasileiro ganhou ainda mais simpatia do time. Deve correr, a princípio, em igualdade de condições com o campeão. Mas se não estiver em boa posição na segunda metade do ano, será novamente o piloto número dois, assim como o número que seu carro carrega.

Na McLaren, mesmo tendo obtido grandes resultados na pré-temporada, os pilotos Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen, para não perderem o fôlego na disputa, terão de provar que sabem fazer um carro evoluir ao longo do ano. Coisa que o bicampeão preterido pelo time sabia muito bem. A equipe ainda sofre respingos do escândalo de espionagem do ano passado, e dizem que as coisas ainda estão estremecidas entre a Mercedes-Benz e os cabeças do time. Fala-se até na possibilidade da própria cabeça do Ron Dennis rolar. Pode ser tudo boato, mas que a pressão pelos resultados lá vai estar enorme, isso vai.

O pelotão intermediário viu uma embaralhada geral. A Williams ressurge com o bem-nascido e belíssimo FW30. Aposta suas fichas em Nico Rosberg, muito mais do que em Kazuki, o kamikase da vez do folclórico clã Nakajima. A BMW-Sauber, sensação em 2007, perdeu terreno em relação às suas rivais diretas e vai ter que ralar muito para manter seu terceiro (segundo, em função da eliminação da McLaren) posto.

Outra que corre nesse bolo é a Renault, que esse ano alinha com uma dupla muito interessante: Alonso, de volta à sua casa, e Nelson Piquet Jr.. E o brasileiro parece ter herdado não só o talento, mas a malandragem do pai. Desde o início já deixou claro que não pretende superar o companheiro, atitude tomada por Massa quando dividiu o box com Schumacher e pelo próprio Piquer Sr., quando chegou jovem à Brabham e aprendeu – e muito – com o então bicampeão e futuro tri Niki Lauda. É claro que, tendo a chance, ele vai sim andar na frente do espanhol. Mas o discurso humilde e conciliatório já o faz ganhar pontos com os franceses. Não bater de frente com Alonso é a coisa mais inteligente que ele pode fazer. É definitivamente melhor que ele tenha Alonso como amigo, ou tutor, no mínimo como referência, do que tê-lo como inimigo íntimo. Com bons pilotos e o poderoso chefão Flavio Briatore, que conhece o caminho das pedras, a equipe tem grandes possibilidades de voltar ao páreo, talvez na segunda metade do campeonato, no máximo em 2009.

O resto do grid brigará pelas migalhas. A Red Bull pode ter algum destaque, pois Adrian Newey não brinca em serviço. Na satélite Toro Rosso, outro estreante que promete é o francês Sébastien Bourdais, depois de ganhar tudo até perder a graça na Champ Car. Além de Sebastian Vettel, que correu algumas vezes no último ano, substituindo Robert Kubica após seu acidente, na BMW, com resultados pra lá de competitivos. Tanto que foi contratado pela Toro Rosso ainda durante a temporada, para o lugar do caubói mala (e nem tão rápido) Scott Spped. A Honda tentará andar mais tempo na frente de sua prima nanica Super Aguri, e Barrichello deve bater o recorde de largadas na categoria. Se será um prazer ou um suplício, os engenheiros japoneses vão dizer.

Ainda no Japão, a Toyota conseguiu se livrar do bonde chamado Ralf Schumacher. Mas a equipe, um dos orçamentos mais polpudos da F1, ainda tem muito a provar, e na minha opinião, não possui uma dupla à altura do desafio.

Um tempero especial para a temporada é sem dúvida a proibição do TC, o controle de tração. Por muito tempo, mesmo proibido, o sistema foi utilizado na encolha. Para evitar que os times burlem o regulamento, a FIA padronizou a central eletrônica (ECU) – produzida pela McLaren, criticada pelas rivais – o que possibilitaria uma fiscalização mais efetiva. O que esperar? Mais erros, principalmente em pista molhada. A sensibilidade no pé direito volta a ter importância, e quem for muito afoito no acelerador, fatalmente vai perder algumas posições. Deve aumentar um pouco as disputas e diferenciar mais os pilotos em função do talento. Um bom passo para que as corridas se tornem mais emocionantes. O próximo, a volta dos slicks. Quem sabe em 2009…

Quem é o favorito da temporada de F1?
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ESPECIAL: GP DO BRASIL, KIMI CAMPEÃO

October 22nd, 2007 | 25 Comments | Filed in Fórmula-1

“Não contavam com a minha astúcia!!!” (K. Räikkönen)

Para começar, vamos recorrer à sabedoria do ‘Professor’ Alain Prost, que esta semana criticou publicamente o seu ex-patrão Ron Dennis por não estabelecer a hierarquia entre seus pilotos logo no início, com Alonso como primeiro piloto. Segundo ele, se Alonso fosse claramente o primeiro piloto desde o início, ele seria campeão com antecipação e tranqüilidade. Ao optar pelo estreante, que literalmente perdeu dois match points, um na China e outro no Brasil, sendo o segundo colocado na largada, à frente de seus adversários, Hamilton deu um tiro no próprio pé. E, na hora da pressão, ele abriu o bico. A McLaren repetiu a burrada da Williams em 1986, e com a faca e o queijo na mão, deu mole para o rato. Pagou o mico da década. Vamos à corrida.

Na largada, Massa foi perfeito e bloqueou logo Hamilton, que perdeu posições para Räikkönen e Alonso logo de cara. Afobou-se ainda na primeira volta, querendo dar o troco no espanhol, saiu da pista e aí começou a ver o título ir pelo bueiro. E como Alonso não conseguia acompanhar o ritmo dos carros vermelhos, a balança pendeu dramaticamente para o lado da Ferrari.

Na oitava volta, Lewis Hamilton fez o improvável, e apesar de todas as ajudas eletrônicas, câmbios modernos, inteligentes, praticamente infalíveis, ele cometeu o que há décadas não se ouvia falar na Fórmula 1: ele errou uma marcha. Com o carro em ponto morto numa subida, perdeu muito tempo até se acertar com as borboletas do volante. A partir daí, ganhou a ajuda da sua equipe para entregar tudo de mãos beijadas para Kimi. Passou para uma estratégia de três paradas, que na prática não surtiu qualquer efeito, o levando ao sétimo lugar no final, ou seja, a lugar algum.

Enquanto isso, a Ferrari ensaiava o seu teatrinho para a inversão das posições. Engraçado isso. A única situação que é realmente aceitável o jogo de equipe, quando vale o título para um dos pilotos, a equipe tentou fazer parecer “natural”. Hipocrisias à parte, tudo indicava a vitória de Felipe Massa, mas com Alonso em terceiro, Kimi precisaria dos dez pontos para ser campeão. No primeiro pitstop, ele não conseguiu o objetivo. No segundo, Kimi teve três voltas a mais andando com o carro leve e retornou à frente do generoso Massa. Daí ele seguiu com tranqüilidade para o seu primeiro título logo em seu primeiro ano de casa na Ferrari.

A Renault, terceira força entre as equipes (seria a quarta, mas a McLaren foi eliminada) viu seus dois carros envolvidos em acidentes. Primeiro foi o ex-piloto em atividade, Giancarlo Fisichella, que cometeu uma barbeiragem ao sair da pista e voltar muito lento ao traçado, não dando escapatória a Sakon Yamamoto, o japa da Spyker, que chapou a traseira do italiano. Voltas mais tarde, Kovalainen acertou o muro na curva do Sol e saiu do carro tonto. Briatore já vem mexendo os pauzinhos para ter de volta Alonso ao seu time.

Ainda tivemos várias ultrapassagens, muitas protagonizadas por Hamilton em seu dia de corrida maluca, e bons pegas, duas vezes com a mesma dupla de pilotos: Nico Rosberg e Robert Kubica (na foto). Os dois tiveram grandes atuações na corrida, apesar de seu duelo final ter sido perdido (ou negligenciado) pela geradora das imagens. A Rede Globo mesmo. Galvão, que faz absoluta questão de criticar quando qualquer TV do mundo comete um erro do gênero, ficou obviamente quietinho.

Agora, aos destaques negativos. A Honda, marca de um dos motores mais vencedores da categoria, teve abandono duplo pelo mesmo motivo: explosão dos propulsores. Barrichello ainda teve a infelicidade de queimar a largada e sofrer um drive-thru penalty antes de esfumaçar a subida para a reta dos boxes e o próprio pitlane. E palmas para Kazuki, o Nakajima da vez, que na primeira parada nos boxes da sua carreira na F1, passou muito do ponto e mandou dois dos seus mecânicos para o centro médico, atingidos pelo pneu da Williams do kamikaze. E ele ainda chegou em décimo.

Após a prova de Interlagos, a McLaren ainda inventou uma apelação, patética, por sinal, pleiteando a eliminação das BMW e das Williams, por um problema com a temperatura do combustível das duas equipes. Mas um tapetão no ano já foi suficiente, pelo amor de Deus. A McLaren vinha se dando bem nas bobeiras da Ferrari, mas no final, errou a equipe e seu piloto. Essa foi a razão da derrota, não a “gasolina fria” das coadjuvantes. Que virem a página e não piorem ainda mais o seu constrangimento.

E assim terminou o campeonato.

Kimi Räikkönen

Riu por último. Ou melhor não riu, mas comemorou. Não comemorou tanto, mas levou o título. O monossilábico, campeão mais sem sal da história, fez por merecer o título com seis vitórias. Da Bélgica para cá, ele marcou 36 pontos em 40 possíveis. Tal qual Alain Prost em 1986, soube se aproveitar da crise de egos da McLaren e levou mais um campeonato para a terra do Papai Noel, depois do bi de Mika Hakkinen em 98-99 e 25 anos após a conquista de Keke Rosberg. Deve uma ao Felipe. Mas pelo menos no carro, ele é o número 1 da Ferrari agora.

Lewis Hamilton

Brincou de correr esse ano. Aprendeu muito, mas mostrou claramente que não suportou a pressão no final do campeonato. Venceu corridas, deu show, liderou a disputa, tudo com méritos. Mas ainda é um novato com muito a amadurecer. Seu patrão e tutor perdeu feio por apostar nele a curto prazo, não a médio ou longo, como seria mais lógico. Mas a tentação de fazer o britânico estreante campeão foi tão equivocada quanto com Nigel Mansell em 1986. Agora, chora o leite derramado. E será duramente criticado por todos os lados, principalmente pelos que já o alardeavam como gênio para vender notícia, se esquecendo de que ele estava em sua primeira temporada na categoria principal do mundo. Erraram na previsão e agora querem mandar o menino para a Cremilda. Não acho que é o fim do mundo para ele. Todo o time passou a mão na cabeça dele após a concretização da derrota. Vai ficar mais esperto com o tempo. Mas pode ter certeza que fez um inimigo que não vai perder qualquer chance de se vingar.

Fernando Alonso

O bicampeão foi o grande perdedor do ano. Tinha a possibilidade de comemorar pela terceira vez em Interlagos o seu tricampeonato seguido, mas a bosta do regulamento o obrigou a correr com um motor usado, enquanto os outros concorrentes tiveram suas usinas tinindo, muito mais potentes do que as usadas ao longo do campeonato, pois essas unidades só precisariam durar uma corrida. Ele tem toda a experiência, maturidade e frieza que o Hamilton não tem ainda, e sem a suposta igualdade entre pilotos na sua equipe, poderia ter melhor sorte com o carro que a McLaren desenvolveu, lícita ou ilicitamente, com o seu conhecimento e capacidade de bicampeão. Restou sorrir, ao ver seu desafeto deixar escapar a conquista no final. No lugar dele, eu esvaziaria meu armário em Woking e mandava um até nunca mais para o Ron Dennis.

Felipe Massa

Foi rápido todo o ano, mas teve uma temporada com o pé-frio característico de seu parceiro que foi campeão. Sofreu muito com as trapalhadas da equipe ao longo da temporada. Competente na corrida e profissional ao atender ao desejo da equipe, tem prestígio com os cabeças de Maranello, já tem contrato até 2010 e apesar de ter ficado em quarto, não sai do ano em baixa. Mas vai ter que fazer muito para conquistar seu espaço novamente. Provavelmente ele preferiria que o título fosse para a equipe do box ao lado. Guiar um carro da Ferrari com o número 2 no bico não traz boas recordações para ninguém.

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A longa reta de Fuji

September 29th, 2007 | 13 Comments | Filed in Fórmula-1

Ao final do treino classificatório, o grid de largada imitou a classificação do campeonato: Pole para Hamilton, ao lado de Alonso. Segunda fila com as Ferrari e Räikkönen na frente de Massa. Muito interessante.

Após o quase toque entre os pilotos da McLaren no GP da Bélgica, Hamilton choramingou e Alonso nem deu bola. Mas, se formos mais no passado, até o GP da Hungria, precisamente, o piloto inglês reclamou pela confusão causada por Alonso nos boxes e que o havia deixado com a segunda posição de largada. No final, o bicampeão perdeu o direito de largar na pole, por decisão dos comissários. Mas a declaração de Hamilton antes de sair essa decisão foi: “A reta é muito longa.” Pra bom entendedor, essa frase basta. Com os postulantes ao título lado a lado, devemos ver uma largada de arrepiar na corrida mais tarde.

Marqueteiro que só ele, tio Bernie Ecclestone aposta numa batida entre os dois, acontecimento que traria o foco do mundo todo para a Fórmula 1. Como os duelos entre Senna e Prost, a corrida pode até terminar no fim do retão para os dois, mas a polêmica atravessará décadas – com certeza.

Emerson Fittipaldi, com toda a sua sabedoria e experiência no automobilismo, disse com essas palavras: “O Ron Dennis vai precisar rezar.”

Quem avisa, amigo é.

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Duro golpe na Ferrari

September 9th, 2007 | 7 Comments | Filed in Fórmula-1

Tudo que os tifosi não queriam assistir em Monza, aconteceu. A McLaren devolveu a dobradinha ferrarista na Turquia, só que na casa do adversário. Para piorar, a quebra no carro do brasileiro Felipe Massa, a princípio, enterrou suas possibilidades de título na temporada.

Na largada, Massa ultrapassou Hamilton, porém o inglês foi muito macho para recuperar a posição na chicane do fim da reta. Räikkönen subiu para quarto e herdou a posição do companheiro, que abandonou na nona volta. Tendo feito apenas um pitstop, o finlandês conseguiu ultrapassar Hamilton quando este realizava sua segunda parada. De volta à pista, o líder do campeonato tirou a diferença e fez uma ultrapassagem daquelas de tirar o fôlego. Alonso, absoluto no fim de semana, venceu com facilidade, marcando mais um hat-trick na sua conta.

Mas

Ninguém é capaz de dizer ainda quem vai rir por último na temporada. Na última semana descobrimos o porquê da prudência da FIA em punir a McLaren logo de cara, no primeiro julgamento. Pacientemente, esperavam o aparecimento de novas evidências.

Estranhamente, essas evidências parecem ter surgido pelas mãos do Fernando Alonso. A ‘colaboração’ com a investigação, muito mais do que um surto de espírito esportivo, cheira a um acordo com a entidade para que se puna a equipe sem prejuízo à pontuação dos pilotos, que continuariam a disputa particular pelo título, sem contar que o bicampeão está louco para deixar a equipe prateada. Caso a FIA resolva punir também os pilotos, a disputa cai no colo da Ferrari.

Os interesses comerciais e desportivos para o julgamento que se realizará nesta semana desenham uma crise sem precedentes na história da F1. A Mercedes-Benz não ficaria nem um pouco feliz em ser excluída não apenas desta, mas também da temporada de 2008, enquanto um campeonato sem McLaren é um título de presente para a Ferrari. O certo é que Ron Dennis vai ter que dar uma de Lula (não vi nada, não sabia de nada, nem desconfiei…) e que domingo tem mais corrida, em Spa-Francorchamps. A hitória poderá estar muito diferente. Vamos aguardar o desenrolar da novela.

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O brasileiro mais otomano do mundo

August 26th, 2007 | 6 Comments | Filed in Fórmula-1

Felipe Massa conseguiu sua segunda vitória em dois anos no GP da Turquia, sua terceira na temporada. Venceu bonito, numa corrida que, apesar de não ter sido muito empolgante, foi fundamental para dar uma animada na tabela do campeonato, principalmente nas disputas internas de Ferrari e McLaren.

Para o time de Ron Dennis o Pimentinha, cabe reclamar com os japas da Bridgestone pelo defeito no pneu do Hamilton, que tinha o pódio nas mãos e acabou em quinto, mais os desdobramentos fora da pista.

Agora, Alonso não vai mais emprestar seus acertos e desenvolvimentos para o concorrente (que um dia já foi chamado de parceiro) de equipe. Menos mal que o caso da “apropriação indevida” dos dados da Ferrari deu uma acalmada.

Para os italianos, chegou a hora de botar a faca nos dentes e partir para cima da rival. Com a diferença de um ponto, agora em favor de Massa, é complicado apostar que eles irão privilegiar alguém para pleitear o título, e só para dar uma esquentadinha, o singelo Raikkönen, como quem não quer nada, tirou a volta mais rápida do Felipe na penúltima volta do GP. Com esta dobradinha ferrarista, e com os pilotos cada qual ao seu estilo a fim de devorar um ao outro, certamente Monza vai ferver daqui a quinze dias.

 

 

“Don’t make me laugh!!!!”

 

“Não me faça rir!!!!” Essa foi a resposta do Barrichello, quando foi informado que seu companheiro Jenson Button, logo após ultrapassá-lo ainda no início da corrida, estava dando voltas ‘apenas’ dois segundo mais rápidas que o carro do brasileiro.

Mais essa, para quem ficou sabendo pela manhã que ia trocar de motor e perder posições tinha feito uma largada muito boa e já estava em 16°. Vida dura, Rubinho!!!!!

 

Na tabela

 

Lewis Hamilton, 84; Fernando Alonso, 79; FelipeMassa, 69; Kimi Raikkönen, 68. Do estreante ao bicampeão, passando pelos furiosos ferraristas, três vitórias para cada um e todo mundo parece ter bala na agulha para ser campeão. E ‘vamo que vamo’.

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McLarengate contemporizado

July 27th, 2007 | 2 Comments | Filed in Fórmula-1

Terminou em Pizza o caso McLarengate, onde documentos confidenciais sobre o carro da Ferrari foram parar nas mãos da McLaren.

A McLaren foi considerada culpada(?) por possuir o documento, mas não foi punido por não haver evidências que foi usado(?) neste campeonato.

Ora, então você no mínimo saber a quantas anda o desenvolvimento do rival não é usar o documento?

McLaren

Para os que gostam de uma teoria da conspiração, o caminho a seguir são os erros de Hamilton no GP da Europa em Nürburgring, extremamente benéficos a FIA no que tange à competitividade da temporada 2007.

Se fosse decidido aqui no Brasil, qualquer pena iria ser aplicada, ao menos para dar o exemplo.

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